
A
Justiça manteve a decisão da Vara da Infância e Juventude de Votuporanga e
obrigou a dona de casa A.L.C., 27 anos, a medicar a filha de 9 anos, portadora
de autismo. Segundo informações do Jornal Diário da Região ela havia suspendido
por conta própria os remédios indicados para a filha, portadora de necessidades
especiais. A mãe justificou a suspensão por ter recebido um sinal divino
através de um sonho.
O fato trouxe à tona a polêmica
da relação fé e medicina. A dona de casa afirma que recebeu um sinal de Deus
para deixar de fornecer os medicamentos à filha e que desta maneira ela seria
curada do autismo, uma doença psiquiátrica que altera o comportamento e é
classificada pela medicina como incurável .
A mensagem teria vindo por meio
de um sonho que a avó da garota, teria tido há um ano e meio. Evangélica e
membro da Igreja Pentecostal Deus é Amor, a mulher afirma que é fiel a Deus e
que os sinais e mensagens Dele na terra devem ser seguidos.
De acordo com a prescrição
médica, a menina precisa dos medicamentos para ficar calma e não agredir outras
pessoas. Sem os medicamentos, a mãe afirma que a filha continuou bem, mas
admite que os professores da escola onde a menor estuda reclamaram que ela
estava com comportamento alterado. “Elas falaram que ela tinha piorado,
mas não acredito nisso. Tenho fé de que Deus mandou essa mensagem e que ela
será curada”, diz.
Segundo funcionários da escola, a
menina agrediu funcionários da instituição, praticou autoagressão e estava com
oscilação de humor, sintomas de irritabilidade e ansiedade. Foi então que
questionaram a mãe e descobriram que ela havia parado de tomar remédio.
A escola então exigiu que a mãe.
assinasse um termo de responsabilidade por conta da ausência do remédio e
enviou o documento ao promotor da Vara da Infância e Juventude, que, por sua
vez, entrou com ação civil contra ela. Ao promotor, a dona de casa afirmou que
havia jogado fora os medicamentos, alegando motivos religiosos.
A Justiça diz que o direito da
criança à saúde se sobrepõe à crença religiosa da mãe.
Fonte: Pátio Notícias
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