“Só posso dizer que os humilhados um dia
serão exaltados. Isso está na Bíblia. Todo mundo erra. Até Jesus Cristo, que
era filho de Deus, errou”, argumentou Argôlo (foto), em depoimento à CPI numa
audiência realizada em Curitiba (PR).
No depoimento, Argôlo (que não
conseguiu se reeleger deputado nas últimas eleições) explicou aos parlamentares
que sua relação com o doleiro Alberto Youssef – peça central da Operação Lava
Jato – era de amizade, e não política: “Existia algo privado. Conheci o doleiro
como um empresário que tinha investimento no Estado da Bahia”, afirmou.
Argôlo foi indiciado esta semana pela
Polícia Federal sob acusação de receber propina do esquema operado pelo doleiro
na Petrobrás, segundo informações do Diário do Poder.
Na CPI, disse estar colaborando com a
Justiça: “Dos três ex-parlamentares fui o primeiro e único a prestar
depoimentos […] Eu apanhei e fui denunciado e criticado em ano eleitoral. Se
tudo isso fosse antes da eleição mudaria muito o resultado das eleições”,
disse, referindo-se aos ex-deputados André Vargas (paranaense, atualmente sem
partido após ser expulso do PT) e Pedro Corrêa (PP-PE).
Vargas
se negou a expor detalhes de sua relação com Youssef e dos negócios do
laboratório Labogen, investigado na Operação Lava Jato. O ex-deputado disse que
mantinha um relacionamento “à luz do dia” com o doleiro: “Eu o conheço há mais
de 30 anos. Eu o conheci vendendo coxinha no aeroporto de Londrina. Depois de
ele ter cumprido pena, ele se transformou no proprietário do maior hotel de
Londrina e é sócio ainda de um grande hotel em Aparecida do Norte”, concluiu.
Já Corrêa, condenado por corrupção no
escândalo do mensalão, negou ter recebido propina: “Se fosse verdade o conteúdo
das delações premiadas do Paulo Roberto Costa e do Alberto Youssef, eu teria
algo entre R$ 21 e R$ 25 milhões. Onde está este dinheiro?”, questionou.
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