Sacerdote franciscano afirmou que as vezes os padres são seduzidos pelos menores |
Uma década depois que uma investigação sobre
casos de abuso sexual do clero norte-americano feita pelo jornal Boston Globe,
os alicerces da Igreja Católica dos EUA continuam sendo abalados. Padres e
bispos foram processados e algumas igrejas decretaram falência alegando que não
poderiam pagar as indenizações milionárias pedidas
pelas vítimas. Recentemente, o Monsenhor William Lynn , ex-secretário para o
clero da Arquidiocese de Filadélfia foi a julgamento, uma situação até então
inédita.
O National Catholic Register publicou esta semana
as respostas de Groeschel sobre o seu trabalho com os frades conservadores do
movimento da Renovação, uma ordem separatista que ele fundou há 25 anos. A
conversa tomou um rumo inesperado quando o repórter perguntou como padre de 78
anos lidava com os religiosos envolvidos em casos de abuso sexual.
“As pessoas têm essa imagem em suas mentes de um
psicopata, alguém que planeja essas coisas”, respondeu Groeschel. “Mas isso não
é sempre verdade. Suponha que você teve um colapso nervoso, e um jovem se
aproxima depois. Em muitos dos casos, o jovem de 14, 16, 18 anos é o sedutor”.
Além disso, Groeschel manifestou sua convicção de
que a maioria desses “relacionamentos” são heterossexuais, e que as relações
sexuais entre homens e meninos historicamente não eram consideradas como crime.
“Se você voltar 10 ou 15 anos atrás, pensando
sobre diferentes dificuldades sexuais – com exceção de estupro ou violência –
muito raramente alguém viu isso como um crime… Estou inclinado a pensar, que
[um sacerdote] em primeiro lugar, não deveria ir para a cadeia porque sua intenção não era
cometer um crime”.
Obviamente essas afirmações geraram protestos
dentro e fora da comunidade católica. Em especial porque Groeschel é uma voz
influente nas dioceses americanas, pois além de ser autor de vários livros e
aparece semanalmente em uma rede de televisão católica.
O sacerdote possui doutorado em psicologia pela
Universidade de Columbia e coordena o Trinity Retreat, um centro de oração e de
estudo voltado para o clero que ele mesmo fundou. Ele também é professor de
psicologia pastoral no Seminário Saint Joseph, da Arquidiocese de Nova York.
Ele já acompanhou vários padres que foram afastados de suas funções por terem se envolvidos em casos de abuso.
Por causa da má repercussão de suas palavras, ele emitiu hoje uma nota oficial se desculpando:
Ele já acompanhou vários padres que foram afastados de suas funções por terem se envolvidos em casos de abuso.
Por causa da má repercussão de suas palavras, ele emitiu hoje uma nota oficial se desculpando:
“Peço desculpas por meus comentários. Eu não
tinha a intenção de culpar as vítimas. Um padre (ou qualquer outra pessoa) que
abusa de um menor está sempre errado e é sempre responsável. Minha mente e meu
jeito de me expressar já não são tão claros quanto costumavam ser. Eu passei
minha vida tentando ajudar os outros dando o melhor que eu podia. Lamento
profundamente qualquer dano que possa ter causado”.
Traduzido de Huffington Post
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