O caso do travesti Veronica Bolina se espalhou pelas redes sociais na
última semana, e causou grande polêmica por causa do espancamento que o rapaz
de 25 anos sofreu na cela do 2º Distrito Policial de São Paulo, para onde havia
sido mandado depois de agredir uma senhora idosa.
Preso, o travesti agrediu um carcereiro e arrancou sua orelha a
mordidas. O comportamento violento foi respondido pelos colegas e policiais do
DP com mais violência, e Verônica Bolina foi espancado.
Fotografado seminu, com o rosto desfigurado e já sem o aplique de
cabelo, o travesti tornou-se uma espécie de celebridade trágica dos ativistas
gays nas redes sociais, que atribuíram a agressão à homofobia.
Em depoimento à Polícia, Verônica Bolina disse que estava sob ação de um
espírito maligno quando agrediu a vizinha de 73 anos e, posteriormente,
arrancou a orelha do carcereiro: “Eu estava possuída pelo demônio”, disse o
travesti.
O delegado responsável pelo caso, Luiz Roberto Hellmeister, disse que o
responsável pelos hematomas do travesti foi o carcereiro que perdeu a orelha e
negou que o caso seja resultado de preconceito: “Quem lesionou a cara dele no
soco foi a vítima (carcereiro) que perdeu a orelha. Não foi porque era
travesti”, frisou.
Após alegar possessão demoníaca, Verônica Bolina confirmou a versão do
delegado: “Eles tiveram que usar as leis deles. Eu só fui contida, não fui
torturada”, diz o travesti durante uma entrevista à coordenadora estadual de
Políticas para Diversidade Sexual, Heloísa Alves.
De acordo com informações do Diário do Nordeste, o delegado destacou que
o travesti poderia ter solicitado uma cela separado dos demais detentos, mas
não fez a solicitação. Agora, a Secretaria de Segurança Pública investiga o
vazamento das imagens do rosto do travesti.
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