Desde terça-feira uma sucessão de graves ataques a empresas e embaixadas dos Estados Unidos no Oriente Médio e Norte da África tem deixado as missões diplomáticas dos EUA e Israel em estado de alerta. Essa “onda de violência” causada por um filme anti-islâmico postado na Internet continua a se espalhar pelo mundo. Manifestantes muçulmanos na Jordânia, Bangladesh, Irã, Iraque, Sudão, Tunísia e Israel realizaram algum tipo de protesto.
Mesmo após o Ministro do Interior da Líbia ter
anunciado a prisão de quatro suspeitos do ataque ao órgão americano que
culminou na morte do cônsul americano, não há expectativa de paz na região.
As embaixadas da Alemanha e do Reino Unido foram
tacadas no Sudão hoje. Em Cartum, a capital, cerca de 500 manifestantes
colocaram fogo nos prédio dos dois órgãos internacionais. Eles subsituíram as
bandeiras alemã e britânica por uma islâmica.
No Líbano, um restaurante da rede KFC foi
incendiado em Trípoli, e uma pessoa morreu.
Pelo menos cinco pessoas morreram e 28 ficaram
feridas em um confronto entre manifestantes e forças de segurança da Tunísia. O papa está no país e a segurança
foi reforçado pelo medo de atentados.
Em Sanaa, capital do Iêmen, também foram
registrados ataques. No Egito, a polícia precisou usar gás lacrimogêneo para
manter as multidões longe da embaixada dos EUA, mesmo assim sete pessoas
ficaram feridas nos confrontos. Segundo os porta-vozes das embaixadas da
Alemanha e do Reino Unido, ninguém foi ferido durante a manifestação.
Manifestantes atacam restaurantes na cidade de Trípoli, no Libano. Uma pessoa foi morta. |
Tradicionalmente, o período após as orações
semanais de sexta-feira é um momento de protesto no mundo muçulmano. Enquanto
isso, os agentes do FBI estão a caminho da Líbia para ajudar na investigação
dos ataques. “Nós estamos indo para trazer à justiça aqueles que mataram nossos
irmãos americanos”, disse Obama. “Eu quero que as pessoas ao redor do mundo me
ouçam: Para todos aqueles que nos fazem mal, nenhum ato de terror ficará
impune”. Mas a comunidade internacional questiona se os Estados Unidos não
poderiam ter evitado os ataques.
Um jornal britânico citou uma fonte diplomática,
dizendo que o Departamento de Estado os EUA tinha informações sobre o caso 48
horas antes da multidão atacar o consulado em Benghazi, na Líbia, e a embaixada
no Egito. Mesmo assim, nenhum aviso foi dado para que os diplomatas ficassem
alerta. A administração Obama nega esses relatórios.
As declarações do candidato presidencial
republicano Mitt Romney causaram mais constrangimento: “O mundo precisa de
liderança americana”, disse Romney. “O Oriente Médio precisa de liderança
americana e tenho a intenção de ser um presidente que ofereça a liderança
adequada e que a América continue sendo admirada em todo o mundo”.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério de
Relações Exteriores do Brasil, “não houve nenhuma ameaça concreta contra o
país”. O Itamaraty disse que as representações brasileiras em países árabes
darão “a maior atenção possível à segurança” de seus diplomatas.
O Itamaraty afirmou também que está monitorando as
comunidades brasileiras espalhadas pelos países atingidos pela onda de
protestos.
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