Em sua coluna no site da rádio Jovem Pan, Sheherazade lembrou da
iniciativa do pastor Marco Feliciano (PSC-SP), que convocou uma audiência pública na
Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados para
tratar do assunto.
“Quero falar de um tipo de preconceito silencioso e
pouco difundido que sofrem os chamados ex-gays – homossexuais que, por razões
diversas (religiosas, sociais ou de foro íntimo), decidiram deixar a prática ou
a condição de homossexuais. […] Os ex-homossexuais enfrentam duplo preconceito da sociedade:
tanto dos héteros, quanto dos certos grupos LGBT, que os tratam como
dissimulados, fingidos ou doentes mentais”, pontuou Sheherazade.
De acordo com a jornalista, “nove ex-gays foram convidados a participar
da audiência [pública convocada por Feliciano] e contar, aos parlamentares,
seus dilemas, seus sofrimentos, e o preconceito de que são vítimas”, acrescentando
que “a intenção é cobrar proteção do Estado a essas pessoas, por se tratarem da
minoria de uma minoria”.
Sheherazade lembrou ainda da atuação da psicóloga Marisa Lobo, que há
anos enfrenta uma batalha pelo direito dos homossexuais que desejam abandonar a
prática e/ou condição e buscam auxílio de psicólogos para contornar seus
dilemas, mas são impedidos porque uma resolução do Conselho Federal de
Psicologia (CFP) impede os profissionais da área de tratarem do tema durante as
sessões de terapia.
“Apesar da forte discriminação, os novos héteros não têm medo de mostrar
o rosto, nem de relatar suas sofridas histórias de vida. Vídeos de ex-gays
estão se proliferando nas redes sociais, com um alerta em comum: ‘Eu existo’. A
psicóloga Marisa Lobo é uma das que apoiam e reconhecem a condição dos ex-gays.
Ela está redigindo um relatório para ser entregue à ONU, onde descreve cerca de
cem casos de gays e lésbicas que mudaram sua opção sexual”, afirmou a
jornalista.
Em sua conclusão, Rachel Sheherazade destaca que é importante dar voz
aos oprimidos por aqueles que se apresentam como vítimas: “Se gays não têm
cura, pois a homossexualidade não é, definitivamente, uma doença, eles têm ao
menos o direito de tentar mudar de opção, se assim o quiserem. A isso, damos o
nome de livre-arbítrio”, destacou.
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