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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Conselho de Psicologia ignora a Justiça e agenda novo julgamento da psicóloga Marisa Lobo

Conselho de Psicologia ignora a Justiça e agenda novo julgamento da psicóloga Marisa LoboO Conselho Regional de Psicologia (CRP-PR) decidiu agendar um novo julgamento contra a psicóloga Marisa Lobo pela acusação de que ela estaria ferindo o Código de Ética da profissão ao expor, publicamente, sua confissão de fé cristã.
A decisão do CRP-PR ignora a decisão da Justiça Federalem novembro do ano passado, quando a sentença de cassação de seu registro profissional foi anulada através de um mandado de segurança expedido pelo juiz Cláudio Roberto da Silva.
Para a psicóloga, a postura do CRP-PR configura perseguição religiosa: “Mesmo a Justiça tendo anulado o julgamento que cassou o meu registro profissional, o Conselho de Psicologia deu continuidade e marcou um novo julgamento agora no Conselho Federal [de Psicologia – CFP] eapelou no Supremo [Tribunal Federal] para anular a decisão do juiz do Paraná. É uma perseguição absurda (Golias x Davi). Me sinto sem direito algum, sendo humilhada, massacrada por um conselho arbitrário de classe”, escreveu Marisa Lobo em sua página no Facebook.
O caso vem se arrastando há anos, e em 2012, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) expediu um parecer sobre o caso, considerando “descabida” a postura do CRP contra a profissional de psicologia.
Marisa, no entanto, reforça que não vai aceitar a mordaça: “Mesmo tendo provado que não ‘curo gays’ – aliás fato inventado por eles mesmos -, querem me cassar porque me recuso a parar de dizer que sou cristã e que ex gays existem. ‪‎Ditadura e perseguição. Que Deus me ajude!”, acrescentou.
A psicóloga acredita que o agendamento do novo julgamento é uma movimentação em retaliação à participação dela em uma audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) para ouvir o depoimento de ex homossexuais.
“Coincidentemente, quando a CDHM aprovou a audiência pública para defender a existência de ex gays?”, questionou Marisa Lobo, em declaração dada ao Gospel+. Ela será representada pelo advogado Rafael Novais no julgamento do próximo dia 22 de maio.


“Irei para o céu”, disse brasileiro executado na Indonésia; Um pastor também estava no grupo condenado à morte

“Irei para o céu”, disse brasileiro executado na Indonésia; Um pastor também estava no grupo condenado à morteO brasileiro Rodrigo Gularte, 42 anos, foi executado na Indonésia na última terça-feira, 28 de abril, e afirmou que iria para o céu assim que fosse fuzilado.
“Daqui irei para o céu e ficarei na porta esperando por vocês”, disse o brasileiro, no encontro final com sua prima, Angelita Muxfeldt, e com o representante do governo brasileiro, Leonardo Carvalho Monteiro, maior autoridade brasileira no país, já que a presidente Dilma Rousseff (PT) chamou o embaixador de volta ao Brasil após a execução de Marco Archer Cardoso Moreira, em janeiro.
Gularte era cristão e vinha recebendo acompanhamento espiritual de um padre que atua na prisão de Nusakambangan, onde ele estava detido.
Monteiro, que acompanhou os disparos da execução à distância, ao lado da prima de Gularte, afirmou que o fuzilamento ocorreu por volta de 0h25 (horário local, 14h25 em Brasília): “Foram vários tiros fortes e ao mesmo tempo”, disse à BBC.
Angelita disse à imprensa que nunca tinha visto o primo tão calmo desde que havia sido condenado: “Ele não queria que eu chorasse”, afirmou. Na última segunda-feira, 27 de abril, Gularte fez o último contato com sua mãe, Clarisse, 70 anos, por telefone, numa conversa que durou aproximadamente 20 minutos. Ela havia visitado o filho em fevereiro e retornou no Brasil.
Além de Gularte, outro cristão foi executado ontem, por ter sido condenado pelo mesmo crime. Andrew Chan, 31 anos, era de Sydney, na Austrália, e havia integrado o grupo “Nove de Bali”, nome pelo qual ficaram conhecidos os australianos presos em 17 de abril de 2005, ao tentarem deixar a Indonésia com 8 quilos de heroína, avaliados em US$ 3 milhões, com destino à Austrália.
De acordo com informações do site alemão Deutsche Welle, Chan era filho de imigrantes chineses, e havia se tornado um cristão fervoroso na penitenciária. Após seis meses estudando teologia, foi ordenado ao ministério pastoral, em fevereiro desse ano.
Às vésperas da execução, o pastor casou-se com uma indonésia, também pastora, numa cerimônia realizada na prisão. Eles se conheceram anos atrás, quando ela fazia evangelismo e trabalho voluntário junto aos detentos.


terça-feira, 28 de abril de 2015

Parentes de condenados à morte na Indonésia fazem última visita aos réus

O brasileiro Rodrigo Gularte escoltado por policiais e apresentado à imprensa no escritório da Alfândega, perto do principal aeroporto de Jacarta, na Indonésia. Rodrigo foi preso tentando tentando contrabandear cocaína escondida em pranchas de surf - 05/08/2004

Os nove prisioneiros, incluindo o brasileiro Rodrigo Gularte,

podem ser executados por fuzilamento nas próximas horas. 

Ambulâncias e caixões já estão na prisão

Parentes dos estrangeiros condenados à pena de morte na Indonésia, incluindo o brasileiro Rodrigo Gularte, realizaram nesta terça-feira a última visita aos réus, antes da execução prevista para as próximas horas, apesar das pressões internacionais para evitar as mortes. Dois australianos, uma filipina e quatro nigerianos, além do brasileiro e de um indonésio, todos condenados por tráfico de drogas, podem ser fuzilados pouco depois da meia-noite (horário da Indonésia, pouco depois das 14h00 no horário de Brasília). Várias ambulâncias com caixões estão na prisão.
Os condenados receberam a notificação da execução no sábado, com um pré-aviso de pelo menos 72 horas. Os fuzilamentos acontecem habitualmente pouco depois da meia-noite local. A mãe de um dos australianos condenados afirmou que o filho será executado por fuzilamento à meia-noite (14h00 de Brasília).


"Eu não vou vê-lo de novo. Eles vão levá-lo à meia-noite e executá-lo", disse Raji Sukumaran, a mãe de Myuran Sukumaran, à imprensa, sem conter as lágrimas, após a visita. "Em peço ao governo que não o mate. Por favor, presidente, não mate ele hoje", apelou ao presidente indonésio, Joko Widodo. "Anule a execução. Por favor não leve o meu filho", completou, desesperada.
A imprensa australiana publicou fotografias das cruzes destinadas aos caixões dos condenados, com data de 29/04/2015. O brasileiro Rodrigo Gularte, 42 anos, foi detido em 2004 depois de tentar entrar no aeroporto de Jacarta com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. A família apresentou vários relatórios médicos para demonstrar que ele sofre de esquizofrenia e que, portanto, não deveria ser executado.
Outro brasileiro, Marco Archer Cardoso Moreira, foi executado em janeiro por narcotráfico, o que provocou uma crise diplomática entre Brasil e Indonésia. Outro condenado à morte por tráfico de drogas, o francês Serge Atlaoui, de 51 anos, foi retirado no fim de semana da lista de execuções iminentes em consequência de um recurso judicial. Mas a Procuradoria Geral indonésia informou que se o recurso for rejeitado, Atlaoui será executado sozinho, em uma tentativa de não criar expectativas.
O presidente indonésio, Joko Widodo, intransigente sobre a aplicação da pena de morte por tráfico de drogas, ignora os apelos de clemência e as pressões diplomáticas internacionais para evitar as execuções. O presidente indonésio alega que o país enfrenta uma situação de emergência diante o problema das drogas e precisa de uma "terapia de choque". A pena capital por narcotráfico ou até mesmo pela posse de pequenas quantidades de droga também é aplicada em outros países do sudeste da Ásia, como Malásia, Vietnã, Tailândia e Cingapura.

Homem desolado sobre escombros de edifício que desabou durante o terremoto
Homem desolado sobre os escombros de edfício 
O terremoto devastador que atingiu o Nepal no último sábado, 25 de abril, deixou 3.700 mortos, segundo contagem atualizada hoje pelas autoridades locais. Um casal de missionários brasileiros que trabalha no país relatou que os tremores continuam acontecendo.
O terremoto de magnitude 7.8 na escala Richter está sendo considerado o pior dos últimos 80 anos. Uma equipe de reportagem da TV Globo, que está no Nepal para a gravação de uma matéria para o programa Planeta Extremo, flagrou o momento em que um eco do terremoto fez o prédio da Embaixada Brasileira tremer.
A missionária Kelly Pineiro Bevilacqua e seu marido, Marcelo Bevilacqua, são ligados à Organização Missionária Cristã, e atuam no projeto chamado “Meninas dos Olhos de Deus”. De acordo com informações do site Guia-me, a equipe que trabalha com o casal passa bem.
“Todo mundo do nosso ministério está bem, graças a Deus. Foi um susto muito grande. Todas as casas tremeram bastante. A maioria das nossas crianças estavam na igreja, na hora [do terremoto]. Foi muito difícil voltar para casa, porque as ruas racharam. Nós estamos dormindo dentro de carros. Estamos todos sob alerta, porque ainda sentimos tremores. Estamos todos bem, mas com muito medo, porque morreram muitas pessoas aqui”, relatou Kelly, através de mensagens enviadas pelo aplicativo WhatsApp à irmã, Renata Rubilar.
Kelly Bevilacqua, que recentemente deu à luz ao bebê Pedro, contou que a falta de energia elétrica na região atingida (que abrange a capital Kathmandu e a cidade de Pkhara) tem causado problemas de comunicação, e levado as pessoas a economizarem a bateria de seus celulares, evitando o uso constante.
O projeto “Meninas dos Olhos de Deus” resgata garotas nativas que são vendidas pelos pais como escravas sexuais. Assim que são “compradas” pela missão, essas garotas passam a ter abrigo e acesso à educação e atendimento médico básico. Posteriormente, são reintegradas às suas famílias ou adotadas por outras. Em alguns casos, as meninas optam por levar uma vida independente.


Caixões chegam à prisão e sinalizam que execuções estão próximas

Caixões são levados para a prisão na Indonésia onde brasileiro será executado
Caixões são levados para a prisão na Idonésia onde brasileiro será executado
Ambulâncias levando caixões chegaram na ilha penitenciária de Nusakambangan, na Indonésia, nesta terça-feira, em mais um indício de que a execução do brasileiro Rodrigo Gularte e outros oito estrangeiros está próxima. As famílias também puderam se despedir dos presos condenados à pena capital por tráfico de drogas, em outro sinal de que as execuções vão mesmo acontecer, apesar de um protesto internacional. Segundo a imprensa local, as execuções devem ocorrer por volta da meia-noite de quarta-feira na Indonésia (por volta de 14h00 desta terça no horário de Brasília).

Os noves detentos foram avisados no último sábado que seriam executados por um pelotão de fuzilamento, o que levou uma grande movimentação de clemência por parte dos líderes de seus países. Entre os condenados, além do brasileiro, estão dois australianos, quatro nigerianos, um indonésio e uma mulher filipina."Todos os funcionários, promotores, pelotões de fuzilamento e ambulâncias já estão no local, por isso achamos que as execuções estão cada vez mais próximas", disse Tony Spontana, porta-voz do procurador-geral da Indonésia.

Piquenique de igreja causa infecção por botulismo; Uma pessoa morreu e outras 20 foram internadas

Piquenique de igreja causa infecção por botulismo; Uma pessoa morreu e outras 20 foram internadasUma pessoa morreu e pelo menos outras 20 ficaram doentes e manifestaram sintomas de botulismo alimentar após uma festa americana em uma igreja, na última semana.
O caso foi registrado no estado de Ohio (EUA), segundo informações da agência Reuters. O termo “festa americana” é usado para descrever encontros em que os aperitivos são levados pelos próprios convidados.
O hospital Medical Center Fairfield afirmou em um comunicado que os pacientes, cinco dos quais em estado grave, participaram de um piquenique gratuito organizado pela Cross Point Free Will Baptist Church, na cidade de Lancaster, no domingo, 19 de abril.
A unidade local do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) enviou uma antitoxina para tratar os doentes, informou o hospital, enquanto as autoridades locais de saúde investigam a causa do surto.
O botulismo é uma doença rara, mas potencialmente paralisante e fatal, causada por uma toxina que é produzida por uma bactéria, de acordo com o CDC. A doença, não contagiosa, é transmitida geralmente por alimentos mal enlatados. As bactérias crescem em ambientes de baixo oxigênio e produzem a toxina botulínica.
Os alimentos mais comuns associados a esta bactéria são enlatados de baixa acidez, como queijo, carne, feijão (nos Estados Unidos, feijões são vendidos já cozidos, enlatados), batatas assadas embrulhadas em papel alumínio e óleo com aromas de ervas ou alho.
Os sintomas do botulismo começam a aparecer dentro de 36 horas da ingestão do alimento contaminado, e incluem pálpebras caídas, fala arrastada e fraqueza muscular, que podem progredir para paralisia dos os membros e músculos respiratórios, informou o CDC.


TSE quer ouvir Costa e Youssef em processo que pede cassação de Dilma

Paulo Roberto Costa: ele está devolvendo 5 milhões de dólares de terceiros para os cofres públicosO corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha, determinou nesta segunda-feira que o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, delatores da Operação Lava Jato, sejam interrogados no processo ajuizado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo PSDB que pede a cassação do mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) por abuso de poder na campanha de 2014
A ação de investigação eleitoral foi proposta pela coligação do senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado nas eleições presidenciais, e pelo diretório do PSDB no final do ano passado, antes da diplomação da presidente. Os tucanos cobram a investigação do que consideram abuso de poder econômico e político por parte da presidente Dilma e do vice-presidente Michel Temer na campanha do ano passado, com cassação do registro dos candidatos.
No início da semana passada, o PSDB apresentou um recurso contra a decisão de Noronha que negou pedidos de colheita de provas e inquirição de testemunhas na ação. O ministro, então, reconsiderou a decisão e determinou o envio de uma carta ao juiz da 13ª Vara Criminal do Paraná, Sérgio Moro, para solicitar o depoimento de Costa e Youssef para que os dois façam "esclarecimentos capazes de influir" no processo.
O PSDB alega que o TSE deve examinar a possível captação de recursos de forma ilícita de empresas com contratos firmados com a Petrobras, repassados posteriormente aos partidos que formaram a coligação de Dilma Rousseff, a Com a Força do Povo, formada por PT, PMDB, PDT, PCdoB, PSD, PP, PR, PROS e PRB.
Na delação premiada realizada no âmbito da Lava Jato, Paulo Roberto Costa disse que Youssef solicitou R$ 2 milhões para financiar a campanha da então candidata à presidência Dilma Rousseff. O destinatário do dinheiro, segundo o relato, teria sido o ex-ministro e coordenador da campanha petista, Antonio Palocci.
As denúncias sobre a campanha de 2010, contudo, não são objeto da análise desta ação no TSE, que investiga a campanha eleitoral de 2014. Costa e Youssef deverão esclarecer à Justiça Eleitoral, portanto, se foram feitos repasses à coligação encabeçada pelo PT no ano passado.
O TSE também quer ouvir um servidor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), porque o PSDB acusa o órgão de ser envolvido em ocultação de dados econômicos e sociais negativos durante a campanha. Há outros documentos solicitados para apurar a influência da força do governo durante a campanha, como dados sobre eventos realizados no Palácio da Alvorada durante o período eleitoral.


EBD - 2º Trimestre 2015 - Lição 5 de 03 de maio de 2015 - Jesus escolhe seus discípulos.

Missionário Vicente Dudman
Formatura:

Teologia - Escola Teológica das
Assembleia de Deus no Brasil
Direito - Universidade Estácio de
Sá (Câmara Cascudo) no Rio
Grande do Norte.
Inglês - University of Texas
Estados Unidos.
Estamos disponibilizando pra você todo início de semana, mais um comentário sobre cada lição da EBD. Assim fazemos, para que os irmãos possam melhor preparar sua aula. Cada item, tem um comentário, para que o amado leitor entenda melhor os tópicos da lição. Estudaremos esta semana a lição de nº 5 desse segundo trimestre, que tem como título: JESUS ESCOLHE SEUS DISCÍPULOS. Para cada tópico, deixamos o nosso comentário. Fizemos cuidadosa pesquisa a respeito dessa tão importante lição. Buscamos auxílio e Ainda recorremos a vários mestres no assunto, para que pudéssemos aplicá-lo para o seu melhor entendimento.  Em caso de dúvidas com relação ao assunto, deixe seu comentário, a sua dúvida, no final desta postagem, que responderemos com todo prazer a sua pergunta. Espero que satisfaça a todos e uma boa aula.

INTRODUÇÃO

Como crentes, temos consciência do valor que a pregação da Palavra tem para a construção do Reino de Deus. Todavia, quando lemos os Evangelhos, acabamos descobrindo que Jesus, durante o seu ministério terreno, ensinou mais do que pregou. Na verdade, suas pregações, mesmo quando proclamações, eram recheadas de conteúdo pedagógico. Esses fatos nos mostram a importância que o ensino tem para um aprendizado eficiente. Nesta lição, aprenderemos com o Mestre dos mestres como Ele ensinou os seus seguidores e como, dentre eles, formou seus discípulos. 
 Comentário

Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, “ensinar” é “repassar (a alguém) ensinamentos sobre (algo) ou sobre como fazer (algo); doutrinar, lecionar”; “transmitir experiência prática a; instruir (alguém) por meio de exemplos”; “tornar (algo) conhecido, familiar (a alguém); fazer ficar sabendo”; “dar lições a; instruir”; “mostrar (a alguém) as conseqüências ruins de seus atos”; “mostrar com precisão; indicar”. A palavra vem do latim “insigno”, cujo significado é “’pôr uma marca, distinguir, assinalar”. Se houve um título que Jesus sempre aceitou foi o de Mestre (Jo 13.13), numa clara demonstração de que sempre quis ser reconhecido como tal. Isto já nos permite observar como o ministério de ensino se encontra no âmago da missão do Senhor. Lucas, ao sintetizar o ministério terreno de Jesus, no início do livro de Atos dos Apóstolos, disse que Jesus, na Terra, veio “fazer e ensinar” (At 1.1), numa outra prova bíblica de que o ensino foi um dos pilares de todo o ministério terreno de Cristo. De igual maneira, a Igreja, corpo de Cristo que é (1Co 12.27; Ef 4.12), deve dar prioridade ao ensino da Palavra de Deus enquanto o Senhor não vem para arrebatá-la. Nossa pregação deve consistir em “ensino”, afinal, a pregação é a comunicação verbal da Palavra de Deus aos ouvintes. É a transmissão do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo às pessoas que precisam ouvi-lo. Vemos em 1Co 2.:4, que a pregação não é um simples ato de retórica, um discurso político ou uma estratégia de ensino para transferir conhecimentos. Ela e a "demonstração do Espírito e de poder..."
 I – O MESTRE

1. Seu ensino.  Jesus, o homem perfeito, foi o Mestre por excelência. A maior parte do seu ministério foi dedicada a ensinar e a preparar os seus discípulos (Lc 4.15,31; 5.3,17; 6.6; 11.1,2; 13.10; 19.47). Portanto, o ministério de Jesus foi centralizado no ensino. As Escrituras registram que as pessoas ficavam maravilhadas com o ensino do Senhor (Lc 4.22). Elas já estavam acostumadas a ouvir os mestres judeus ensinando nas sinagogas (Lc 4.20). Porém, quando ouviram Jesus ensinando, logo perceberam algo diferente! (Mt 7.28,29) O que era? Ele as ensinava com autoridade, e não apenas reproduzindo o que os outros disseram. A natureza de seu ensino era diferente - seu ensino era de origem divina (Jo 7.16).

Comentário

O Rev. Hernandes Dias Lopes esclarece: “Jesus foi o maior mestre da história. Seu nome se alteia acima dos grandes corifeus deste mundo. Sócrates ensinou durante 40 anos. Platão ensinou 50 anos. Aristóteles encheu bibliotecas com a sua erudição. Jesus não deixou nenhum livro, nenhum tratado nem sequer uma página escrita. Não lecionou em nenhuma Universidade, contudo, foi o MAIOR MESTRE do mundo. Jesus revolucionou o mundo com a sua influência e com o seu ensino. JESUS não escreveu palavras no papel, mas gravou-as no coração dos seus discípulos e estes, outrora acovardados tornaram-se verdadeiros gigantes da fé, protagonistas incontestáveis da maior revolução e transformação da história: vidas foram arrancadas do negrume da ignorância; perdidos foram encontrados, enfermos foram curados, cegos viram, surdos ouviram, mudos falaram, os atormentados acharam paz, os enclausurados acharam liberdade, os párias foram dignificados e os homens rebeldes foram reconciliados com Deus. JESUS, O MESTRE veio para mostrar aos filósofos gregos a suprema verdade, veio para vencer o orgulhoso romano e colocar no seu estandarte uma cruz em vez de uma águia, veio para afagar em seus braços os continentes.” William Hendriksen, no Comentário do Novo Testamento (Cultura Cristã), comenta: “Quando Jesus parou de falar, a grande multidão, que fascinada o ouvia, estava em estado de espanto. Em nosso idioma é muito difícil, talvez impossível, reproduzir o exato sabor do pitoresco verbo usado no original para descrever o estado do coração e da mente do povo. As várias versões em português traduzem o termo por “maravilhadas” (Atualizada), “admirou-se” (Corrigida), “extasiadas” (Bíblia de Jerusalém). The Amplified New Testament traz: “estavam atônitos e dominados de perplexa admiração." Essas traduções são todas elas muito úteis. O significado literal do original é “ficaram como que fora de si”. Tem-se sugerido “tirados de seus sentidos”. Compare-se também com o alemão “ser trazido para fora de si” (Lenski, op. cit., p.305) e o holandês “derrotados para fora do campo ”. O tempo do verbo mostra que esse estado de assombro não foi só uma experiência momentânea, mas que durou algum tempo. Poder-se-ia muito bem perguntar: Quais foram algumas das razões desse sentimento de admiração e assombro? Mt 13.54,55 poderia fornecer parte da resposta. Não obstante, com base no próprio sermão e em 7.28 (“não como os seus escribas”), os seguintes temas merecem consideração: a. Ele falava a verdade (Jo 14.6; 18.37). O arrazoado corrupto e evasivo caracterizava os sermões de muitos dos escribas (Mt 5.21 ss.). b. Ele apresentava assuntos de grande relevância, questões de vida, morte e eternidade. Eles com freqüência desperdiçavam seu tempo com trivialidades (Mt 23.23; Lc 11.42). c. Havia sistema na pregação de Jesus. Segundo o Talmude deles comprova, eles com freqüência divagavam sem parar. d. Ele excitava a curiosidade ao fazer uso generoso de ilustrações (5.13-16; 6.26-30; 7.24-27; etc.) e exemplos concretos (5.21—6.24; etc.), como o sermão o revela do princípio ao fim. Os discursos deles eram com freqüência áridos como o pó. e. Ele falava como aquele que amava os homens, como aquele que se preocupava com o bem-estar eterno de seus ouvintes e apontava para o Pai e seu amor (5.44-48). A falta de amor por parte deles é evidente com base em passagens tais como 23.4,13-15; Mc 12.40; etc. f. Finalmente, e este aspecto é o mais importante, pois ele é especificamente declarado aqui (v.28). Ele falava “com autoridade” (Mt 5.18,26; etc.), porque sua mensagem vinha diretamente do coração e mente do Pai (Jo 8.26), daí também vir do mais profundo de seu próprio ser e das Escrituras (5.17; 7.12; cf. 4.4,7,10). Eles estavam constantemente aproveitando fontes falíveis, citando um escriba ou outro. Eles tentavam tirar água de cisternas rotas. Ele extraía de si mesmo, pois era (e é) “a fonte de águas vivas” (Jr 2.13)”. 

2. Seu exemplo. Jesus ensinou seus discípulos através do exemplo: "Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.15). Isso o distanciou dos escribas e fariseus que ensinavam, mas não praticavam o que ensinavam (Mt 23.3). Os discípulos se sentiram motivados a orar quando viram seu Mestre orando (Lc 11.1-4). As palavras de Jesus eram acompanhadas de atitudes práticas. De nada adianta a beleza das palavras se elas não vêm acompanhadas pelas ações (Tg 1.22). O povo se convence mais rápido pelo que vê do que pelo que ouve. Por isso, o Mestre exortou os seus discípulos a serem exemplos (Mt 5.16). 

Comentário

Jesus foi o maior especialista na arte de ensinar. Ele é O Mestre. Ensinou com maestria invulgar. Sobrepujou os grandes deste mundo. Foi Mestre em grau superlativo. Dominou com capacidade inigualável todos os recursos pedagógicos. Variava de método de acordo com as circunstâncias e pessoas. Para cada caso, usava um método próprio e adequado. Assim o Comentário Esperança (Editora Evangélica Esperança) comenta Jo 13.15: “Porque eu vos dei um exemplo, para que vós façais como eu vos fiz. Representa uma distorção do evangelho se virmos em Jesus apenas um exemplo, ao qual queremos imitar com nossas próprias forças. Nessa leitura se ignoraria o que Jesus disse em Jo 3.1ss ao sério fariseu Nicodemos sobre a necessidade do novo nascimento. Por outro lado, também não podemos nem devemos negar que Jesus é exemplo. Em consonância, ele próprio está se colocando a seus discípulos como exemplo precisamente em sua função apostólica. Acrescenta-se que no grego a palavra como (kathos - ως - Lê-se Óus) não possui apenas um sentido comparativo, mas também uma conotação de justificativa. Devem fazer como Jesus fez; porém somente podem fazê-lo porque Jesus agiu primeiro dessa forma com eles”. Ainda o Rev. Hernandes Dias Lopes, esclarece: “Quando Jesus terminou de ensinar o “Sermão do Monte” as multidões ficaram maravilhadas, porque ele ensinava com autoridade e não como os escribas e fariseus. Eric Fromm nos fala de dois tipos de autoridade: 1. autoridade imposta e 2. autoridade adquirida. O elemento mais importante na vida de um mestre é aquilo que ele é em si. Foi isto que levou Emerson a dizer: “O que mais importa não é o que aprendemos e sim, com quem aprendemos.” Mackinney disse que “a vida do mestre é a lição que mais apela ao coração do aluno.” A vida do professor é a vida do seu ensino. Schweitzer disse que “O exemplo não é uma, mas a única maneira de ensinar.” Jesus podia ensinar sobre Mansidão (Mt 5.5) porque ele era manso aprendei de mim porque sou manso e humilde de coração (Mt 11.28). Jesus podia ensinar sobre humildade (Mt 5.3) porque quando os discípulos discutiam quem era o maior entre eles, Jesus tomou uma toalha e uma bacia e lavou-lhes os pés. Jesus podia ensinar sobre o perdão porque na hora que seus algozes o afligiam na cruz, pede a Deus para perdoá-los e ainda os defende: porque não sabem o que fazem. Jesus viveu aquilo que ensinou, viveu tudo antes de ensinar, e viveu tudo bem mais do que pode ensinar.
II – O CHAMADO

1. O método. Os teólogos têm observado que o método usado por Jesus para recrutar seus discípulos é variado. De fato, a Escritura mostra que algumas vezes a iniciativa do chamamento parte do próprio Senhor Jesus. Enquanto pregava e ensinava, Jesus observava as pessoas a quem iria chamar (Mc 1.16-20). Em alguns casos, o chamamento veio através da indicação do Batista (Jo 1.35-39). Houve também pessoas que se ofereceram para serem seguidoras de Jesus (Lc 9.57,58,61,62). E, finalmente, existiram os que foram conduzidos até Jesus por intermédio de amigos (Jo 1.40-42,45,46). Dessa forma, todas as classes foram alcançadas por Jesus. E foi dentre esses seguidores que Jesus chamou doze para serem seus apóstolos (Lc 6.13-16).

Comentário

Ainda o Comentário Esperança (Editora Evangélica Esperança): “Jesus passou a noite vigiando em oração. Mais de uma vez Lucas salientou essa necessidade íntima que o Redentor tinha de orar. Contudo os termos aqui utilizados contêm uma ênfase muito especial. A palavra “vigiar por toda a noite” ocorre unicamente aqui. A escolha dessa expressão incomum, bem como a forma verbal analítica (imperfeito e particípio), destacam a persistência determinada e incessante dessa vigília noturna. A expressão “oração de Deus” (προσευχή του Θεού - Lê-se - prosef̱chí̱ tou Theoú), é também única no Novo Testamento. Essa formulação não designa nenhum pedido peculiar, mas um estado da mais profunda devoção na presença santa e direta de Deus, uma invocação que transita para a mais íntima comunhão com Deus. Durante essa noite Jesus apresentou a Deus sua obra no estágio decisivo em que ingressara naquele momento, aconselhando-se com ele. Durante essa longa luta de oração, por toda a noite, Jesus provavelmente havia apresentado todos os seus discípulos individualmente a seu Pai, para que o Pai designasse aqueles que o Filho deveria tornar emissários da salvação. O que será que os discípulos, que haviam se ajuntado em grande número em torno de Jesus, sentiram quando Jesus, como um general, chamou um por um do meio deles, até que ficasse completo o número dos doze? “Simão”, começou ele. Com quanta expectativa cada novo nome era aguardado! Com que estremecimento cada um ouvia, então, o chamado do próprio nome. Dentre o grupo de discípulos “ele escolheu os doze”, “aos quais também chamou de apóstolos”. Isso é significativo. Os demais discípulos aceitaram que esses doze obtivessem uma posição especial do Senhor. O Redentor os havia escolhido em virtude de ordem divina. Deus é soberano. Os discípulos não têm outra opção a não ser obedecer a esse Senhor extraordinário. “Chamou-os a si”. Ele os “ordenou” para duas finalidades. 1) Primeiramente, devem estar junto dele. Devem perseverar com ele em suas tentações até chegarem ao Getsêmani; afinal, devem tornar-se testemunhas dele até os confins do mundo (At 1.8). Precisavam conhecer suas “horas silenciosas”, conviver com ele no dia-a-dia, observar seu trabalho, obter uma visão dos mistérios de sua sabedoria de educador, e até mesmo familiarizar-se com os objetivos de sua ação. 2) O segundo aspecto é que eles partilharão de sua autoridade. Dessa maneira ele providencia, de certo modo, pernas e pés, línguas e lábios que levem adiante sua obra. Mateus relata a convocação e o credenciamento dos apóstolos em uma ocasião (Mt 10.1ss), e Lucas o faz em dois trechos, mais precisamente como segue: de acordo com Lucas, o primeiro passo de Jesus foi nomeá-los, provavelmente para que passassem a ser seus alunos de modo especial. Isso aconteceu aqui em Lc 6.12-16. A capacitação é relatada em Lc 9.1-6, onde Jesus lhes confere a autoridade para servir como apóstolos. O relato mais preciso indica que esse deve ter sido o processo. Mateus reúne em uma só ocasião as duas ações de Jesus. Isso tem a ver com sua característica de enfatizar tão-somente o aspecto doutrinário e fundamental. Dessa forma o Redentor obteve, portanto, um grupo de auxiliares para sua obra. Ele, o maravilhoso canal da poderosa benignidade de Deus, fora multiplicado por doze. Quanto ao título “apóstolo”, cf. o exposto no Comentário Esperança, Marcos, sobre Mc 3.13-19, bem como Jo 17.18; 20.21; At 1.8. Essas passagens não devem levar à conclusão que a tarefa dos apóstolos consistia tão somente em ser testemunhas de Jesus. O próprio nome expressa mais, cf. 2Co 5.20: “Somos mensageiros de Cristo… e rogamos que vos reconcilieis com Deus.” Com a escolha dos doze estava organizada a obra de Jesus. Passou do estágio de fenômeno local e isolado para o estágio de instituição que abrange e cuja intenção arrebata povos e épocas. A obra do Senhor obteve um solo histórico firme e uma perspectiva clara para o futuro, com todas as suas esperanças e todos os seus perigos.

2. O custo. Jesus deixa bem claro quais são as implicações envolvidas na vida daquele que aceitasse o chamado para ser seu discípulo. Tornar-se discípulo é bem diferente de se tornar um simples aluno. No discipulado, o seguidor passa a conviver com o mestre, enquanto na relação professor-aluno essa prática não está presente. O aprendizado acontece diuturnamente, e não apenas durante algumas aulas dadas em domicílio ou numa sala. Quem quiser segui-lo deve, portanto, avaliar os custos. Seguir a Cristo envolve renúncia, significa submissão total a Ele. Jesus lembrou as pessoas desse custo, pois não queria que o seguisse apenas por empolgação (Lc 14.25-27). Muitos querem ser discípulos mas não querem renunciar nada. Às vezes precisamos sacrificar até mesmo o nosso relacionamento religioso na família, abrir mão de algumas coisas para seguir a Jesus. O que o Mestre está requerendo de você? 

Comentário

Anthony Lee Ash em O Evangelho Segundo Lucas (Editora Vida Cristã), escreve: “Quem se qualifica como discípulo?” (vs. 26,27,33). Essas palavras foram ditas em vista da paixão de JESUS que estava próxima e deveriam separar o verdadeiro discípulo dos seguidores indiferentes. O primeiro teste do discipulado se referia aos parentes mais próximos (cf. 18:29). Jesus apoiava o amor familiar, mas mesmo este precisa ser subordinado ao amor a Deus. Aborrecer é um termo duro, mas o paralelo em Mateus 10:37 indica que significa “amar menos” (também Gn 29:30; Dt 21:15). Além da família, a pessoa precisa amar a sua própria vida menos do que ama Jesus. Vida abrange todos os interesses mundanos, até mesmo o nosso próprio ser (cf. Jo 12:25). (27) A cruz, sugerindo um criminoso desprezado seguindo para a sua morte terrível, amplia a idéia de aborrecer a própria vida (veja 9:23). É preciso estar disposto, se necessário, a sofrer um destino assim horrível por causa de Jesus. Essas palavras teriam ainda maior significado para os cristãos depois da crucificação e ressurreição de Jesus (cf. G1 2:20; 6:14). 

III-O TREINAMENTO

1. Mudança de destino. No treinamento dado aos discípulos, a cruz ocupa um lugar central nos ensinamentos do Mestre (Lc 9.23; 14.27). A cruz de Cristo aparece como um divisor de águas na vida dos discípulos. Uma mudança de rumo ou destino. A vida com Cristo é cheia de vida, na verdade vida em abundância (Jo 10.10). Mas por outro lado, é uma vida para a morte! Quem não estivesse disposto a morrer, não poderia ser seu seguidor autêntico. A cruz muda o destino daquele que se torna seguidor de Jesus. Ela garante paz e vida eterna, mas somente para aqueles que morrerem para este mundo.  

Comentário

O Comentário Bíblico de William Barclay esclarece: “Jesus estabelece as condições do serviço daqueles que o seguem. (1) Negar-se a si mesmo. O que significa isto? Um grande erudito dá o significado seguinte: Pedro uma vez negou a seu Senhor. Disse: "Não conheço esse homem." Negar-nos a nós mesmos quer dizer: "Não me conheço a mim mesmo." É ignorar a existência de si mesmo. É tratar o eu como se não existisse. Quase sempre tratamos a nós mesmos como se nosso eu fora com muito o mais importante do mundo. Se queremos seguir ao Jesus devemos destruir o eu e nos esquecer de que existe. (2) Tomar sua cruz. O que significa isto? Jesus sabia muito bem o que significava a crucificação. Quando era menino de uns onze anos, Judas o Galileo tinha encabeçado uma rebelião contra Roma. Tinha atacado ao exército real em Séforis (capital da Galiléia), que estava a uns seis quilômetros de Nazaré. A vingança dos romanos foi rápida e repentina. Queimaram a cidade integralmente; seus habitantes foram vendidos como escravos; e dois mil rebeldes foram crucificados com o passar do caminho para que fossem uma terrível advertência para outros que queriam fazer o mesmo. Tomar nossa cruz significa estar preparados para enfrentar coisas como esta por nossa fidelidade a Deus; significa estar dispostos a suportar o pior que um homem nos possa fazer pela graça de ser fiéis para com Deus. 

2. Mudança de valores. Lucas mostra Jesus instruindo os Doze antes de enviá-los em missão evangelística (Lc 9.1-6) e, posteriormente, enviando outros setenta após dar-lhes também instruções detalhadas (Lc 10.1-12). Para chegar a esse ponto, muitas coisas precisaram ser mudadas na vida desses discípulos.  Uma delas, e muito importante, foi a mudança de mentalidade dos discípulos. Jesus mudou a forma de pensar deles. Seus discípulos não poderiam mais, por exemplo, possuir uma mente materialista como os gentios, que não conheciam a Deus (Lc 12.22,30). Quem conhece a Jesus de verdade não fica preocupado com o amanhã, com as coisas deste mundo, pois sabe que Ele, o Bom Pastor, supre cada uma das nossas necessidades.

Comentário

Quanto a isso, Matthew Henry em seu Comentário Matthew Henry Novo Testamento (Editora CPAD), esclarece o seguinte: “O Senhor os exorta a não ficarem apreensivos com os cuidados perturbadores e desconcertantes pelas coisas necessárias para a manutenção da vida: Não estejais apreensivos pela vossa vida, v. 22. Na parábola anterior Ele havia nos dado aviso contra o ramo da avareza do qual os ricos estão em maior perigo; ou seja, uma complacência sensual quanto à abundância dos bens deste mundo. Agora os seus discípulos poderiam pensar que não estavam correndo este risco, pois eles não tinham fartura nem variedade em que pudessem se gloriar. Portanto, o Senhor aqui os adverte contra um outro ramo da avareza, ao qual eles estão mais sujeitos à tentação, o de terem apenas um pouco neste mundo (que, na melhor hipótese, era o caso dos discípulos, muito mais agora que haviam deixado tudo para seguir a Cristo), sentindo uma ansiosa solicitude pelas coisas que são necessárias para a manutenção da vida: “Não estejais apreensivos pela vossa vida, seja pela preservação dela, se estiver em perigo, ou pela provisão que deve ser feita para ela, seja de comida ou de roupas, o que comereis ou o que vestireis” . Esta é a advertência que o Senhor havia enfatizado, Mateus 6.25 e versículos seguintes. E os argumentos usados aqui são em boa parte os mesmos, tendo como propósito o nosso encorajamento para lançarmos todo o nosso cuidado sobre Deus, que é o modo correto de nos tranquilizarmos. Uma busca excessiva e ansiosa das coisas deste mundo, mesmo das coisas necessárias, não é algo que convenha aos discípulos de Cristo (w. 29,30): “A despeito daquilo que outros façam, não pergunteis o que haveis de comer ou o que haveis de beber. Não andeis inquietos com preocupações confusas, nem vos canseis com trabalhos constantes. Não vos apresseis em perguntar o que haveis de comer ou beber como os inimigos de Davi que vagueavam buscando o que comer (SI 59.15) ou como a águia que, de longe, descobre a sua presa, Jó 39.29. Que os discípulos de Cristo, portanto, não apenas trabalhem pelo alimento, mas peçam-no a Deus todos os dias; que eles não tenham mentes duvidosas; me meteorizesthe - Não sejam como os meteoros no ar, que são lançados aqui e ali por todo vento; não subam ou caiam, como eles, mas mantenham uma constância em si mesmos; sejam equilibrados e firmes, e tenham seus corações fixos; não vivam em suspense cuidadoso; não deixem que suas mentes fiquem continuamente perplexas entre a esperança e o medo, permanecendo sempre angustiados”. Que os filhos de Deus não fiquem apreensivos; porque: (1) Isto seria agir como os filhos deste mundo: “Porque os gentios do mundo buscam todas essas coisas, v. 30. Aqueles que só buscam os cuidados do corpo, e não os da alma, só para este mundo, e não para o porvir, não olham além daquilo que comerão e beberão; e, não tendo um Deus totalmente suficiente para buscar e em quem confiar, eles se sobrecarregam com cuidados ansiosos sobre estas coisas. Mas isto não vos convém. Vós, que fostes chamados deste mundo, não deveis vos conformar com este mundo, nem andar no caminho deste povo, Isaías 8.11,12. Quando os cuidados excessivos dominam a nossa vida, devemos pensar: “O que sou eu, um cristão ou um pagão? Batizado ou não batizado? Sendo um cristão batizado, será que devo me igualar aos gentios, unindo-me a eles naquilo que buscam?” (2) É desnecessário que eles estejam apreensivos com os cuidados pelas coisas necessárias para o sustento da vida; porque eles têm um Pai no céu que sempre cuida deles, que toma conta deles: “Vosso Pai sabe que necessitais delas, e considera isto, e suprirá todas as vossas necessidades de acordo com as riquezas da sua glória. Pois Ele é o vosso Pai, que vos fez sujeitos a estas coisas; portanto, Ele mesmo usará sua compaixão e suprirá todas elas. Vosso Pai, que vos sustenta, vos educa e reserva uma herança para vós, portanto, Ele cuidará para que não vos falte nada”. 

IV - A MISSÃO

1. Pregar e ensinar. Já foi dito que o ministério de Jesus consistia no ensino da Palavra de Deus, na pregação do Evangelho do Reino e na cura dos doentes (Mt 4.23; Lc 4.44; 8.1). No texto de Lucas 9.1,2, vemos Jesus enviando os doze: "E, convocando os seus doze discípulos, deu-lhes virtude e poder sobre todos os demônios e para curarem enfermidades; e enviou-os a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos". "Pregar" é a tradução do verbo grego kerysso, que possui o sentido de "proclamar como um arauto". Jesus treinou seus discípulos com uma missão específica - serem proclamadores da mensagem do Reino de Deus. Proclamar o Evangelho do Reino ainda continua sendo a principal missão do Corpo de Cristo! Quando a Igreja se esquece desse princípio, ela perde o seu foco. 

Comentário

Jesus anunciou o Reino pregando a Palavra de Deus e curando os enfermos. Se Ele tivesse se limitado a pregar, as pessoas poderiam imaginar o seu Reino com um caráter apenas espiritual. Por outro lado, se tivesse curado sem pregar, talvez elas não percebessem a importância espiritual da missão de Jesus. A maioria dos ouvintes esperava um Messias que traria riqueza e poder à nação judaica; o povo preferia os benefícios materiais ao discernimento espiritual. A verdade sobre Jesus é que Ele é o Deus encarnado, tem duas naturezas: uma divina e outra humana; possui espírito, alma e corpo; a salvação que Ele oferece é tanto para a alma quanto para o corpo. Qualquer ensino que enfatize a salvação da alma à custa do corpo ou o contrário distorce as Boas Novas de Jesus Cristo. Russell Norman Champlin escreve em sua Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia (Vol. 5) (Editora Hagnos): “A grande abundância de referências ao ensino e à pregação demonstra o papel primordial dessas funções, no Novo Testamento. O texto de I Cor. 1:18,21 mostra-nos que, no conceito dos gregos incrédulos, a pregação era uma «tolice». Eles preferiam a sabedoria filosófica. Porém, através da pregação do evangelho é que a salvação é outorgada aos homens. O trecho de Rom. 10:14,15 mostra que o pregador é uma figura necessária dentro do modus operandi de Deus, para anunciar a mensagem de Deus aos homens. O próprio Senhor Jesus deixou-nos o exemplo, tendo sido ele o supremo pregador”.

2. Libertar e curar. O Evangelho de Cristo provê tanto a cura para a alma como também para o corpo. O Evangelho de Mateus revela com clareza que o Senhor Jesus proveu tanto a cura como a libertação para todos aqueles que se achegavam a Ele com fé e contrição (Mt 8.16,17). Frank Stagg, teólogo americano, observa que embora a obra redentora de Cristo tenha o seu centro na cruz, Ele já era redentor da doença e do pecado durante o seu ministério terreno. Os discípulos, portanto, precisavam levar à frente essa verdade a todos os locais.

Comentário

Russell Norman Champlin em O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo (Editora Candeias), escreve: «ELE MESMO tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças». Profecia messiânica, que se acha em Is. 53:4. A citação foi tirada do hebraico, porque a LXX interpreta essa profecia como referência ao pecado. No grego a expressão é enfática. O Messias, Cristo Jesus, veio com a finalidade de aliviar (ευκολία - Lê-se - ef̱kolíá) o sofrimento humano. Esse versículo tem recebido diversas interpretações: 1. Refere-se ao ministério espiritual do Messias, ao levar o pecado do mundo. O texto de Isaías aborda exatamente isso, e a LXX reflete isso na tradução. 2. Segundo o uso de Mateus, indica apenas as doenças físicas. A profecia, pois, expõe outro aspecto do ministério de Cristo; sem mencionar aqui a expiação pelo pecado. 3. Refere-se a ambas as coisas — o pecado e as enfermidades e doenças —, provavelmente considerando as doenças como resultantes do pecado, ou então com ligação direta ao pecado; o Messias veio para tratar da enfermidade espiritual e física da natureza humana. Provavelmente o autor do evangelho concordaria com esta interpretação. Essa doutrina tem recebido várias interpretações exageradas, como: 1. A cura física está incorporada na expiação pelo pecado, e assim sendo, nunca é da vontade de Deus que seu povo adoeça. É verdade que, no fim, a expiação terá o efeito de eliminar as enfermidades físicas, mas isso só ocorrerá da transformação operada na ressurreição. Não é menos ridículo dizer que a morte física é agora eliminada pela expiação, isto é, a morte no presente. A morte física geralmente -e resultado das doenças. A expiação também elimina a morte na raça humana, mas isso só será total após o arrebatamento e depois do milênio (I Cor. 15:24-26). A expiação eliminará finalmente as doenças, mas dizer que isso ocorre no presente é exagerar a doutrina. O próprio Paulo sofreu fisicamente. (Ver II Cor. 12:7). Paulo nunca atingiu a perfeição nesta vida (Fp. 3:12). João declarou enfaticamente a permanência do pecado (I João 1:8), e somente o equivoco pode levar as pessoas a pensar de outro modo. Enquanto permanecer o pecado, permanecerão as enfermidades. 2. Outros abusam desse versículo, dizendo que Jesus sofreu de esgotamento espiritual por haver carregado os nossos pecados e doenças em oportunidades como esta. Não há que duvidar que algumas vezes ele sofreu de esgotamento físico e mental. Ver Marc. 5:30, quando dele saiu poder, ao curar; ver também Luc. 22:44 e Marc. 15:21. Finalmente, seria um erro não notar que este versículo (além de ensinar certas doutrinas) mostra principalmente a simpatia e o espírito de misericórdia de Jesus para com a raça humana. Jesus não operou milagres para mostrar sua divindade, ilustrar as doutrinas, etc. , mas para aliviar o sofrimento humano, porquanto, como homem, participou desses sofrimentos e simpatizou com os homens. O versículo demonstra, mais do que qualquer outra coisa, a compaixão de Jesus. Ainda cito William Barclay em seu Comentário Bíblico: “Sem dúvida, tinha ensinado e pregado, e certamente se teria encontrado com seus acérrimos (Insistentes) adversários. Agora tinha chegado a tarde. Deus deu aos homens o dia para trabalhar e a noite para o descanso. A tarde é o momento quando se deixa de lado o trabalho e começa o repouso. Mas não era assim para Jesus. No momento em que ele também necessitava o descanso, viu-se rodeado das clamorosas necessidades humanas e sem egoísmo, sem protestar, com uma generosidade divina, saiu ao encontro dos homens. Enquanto houvesse uma alma necessitada, não haveria descanso para Jesus. Esta cena traz à mente de Mateus certas palavras de Isaías (Isaías 53:4) onde se diz que o Servo de Deus levou nossas enfermidades e sofreu nossas dores. O discípulo de Cristo não pode procurar descanso quando ainda há quem necessita ajuda e saúde; e o mais estranho é que seu cansaço desaparecerá e sua fraqueza se fortalecerá quando usar suas energias para ajudar a outros. De algum modo, quando chegarem as demandas, também virá o poder. E sentirá que pode seguir adiante por amor dos outros quando por si mesmo não daria mais nenhum passo”. 

CONCLUSÃO

Aprendemos nesta lição sobre a importância que o ensino tem na formação do caráter cristão. Jesus ensinou os seus discípulos, mas não os ensinou de qualquer forma nem tampouco lhes deu qualquer coisa como conteúdo. Ele lhes ensinou a Palavra de Deus. Mas até mesmo o ensino da Palavra de Deus, para ter eficácia, precisa ser acompanhada pelo exemplo, valer-se de recursos didáticos eficientes, firmar-se em valores e possuir um objetivo claro e definido. Tudo isso encontramos com abundância nos ensinos de Jesus. Ao seguir seus ensinos, temos a garantia de que o hiato existente entre o professor e o aluno, entre o educador e o educando, desaparecerão. Dessa forma teremos um ensino eficiente.

Comentário

Há uma frase atribuía da à Confúcio que diz: “A palavra convence, o exemplo arrasta”. Influenciar na vida das pessoas que estão ao nosso redor exige muito esforço, ideias e riscos, mas isso não poderia ser diferente. Aceitemos ou não, somos influenciados uns pelos outros. Não há como viver de modo independente, pois tentar viver uma vida isolada não seria natural. Além do que conduziria à insanidade. Em se tratando de ensinar pelo exemplo, Jesus é o mestre por excelência porque ensinou as verdades eternas e Ele era, é e será esta própria verdade. Jesus é o mestre por excelência porque foi o exemplo vivo de seus ensinamentos. Jesus amou seus alunos e lapidou-os, preparou-os para a vida, valorizou-os e fez deles uma bênção para o mundo: PEDRO = pedra bruta – pregador poderoso. JOÃO, FILHO DO TROVÃO – discípulo do amor. Que possamos, destarte, como Paulo em 1Co 11.1, afirmar: “Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo” ou numa melhor tradução: Sigam o meu exemplo como eu sigo o exemplo de Cristo! NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.

Deus abençoe a todos!