O governo
brasileiro também apresentou apelos à Indonésia pedindo por clemência para
Gularte, que pode se tornar o segundo cidadão do país a ser executado na Indonésia
este ano após o fuzilamento deMarco Archer Cardoso Moreira,
em janeiro, também condenado por tráfico de drogas. Em conversa com repórteres
no aeroporto de Jacarta, após retornar de uma cúpula regional em Kuala Lumpur,
o presidente indonésio, Joko Widodo, disse que tais preocupações deveriam ter
sido transmitidas anos atrás, quando o caso transitou nos tribunais. "Por
que eles não falaram isso quando isso aconteceu, por exemplo?", afirmou.
Armanatha Nasir, porta-voz do
Ministério das Relações Exteriores da Indonésia, declarou que os australianos
Myuran Sukumaran e Andrew Chan tiveram acesso a todas as vias legais para
contestar suas sentenças de morte. A Austrália precisaria apresentar provas da
suposta corrupção, acrescentou. Os dois estão entre nove condenados por tráfico
de drogas, incluindo o brasileiro Rodrigo Gularte e prisioneiros das Filipinas,
Nigéria e Indonésia, todos prestes a ser executados por um pelotão de
fuzilamento na noite de terça-feira.
Aumentando a
pressão para tentar salvar a cidadã filipina condenada, que tem dois filhos e
diz ter sido enganada para transportar drogas, o presidente das Filipinas,
Benigno Aquino, apelou a Widodo na cúpula das nações do Sudeste Asiático por
"consideração humanitária". Widodo, em um primeiro sinal de
amolecimento, disse ao líder filipino que compreendia sua posição e iria
consultar o procurador-geral sobre o caso, afirmou um porta-voz do presidente
das Filipinas, Benigno Aquino, em Kuala Lumpur.
A Indonésia
tem punições severas para crimes relacionados com drogas e retomou as execuções
em 2013, depois de um hiato de cinco anos. Widodo tem sido inflexível em sua
linha dura contra traficantes. Sua recusa de conceder clemência aos
estrangeiros no corredor da morte tem resultado em relações tensas com vários
países, particularmente a vizinha Austrália e também com o Brasil.
Os nove
condenados estão sendo mantidos em uma prisão de segurança máxima na ilha de
Nusakambangan, onde dezenas de policiais e militares começaram a reforçar a
segurança nesta segunda-feira, erguendo barreiras para manter o público longe
do local. Um agente funerário local, Suhendro Putro, disse que entregou nove
caixões para a polícia no domingo. "Eu não posso dizer que eles são para aqueles
prisioneiros, mas fui chamado para uma reunião hoje no porto para preparativos.
Eu não sei quando exatamente as execuções vão acontecer", disse.
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