Estamos disponibilizando pra você
todo início de semana, mais um comentário sobre cada lição da EBD. Assim
fazemos, para que os irmãos possam melhor preparar sua aula. Cada item, tem um
comentário, para que o amado leitor entenda melhor os tópicos da lição.
Estudaremos esta semana a lição de nº 7 desse segundo trimestre, que tem como
título: PODER SOBRE AS DOENÇAS E MORTE. Para cada tópico, deixamos o
nosso comentário. Fizemos cuidadosa pesquisa a respeito dessa tão importante
lição. Buscamos auxílio e Ainda recorremos a vários mestres no assunto, para
que pudéssemos aplicá-lo para o seu melhor entendimento. Em caso de
dúvidas com relação ao assunto, deixe seu comentário, a sua dúvida, no final
desta postagem, que responderemos com todo prazer a sua pergunta. Espero
que satisfaça a todos e uma boa aula.
INTRODUÇÃO
As doenças, enfermidades e a morte existem como
consequências da entrada do pecado no mundo. Escrevendo aos Romanos,
Paulo afirma que "como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que
todos pecaram" (Rm 5.12). Jesus, o Messias prometido nas Escrituras, veio
para tratar do problema do pecado e das suas consequências (Is 53.4-7; 6.1,2).
Com esse fim, Jesus, durante o seu ministério terreno, curou doentes e
ressuscitou os mortos (Mt 8.14-17; Lc 7.11-15). Todos os evangelistas,
especialmente Lucas, destacam esse fato (Lc 4.16-19). Nesta lição, vamos
estudar alguns dos registros bíblicos sobre a autoridade do Senhor para curar
doentes e ressuscitar os mortos.
Comentário
Lucas 2.52 diz: “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça
para com Deus e os homens” – Jesus, com qualquer um de nós, foi um ser
integral: somático, social, intelectual e espiritual. Martin Luther King diz
que a religião trata com o céu e
com a terra. Trata com o corpo e com a alma. A entrada do pecado na
criação não só separou o homem de Deus, mas também separou o homem de si mesmo
e, desde então, o homem tem sido é um ser em conflito, um ser doente, vivendo
numa natureza que também está doente e gemendo. Deus não se interessa apenas
pelo nosso espírito, mas o nosso corpo também é importante para Ele. O
movimento pietista do
século XVII defendia a tese de que Deus queria apenas a salvação da alma e não
tinha interesse no bem estar do corpo. Na contra-mão desse movimento, a Palavra
de Deus afirma o valor do corpo humano: 1) ele é santuário de Deus (1 Co
6:19,20); 2); é instrumento de adoração (Rm 12:1); 3); Devemos glorificar a
Deus no e através do corpo; 4), e por fim, o corpo será glorificado (Rm 8:11).
Não obstante isso, é sabido que o corpo humano está, agora, sujeito às
enfermidade e à morte, estes dois inimigos têm uma prevalência universal – A
doença está em toda parte: países ricos e pobres, frios e quentes. Velhos e
jovens adoecem e morrem em todo o mundo. Sabemos, ainda, que o fato de sermos
servos de Deus, Sua graça não nos isenta da doença e da morte. Porém, Jesus
veio ao mundo para nos libertar do poder do pecado. A cura divina faz parte da
sua obra expiatória.
I - DOENÇAS, PERDÃO E CURA
1. Culpa, perdão e cura. Certa
vez, Jesus disse a um paralítico que o perdoava, e os escribas e fariseus
murmuraram entre si: "Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode perdoar
pecados, senão Deus?" (Lc 5.21) Foi por causa dessa incredulidade que o
Senhor propôs: "Qual é mais fácil? Dizer: Os teus pecados te são
perdoados, ou dizer: Levanta-te e anda?" (Lc 5.23).
As palavras de Jesus provocaram espanto na cidade
de Cafarnaum. Antes de declarar o paralítico curado, Jesus primeiramente
proferiu uma palavra de perdão. No contexto do Antigo Testamento, o pecado e as
doenças eram conceitos inter-relacionados (Sl 103.3). Essa era a crença popular
de Israel nos dias de Jesus, e o contexto mostra que o paralítico também
pensava assim. O ensino neotestamentário revelará que, de fato, há uma relação
entre o pecado e as doenças (Jo 5.14; Tg 5.15,16). Todavia, devemos observar
que nem sempre a lei de causa e efeito pode ser usada para justificar
determinadas doenças ou fatos ocorridos (Jo 9.1,2; Lc 13.1-5). Na narrativa
lucana, Jesus, o Filho do Homem, demonstrou o seu poder tratando o problema da
alma, removendo a culpa e depois cuidou do corpo, removendo a enfermidade (Lc
5.24).
Comentário
Podemos
traçar biblicamente dez causas das enfermidades:
1.O pecado
original – Rm 5:12
2.O pecado
pessoal não confessado – Tg 5:14-16; Jo 5:14; 1 Co 11:30; Sl 32 e 38
3.Ingerência
de Satanás – Jó 1 e 2; Lc 13
4.Desobediência
aos mandamentos de Deus – Ex 15:26; Dt 28 – Os mandamentos de Deus na lei
(sobre circuncisão, lepra, higiene, gorduras).
5.Inobservância
das leis naturais de Deus – higiene, cuidado com o corpo, alimentos, sono, etc
6.Problemas
naturais – Catástrofes, acidentes, terremotos, enchentes
7.Epidemias
– dengue, etc
8.Vícios e
vida desregrada – álcool, fumo, drogas, sexo irresponsável, ansiedade
9.Castigo de
Deus – Dt 28
10.Manifestar
a glória de Deus – João 9 e 11.
C.S.Lewis
afirma: “A enfermidade em si mesma é um mal, mas Deus pode transformá-la em bem
para cumprir os seus propósitos – João 9 e João 11; 1 Sm 1:5,6; Rm 8:28. Na
doença Deus grita conosco”, e de fato, ela ajuda os homens a lembrarem-se da
morte. Jesus estava ensinando numa casa quando o teto se abriu e alguns amigos
desceram um paralítico numa maca bem na frente dele (Lucas 5.17-20). Dentro
desta casa, estavam membros de dois grupos religiosos importantes de Israel: os
fariseus e os mestres da Lei de Moisés. Quando o paralítico foi colocado em sua
frente, a primeira frase de Jesus para ele foi: “homem, os teus pecados estão
perdoados” (v. 20). Ao ouvir isto, os fariseus murmuram. Jesus então, propõe um
problema para eles resolverem: o
que é mais fácil: curar um homem paralítico e fazê-lo andar ou perdoar seus
pecados? Para os fariseus, um homem só era curado quando seus
pecados eram perdoados por Deus. Jesus está dizendo-lhes que, para ele (Jesus)
qualquer um dos dois atos (curar ou perdoar pecados) podem ser feitos com
facilidade. Ele tem poder para os dois!
2. A ação de Satanás. É
um fato bíblico que toda doença e enfermidade existem como consequência da
entrada do pecado no mundo (Gn 2.17). Por outro lado, a Escritura mostra também
que há enfermidades que vem por conta do julgamento de um pecado pessoal (1 Co
5.5; 11.30) enquanto outras, como demonstra Lucas, estão associadas à ação de
Satanás (Lc 13.10,11). Embora nem toda doença possa ser atribuída à ação
de demônios, todavia esse era o caso aqui. Quando confrontou o chefe da
sinagoga, Jesus deixou claro essa verdade (Lc 13.16). Jesus demonstrou seu
poder sobre a enfermidade e sobre aquele que a causara, Satanás.
Comentário
Existem posições extremadas sobre enfermidade e cura:
1) o diabo é o protagonista de todas as enfermidades;
2) Toda enfermidade é consequência de algum pecado não confessado;
3) A expiação inclui tanto o pecado como a enfermidade. Como somos
salvos por meio da cruz, devemos ser também curados por meio da cruz;
4) Se a enfermidade é obra de Satanás, devemos rejeitá-la como
rejeitamos o pecado. Quem está doente está em pecado;
5) Não devemos orar pela cura, dizendo: “Se for da tua vontade”;
6) É da vontade de Deus curar sempre;
7) A falta de fé e o pecado são a única causa que inibe a cura;
8) Deus não cura mais hoje;
9) Os dons cessaram.
Certamente, muitas enfermidades têm por causa a opressão maligna. Nesse
caso, a enfermidade é gerada pela atuação de um espírito maligno sobre o corpo
e ou a alma da pessoa. A Bíblia Sagrada nos apresenta dois casos desse tipo de
enfermidade. O primeiro é um menino endemoninhado, cuja história de libertação
está em Marcos 9.14-29. Pela ação de espíritos malignos, o menino era surdo,
mudo e epilético. O segundo é uma mulher encurvada, cuja história de libertação
está em Lucas 13.10-17. Pela ação de espíritos malignos, a mulher andava
curvada e não conseguia se endireitar. Contudo, não podemos ir ao extremo de
defender que toda enfermidade seja de origem maligna, seria falta de
conhecimento bíblico! Muitas enfermidades têm por causa pecados não
confessados. Nesse caso, o pecado não confessado torna a pessoa vulnerável às
enfermidades, por estar sem a benção de Deus em sua vida. O texto de
Deuteronômio 28.21-22 trata sobre isso: “O
Senhor os encherá de doenças até bani-los da terra em que vocês estão entrando
para dela tomar posse. O Senhor os ferirá com doenças devastadoras, febre e
inflamação, com calor abrasador e seca, com ferrugem e mofo, que os infestarão
até que morram”. A Bíblia Sagrada nos apresenta dois casos desse tipo de
enfermidade. O paralítico no tanque de Betesda (Jo 5.1-15). Após ser curado por
Jesus, esse homem ouviu da parte dele: “Não
volte a pecar, para que algo pior não lhe aconteça” (v.14). O segundo é
Jeorão, rei de Judá (2Cr 21.4-20). Por ter feito o que o Senhor reprova, Jeorão
foi afligido com uma doença incurável nos intestinos, a qual se agravou e o
levou à morte.
II - RAZÕES PARA CURAR
1. A compaixão. Os
Evangelhos mostram que uma das razões da cura dos enfermos no ministério de
Jesus estava em sua capacidade de demonstrar compaixão (Lc 5.12,13). Você sabe
o que significa compaixão? Segundo o Dicionário Houaiss, significa:
"sentimento piedoso de simpatia para com a tragédia pessoal de outrem,
acompanhado do desejo de minorá-la". Jesus se identifica com o sofrimento
humano. Ele cura as enfermidades porque é misericordioso (Mc 3.5; Mt 20.34). E
você? Diante dos enfermos e necessitados, tem se mostrado compassivo?
Precisamos ser cheios do Espírito Santo para que nossos corações sejam repletos
de compaixão pelo próximo.
Comentário
Um aspecto da bondade e amor de Deus é a Sua misericórdia ou terna
compaixão. A palavra hebraica mais geralmente empregada para esta perfeição é chesed. Há outra palavra, porém, que expressa uma terna e profunda compaixão,
a saber, a palavra racham, às vezes lindamente traduzida por “terna
misericórdia”. A Septuaginta e o Novo Testamento empregam a palavra grega eleos para designar a misericórdia de Deus. Se a graça de Deus vê o homem como
culpado diante de Deus e, portanto, necessitado de perdão, a misericórdia de
Deus o vê como um ser que está suportando as consequências do pecado, que se
acha em lastimável condição, e que, portanto, necessita do socorro divino.
Pode-se definir a misericórdia divina como a bondade ou amor de Deus
demonstrado para com os que se acham na miséria ou na desgraça,
independentemente dos seus méritos. Em Sua misericórdia Deus se revela um Deus
compassivo, que tem pena dos que se acham na miséria e está sempre pronto a
aliviar a sua desgraça. Esta misericórdia é generosa, Dt 5.10; Sl 57.10; 86.5,
e os poetas de Israel se dedicam em entoar canções descrevendo-a como duradoura
e eterna, 1 Cr 16.34; 2 Cr 7.6; Sl 136; Ed 3.11. No Novo Testamento é muitas
vezes mencionada ao lado da graça de Deus, especialmente nas saudações, 1 Tm
1.2; 2 Tm 1.1; Tt 1.4. Repetidamente se nos diz que essa perfeição divina é
demonstrada para com os que temem a Deus, ex 20.2; Dt 7.9; Sl 86.5; Lc 1.50.
Não significa, porém, que se limita a eles, conquanto a desfrutem em medida
especial. As ternas misericórdias de Deus estão sobre todas as Suas obras, Sl
145.9, e até os que não O temem compartilham delas, Ez 18.23, 32; 33.11; Lc
6.35, 36. Não se pode apresentar a misericórdia de Deus como oposta à Sua
justiça. Ela é exercida somente em harmonia com a mais estrita justiça de Deus,
em vista dos méritos de Jesus Cristo. Outros termos empregados para expressar a
misericórdia de Deus são “piedade”, “compaixão”, “benignidade”.
2. Manifestação messiânica. Lucas
registra que em uma de suas visitas à cidade de Jericó, Jesus teve um encontro
com um mendigo cego (Lc 18.38-42). O relato nos revela outra razão para as
curas no ministério de Jesus - a revelação da sua natureza messiânica. O
título: "Filho de Davi" usado pelo mendigo era uma clara alusão ao
Messias prometido como mostram outros textos bíblicos (Mt 1.1; 12.23; 22.42).
Era uma atribuição do Messias curar os doentes (Is 61.1; Lc 4.18). De acordo
com Mateus, o Messias tomou sobre si, vicariamente, as nossas doenças e
enfermidades (Is 53.4,5; Mt 8.14-17).
Comentário
Jesus curou muitas pessoas, usando variados métodos: Cristo tocou (Mt
8:15); falou (Jo 5:8-9); usou cuspe (Mt 8:22-26); ungiu com lodo e saliva (Jo
9:6). Os apóstolos foram usados por Deus para curar os enfermos. Pedro curou o
paralítico no templo, Paulo curou o coxo em Listra. Deus cura sem os meios, com
os meios, e apesar dos meios, mas, às vezes, Deus resolve não curar. Exemplo:
Eliseu (2 Rs 13:14), Timóteo (1 Tm 5:23), Trófimo (2 Tm 4:20), Epafrodito (Fp
2:25-27), Paulo (2 Co 12:7).
“Dezessete versículos do Novo Testamento descrevem Jesus como o
"filho de Davi". Entretanto, uma pergunta surge: como é que Jesus
poderia ser o filho de Davi se Davi viveu cerca de 1000 anos antes de Jesus? A
resposta é que Cristo (o Messias) foi o cumprimento da profecia da descendência
de Davi (2 Samuel 7:14-16). Jesus era o Messias prometido, o que significa que
Ele era da descendência de Davi. Mateus 1 dá uma prova genealógica de que
Jesus, na Sua humanidade, foi um descendente direto de Davi por intermédio de
José, o pai legal de Jesus. A genealogia em Lucas, capítulo 3, dá a linhagem de
Jesus através de Sua mãe, Maria. Jesus é um descendente de Davi, por adoção
através de José e pelo sangue por meio de Maria. Primeiramente, porém, quando
referia-se a Cristo como o filho de Davi, a intenção era se referir ao Seu
título messiânico encontrado nas profecias do Antigo Testamento a Seu
respeito”. Chamá-lo de "Senhor" expressava um sentimento da divindade,
domínio e poder de Jesus, e ao chamá-lo "Filho de Davi", eles estavam
professando que Ele era o Messias.
III - AUTORIDADE PARA CURAR
1. Autoridade recebida.
Lucas, mais do que todos os outros evangelistas, associa a pessoa do
Espírito Santo ao ministério de cura de Jesus (Lc 4.16-18). O texto de Lucas
5.17 diz que antes da cura do paralítico de Cafarnaum a "virtude do Senhor
estava com ele para curar" (Lc 5.17). A palavra "virtude", do
grego dynamis é a mesma usada em Atos 1.8 para se referir ao poder do Espírito
Santo. Dymanis é o poder do Espírito Santo para realizar milagres. Jesus curava
os enfermos porque a unção do Espírito Santo estava sobre Ele. Esse é um fato
relevante na teologia de Lucas. Ele retrata Jesus como sendo cheio do Espírito
Santo (Lc 4.1), capacitado por esse mesmo Espírito para realizar milagres e
também para curar os doentes (Lc 4.14; 5.17).
Comentário
“... é o poder...”. Jesus disse:
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo...”, Atos 1:
8. A palavra poder é, no original, “dynamis”. Dela se derivam três outras
na Língua Portuguesa: a) Dinamite, que é um explosivo. O crente cheio do poder
do Espírito destrói todas as fortalezas do diabo. B) Dínamo, gerador de
energia. O crente cheio do poder do Espírito Santo é um gerador de energia
espiritual.
Jesus disse certa feita: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu
interior fluirão rios de águas vivas”, João 7: 38. c) Dinâmico, que se traduz
por movimento, capacidade, eficácia. Em outras palavras, o crente cheio do
poder do Espírito Santo é ativo, disposto e enfrenta qualquer desafio no
trabalho do Senhor. A Bíblia recomenda que sejamos cheios do Espírito: “... mas
enchei-vos do Espírito Santo”, Efésios 5: 18.
Sabem por que as portas do inferno não prevalecem contra a Igreja?
Porque ela é movida pelo poder do Espírito Santo, Mateus 16: 18, Atos 1: 8. Nos
tempos primitivos o império romano tentou impedir a progresso da igreja, mas
não conseguiu. Na idade média ou idade das trevas (séculos V a XV) houve
grandes investidas contra a igreja, mas nada pôde detê-la. Ainda hoje, muitas
são as investidas de Satanás, mas ela é mais do que vencedora, Romanos 8: 37.
2. Autoridade delegada. Se
por um lado Jesus é capacitado pelo Espírito Santo para realizar milagres, por
outro, Ele dá esse mesmo poder aos seus discípulos. Tendo o Mestre convocado os
Doze, concedeu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para
efetuarem curas. Também os enviou a pregar o Reino de Deus e a curar os
enfermos (Lc 9.1,2). Aquilo que Jesus começou a fazer pelo poder do Espírito
Santo teria continuidade através de seus seguidores. O Senhor delegou à Igreja
o mesmo poder que estava sobre si (Lc 9.1,2; 10.9,18,19; At 1.8; 4.8; 13.9).
Dessa forma a Igreja estaria capacitada a cumprir a sua missão. Quando a Igreja
negligencia a Terceira Pessoa da Trindade, perde não somente o seu foco, mas
também a sua identidade.
Comentário
O próprio
Messias resumiu a obra dos demônios com três verbos: matar, roubar e destruir
(Jo 10.10). Por isso, enquanto subjugadas no império das trevas, as
pessoas sofrem e adoecem emocional, moral e fisicamente. O Rei que nos
governa é Jeová Rafá, o Deus que cura. Os diferentes momentos em que Jesus
enviou os discípulos, ou exerceu o seu próprio ministério, deixam claras as
marcas da nossa vocação: “pregar o evangelho, curar os enfermos e expulsar os
demônios”. São três dimensões ministeriais -- “salvação, restauração e
libertação” -- e nenhuma delas deve ser exercida isoladamente; na verdade, uma
caminha para dentro da outra. Juntas, elas se constituem em expressão do reino
de Deus a irromper na vida cansada, destroçada e perdida do ser humano.
IV - A REDENÇÃO DO NOSSO CORPO
1. O reino presente. Jesus não
apenas demonstrou poder sobre as doenças e enfermidades, mas também sobre a
própria morte (Lc 8.53-55). Um dos aspectos da manifestação do Reino de Deus,
isto é, o domínio de Deus entre os homens, era a sua realidade já presente (Lc
17.20,21). As curas e ressurreições de mortos atestavam isso (Lc 7.22). Jesus
veio para destruir o poder do pecado e vencer a morte!
Comentário
O que é ‘Reino de Deus’? A palavra reino por si só significa “território
politicamente organizado e governado por um rei”. O Reino de Deus é governado
por Cristo; é o Reino de Cristo. Ele é uma realidade tanto presente como
futura. O Reino presente se refere a implantação e a expansão do Reino de
Cristo na Terra, ainda que não plenamente. Ou seja, Cristo veio à Terra e
implantou a Reino dos céus, ainda que não possamos gozar totalmente de todos os
privilégios que o Reino dos céus pode proporcionar. Assim, poderá se afirmar
que o Reino de Deus já está presente. Essa é uma verdade bíblica.
Complementando o sentido do Reino presente temos a característica futura do
Reino dos céus. O Reino futuro é o Reino em seu estado pleno; e se espera por
ele. É o gozo completo que está preparado para todos aqueles que amam a Deus (I
Co 9.6). O Reino de Deus (ou o Reino dos céus) é a realidade espiritual que
veio com Jesus, como cumprimento dos planos de Deus para a história, do qual os
profetas do Antigo Testamento falaram com freqüência (Is 11.1; Is 12.6). Nesse
sentido, o Reino foi profetizado pelos profetas, foi inaugurado na primeira
vinda de Cristo (o Reino se mostrava presente com Jesus e seus milagres são
sinais dele) e chegará ao seu estado pleno na segunda vinda de Cristo. Deus nos deu o Espírito Santo
para que possamos ser vitoriosos na vida cristã. Deus contrasta os feitos da
carne com o fruto do Espírito em Gálatas 5:16-25. Nessa passagem, somos
chamados a andar no Espírito. Todos os crentes já possuem o Espírito Santo, mas
esta passagem nos diz que precisamos andar no Espírito, cedendo ao Seu
controle. Isto significa escolher consistentemente seguir a direção do Espírito
Santo em nossas vidas ao invés de seguir a carne.
2. O reino futuro. Se por um
lado temos o Reino de Deus em seu aspecto presente, por outro temos o seu
aspecto futuro (Lc 21.31; 23.43). Como vimos, as curas dos doentes e a
ressurreição dos mortos registradas nos Evangelhos demonstravam a realidade
presente do Reino. Mas a realidade do Reino não foi manifesta em sua
totalidade. Pessoas continuam ainda lutando com doenças e mesmo aqueles que
foram ressuscitados por Cristo morreram posteriormente. O Reino em sua
plenitude só se consumará na segunda vinda de nosso Senhor, quando teremos a
redenção do nosso corpo e nunca mais haverá morte (Ap 21.4).
Comentário
Nos evangelhos sinóticos, a mensagem pregada por Jesus é identificada
como “o evangelho [boas novas] do reino” (Mt 4.23; 9.35; 24.14; Mc 1.14-15; Lc
4.43; 8.1; 16.16). Esse reino é o “reino de Deus” ou sua expressão sinônima
“reino dos céus”, que ocorre somente em Mateus (3.2; 4.17, etc.; ver, porém,
12.28; 19.24; 21.31,43). O Evangelho de João usa poucas vezes a expressão
“reino de Deus” (só em 3.3,5), possivelmente substituindo-a por conceitos equivalentes,
como “vida eterna”. Ao todo, a expressão ocorre mais de 80 vezes nos
evangelhos. Nos evangelhos, o reino num certo sentido já estava presente (Mt
12.28; Lc 17.21); todavia, a ênfase principal está na iminência da sua chegada
(Mt 3.2; 4.17; 10.7; Mc 1.15; 9.1; Lc 9.27; 10.9,11; 19.11; 21.31). Muitas
passagens falam do reino como uma realidade futura, escatológica (Mt 8.11s;
13.43; 26.29; Mc 14.25; Lc 13.28s; 14.15; 22.16,18; 23.42; 1 Co 15.50; 1 Ts
2.12; 2 Tm 4.1,18; Tg 2.5; 2 Pe 1.11; Ap 11.15; 12.10). A imagem profética de
Dn. 2 explica como Cristo vai voltar como a pequena pedra, e depois,
gradualmente, o Reino vai se expandir por todo o mundo (cf. Sl. 72:8). Isto
significa que o Reino de Deus não vai se localizar apenas em Jerusalém ou na
terra de Israel, como alguns sustentam, embora estas áreas, com certeza, serão
a sua região central. Aqueles que seguem a Cristo nesta vida serão "reis e
sacerdotes; e reinarão sobre a terra" (Ap. 5:10). Vamos reinar sobre
agrupamentos de vários números e tamanhos; um governará sobre dez cidades,
outro sobre cinco (Lucas 19:17). Cristo vai compartilhar do seu reinado sobre a
terra conosco (Ap. 2:27; 2 Tm. 2:12). "Reinará um rei (Jesus) com justiça,
e dominarão os príncipes (os crentes) segundo o juízo" (Is. 32:1; Sl.
45:16). Cristo irá reinar para sempre no restabelecido trono de Davi (Lucas
1:32,33), i.e. ele terá o lugar e a posição de governo de Davi, que foi em
Jerusalém. Como Cristo vai reinar de Jerusalém, esta será a capital do Reino
futuro. Será nesta área que um templo será construído (Ez. 40-48). Enquanto as
pessoas irão louvar a Deus em vários lugares por todo o mundo (Ml. 1:11), este
templo será um ponto focal de adoração mundial. As nações "subirão de ano
em ano para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e celebrar a festa dos
tabernáculos" ao redor do templo em Jerusalém (Zc. 14:16).
CONCLUSÃO
Ao curar os doentes e dar vida aos mortos, o Senhor
Jesus mostrou o seu poder sobre o pecado e suas consequências. As
pessoas que presenciavam o Filho do Homem realizar sinais e maravilhas
exclamavam admiradas: "Deus visitou o seu povo" (Lc 7.16). Deus
visitou um povo esquecido, sofredor, carente, oprimido e sem esperanças! Sim, o
Verbo havia se tornado carne para participar dos sofrimentos humanos. Ele tem
poder para curar as doenças físicas e espirituais da humanidade (Lc 9.11).
Comentário
A igreja precisa de voltar-se para a Palavra e examinar esse momento
assunto à luz das Escrituras. Não podemos bandear para o extremos perigoso
daqueles que dizem que Deus não cura mais hoje, nem cair na rede enganosa
daqueles que fazem promessas mentirosas de que Deus vai curar a todos
indistintamente. Ambas as posições não possuem amparo nas Escrituras. Fiquemos
com a verdade, ainda que ela não pareça tão popular! NaquEle que me garante: "Pela graça sois
salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Deus abençoe a todos!
Deus abençoe a todos!
Missionário Vicente Dudman
Profº. Teólogo.
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