As cenas de prostituição com a atriz Sophie Charlotte foram canceladas,
e novos diálogos foram gravados, com a personagem Alice sendo apresentada como
uma mocinha que não aceita vender o corpo.
Na última semana, segundo o roteiro original, a personagem Alice “teria
se prostituído sem saber, achando que se tratava de uma aventura sexual para
satisfazer o lado “voyuer” de Murilo (Bruno Gagliasso)”, segundo a jornalista
Márcia Pereira, do site Notícias da TV.
“A cena teve de ser regravada. Os três minutos finais do capítulo
mostraram que ela não teve coragem de ir para cama com um estranho, e Alice
descobriu que o namorado quer transformá-la em garota de programa. O tapa que a
jovem deu em Murilo já estava roteirizado, mas o fato de ela não ter feito sexo
com o gringo já coloca a personagem no caminho das mocinhas”, acrescenta a
jornalista.
A Globo também pretendia usar o ateísmo para
tirar o foco de questões como o beijo gay, que ocorreu no capítulo de estreia e
voltou a se repetir entre um casal de idosas lésbicas. Agora, o tema será
apresentado de uma maneira mais tranquila, segundo a jornalista.
“Para evitar rejeição a Rafael, personagem de Chay Suede, a palavra ateu
foi eliminada da boca dele. O romance proibido entre o filho do casal de
lésbicas e a herdeira de uma família que se diz religiosa e defensora da moral
é uma das apostas da trama para conquistar o público. Ao ser questionado por
Aderbal (Marcos Palmeira) sobre qual é a sua religião, o estudante responderia:
‘Nenhuma. Eu sou ateu’. Porém, foi ao ar: ‘Nenhuma. Eu não tenho religião’”,
informou Márcia Pereira.
A mudança mais significativa e resultado direto do boicote promovido por
evangélicos contra a novela é o fim dos beijos entre as lésbicas interpretadas
pelas atrizes Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg.
“As personagens foram totalmente aceitas nos grupos de discussão. São
positivas, têm bom caráter. As mulheres ouvidas dizem que elas souberam criar
muito bem o filho, Rafael [Chay Suede]. Mas os espectadores rejeitam
manifestações de carinho físico. Carinho verbal elas aprovam. Então, vamos evitar
os contatos físicos entre as duas personagens daqui pra frente. A trama não
muda. Não há rejeição a elas nem à temática”, disse Ricardo Linhares, um dos
autores de Babilônia.
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