Os nove prisioneiros, incluindo o brasileiro Rodrigo Gularte,podem ser executados por fuzilamento nas próximas horas.
Ambulâncias e caixões já estão na prisão
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Parentes dos estrangeiros condenados à
pena de morte na Indonésia, incluindo o brasileiro Rodrigo Gularte, realizaram
nesta terça-feira a última visita aos réus, antes da execução prevista para as
próximas horas, apesar das pressões internacionais para evitar as mortes. Dois
australianos, uma filipina e quatro nigerianos, além do brasileiro e de um
indonésio, todos condenados por tráfico de drogas, podem ser fuzilados pouco
depois da meia-noite (horário da Indonésia, pouco depois das 14h00 no horário
de Brasília). Várias ambulâncias com caixões estão na prisão.
Os condenados
receberam a notificação da execução no sábado, com um pré-aviso de pelo menos 72
horas. Os fuzilamentos acontecem habitualmente pouco depois da meia-noite
local. A mãe de um dos australianos condenados afirmou que o filho será
executado por fuzilamento à meia-noite (14h00 de Brasília).
"Eu não vou vê-lo de novo. Eles
vão levá-lo à meia-noite e executá-lo", disse Raji Sukumaran, a mãe de
Myuran Sukumaran, à imprensa, sem conter as lágrimas, após a visita. "Em
peço ao governo que não o mate. Por favor, presidente, não mate ele hoje",
apelou ao presidente indonésio, Joko Widodo. "Anule a execução. Por favor
não leve o meu filho", completou, desesperada.
A imprensa
australiana publicou fotografias das cruzes destinadas aos caixões dos
condenados, com data de 29/04/2015. O brasileiro Rodrigo Gularte, 42 anos, foi
detido em 2004 depois de tentar entrar no aeroporto de Jacarta com seis quilos
de cocaína escondidos em pranchas de surfe. A família apresentou vários
relatórios médicos para demonstrar que ele sofre de esquizofrenia e que,
portanto, não deveria ser executado.
Outro
brasileiro, Marco Archer Cardoso Moreira,
foi executado em janeiro por narcotráfico, o que provocou uma crise diplomática
entre Brasil e Indonésia. Outro condenado à morte por tráfico de drogas, o
francês Serge Atlaoui, de 51 anos, foi retirado no fim de semana da lista de
execuções iminentes em consequência de um recurso judicial. Mas a Procuradoria
Geral indonésia informou que se o recurso for rejeitado, Atlaoui será executado
sozinho, em uma tentativa de não criar expectativas.
O presidente
indonésio, Joko Widodo, intransigente sobre a aplicação da pena de morte por
tráfico de drogas, ignora os apelos de clemência e as pressões diplomáticas
internacionais para evitar as execuções. O presidente indonésio alega que o
país enfrenta uma situação de emergência diante o problema das drogas e precisa
de uma "terapia de choque". A pena capital por narcotráfico ou até
mesmo pela posse de pequenas quantidades de droga também é aplicada em outros
países do sudeste da Ásia, como Malásia, Vietnã, Tailândia e Cingapura.
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