Esse trabalho,
voltado para as chamadas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), faz parte das
iniciativas da Igreja Católica para recuperar sua presença nas áreas mais
pobres, onde perde fiéis para as igrejas evangélicas.
- É um jeito
de fazer com que os leigos lá na base comecem novamente a se articular –
explicou o presidente para comissão para o laicato da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), dom Severino Clasen.
De acordo com
o jornal Folha de S.Paulo, o padre Benedito Ferraro, assessor da Ampliada
Nacional das CEBs, afirma que a volta da discussão em torno desse tema, que
havia perdido força com o distanciamento da Igreja Católica com a esquerda, é
um reconhecimento de parte dos bispos de que a retração abriu espaço para as
evangélicas, como a Assembleia de Deus.
- Talvez
representem uma época, da ditadura militar, e foi aí que o povo conseguiu ter
voz… Em 30 anos, se faz um longo caminho. Então eu não posso simplesmente
repetir o discurso de 1980 nem a prática de 1980 ao pé da letra – argumenta dom
Cláudio Hummes sobre as Comunidades Eclesiais de Base
Defensores das
CEBs esperam grande apoio do papa Francisco, que como bispo foi o relator
Documento de Aparecida, que marcou o início da retomada das CEBs em 2007, na
Conferência do Episcopado Latino-Americano. O apoio por parte do Papa é
esperado tanto por ele ter participado do Documento de Aparecida quanto por sua
defesa de uma “igreja para os pobres” – embora sem viés esquerdista.
A própria
eleição do papa Francisco, primeiro líder da Igreja Católica não europeu, foi
atribuída por vário veículos de imprensa em todo o mundo como uma estratégia do
Vaticano para frear o crescimento dos evangélicos, sobretudo na América Latina,
e para impedir a diminuição no número de fiéis católicos.
A América
Latina é, atualmente, a região do mundo que concentra o maior número de
católicos em todo o mundo, número esse estimado em cerca de 1 bilhão e 100
milhões de pessoas. O Brasil é o país com o maior número de católicos, com 126
milhões de fiéis.
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