Estamos
disponibilizando pra você todo início de semana, mais um comentário sobre cada
lição da EBD. Assim fazemos, para que os irmãos possam melhor preparar sua
aula. Cada item, tem um comentário, para que o amado leitor entenda melhor os
tópicos da lição. Estudaremos esta semana a lição de nº 2 desse segundo
trimestre, que tem como título: O NASCIMENTO DE JESUS. Para cada tópico, deixamos o nosso
comentário. Fizemos cuidadosa pesquisa a respeito dessa tão importante lição.
Buscamos auxílio e Ainda recorremos a vários mestres no assunto, para que
pudéssemos aplicá-lo para o seu melhor entendimento. Em caso de dúvidas com
relação ao assunto, deixe seu comentário, a sua dúvida, no final desta
postagem, que responderemos com todo prazer a sua pergunta. Espero que
satisfaça a todos e uma boa aula.
INTRODUÇÃO
Lucas narra o nascimento de Jesus, situando-o no
contento das profecias bíblicas e do judaísmo dos seus dias. O "silêncio
profético", que já durava quatrocentos anos, foi rompido pelas
manifestações divinas na Judeia. A plenitude dos tempos havia chegado e o
Messias agora seria revelado! O nascimento de Jesus significava boas novas de
alegria para todo o povo. Os pobres e os piedosos seriam os primeiros a
receberem a notícia. Dessa forma. Deus mostrava que a salvação, por Ele
provida, alcançaria a todos os homens.
Comentário
1. Poesia e profecia. No relato do nascimento de Jesus há duas belíssimas
poesias conhecidas na teologia cristã como Magnificat de Maria, a mãe de Jesus,
e o Benedictus de Zacarias, o sacerdote (Lc 1.46-55,67-79). Esses cânticos são
de natureza profética e como tal contextualizam o nascimento de Cristo dentro
das promessas de Deus a seu povo. Maria, por exemplo, diz que, ao nascer Jesus,
Deus estava se lembrando das promessas feitas a Abraão {Lc 1.55). Por outro
lado, Zacarias afirma da mesma forma que tal visitação era o cumprimento do que
Deus havia prometido na antiguidade aos profetas (Lc 1.70). 0 nascimento de
Jesus não se tratava, portanto, de um evento sem nexo com a história bíblica.
Foi um fato que aconteceu na plenitude dos tempos e testemunhou o cumprimento
das promessa de Deus (Gl 4.4).
Comentário
O Magnificat (1.46-56). Alguns questionam se uma jovem e inculta
criatura poderia compor esse magnífico poema profético. Não obstante, Maria
estava bem familiarizada com as passagens do Antigo Testamento, pois as ouvia
nos momentos de louvor na sinagoga e em sua casa. Maria, sem dúvida alguma,
sabia tudo sobre a visita do anjo e pode ter escrito seu salmo durante semanas,
orientada pelo Espírito que falava através dela. Seu poema em formato de louvor
é dividido em quatro partes distintas. 1) louvor e agradecimento pessoal (w.
46-48); 2) celebração aos atributos de Deus (w. 49,50); 3) proclamação da
correção da injustiça (w. 51-53); e 4) louvor pela misericórdia demonstrada a
Israel (vv. 54,56). O Benedictus (1.67-80). O poema profético de louvor de
Zacarias a Deus, pelo Messias (vv. 68-75) e o papel de seu filho, João (w.
76-79). RICHARDS.
Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a Apocalipse
capítulo por capítulo.Editora CPAD. pag. 652.
2. A restauração do Espírito profético. Já
observamos que, na teologia lucana, o Espírito Santo ocupa um lugar especial.
Encontramos 17 referências ao Espírito Santo no terceiro Evangelho e 54 no
livro de Atos dos Apóstolos. Isso é significativo se levarmos em conta que Mateus
fala apenas 12 vezes no Espírito Santo e Marcos 6. Lucas focaliza o
revestimento do Espírito, mostrando que o dom profético, silenciado no período
Interbíblico, foi revivificado com a vinda do Messias. Não é à toa que a
maioria das referências ao Espírito, nesse Evangelho, ocorra nos dois primeiros
capítulos que relatam o nascimento de Jesus (Lc 1.41,67; 2.25-27).
Comentário
Já foi dito neste livro que Lucas demonstra um interesse ímpar na pessoa
do Espírito Santo e como Ele se relaciona com o ministério de Jesus. Lucas faz
um desenho detalhado do contexto profético a fim de mostrar que o Espírito
profético havia sido revivificado. Os expositores bíblicos David W. Pao e
Echard J. Schnabel denominam esse aspecto da teologia carismática de Lucas de “o
alvorecer da era escatológica”, e escrevem: “O surgimento de João Batista
significa o retorno da profecia e dos atos salvíficos de Deus na história, essa
sessão destaca o despertar da era escatológica. A intensidade da presença do
Espírito Santo enfatiza essa afirmação: Isabel “ficou cheia do Espírito Santo”
(1.41), e assim também Zacarias (1.67). O ministério de João Batista é
caracterizado como um ministério do Espírito (1.15). Simeão, que aguarda com
expectativa a consolação de Israel (cf. Is 40.1), recebe o Espírito (2.25) e a
revelação do Espírito Santo de que “ele não morreria antes de ver o Cristo da
parte do Senhor” (2.26). Embora a presença do Espírito possa ser encontrada nos
relatos de personagens do AT (e.g., Josué [Nm 27.18], Sansão [Jz 13.25], Davi
(1 Sm 16.13], essa intensidade só encontra correspondência no acontecimento do
Pentecostes, relatado no segundo volume de Lucas (At 2), no qual as promessas
proferidas por João (Lc 3.16) e por Jesus (Lc 11.13; 12.12; At 1.8) são
cumpridas. Esses acontecimentos apontam para o cumprimento de antigas promessas
que falam do papel do Espírito no tempo do fim (v. esp. Is 32.14-17 [cf. Lc
24.49; At 1.8]; J1 2.28-32 [cf. At 2.17-21]), quando Deus restaurará seu povo
para sua glória (At 3.19-20)”. A teologia de Lucas, portanto, tanto no terceiro
evangelho como nos Atos dos Apóstolos é uma teologia da Salvação de Deus.
Durante seu ministério terreno, capacitado pelo Espírito Santo, conforme o
testemunho do terceiro evangelho, Jesus a proclamou (Lc 4.18; At 10.38).
Glorificado à direita do Pai nos céus, e através do mesmo Espírito que outorgou
aos que lhe obedecem, conforme o testemunho de Atos dos Apóstolos (At 2.33;
5.32), o Senhor está dando-lhes continuidade. O Espírito Santo sempre esteve
presente na história do povo de Deus. Ele esteve presente na história do antigo
Israel, esteve presente no ministério de Jesus e dos apóstolos e agora está
presente na igreja hodierna! José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o Homem Perfeito. Editora
CPAD. pag. 32-33. . Simeão é descrito como justo. Também o era José, o esposo de Maria (Mt
1.29); e o era a própria Maria, bem como Zacarias e Isabel (Lc 1.6). E não nos
esqueçamos de José de Arimatéia (23.50). Simeão “era justo e devoto”. Veja
outros exemplos de pessoas devotas em Atos 2.5; 8.2; 22.12. Com a máxima
prudência, essas pessoas se encarregaram dos deveres que Deus lhes designara.
São conscientes em seus planos, tendo sempre como objetivo melhorar o bem-estar
delas mesmas e de seu próximo, para a glória de Deus. A combinação “justo e
devoto” bem que poderia indicar que Simeão se conduzia de tal modo que sua
conduta com respeito aos homens (era justo) e para com Deus (era piedoso) era
alvo da aprovação divina. Este homem “estava esperando a consolação de Israel”.
Realmente, as condições em Israel eram bem precárias, precaríssimas no tempo em
que Jesus nasceu em Belém. Pense na perda da independência política, no cruel
rei Herodes, na degeneração da religião que passara a ser algo completamente
externo, no legalismo de escribas e fariseus e de seus muitos seguidores, no
mundanismo dos saduceus, no silêncio da voz profética etc. Mas em meio a toda
essa obscuridade, degradação e desespero havia homens que olhavam com
esperança, com sinceridade, “para a consolação de Israel”. Havia homens ... e
também mulheres! Já foram mencionadas Maria e Isabel. Um pouco mais adiante
Lucas porá Ana na lista. A frase “todos os que estavam esperando a redenção de
Jerusalém” (2.38) indica que esse grupo de homens e mulheres piedosos era considerável.
Que esses homens e mulheres eram deveras justificados nessa esperança é
evidente à luz da profecia. Por exemplo, estude as muitas profecias de Isaías
nas quais se prometem bênçãos tais como consolo, paz e alegria, associando-as
com a era messiânica (Is 7.14; 9.1-7; 11.1- 10; 40.1-11; 49.8-13; 51.1-6,
12-16; 52.13-55.13; 60.1-3; cap. 61; 66.13). Simeão fora dotado com uma bênção
muito rara e especial. De alguma forma, mesmo antes do Pentecostes, o Espírito
Santo já estava habitando nele. Ele estava constantemente sob a influência do
Espírito. Esse mesmo Consolador lhe revelara que não morreria sem antes ver o
Cristo de Deus. Para ter mais luz sobre a expressão, o Cristo de Deus, ou do
Senhor, veja Salmo 2.2; 45.7; 110.1; Isaías 61.1; Lucas 4.18. HENDRIKSEN.
William. Comentário do Novo Testamento. Lucas I. Editora Cultura Cristã. pag.
230-231.
II-O ANÚNCIO
DO NASCIMENTO DE JESUS
1. Zacarias e Izabel. Em sua narrativa dos fatos que precederam o anúncio
do nascimento de Jesus, Lucas diz que o sacerdote Zacarias havia entrado no
"templo para ofertar incenso" (Lc 1.9). A queima do incenso fazia
parte do ritual do Templo e ocorria no período da manhã e à tarde (Êx 30.1-8; 1
Rs 7.48-50). Foi durante um desses turnos que um anjo de Deus apareceu a
Zacarias para informar-lhe que a sua oração havia sido ouvida pelo Senhor e que
a sua mulher, embora já não fosse mais fértil, geraria um menino, cujo nome
seria João (Lc 1.13). João, o Batista, nasceu para ser o precursor do Messias,
anunciando a sua missão. Ele seria a "Voz do que clama no deserto" e
precederia o Senhor, preparando o seu caminho (Lc 3.4,5).
Comentário
Exercendo ele o sacerdócio diante de Deus (8) indica que se tratava de
um sacerdote - em uma época em que o sacerdócio era frequentemente corrupto e
secularizado - que percebia o caráter sagrado do seu trabalho e o
relacionamento, tanto do seu trabalho quanto da sua pessoa, com Deus. Deus não
somente escolhe grandes homens para executarem grandes tarefas, mas Ele também
destina grandes pais para esses homens - grandes, de acordo com o padrão de
Deus. Na ordem da sua turma significa a ordem de Abias (veja o comentário sobre
o versículo 5). Na Páscoa, no Pentecostes, e na Festa dos Tabernáculos todos os
sacerdotes serviam simultaneamente, mas durante o resto do ano cada uma das 24 ordens
servia durante uma semana a cada seis meses. Zacarias estava servindo durante
uma dessas semanas no Templo. Depois de terminar o seu período de serviço, ele
retornaria à sua casa. Os deveres do sacerdote eram atribuídos por meio da
sorte sagrada (9). A maior honra que um sacerdote poderia ter era a de oferecer
incenso, e um sacerdote não poderia tirar outra sorte melhor durante aquela
semana de serviço. O incenso era oferecido antes do sacrifício matinal, e
depois do sacrifício vespertino, no altar do incenso. Este altar se localizava
no Tempo, imediatamente antes do véu que separava o Lugar Santo do Lugar
Santíssimo. Toda a multidão... estava fora, orando, à hora do incenso (10).
Esta era uma ocasião altamente sagrada. O incenso oferecido simbolizava as
orações do povo, que eram ofertadas ao mesmo tempo, pelas mulheres no pátio das
mulheres, pelos homens no pátio dos homens e pelos demais sacerdotes no pátio
dos sacerdotes. Então, um anjo do Senhor lhe apareceu [a Zacarias] (11). A voz
divina da revelação não havia se pronunciado durante quatro séculos. Então, de
repente, apareceu o anjo do Senhor. Observamos que o anjo não “se aproximou”,
ele apareceu - de repente, sem aviso. O fato de ele ter aparecido a um
sacerdote no Templo ressalta as características de Antigo Testamento desse
início da revelação do Novo Testamento. João seria um precursor do Cristo que
viria e do seu Reino. Ele também seria um elo com a revelação do Antigo
Testamento, que agora estava chegando ao seu final. A direita do altar do incenso
é o lado norte, entre o altar do incenso e a mesa dos pães da proposição.
Observamos como Lucas é específico com os mínimos detalhes. Esta é uma
característica que podemos observar em todo o seu Evangelho, e é mais uma prova
da sua autenticidade. Zacarias... turbou-se... e caiu temor sobre ele (12).
Esta era uma reação natural sob estas circunstâncias incomuns. O anjo lhe
disse... não temas (13). Embora o medo fosse a reação humana natural, a missão
do anjo proporcionava motivo para alegria. A sua presença não era uma indicação
do desagrado de Deus, mas da Sua aprovação, e da adequação de Zacarias para uma
tarefa divina muito significativa. ... a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua
mulher, dará à luz um filho. A oração à qual o anjo se refere deve ter sido
feita em um período anterior da vida de Zacarias; a sua dificuldade em
acreditar na promessa do anjo evidencia que há muito tempo ele já tinha deixado
de orar por um filho, ou até mesmo de esperar por ele. Mas Deus não se esquece
das orações passadas. O que parece ser uma demora ou uma recusa da parte de
Deus, é somente a Sua perfeita sabedoria e o Seu perfeito planejamento. Alguns
estudiosos opinam que a oração mencionada aqui foi para a vinda do Messias ou
para a libertação de Israel, mas isto não seria coerente com o contexto. Sem
dúvida, Zacarias orava frequentemente pedindo essas coisas, mas a oração
mencionada era aquela em que ele pedia um filho. E lhe porás o nome de João.
Deus não apenas convocava e enviava os seus profetas, mas também frequentemente
lhes dava o nome. “João” significa “Jeová mostra graça” ou “a misericórdia” ou
“a graça de Jeová”.2 Este era um nome apropriado para alguém cujo ministério
demonstra tão claramente a lembrança e a misericórdia de Deus para com o seu
povo. Charles L.
Childers. Comentário Bíblico Beacon. Lucas. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 358-359.
2. José e Maria. Cerca de seis meses após o anúncio do nascimento de
João, o Batista, o anjo Gabriel é enviado a Nazaré, lugar onde moravam José e
sua noiva, Maria. Ela era uma virgem e estava noiva de José. O anúncio de que
ela geraria um filho, sem que para isso fosse necessário haver intercurso
sexual, deixou-a apreensiva (Lc 1.34). 0 anjo informa-lhe que desceria sobre
ela o Espírito Santo e o poder de Deus a envolveria com a sua sombra (Lc 1.35).
Aqui está o milagre da encarnação - O Filho de Deus fazendo-se carne, a fim de
que, através desse grande mistério, possamos alcançar a salvação (Jo 1.1,14).
Comentário
«...como será isto...». Este versículo afirma a intenção do autor de
ensinar o nascimento virginal de Jesus. Ver Luc. 1:27. Neste ponto começou o
segundo estágio da experiência espiritual de Maria—a perplexidade. (Ver notas,
no vs. 29, sobre os quatro estágios dessa experiência: temor e perplexidade
(vss. 29 e 34) e administração da graça divina e, finalmente, obediência (vss.
37 e 38). O pronunciamento do anjo causou-lhe espanto, porque suas implicações
eram gigantescas, e a perplexidade foi, aprofundada pelo pensamento, que Maria
compreendeu pelo menos em parte, que aquele grande Filho haveria de nascer de
uma virgem. Maria ficara perplexa ante o fato de que ela haveria de ser a
progenitora do Messias davídico, e também porque isso era um anúncio virtual de
que teria um filho antes da consumação de seu matrimônio, como ocorrência
inteiramente desvinculada desse casamento. Maria, mostrando-se digna
representante das mulheres da mais profunda confiança no Senhor,—não requereu
um sinal—ou qualquer espécie de confirmação, mas aceitou a declaração por um
notável ato de fé. O vs. 45 afirma a sua crença: «Bem-aventurada a que creu,
porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor».
«...descerá sobre ti o Espirito Santo. ..» Diz Bengel, in loc: «O que denota a
operação mais suave e gentil do poder divino, indicando que o fogo divino não
consumiria a Maria, mas a tornaria frutífera». (Ver também Êx. 33:33 e Marc.
9:7). O mito clássico a respeito de Semele e Jove apresenta-o aparecendo a ela
com o mesmo aspecto que ele tinha no mais alto céu, e o resultado foi que ela
foi consumida pelo seu relâmpago, com todos os seus terrores e trovões. Mas
aqui é prometida a Maria—a glória—do resplendor divino, porém para encobrir a
Maria e servir-lhe de consolo, tal como uma nuvem que oculta os raios
consumidores do sol. A referência a Deus Pai, com o título de «Altíssimo», é
repetida neste caso. Ver vs. 32. «Filho de Deus». Embora esse apelativo tenha
uma aplicação mais ampla do que apenas o nome de «Cristo», e talvez não
contenha qualquer ideia de deidade, dependendo do contexto em que se encontra,
aparece aqui para indicar uma relação toda especial com Deus—provavelmente a
participação na mesma essência—assim ensinando indiretamente a divindade de
Cristo. Foi atribuído, sob diferentes circunstâncias a Israel, a reis e a
sacerdotes, como título. Em algumas referências, quando Cristo está em foco,
não há qualquer intenção de destacar essa relação especial com Deus ou com a
natureza divina de Jesus. Se acompanhar o uso dessa expressão pelas páginas
sagradas, haveremos de encontrar as seguintes declarações: 1. Jesus é
identificado com o personagem profético do Messias davídico do V.T. 2.
Reivindica uma relação especial, existente entre Jesus e Deus Pai. 3. Às vezes
indica a natureza divina de Jesus, e até mesmo a perfeita união com o Pai (João
5:19,30; 16:32; Heb. 1:3,4). 4. Embora tenha sido inicialmente aplicada ao
Messias davídico, posteriormente assume qualidades transcendentais e se torna
um título de Jesus Cristo, com o intuito de indicar a sua natureza divina. CHAMPLIN,
Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 2. pag. 16. A informação adicional que o anjo transmite a Maria, respondendo à sua
pergunta a respeito do nascimento deste príncipe. 1. A pergunta que ela faz é
apropriada: “Como se fará isto?”, v. 34. Como eu posso conceber um filho na
atualidade (pois foi isto o que o anjo quis dizer), se eu “não conheço varão”?
Deverá ser de outra maneira, e não pelo modo normal de concepção? Se for assim,
diga-me “como se fará isto?” Ela sabia que o Messias devia nascer de uma
virgem; e, se ela devia ser a sua mãe, ela queria saber como isto aconteceria.
Estas não eram palavras resultantes da sua falta de confiança, ou de qualquer
dúvida sobre o que o anjo lhe havia dito, mas de um desejo de receber mais
orientação. 2. A resposta que ela recebe é satisfatória, v. 35. (1) Ela irá
conceber pelo poder do “Espírito Santo”, cuja obra é santificar, e portanto,
santificar a virgem, para este propósito. O Espírito Santo é chamado de
“virtude do Altíssimo”. Ela pergunta “como se fará isto? Isto é suficiente para
ajudá-la a superar as dificuldades que parecem existir. Um poder divino o
realizará, não o poder de um anjo empregado para isto, como em outros milagres.
Mas, o poder do próprio “Espírito Santo”. (2) Ela não deve fazer perguntas a
respeito da maneira como isto se realizará, pois o Espírito Santo, sendo “a
virtude do Altíssimo”, irá cobri-la “com a sua sombra”, como a nuvem cobriu o
tabernáculo quando a glória de Deus tomou posse dele, para escondê-lo daqueles
que poderiam - com excessiva curiosidade - observar o que acontecia,
“bisbilhotando” os seus mistérios. A formação de cada bebê no útero, e a
entrada do espírito da vida nele, são mistérios da natureza; ninguém conhece “o
caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da que está grávida”,
Eclesiastes 11.5. Nós fomos formados no oculto, Salmos 139.15,16. A formação do
menino Jesus é um mistério ainda maior, sem controvérsia, “grande é o mistério
da piedade”, Deus manifestado em carne, 1 Timóteo 3.16. E uma coisa nova criada
na terra (Jr 31.22), a cujo respeito nós não devemos cobiçar conhecer além do
que está escrito. (3) A criança que ela irá conceber é santa, e portanto não
deve ser concebida da maneira normal, porque ela não deverá compartilhar da
corrupção e da contaminação comuns à natureza humana. O bebê é mencionado
enfaticamente como “o Santo”, como nunca houve; e Ele será chamado de “Filho de
Deus”, como o Filho de Deus por geração eterna, o que indica como Ele será
formado pelo Espírito Santo, nesta concepção. A sua natureza humana deveria ser
produzida desta maneira, como era adequado que fosse, pois se uniria à natureza
divina. HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição
completa.Editora CPAD. pag. 517.
CONHEÇA MAIS
*0 local de
nascimento do Salvador
“Jesus
nasceu em Belém, ao sul de Jerusalém, mas passou a infância e juventude em
Nazaré, cidade próxima ao mar da Galileia, no norte. Belém, o lugar onde Jesus
nasceu, é hoje uma região em conflito." Para conhecer mais leia Guia
Cristão de Leitura da Bíblia, CPAD, p. 21.
III - O
NASCIMENTO DE JESUS E OS CAMPONESES
1. A nobreza dos pobres. É um fato de fácil constatação o destaque que os
pobres recebem no Evangelho de Lucas. Quando deu início ao seu ministério,
Jesus o fez dizendo as seguintes palavras: "0 Espírito do Senhor é sobre
mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres" (Lc 4.18). Os pobres
faziam parte das bem-aventuranças de Jesus (Lc 6.20). Pobres são os carentes
tanto de bens materiais como espirituais. No anúncio do nascimento de Jesus, um
anjo do Senhor é enviado especialmente aos camponeses pobres que pastoreavam os
seus rebanhos no campo. Jesus veio para todos, independente da condição social.
O Filho de Deus dedicou total atenção as minorias do seu tempo: as mulheres,
crianças, gentios, leprosos, etc. Ele chegou a ser chamado de amigo de
publicanos e pecadores, pois estava sempre perto dos mais necessitados. Como
Igreja do Senhor, temos atendido os desvalidos em suas necessidades? Será que
temos seguido o exemplo do Salvador? Como "sal" da terra e
"luz" do mundo precisamos revelar Cristo aos carentes e necessitados,
pois eles conhecerão o amor de Cristo mediante as nossas ações.
Comentário
Evangelizar os pobres (18), ou “pregar o evangelho aos pobres”. O termo
evangelho significa “boas-novas” ou “boas notícias”. Os pobres pareciam mais
dispostos a ouvir Jesus. As suas necessidades faziam com que eles se voltassem
para o Salvador. Ninguém, rico ou pobre, consegue encontrar Jesus até que
perceba sua destituição espiritual, busque a Cristo, e confesse a Ele as suas
necessidades. Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Lucas. Editora CPAD.
Vol. 6. pag. 387. Por isso, a segunda coisa que Jesus diz para
caracterizar a proclamação que lhe fora confiada é que ela precisa ser levada
aos pobres, aos pedintes e mendicantes, isto é, aos que se encontram fracos e
com o coração deprimido, prostrando-se por isso em súplica perante Deus, uma
boa mensagem que alegra justamente a estes. – Por isso, lemos no v. 18: Ele me
enviou para evangelizar aos indigentes. A expressão “indigente” refere-se aos
materialmente pobres e que se tornaram também interiormente pobres pelo Espírito
Santo (cf. Comentário Esperança, Mateus, o exposto sobre Mt 5.3, p. 76s).
Aqueles que têm consciência dessa sua miséria (cf. a primeira bem-aventurança
do Sermão da Montanha) são receptivos para a boa nova da graça. “Jesus não se
considera enviado aos que acreditam que não precisam de ajuda nem de quem os
auxilie, mas àqueles que sofrem com a própria situação e com a situação do
mundo, esperando por socorro. É para estes que a mensagem de Jesus é notícia
alegre”, diz um comentarista. O fato de que as ilustrações são retiradas da
esfera social, anunciando primeiro aos indigentes e desprezados na vida a
salvação e alegria, não constitui apenas uma predileção de Lucas, mas está
profundamente embasado em toda a revelação de Deus com tal, porque representava
a vinda de Deus aos humanos. Não obstante Lucas não perde nenhuma oportunidade
para dar destaque especial a esse aspecto. Afinal, não há melhor forma de
retratar a graça do que pela condescendência com o que não é nada. Fritz
Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica
Esperança.
2. A realeza do Messias. A mensagem angélica anunciada aos
pastores que se encontravam no campo era que havia nascido na ''cidade de Davi,
[...] o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lc 2.11). Lucas lembra o fato
de que Cristo nasceu em Belém, cidade de Davi, cumprindo dessa forma a profecia
bíblica (Mq 5.2). Mas o Messias não apenas nasce em Belém, cidade de Davi, Ele
também possui realeza porque é da descendência de Davi, como atesta a sua
árvore genealógica (Lc 3.23-38). Mas não era só isso. Lucas também detalha como
o anjo de Deus falou da realeza do Messias aos camponeses! Ele é o Salvador, o
Cristo, o Senhor (Lc 2.11). Essas palavras proferidas pelo anjo, além de
mostrar a realeza do Messias, destacam também a sua divindade. Jesus é Deus
feito homem!
Comentário
«...nasceu na cidade de Davi...». Aqui encontramos o paradoxo da
encarnação. Quão estranhamente se combinam as palavras destes versículos: «...o
Salvador...Cristo, o Senhor...uma criança envolta em faixas e deitada em
manjedoura... Essas frases têm sido ouvidas e lidas tão frequentemente que a
primeira impressão deixada por elas já se embotou para muitos. Não obstante,
por si mesmas devem ter parecido a princípio impossíveis e inacreditáveis.
Seria uma manjedoura lugar próprio para aquele que foi enviado pelo Deus
altíssimo? Um estábulo seria o lugar onde se esperaria encontrar o Salvador
recém-nascido? No entanto, o mistério e a maravilha da encarnação se fazem
presentes precisamente no fato que essas coisas assim aconteceram. Pois por
ocasião do nascimento de Jesus, em Belém, e em tudo que a vida de Jesus haveria
de revelar posteriormente, encontramos a mensagem de que não somente existe
Deus, mas também que Deus se aproxima extraordinariamente de nós. Crer que Deus
está acima de nós é uma coisa. Crer que Deus é uma força suficiente para nós é
uma confiança inteiramente diferente, inspiradora. E crer que Deus é não
somente todo-poderoso, mas também se mostra todo-suficiente, e é Deus conosco,
Deus próximo de nós, é algo que nem podemos começar a compreender, e é a melhor
de todas as coisas» (Walter Russel Bowie, in loc.). Naturalmente que devemos
observar, em companhia de quase todos os comentaristas das Escrituras, que—a
humildade do nascimento—de Jesus concorda com a posição por ele ocupada na
vida, e com as suas maneiras. E também se coaduna com aqueles para quem veio
ministrar. Ele tratava com as pessoas em suas ocupações ordinárias, trabalhou
como carpinteiro, falava sobre mulheres que teciam e amassavam a massa, sobre o
semeador em seu trabalho de semeadura, e sobre os pastores que vigiavam os seus
rebanhos. Jesus cresceu como todo homem deve crescer, e desenvolveu-se como
todo homem deveria fazê-lo. Aprendeu a andar com Deus, e, na qualidade de
homem, desenvolveu grandes poderes espirituais. Jesus foi, ao mesmo tempo, o
caminho e o indicador do caminho. E do modo como ele andou também nos compete
andar; e assim como ele compartilhou plenamente de nossa natureza, assim também
haveremos de compartilhar plenamente da dele. (Ver humanidade de Cristo e sua
importância para nós, em Fil. 2:7, bem como a transformação de nossa natureza
na dele, em Rom. 8:29 e Efé. 1:23). «Existem alguns trechos, nas Escrituras,
onde as palavras Cristo e Senhor aparecem juntas. No cap. 23:2 temos Cristo, o
Rei, e em Atos 2:36 encontramos Cristo e Senhor. E não vejo outra maneira de
compreender a palavra ‘Senhor’ senão como um paralelo do termo hebraico Jeová»
(Alford, in loc., apoiado por outros comentaristas e intérpretes, como
Wordsworth). A conexão entre Cristo e Senhor também ocorre em Col. 3:24. O
povo, ao tempo do império romano, acostumara-se a intitular o imperador de
«Salvador»; mas os cristãos aplicam esse titulo a Jesus Cristo. Muitas
dificuldades e perseguições houve contra os cristãos, por causa dessa doutrina. CHAMPLIN,
Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 2. pag. 29.
IV - O
NASCIMENTO DE JESUS E O JUDAÍSMO
1. Judeus piedosos. Lucas mostra que o nascimento de
Jesus aconteceu sob o judaísmo piedoso. Ele ocorre dentro do contexto daqueles
que alimentavam a esperança messiânica. São pessoas piedosas que aguardavam o
Messias e, quando Ele se revelou, elas prontamente o reconheceram.
Primeiramente, Lucas cita Zacarias, um sacerdote piedoso e sua esposa, Isabel.
A Escritura sublinha que ambos eram justos diante de Deus e viviam
irrepreensivelmente nos preceitos e mandamentos do Senhor (Lc 1.6). Lucas
apresenta também Simeão, outro judeu piedoso de Jerusalém, e que esperava a
consolação de Israel. A ele foi revelado, pelo Espírito Santo, que não morreria
antes que visse o Messias {Lc 2.25,26). Da mesma forma a profetisa Ana, uma
viúva piedosa, que continuamente orava a Deus e jejuava. Quando viu o menino
Jesus, deu graças a Deus por Ele e falava da sua missão messiânica (Lc
2.36-38).
Comentário
Simeão era nome bem comum, e com esse nome figuram diversos personagens
bíblicos bem conhecidos. Alguns têm pensado que esse Simeão tivesse sido filho
dó famoso rabino Hilel e pai de Gamaliel, mencionado em Atos 5:34, e que foi o
mestre de Saulo de Tarso. Acerca disso não possuímos qualquer informação
segura. Mas os pormenores com que contamos são suficientes em si mesmos. Simeão
era homem justo, piedoso, devoto (palavra empregada somente por Lucas, neste
ponto, e em parte alguma do N.T. encontrada além desta passagem; significa
temente a Deus, e os seus cognatos podem ser encontrados em Heb. 4:5-7 e 12:28.
Quando aplicada a questões religiosas enfatiza o elemento da circunspecção, da
cautela, da observância cuidadosa dos preceitos divinos, e por isso mesmo
expressa muito bem a ideia da piedade, segundo é retratada no V.T., com suas
muitas leis e ordenanças. Ver também Atos 2:5). Esse homem, pois, esperava a
consolação de Israel, o que é uma referência direta à promessa e às profecias
messiânicas. Pelo texto também ficamos sabendo que ele recebeu uma revelação
especial para entender aquele acontecimento, e que o mesmo deveria estar bem
próximo. (Ver os vss. 35 e 30). O vs. 35 indica, igualmente, que ele percebeu
que o sofrimento faria parte do destino do Messias, tanto quanto a glória; mas
essa glória futura do Messias não é omitida. Se Simeão entendeu ou não
perfeitamente tudo quanto estava envolvido nessas profecias, não sabemos dizer;
mas o mais certo é que ele não percebia todo o seu alcance. Lemos, na história,
que Simeão não era o único a esperar pelo Messias, naqueles dias, pois através
da leitura das profecias de Daniel, tal como aquela encontrada em Dan. 9:26, um
remanescente esperava o cumprimento das promessas messiânicas justamente no
tempo de Jesus Cristo. Algumas lendas se têm desenvolvido em torno da pessoa de
Simeão, como no caso de muitas outras histórias presas ao Antigo ou ao Novo Testamentos,
onde realmente não possuímos qualquer informação sólida que esclareça as
identidades. Entretanto, o evangelista teve o cuidado de tornar conhecida a
identidade desse homem quanto ao seu estado espiritual, embora não nos
informasse sobre as suas circunstâncias humanas. A inscrição na lápide de um
soldado, no estado de Virgínia, nos Estados Unidos da América do Norte,
expressa a mesma ideia, ao dizer: «Quem foram eles, ninguém sabe; que foram
eles, todos sabem». «Revelara-lhe o Espírito Santo...». Certa passagem, em
Eyth. Zig,, menciona uma tradição com esse sentido; mas provavelmente não é uma
tradição separada, mas apenas uma tradição que procura ornar o texto. Sabemos
tão-somente que Simeão gozava de uma presença especial do Espírito Santo e sua
orientação, análoga àquela forma superior de vida espiritual que, em dias mais
antigos, era expressa pela expressão «andar com-Deus». Lucas indica que, por
causa dessa unção especial do espírito, Simeão foi conduzido ao templo naquele
dia particular, e que reconheceu ao Cristo. Tudo isso parece indicar alguma
forma especial de manifestação do Espírito Santo em sua vida. Não lemos que a
Simeão tivesse sido revelado qualquer coisa sobre Jesus, sobre as narrativas
acerca de seu nascimento, sobre o milagre de sua concepção virginal ou sobre as
visitações angelicais; não obstante, reconheceu a identidade da criança. Bengel
observa a doce antítese que aqui aparece entre dois espetáculos, o fato de ter
visto «o Cristo do Senhor», antes que ele «visse a morte». Lange observa
admiravelmente que «Simeão, no sentido mais nobre do termo, é o eterno judeu do
Velho Pacto que não pode morrer antes de ter visto o Messias prometido. Foi-lhe
permitido dormir na paz de seu Senhor, antes da crucificação dele». A expressão
«o Cristo do Senhor » é um título judaico, anterior ao cristianismo, que
significa «o Messias de Deus», isto é, o ungido de Deus. CHAMPLIN,
Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 2. pag. 33.
2. Rituais sagrados. Lucas coloca o cristianismo dentro do contexto do
judaísmo e não como uma seita derivada deste. Como qualquer judeu de seu tempo,
Jesus se submete aos rituais da religião judaica (Lc 2.21-24). Como Homem
Perfeito, Ele cumpriu toda a lei de Moisés.
Comentário
«...circuncidado o menino, deram-lhe o nome Jesus...» Uma vez mais vemos
que uma criança recebe nome por ocasião de sua circuncisão. Quanto a uma
explicação completa a esse respeito, bem como acerca do sentido e da história
do rito da circuncisão, ver as notas em Luc. 1:59. «Jesus». (Luc. 1:31). Lucas
teve o cuidado de salientar que esse nome foi dado de acordo com a proclamação
angelical (1:31). «..purificação deles...» Alguns manuscritos, principalmente o
códex (D) dizem dela, referindo-se à purificação de Maria após o parto, e isso
é seguido por algumas traduções, tal como a KJ; mas essa alteração de «deles»
para «dela» foi efetuada a fim de fazer o texto conformar-se à regulamentação
de Lev. 12:6. Assim sendo, quase todos os mss e traduções dizem «deles». Após o
parto, a mulher ficava cerimonialmente impura (separada da adoração formal)
durante quarenta dias, se o filho fosse do sexo masculino, e durante oitenta
dias, se fosse uma menina. (Ver Lev. 12:1-8. onde se leem esses regulamentos
bíblicos). A impureza podia ser física. cerimonial ou moral. Aquele que
participasse da adoração deveria ser fisicamente puro, além de estar
cerimonialmente limpo (mediante observância de muitas leis variegadas
concernentes ao que podia ser tocado, comido, etc.) e moralmente limpo, através
da observância da lei moral, Principalmente os dez mandamentos. É possível que
o fluxo de sangue, após o nascimento de uma criança, assim tomando a mãe
supostamente «fisicamente inquira», tivesse dado lugar a esse regulamento e à
subsequente cerimônia de purificação da mãe. No N .T., o evangelho eliminou
tais leis como princípios de adoração. Embora muitas delas são proveitosas como
medidas de higiene. Os judeus ampliavam a grandes proporções as coisas mais
comezinhas, e algumas leis, que eles mesmos reputavam secundárias, acerca da
impureza, eram observadas como grandes questões religiosas. No fim do período
do tempo designado pela lei, a mãe oferecia certos sacrifícios no templo,
estipulados pela lei, devido à sua impureza, e assim ela ficava cerimonialmente
limpa. «.. .para o apresentarem ao Senhor. » Isso foi feito de conformidade com
a estipulação de Êx. 13:2, quando o primogênito era criança do sexo masculino.
Obviamente era um testemunho da ideia do sacerdócio dos primogênitos, como
sobrevivente da ideia em prática, mesmo depois das funções desse sacerdócio
terem sido superadas pelo sacerdócio dos filhos de Aarão. Os primogênitos de
cada família ainda tinham por obrigação levar uma vida consagrada e tinham de
reputar-se pessoas dedicadas a certos misteres especiais. (Ver Heb. 12:23, que
indica que todos os crentes devem pensar sobre si mesmos nesses termos,
porquanto todos os crentes são «primogênitos» e «primícias» da humanidade,
segundo aprendemos em Tia. 1:18). Como expressão formal dessa obrigação, o
pagamento de pequena quantia em dinheiro era esperado, feito ao sacerdócio
aarônico (ver Núm. 18:15). O rito da apresentação era diferente do rito da
purificação, mas é patente que os dois ritos são mesclados nesta narrativa de
Lucas. A lei provia a «redenção» dos meninos primogênitos mediante a oferta de
um substituto (Êx. 13:13), mas Lucas omite qualquer menção sobre isso. Lucas
apresenta—o quadro inteiro—como apresentação do menino Jesus ao serviço de
Deus, e a história foi arranjada de acordo com a narrativa acerca de Samuel,
que encontramos na passagem de I Sam. 1:24-28. «...para oferecer um
sacrifício... » A citação é tirada de Lev. 12:8, e isso fala sobre o sacrifício
que deveria ser oferecido pela mãe pobre, incapaz de oferecer um cordeiro; em
outras palavras, era o sacrifício oferecido pelos pobres, o que nos serve para
indicar o estado financeiro da família de José. O preço dos pombos seria o
equivalente a alguns poucos centavos. De conformidade com o trecho de Êx. 13:2-12,
todos os primogênitos deveriam ser redimidos por tal orientação como—memorial—
do fato que as famílias israelitas foram poupadas, quando o anjo destruidor
passou por cima do sangue, durante a «páscoa». Também lemos que se dois
pombinhos fossem dispendiosos demais para uma família, então poderia ser
oferecida uma porção de farinha de trigo, embora sem os usuais acompanhamentos
fragrantes de azeite e incenso, o que também se dava no caso da oferta pelo
pecado. (Ver Lev. 12:6-8 e 5:7-11). Assim sendo, vemos que a família do Senhor
Jesus era pobre, embora não vivesse em pobreza abjeta, posto que preferiram a
categoria intermediária. (Á visita dos magos, segundo ficou registrada
exclusivamente pelo evangelho de Mateus—2:1-12—mui provavelmente antecedeu a essa
ação no templo. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 32-33.
CONCLUSÃO
Já observamos que Lucas procura situar o nascimento
de Jesus dento do contexto histórico. Dessa forma ele dá detalhes sobre fatos
da história universal mostrando que Deus foi, é e continuará sendo Senhor da
História. É dentro dessa história que se cumpre as profecias. O Messias
prometido, diferentemente do Messias esperado pelos judeus, nasce em uma
manjedoura e não em um palácio. Os pobres, e não os ricos, são os convidados a
participar do seu natal. A Lógica do Reino de Deus se manifesta oposta à do reino
dos homens. Todos aqueles que se sentem carentes e necessitados são convidados
a participarem dele.
Comentário
“A religião judaica foi tipo que uma
"terra arada" e o cristianismo foi a semente plantada nessa terra.
Quando ocorreu a diáspora judaica, os judeus espalharam a ideia de que: iria
vir um messias, e ele ia ser a esperança do mundo, ele ia ter a salvação” Plenitude
dos tempos (Gálatas 4:4)-Danyllo Gomes, em http://verdadedocristianismo.blogspot.com.br/2012/03/plenitude-dos-tempos-galatas-44.html. Deus é soberano na história,
preparou o cenário para a aparição do Messias, no tempo exato. A “plenitude dos
tempos” é o tempo pré-determinado por Deus desde antes da fundação do mundo,
para libertar os que estavam debaixo da Lei, nos tornar Seus filhos pela adoção
de filhos que há em Jesus Cristo e tornar a congregar em Cristo todas as
coisas. A plenitude dos tempos é o momento histórico em que Deus se fez carne
para manifestar a Sua Graça e Verdade aos Seus filhos gentios. “NaquEle
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
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