O crime aconteceu em maio do ano passado, quando a criança tinha apenas
10 anos de idade. Na madrugada do dia 1º, o menino foi à sala de estar, onde
seu pai dormia, e o matou a tiros. Desde então, a criança está em um centro de
detenção para menores aguardando o julgamento.
O caso está provocando polêmica nos Estados Unidos, pois os juízes terão
de decidir se, ao ser criado por um homem que pregava o nazismo, o jovem conseguia
discernir entre o bem e o mal.
“Os fatos levantam diversas questões mais filosóficas que, dependendo de
como forem levadas em consideração pelo juiz, poderão determinar o resultado do
julgamento”, afirma o jornal americano The
New York Times.
“Entre elas: se racismo virulento pode ser considerado uma espécie de
abuso; se uma criança exposta a tanto ódio pode entender a diferença entre o
certo e o errado, e se alguém que cresce em circunstâncias tão tóxicas pode ser
culpada por querer uma saída”.
O homem morto tinha 32 anos e era encanador, mas estava desempregado.
Ele liderava na costa oeste o grupo neonazista Movimento Nacional Socialista, a
maior organização do tipo nos Estados Unidos, com 400 integrantes em 32
Estados. No dia anterior à sua morte, ele organizou um encontro em sua
casa para discutir um plano para formar esquadrões armados na fronteira dos
Estados Unidos com o México.
Um repórter do New
York Times, que escrevia um artigo sobre grupos neonazistas, esteve
presente no encontro e testemunhou uma discussão do pai com o filho. O
promotor Michael Soccio diz que o filho foi espancado pelo pai após o encontro,
e que a criança teria dito a um familiar que mataria seu pai. O promotor
também disse ao jornal americano que as ações do menino não têm nenhuma
relação com nazismo, e que o caso é apenas um assassinato.
Já os advogados de defesa defendem que o menino tem problemas
psicológicos agravados por sua exposição à ideologia nazista e às surras que
recebia de tempos em tempos.
“Este menino está condicionado à violência. É preciso se perguntar: este
menino realmente sabia que esse ato era equivocado, baseado em todas essas
coisas? Ele achou que estava fazendo o correto”, disse o advogado Matthew
Hardy.
Fonte: Verdade Gospel
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