O fenômeno sócio religioso desperta o interesse de jornalistas e do
público em geral, que vão atrás de detalhes e curiosidades de igrejas que
possuem alguma característica inusitada, como no caso da Igreja Evangélica
Jesus Lindo e Cheiroso (IEJLC).
A jornalista Bia Bonduki, do site Inacreditável no portal
Vírgula, visitou a igreja de nome diferente para descobrir o porquê os fiéis
acreditam que Jesus seria cheiroso. “A ideia de descobrir a origem do nome no
mínimo curioso surgiu durante uma reunião de pauta, e eu fui escalada para a
investigação”, conta Bia.
Numa conversa por telefone com a fundadora da denominação, a jornalista
descobriu que o nome surgiu de uma “revelação” que a missionária Alexandra
teve: “Na linha, missionária Alexandra, líder da igreja, ligando direto de
Imbituba, Santa Catarina, onde deve abrir uma filial da IEJLC. Minha primeira
pergunta foi sobre a origem do nome tão curioso. ‘Um dia, eu estava com muita
dor nas costas e comecei a orar. De repente, visualizei Jesus Cristo na minha
frente, curando meu sofrimento com um bálsamo. Senti um perfume muito bom e
tive vontade de repetir algumas vezes ‘Jesus, você é lindo e cheiroso’”.
Bia relata que na conversa, Alexandra relatou que sentiu “a necessidade
de começar um ministério para levar o Evangelho às pessoas”, e “há quase oito anos,
decidiu abrir uma igreja que levasse o nome de sua cura, aquele Jesus perfumado
que apareceu em sonho”.
A dificuldade enfrentada pela missionária, no entanto, foi maior do que
os demais fundadores de igrejas encontram: “Como uma pessoa em missão, os
obstáculos a superar foram muitos. A princípio, nem o cartório onde Alexandra
queria registrar a marca queria permitir um nome tão incomum. ‘Achavam que era
uma brincadeira desrespeitosa’, conta. As outras igrejas evangélicas também
demonstraram preconceito com o nome, e Alexandra diz ter virado motivo de
chacota na internet. ‘Pregamos o mesmo Evangelho, mostramos o mesmo Jesus que a
Bíblia e acreditamos na cura pelo Senhor. Não entendo por que tantas críticas’,
a missionária desabafa”.
Porém, Bia Bonduki não escapou da tradição das igrejas evangélicas
pentecostais, e foi apresentada aos fiéis que participavam do culto: “Já na
hora de ir embora, fomos convidados a participar de uma oração. De frente para
os fiéis, apresentada como a ‘jornalista Ana Beatriz’, tive que contar como
fiquei sabendo da igreja em um microfone. Recebi de volta um coro dando
boas-vindas a nós, novatos. Então começou a oração: entre exclamações de
‘aleluia’ e ‘glória a Deus’ dos fiéis, de mãos erguidas, fomos ungidos e
abençoados por André e outra pastora. Segundo ela, ‘meu sofrimento estava
prestes a acabar’ e ‘alguém especial’ apareceria em minha vida. Saímos de lá
com o perfume cheiroso de Jesus em nossas roupas, mãos e cabelo, prontos para
enfrentar mais uma semana”, resumiu.
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