Num
trecho do documento de defesa, o advogado Rafael Novaes da Silva, que
representa o pastor, menciona as acusações de racismo feitas contra Feliciano e
diz que nesse episódio foi feita apenas uma citação de um trecho do livro de
Gênesis, em que Noé amaldiçoa um neto, que depois , teria migrado para a região
onde hoje é o continente africano.
O
texto de defesa diz que “ao comentar acerca da maldição que acomete o
continente africano e do primeiro caso de homossexualismo da humanidade, o
parlamentar denunciado na verdade discorreu sobre a crença dos cristãos de os
problemas e obstáculos não surgirem necessariamente de atos do governo e ou
empresários, mas do Céu, ou seja, como se a humanidade expiasse por um carma,
nascido no momento em que Noé amaldiçoou o descendente de Cão [Cam] e toda sua
descendência, representada por Canaã, o mais moço de seus filhos, e que tinha
acabado de vê-lo nu”.
Na
apresentação dos argumentos, a ideia de que, embora a maldição tenha existido,
Jesus a eliminou é ressaltada: “Toda maldição é quebrada na Cruz de Cristo. Tem
ocorrido isso no continente africano. Milhares de africanos têm devotado sua
vida a Deus e por isso o peso da maldição tem sido retirado”, sustenta o texto,
que observa a didática bíblica como forma de reforçar sua tese: “A linguagem
metafórica com que vários ensinamentos cristãos são divulgados só confirma como
as manifestações do parlamentar denunciado possuem natureza teológica”.
Informalmente, o deputado já
argumentou a respeito da maldição usando como ilustração um poema de Castro
Alves, que era abolicionista e cita a maldição bíblica em sua obra.
Recentemente, a psicóloga Marisa Lobo publicou
um artigo em sua coluna no Gospel+ falando sobre o poema Vozes d’África.
Leia aqui.
Estelionato
Hoje,
05 de abril, Marco Feliciano prestou depoimento no processo movido contra ele
pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul por suposto estelionato, pois o
pastor não compareceu a um evento para o qual recebeu cachê.
Por
determinação do ministro Ricardo Lewandovski, do Supremo Tribunal Federal
(STF), aconteceu numa sala a portas fechadas.
A
iniciativa de Lewandovski foi tomada para permitir que o pastor pudesse
responder com tranquilidade aos questionamentos que foram feitos.
“Em
primeiro lugar, a sala de depoimentos é muito exígua. Cabe ao juiz instrutor, o
promotor, as partes e o advogado, não há espaço para ninguém. [...] O outro é o
seguinte: da mesma forma que o acusado é obrigado a comparecer para prestar seu
depoimento, a lei processual penal também lhe garante a tranquilidade para
prestar esse depoimento. A Constituição continua em vigor, e a intimidade e a
privacidade do acusado deve ser respeitada”, argumentou Lewandovski.
O
advogado de defesa do pastor afirmou que a defesa está tranquila a respeito
desse caso, pois Feliciano “não tem nada a esconder”.
Corintianos na Bolívia
O
caso dos torcedores corintianos presos na Bolívia sob acusação de serem os
responsáveis pela morte do adolescente Kevin Espada durante um jogo da Taça
Libertadores seria analisado pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias
(CDHM), e o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) faria uma viagem ao país para
colher maiores informações e conversas com os torcedores, porém tudo isso foi
suspenso.
A
comissão alegou que já há outros parlamentares, que trabalham na Comissão de
Relações Exteriores (CRE), cuidando do caso, e que manter a viagem de Feliciano
seria desnecessário neste momento.
O
pedido de suspensão partiu do próprio Feliciano, que antes de tomar a decisão,
havia comemorado a aprovação da viagem pela CDHM por unanimidade, de acordo com
o R7.
O
motivo que havia levado o pastor a planejar a viagem seriam pedidos de
familiares dos detentos, que relataram maus tratos e até, mencionaram risco de
morte para um deles, que teria problemas renais e não estaria recebendo
tratamento adequado.
Feliciano
afirmou, segundo informações do G1, que após o retorno dos parlamentares da
CRE, irá se atualizar sobre a situação legal dos doze torcedores e que a partir
daí, poderá tomar iniciativas sobre o caso.
O
presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) afirmou
que colaborará com o trabalho da CDHM pedindo que todas as informações sejam
repassadas: “Informei [a Marco Feliciano] que pedi ao Ministério de Relações
Exteriores relatório sobre as ações do governo na Bolívia e que quando chegasse
o remeteria à Comissão de Direitos Humanos. O pastor desistirá da viagem. Eu
também não aprovaria por essas razões que apresentei, de trabalho feito”,
afirmou.
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