A arquidiocese da Igreja Católica de Milwaukee, nos
Estados Unidos, se negou a repassar parte dos fundos que a denominação
arrecadou através de dízimos e ofertas às vítimas de abusos sexuais, alegando
que seu “direito de liberdade religiosa” seria desrespeitado se fosse obrigada
a pagar as indenizações.
Com um valor de aproximadamente US$ 55 milhões em
caixa, a arquidiocese se negou a usar esse valor para cobrir as despesas
judiciais dos processos movidos pelas vítimas, e argumentou que os valores
estavam reservados para a manutenção de cemitérios e mausoléus.
Segundo informações do site Think Progress, ao
menos 45 padres e/ou bispos do estado de Milwaukee são acusados de abusar
sexualmente de crianças. Um dos sacerdotes processados é suspeito de ter
molestado cerca de 200 meninos com deficiência auditiva.
Em 2011, a arquidiocese de Milwaukee declarou
falência por conta dos altos encargos financeiros resultantes dos processos
judiciais.
No entanto, o Tribunal de Apelações do estado
declarou que a alegação da arquidiocese sobre sua liberdade religiosa não era
cabível, e definiu que o direito das vítimas à indenização não pode ser
ignorado por um princípio que foi ultrajado pelos próprios sacerdotes.
O caso ainda não está encerrado e poderá ter novos
capítulos nas próximas semanas ou meses.
O papa Francisco já se posicionou algumas vezes
sobre o assunto e demonstrou ter vergonha desse capítulo na história da Igreja
Católica, além de determinar que não sejam encobertos os acusados de abusos
sexuais.
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