O vice-presidente de Buhari é um ex-procurador-geral que agora é de uma
Igreja no sul da Nigéria. A aliança política entre os dois derrotou o atual
presidente, o cristão Jonathan Goodluck, eleito em 2011.
“Durante a campanha, ele afirmou que iria acabar com a insurgência em
poucos meses, se fosse eleito. Estamos orando para que siga com essa promessa e
se comprometa a proteger a liberdade de expressão religiosa. Nós continuamos
preocupados com os cristãos que têm sido alvo de violência por parte de extremistas
islâmicos. Esta eleição vai definir se a Nigéria permanecerá em seu estado
atual, ou se será bifurcada por um califado instituído pelo Boko Haram”,
afirmou David Curry, presidente da Portas Abertas nos Estados Unidos.
Goodluck foi eleito em 2011, após derrotar Buhari nas runas. No entanto,
a ascensão de um cristão ao poder provocou o surgimento de grupos extremistas
muçulmanos no norte do país, dentre os quais, o Boko Haram, responsável pela
violência sectária e perseguição religiosa a cristãos, que já deixou milhares
de mortes e centenas de igrejas destruídas.
Buhari é um ex-militar que esteve no poder entre 1983 e 1985, quando
liderou um golpe de Estado. Dentre as marcas de sua ditadura, destacam-se sua
rigorosa administração pública, com combate à corrupção e ao desperdício do
dinheiro público, e claro, a perseguição política, uma vez que havia chegado ao
poder por vias antidemocráticas.
De acordo com a Missão Portas Abertas, o Boko Haram foi forçado a recuar
e perdeu território semanas antes das eleições devido à ação militar coordenada
entre Nigéira, Chade e Níger, que juntaram seus soldados para combater o grupo
terrorista.
Antes das eleições, a expectativa dos cidadãos era que a vitória de
Muhammadu Buhari trouxesse novamente a ordem: “Estamos a sofrer na Nigéria. Só
quando Buhari for presidente será possível acabar com o Boko Haram”, disse um
eleitor ao site DW.
Agora que ele foi eleito, resta aguardar se cumprirá sua promessa de
campanha e restaurar a paz para os 177 milhões de habitantes do país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário