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Durante entrevista ao Fantástico, na noite deste domingo (30/09), Dayse
França, 46 anos, viúva de Florisvaldo revelou que o marido queria o perdão das
famílias das vítimas. Ele se arrependeu de seus crimes a ponto de enviar cartas
para os parentes das vítimas pedindo perdão.
“Ele queria
o endereço de todo mundo. Como levantar endereço de famílias que ele tirou a
vida? Ele falava para eles que precisava pedir perdão mesmo que não aceitassem.
Ele precisava do perdão. Algumas perdoaram, retornavam com cartas dizendo que
perdoavam. Algumas mandavam ele para o inferno, diziam que não queriam saber”,
afirma.
Nos anos
1980, Cabo Bruno foi expulso da Polícia Militar, suspeito de chefiar um grupo
de extermínio na capital paulista. “Ele falou ‘não existe esquadrão da morte,
nunca existiu. Nunca envolvi ninguém. Era eu sozinho. Eu errei sozinho’”,
explica a viúva.
Daisy
França, pastora e cantora da Assembleia de Deus, casou com o ex-policial quatro
anos atrás. Ela diz que ele não andava armado e que desde que foi solto não foi
ameaçado. Durante a entrevista ela conta que há 21 anos Cabo Bruno era um homem
atormentado, que tinha pesadelos com demônios. Foi nessa época em que ele se
converteu.
“Ele viu que
o Cabo Bruno não era nada. Quem era ele diante de Deus? Aí que ele começa a
mudar. Ele falou ‘na idade que eu tinha, eu era um descabeçado’. Ele colocou
bem claro que ele era errado”, afirma.
O homem que
casou com Dayse, segundo ela, era diferente de sua fama. “O homem que eu
conheci era doce. É uma coisa pesada de dizer, difícil de falar porque algumas
pessoas que tem ou que tinham rancor dele falam ‘agora é fácil falar’, mas eu
realmente conheci um homem maravilhoso”.
No início do
mês passado, Cabo Bruno foi consagrado pastor em uma igreja na zona oeste do
Rio de Janeiro. Durante o culto, lembrou os crimes do passado, mas enfatizou
ser um novo homem. “Como pode, depois de tudo que esse homem fez, de toda
barbárie que ele cometeu, como pode deus perdoar uma pessoa dessa forma?”,
questionou. Ele mesmo respondeu. “A única coisa que eu sei é que o nosso Deus é
um Deus de misericórdia. É um Deus de perdão”.
Sua viúva
explica que, nos 35 dias que ficou fora da cadeia, Cabo Bruno visitou parentes
e falou bastante com os fiéis da igreja. ” A gente viajava, a gente pregava
todo dia, pregando em um lugar, pregando em outro”.
A polícia
ainda não tem suspeitos do assassinato do Cabo Bruno. Deisy diz não ter visto
detalhes do assassinato do marido, apesar de estar no mesmo carro que ele
quando foram abordados. “Ele abaixou para poder sair, ainda de costas, e
começaram os tiros. A gente não viu nada. Estava escuro, chuviscando. Eu falava
para ele ‘não me deixa, como é que eu vou viver sem você?’”, lembra,
emocionada.
Fonte: Patio
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