"Todos os
processos legais já terminaram. O próximo passo é realizar as execuções",
declarou o porta-voz do ministério de Relações Exteriores, Armanatha Nasir. Ele
acrescentou que uma data exata ainda será determinada pela Procuradoria Geral.
As execuções foram adiadas por semanas, enquanto vários apelos eram feitos
pelos países dos condenados e por organizações internacionais, como a União
Europeia e a Organização das Nações Unidas (ONU).
Nesta semana, a Indonésia recebe
diversas lideranças internacionais, que irão ao país para participar de dois
grandes eventos internacionais, o Fórum Econômico Mundial e uma cúpula de líderes
da Ásia e da África. Como vários deles são contrários às execuções, elas devem
ser adiadas, para não causar nenhum tipo de constrangimento ao presidente
indonésio, Joko Widodo, avalia o analista político Paul Rowland.
"Quando
os eventos terminarem, as execuções serão questão de tempo", disse David
McRae, da Universidade de Melbourne, da Austrália, país de dois dos condenados.
"A Indonésia vai argumentar que os prisioneiros passaram por todo processo
legal, mas eu não acho que este argumento vai acalmar as pressões
internacionais, pois há questões do sistema legal indonésio que não foram
abordadas em razão da pressa que houve para chegar às execuções",
acrescentou.
O presidente
Widodo afirma ainda que o país enfrenta sérios problemas com tráfico de drogas
e que as execuções são necessárias para coibir a prática. A iniciativa conta
com o apoio de boa parte da população da Indonésia e, por isso, Widodo tem
sofrido poucas críticas internas.
Brasileiro - Rodrigo Gularte foi preso em 2004
com vários quilos de cocaína escondidos em uma prancha de surf. O governo
brasileiro e os familiares de Gularte alegam que ele sofre de esquizofrenia,
por isso não deveria ser executado - as leis indonésias proíbem a execução de
pessoas com doenças mentais. Apesar dos pedidos de clemência por parte da
presidente Dilma Rousseff, do primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, e do
presidente da França, François Hollande, Widodo, reiterou a firmeza de seu
governo contra o narcotráfico e descartou todas as solicitações.
Em janeiro, a
Indonésia fuzilou seis presos acusados de narcotráfico, entre eles o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira.
Sua execução causou uma crise diplomática entre o país asiático e o Brasil. A
Indonésia, que retomou as execuções de réus em 2013, mantém 133 prisioneiros no
corredor da morte, 57 acusados por tráfico de drogas, dois por terrorismo e 74
por outros crimes.
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