As desavenças
começaram com uma menina de 12 anos de idade, que foi hostilizada na Escola
Estadual Embaixador Macedo de Soares por ser evangélica. No dia seguinte,
quarta-feira, 13 de maio, a irmã mais velha, de 16 anos, foi tirar satisfação e
terminou agredida.
“Elas disseram
que não gostavam do meu jeito, do meu cabelo. A diretora já tinha me avisado
que elas não gostavam do jeito que eu me arrumava. Elas ficavam me chamando de
‘zé povinho’, dizendo que eu ia perder o cabelo, essas coisas”, afirmou a
adolescente em entrevista à EPTV.
Em depoimento
à Polícia, ela contou que só foi tirar satisfação porque havia duas semanas que
sofria com as hostilidades.
No entanto, o
fato de a família ter ido procurar a Polícia causou ainda mais revolta nos
estudantes, que no dia seguinte, quinta-feira, 14 de maio, a agrediram após a
aula. Os pais e um dos tios da menina tentaram apartar a confusão e terminaram
agredidos também pelo grupo de cerca de30 pessoas.
O tio da
adolescente foi atingido por uma paulada na cabeça, desmaiou e continuou sendo
espancado, a pontapés. Socorrido após a chegada da Polícia Militar, o homem de
31 anos teve o rosto desfigurado e sofreu traumatismo craniano.
Internado na
Santa Casa de Barretos, ele passou por atendimento de emergência e recebeu
alta, porém deverá se submeter a uma cirurgia. A adolescente e os pais sofreram
apenas ferimentos leves.
A mãe da adolescente agredida preferiu
não se identificar à reportagem e falou que a determinação dos estudantes era
tanta, que mesmo com sua presença e do pai das meninas, continuaram agredindo
com socos e puxões de cabelo: “Eu peguei ela (sic) e levei embora. Mesmo com
ela dentro do carro, um menino ainda saiu puxando o cabelo dela. Eu tentando
sair da porta da escola e ele puxando o cabelo dela”, relembrou.
Agora as
filhas estão recebendo ameaças nas redes sociais, e a família, assustada,
considera deixar a cidade e voltar a Goiânia (GO), de onde vieram em busca de
emprego: “Eu me senti impotente. A covardia foi demais. Na hora, eu não tinha
para quem pedir socorro. Eles enfrentam os próprios coordenadores da escola. Eu
vou tirar as minhas filhas da escola e não sei nem se vou continuar na cidade.
Eu estou com medo”, disse a mãe.
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