Porém,
manifestantes contrários ao deputado questionaram um “filtro” que teria sido
imposto por Feliciano, impedindo a presença de manifestantes contrários a ele,
enquanto aqueles que o apoiam teriam acesso livre à audiência.
Do lado de
fora da audiência, os manifestantes impedidos de entrar continuaram protestando
contra o deputado, e uma jovem foi detido pela Polícia Legislativa apos furar o
bloqueio que impedia o acesso aos corredores que dão acesso ao plenário,
gritando palavras de ordem contra Feliciano.
- Deixa o povo
entrar, seu covarde. Deixa entrar quem é contra você. Abre a porta para o povo
– gritava a jovem de 21 anos que, segundo o G1, é integrante do movimento LGBT
e estudante de publicidade de uma universidade particular de Brasília.
Outro manifestante
a questionar a restrição imposta pelo presidente da comissão foi Antônio José,
que se identificou como membro da assessoria da Federação dos Trabalhadores na
Agricultura do Ceará. Ele foi retirado do recinto pelos seguranças do
Legislativo ao chamar de “armação” o fato de somente simpatizantes de Feliciano
terem recebido autorização para entrar no plenário.
- Aquilo ali é
uma armação, não estavam deixando as pessoas entrarem. Cheguei na Câmara uma
hora antes da sessão e quase não consegui entrar. Aquele grupo que estava
levantando os cartazes do Feliciano já estava lá [no plenário]. Trabalho com
direitos humanos há anos e nunca tinha visto uma situação tão esdrúxula –
afirmou Antônio José.
O deputado
Simplício Araújo (PPS-MA), que é titular da Comissão de Direitos Humanos,
criticou a ação dos seguranças da Casa contra o manifestante cearense. Segundo
a Agência Câmara, o parlamentar do PPS classificou como “truculenta” a postura
da Polícia Legislativa, e afirmou que vai formalizar uma queixa junto à Presidência
da Câmara relatando o episódio.
- Quem defende
os direitos humanos não tem como ficar calado sobre a forma como esse rapaz foi
retirado dali. Pegaram na boca do rapaz e o tiraram para fora. Eu vou à
presidência da Casa fazer uma queixa com relação à forma que estão tratando as
pessoas que estão buscando ali um espaço para apreciar o que está acontecendo
ali dentro. Acho que foi muito truculento – enfatizou Araújo
Marco
Feliciano explicou o procedimento adotado pelos seguranças, afirmando se tratar
de uma medida para garantir a ordem da audiência.
- Eu pedi que
a polícia dessa Casa observasse o perfil das pessoas. Pelo perfil, se conhece,
se tem segurança de que as pessoas que estarão na comissão, na audiência
publica, vão participar de maneira ordeira. Por isso é que essas pessoas estão
aqui. Pelo menos enquanto for preciso, pessoas interessadas no assunto podem
entrar tranquilamente, só não aceitamos aqui pessoas que não querem que o
assunto prolongue, querendo desestabilizar a comissão – explicou Marco
Feliciano.
- Não é só
aqui. Dá uma olhadinha ao redor da Casa, a Casa toda está sendo policiada –
completou o parlamentar.
Manifestações
contra Feliciano causaram também a detenção de um grupo de ativistas do
movimento LGBT que penduraram uma bandeira com as cores do arco-íris, símbolo
do movimento, em uma janela no 15º andar da Câmara. Acionados por servidores da
Casa, os policias recolheram a bandeira pendurada pelos quatro jovens e
determinaram que eles os seguissem até a sede da polícia legislativa. Os
manifestantes prestaram depoimento e já foram liberados.
Eleição de
Feliciano à Comissão
Também nessa
quarta feira, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, respondeu ao
Supremo Tribunal Federal (STF), negando que tenha havido qualquer ilegalidade
na eleição do deputado para a presidência da Comissão. Parlamentares contrários
a Feliciano haviam entrado com a mandado de segurança no STF alegando ter sido
inconstitucional a reunião de eleição de Feliciano ter sido fechada ao público,
por decisão do presidente da Câmara.
De acordo com
Alves, não houve inconstitucionalidade em sua decisão, por ter sido tomada no
âmbito do Congresso Nacional, com base na interpretação de matéria regimental,
imune ao controle judicial, segundo informou a Agência Câmara.
Fonte: Gospel+
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