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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

EBD - Lição 1 Escatalogia, o estudo das últimas coisas

Missionário Vicente Dudman
 Formatura:
Teologia - Escola Teológica das
Assembleia de Deus no Brasil
Direito - Universidade Estácio de
Sá (Câmara Cascudo) no Rio
Grande do Norte.
Inglês - University of Texas
Estados Unidos.
Estamos disponibilizando pra você todo início de semana, mais um comentário sobre cada lição da EBD. Assim fazemos, para que os irmãos possam melhor preparar sua aula. Cada item, contém um comentário, para que o amado leitor entenda melhor os tópicos da lição. Estudaremos esta semana a primeira lição nº 1 desse 1º trimestre, que tem como título:  Escatalogia, o estudo das últimas coisas. Para cada tópico, deixamos o nosso comentário. Fizemos cuidadosa pesquisa a respeito dessa tão importante lição. Buscamos auxílio e Ainda recorremos a vários mestres no assunto, para que pudéssemos aplicá-lo para o seu melhor entendimento. Em caso de dúvidas com relação ao assunto, deixe seu comentário, a sua dúvida, no final desta postagem, que responderemos com todo prazer a sua pergunta. Espero que satisfaça a todos, e tenha uma boa aula.

INTRODUÇÃO
Neste trimestre teremos a oportunidade ímpar de estudar a respeito do tempo do fim. Nesta primeira lição, examinaremos a Escatologia bíblica. Para os salvos em Jesus Cristo este é um tema que traz esperança, pois não há nada melhor do que ter a certeza de que o Salvador voltará e que viveremos junto com Ele por toda a eternidade. No entanto, para os descrentes, a segunda vinda de Jesus não oferece motivos para regozijo. As previsões bíblicas para o futuro dos ímpios são aterradoras: "Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus" (Sl 9.17). Porém, ainda é tempo para o arrependimento e a conversão. Por isso, a Igreja do Senhor tem a responsabilidade de anunciar Jesus, cumprindo a Grande Comissão (Mt 28.19,20). 

Comentário
Iniciamos 2016 estudando a Escatologia Bíblica. Talvez alguém possa alegar que este assunto é de somenos importância, contudo, não podemos ter uma visão vaga sobre as verdades bíblicas. Na escatologia estão inseridas as principais doutrinas do Cristianismo: o céu, o inferno, a salvação, o arrebatamento, o juízo final, galardão dos salvos, a ressurreição, etc. Estudar escatologia é adquirir um panorama sólido de toda a Bíblia, pois a grande dificuldade na escatologia, por parte do nosso povo, é a falta de conhecimento amplo das Escrituras. O estudo da Escatologia requer muita atenção e cuidado para não entrar na classe dos falsos mestres que Paulo enfatizou que, nos últimos tempos surgiriam (1Tm 4.1). A Igreja precisa ser ensinada sobre esse assunto, não apenas porque a negligência produz um vácuo perigoso, mas também porque a escatologia é o ponto crucial e a coroa da teologia sistemática. Ainda no tempo dos apóstolos a segunda vinda de Cristo era negada (2Pe 3.4), e ainda hoje encontramos pessoas que negam a realidade desta doutrina. Por isso é necessário demonstrar, pelas Escrituras, a sua realidade. E por fim, durante este período a Igreja tem a incumbência de proclamar o evangelho antes que venha o "grande e terrível dia do Senhor"(Ml 4.5), que porá fim aos últimos dias, para inaugurar o "dia da vingança do nosso Deus"(Is 61.2b).


I - O ESTUDO DA ESCATOLOGIA
1. Definição. A palavra escatologia tem origem em dois termos gregos: escathos, "último", e logos, "estudo", "mensagem", "palavra". O termo grego cognato é éschata, que significa "últimas coisas". Daí vem à expressão "estudo", ou "doutrina" das "últimas coisas". Portanto, escatologia é o estudo sistemático das coisas que acontecerão nos últimos dias ou a "doutrina das últimas coisas". A escatologia estuda os seguintes temas: Estado Intermediário, Arrebatamento da Igreja, Grande Tribulação, Milênio, Julgamento Final e o Estado Perfeito Eterno.

Comentário
Como o sub-tópico define, Escatologia é uma palavra de origem grega, formada pelos radicais εσχατος, "último", mais o sufixo logia, e significa "o estudo das últimas coisas" ou "doutrina das coisas finais". Muitas passagens das Escrituras empregam a palavra eschathos juntamente com heméra ‘dia’, assim temos ‘último dia’ (Jo 6.39; 7.37). A primeira ocorrência se refere ao último dia da ressurreição, um dia escatológico, enquanto que a segunda apenas faz alusão ao último dia da festa de casamento. O seu plural ‘escatai hmerai’ ocorre em At 2.17; 2Tm 3.1; Tg 5.3; Hb 1.2. Todas estas passagens aludem ao período de tempo entre a 1ª e a 2ª vindas de Jesus. É importante ressaltar que o período conhecido como ‘últimos dias’ iniciaram-se com a 1ª vinda de Jesus que, segundo Paulo, veio na "plenitude do tempo" (Gl 4.4), pois o tempo anterior da dispensação da lei já estava cumprido (Mc 1.15; Lc 16.16). Estamos vivendo os últimos dias. Esse período de tempo que a Bíblia chama de últimos dias, recebe ainda outras designações, tais como: "tempo aceitável... dia da salvação"(Is 49.8) ou "ano aceitável do Senhor"(Is 61.2a); "dispensação da plenitude dos tempos"(Ef 1.10) ou "dispensação da graça"(Ef 3.2) ou "dispensação do mistério"(Ef 3.9); "tempo da oportunidade", "tempo sobremodo oportuno", "dia da salvação"(2Co 6.2), "tempos oportunos" (2Tm 2.6), "tempos devidos" (Tt 1.3); "hoje" (Hb 3.7,15; 4.7,8); "fins dos séculos" (1Co 10.11), e "última hora"(1Jo 2.18).

2. A escatologia e a volta de Jesus. O estudo da escatologia bíblica mostra que o crente tem de estar sempre alerta, vigilante, pois a volta de Jesus pode acontecer a qualquer momento: "Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do Homem à hora que não imaginais" (Lc 12.40). Muitos desprezam e desdenham das verdades bíblicas, mas Deus vela pela sua Palavra e em breve Jesus voltará e julgará a todos aqueles que amam a prática do pecado.

Comentário
Acredito que a razão por que poucos estão prontos para o julgamento é que a maioria não sabe que haverá um julgamento. Além de estarmos preparados, escatologia deve nos motivar a ajudar os outros a se prepararem também. Enquanto a obsessão pelas últimas coisas é perigosa, a omissão é ainda mais. A preocupação com o mundo presente está sufocando o interesse no mundo por vir, e acredito muitos crentes já não oram Maranta! Temos construído nosso céu aqui. O estudo da Escatologia mantém estas verdades vitais e finais à nossa frente e nos encoraja a olhar além deste mundo: para o céu na vida eterna com Cristo e o Seu povo. Ainda que pareça tardar, a volta de Jesus é Literal - Pessoal e Corporal (At 1.11; 1Ts 4.14-17); será visível (Ap 1.7,9-11; Mt 24.26,27,30; Lc 21.27; Tt 2.13; 1Jo 3.2,3; Is 52.8; Os 5.15). Sua vinda é súbita (Ap 22.7,12,20; Mt 24.27), iminente, do ponto de vista profético (Tt 2.13; Hb 9.28; 1Ts 1.9,10; Rm 13.11), próxima, do ponto de vista histórico (Lc 21.28; Mt 16.3;24.33;24.3). Se dará em duas Fases (Sf 2.3):
a) O arrebatamento da igreja, nos ares (1Ts 4.16,17; Jo 14.3); a parousia;
b) A revelação ao mundo, na terra (2Ts 1.7-9; 2.7,8; Cl 3.4; Ap 1.7; Jl 3.11; 1Ts 3.11; Zc 14.4,5; Jd 14).

II - A PREOCUPAÇÃO COM OS FINS DOS TEMPOS
1. Os discípulos de Jesus. Certa vez, os discípulos de Jesus fizeram a seguinte indagação ao Mestre: "[...] Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? (Mt 24.3). Tanto os discípulos quanto os cristãos do primeiro século desejavam saber a respeito do fim dos tempos, pois este é um assunto que chama a atenção de crentes e não crentes. Já no primeiro século algumas pessoas não acreditavam mais na segunda vinda de Jesus, pois Pedro fala sobre os "escarnecedores" que dizem: "Onde está a promessa da sua vinda?" Infelizmente, hoje muitos também continuam achando que a Palavra de Deus não se cumprirá e que o fim não virá (2 Pe 3.3,4).

Comentário
Em seus ensinamentos particulares no monte das Oliveiras, Jesus respondeu a três perguntas relacionadas à destruição do Templo, à sua segunda vinda e ao fim. Esses temas estão interligados e algumas vezes é difícil determinar qual acontecimento está sendo descrito. Essa dificuldade é parcialmente resolvida quando se percebe que a maioria das profecias é capaz de um cumprimento tanto próximo como remoto. É importante lembrar que, em Mt 24.14, Jesus liga o testemunho universal do evangelho à sua segunda vinda. Os discípulos reunidos aos pés de Jesus no monte das Oliveiras o indagam acerca do tempo do fim e a resposta do Mestre é que veriam algumas daquelas coisas ensinadas, acontecendo em um período relativamente curto (perseguição, abominação no Templo de Jerusalém e sua destruição), mas também deixou claro que haveria um lapso de tempo antes que tudo isso começasse a acontecer. Toda a revelação aponta para o futuro. O futuro consiste num plano traçado por Deus para que a Igreja caminhe neste mundo “pela fé a esta graça, na qual estando firme, gloria-se na esperança da glória de Deus” (Rm 5.2).

2. As previsões falsas sobre o futuro. O homem sempre se preocupou com o fim dos tempos, por isso, o grande número de falsos profetas e falsas previsões quanto ao futuro da humanidade. São inúmeras seitas e falsos profetas que já marcaram a data da segunda vinda de Jesus e o fim de todas as coisas, pois todos erram.

Comentário
O apóstolo Paulo escreve aos Efésios para argumentar o fato de que nós somos o alvo da revelação divina: “nos elegeu antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade” (Ef 1.4,5). O Eterno é maravilhoso para com aqueles que são santos e Seus filhos e somente estes têm o privilégio de ter a revelação das coisas que em breve hão de acontecer. Em contraste, o mundo irregenerado, que não tem a revelação de Deus, se fecha num ciclo de falsas expectativas em relação ao futuro. Filosoficamente, a humanidade descrente vê com grande otimismo a era que está por vir e vislumbra um fantástico progresso material e científico; Contudo o apóstolo Paulo nos adverte: “quando andarem dizendo: paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição” (1Tm 5.3). O Site CACP.ORG transcreve um artigo do Jornal “Chamada da Meia Noite” (1995), de autoria de José Marcílio da Silva, onde ele escreve o seguinte: “Aos olhos dos franceses do final do século XIX, o novo século parecia uma espécie de Idade de Ouro. Mas o entusiasmo durou até 1914, quando a 1ª Guerra Mundial pôs fim ao sonho dourado. Outra parte da humanidade certamente adentrará o 3º milênio cheia de superstições, medo, insegurança e pessimismo; preocupada com desgraças, desemprego, violência e caos social. A história registra que, na passagem do ano 999 para 1.000, a maior parte da Europa não conseguiu comemorar a data, pois esperava o “Apocalipse”. Segundo o historiador Frederick H. Martins, um sentimento de terror dominou a multidão amontoada na imensa Basílica de São Pedro, em Roma, na noite de 31 de dezembro de 999. Inclusive o Papa Silvestre II parecia aterrado. Isso aconteceu porque o povo não tinha acesso à Bíblia. Quem conhece a revelação sabe que o mundo irá de mal a pior, mas não se desespera. E o Senhor Jesus profetiza: “homens desmaiarão de terror, na expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo… e quando estas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e levantem a cabeça, pois a vossa redenção está próxima, Lc. 21.26,28.” 

3. Falsos profetas.  Certo pastor, marcou o arrebatamento da Igreja para o ano de 1993, e o início da Grande Tribulação, considerando que o ano 2000 seria o fim do sexto milênio. Outro "profeta", baseado em cálculos matemáticos, somando ou subtraindo referências bíblicas e utilizando a contagem bíblica dos tempos, assegurou que o Anticristo seria revelado em 13 de novembro de 1986 às 17horas em Jerusalém! Marcou o "fim do mundo" para março de 1987. Mais um falso profeta foi desmoralizado. 

Comentário
Não faz muito tempo, uma autodenominada ‘apóstola’ afirmou que a vinda de Cristo será em 2017 ou 2018 (veja aqui). A autora desta declaração se coloca em grau de superioridade a Jesus Cristo, pois Ele mesmo afirmou nas Escrituras que quanto à sua vinda nem Ele mesmo sabia, somente o Pai do Céu. Muitos outros já tentaram prever esta data anteriormente. Não podemos concordar, absolutamente, com estas tentativas de anunciar uma data possível para a vinda de Jesus. Não é preciso raciocinar muito para afirmar que isso não passa de alarme falso. Basta ler o que Jesus deixou escrito no sermão profético de Mateus 24.36: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.” Entre as muitas outras profecias falsas sobre a vinda de Jesus está a declaração de Joseph Smith, fundador do Mormonismo, feita em 1835. Profetizou ele que Cristo voltaria dentro de 56 anos, e que muitos dos que então viviam “não provariam a morte até que Cristo voltasse”. Nem seria preciso dizer que ele morreu e Jesus ainda não. Charles Taze Russell declarou que a segunda vinda de Cristo tinha ocorrido invisivelmente em outubro de 1874, e que o Senhor estava verdadeiramente presente, e, que, em 1914, os fiéis (os 144.000) seriam trasladados para o céu e os ímpios destruídos. Profetizou que a Batalha do Armagedom, que começara em 1874, terminaria em 1914 com a derrubada geral dos governantes da Terra e o fim do mundo. No começo da década de 20, as Testemunhas de Jeová distribuíram nas ruas e de porta em porta na América do Norte, um livro intitulado Milhões Hoje Vivos Jamais Morrerão, que anunciava: “O ano de 1925 é uma data definitiva e claramente marcada nas Escrituras, ainda mais clara que a de 1914… podemos esperar confiantemente que o ano de 1925 marcará o retorno de Abraão, Isaque e Jacó e dos fiéis profetas antigos… na condição de perfeição humana.” As Testemunhas de Jeová chegaram a construir uma casa na cidade de San Diego, Califórnia, na qual os patriarcas deveriam morar, e tentaram passar a escritura em nome do Rei Davi. Esta casa foi discretamente vendida em 1954. “Quando o profeta falar em nome do SENHOR, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele.” (Dt 18.22).

III - INTERPRETAÇÕES ESCATOLÓGICAS
Existem diferentes interpretações escatológicas a respeito do fim. Não podemos estudar todas em uma única lição, porém  estudaremos algumas: 

Comentário
Este assunto não tem unanimidade no meio evangélico. No século XIX, surgem novas abordagens teológicas fazendo com que a Igreja adotasse novos rumos a fim de responder aos desafios da época. Foi nesse período que surgiram as Escatologias Contemporâneas - Escatologia Consistente de Schweitzer e a Escatologia Realizada de Dodd. Temos ainda, o Amilenismo Agostiniano, Amilenismo Clássico, Pós-Milenismo, Pré-Milenismo Histórico, e o Pré-Milenismo Dispensacionalista, esta última, adotada pela maioria dos evangélicos brasileiros.

1.Futurista. Essa interpretação considera que a maior parte das profecias ainda vai se cumprir, começando com o arrebatamento da Igreja e demais fatos subsequentes. Sem dúvida, é a mais adequada à realidade das profecias sobre os últimos tempos.  Essa corrente, porém, subdivide-se em: 

Comentário
 Contrapondo a interpretação Preterista, o Futurismo lê as profecias apocalípticas como Futuras e, em alguns casos iminentes, com cumprimento literal do texto em eventos reais. Tudo o que é profetizado no livro de Apocalipse a partir do capítulo 4 tem a ver com os últimos dias, sem nenhuma aplicação na história da igreja. O ponto de vista futurista divide-se em duas correntes: A Moderada (ou Pré-Milenarismo Histórico) e a Extrema (ou Pré-Milenarismo Dispensacionalista). Embora haja grandes divergências de interpretação entre essas duas vertentes hermenêuticas, elas concordam que o propósito do livro de Apocalipse é descrever a consumação do propósito redentor de Deus no fim dos tempos. O ponto de vista moderado não vê razão, como o extremo, de fazer uma diferença tão definida entre Israel e a Igreja. O povo de Deus que sofre a perseguição feroz e a igreja. Também não vê razão para reconhecer nas sete cartas uma predição de sete períodos da história da igreja. Não há qualquer evidência interna para tal interpretação, há apenas sete cartas para sete igrejas históricas. Os teólogos se dividem em três diferentes correntes:
a) Pré-tribulacionista. Esta corrente afirma que o Senhor Jesus arrebatará sua Igreja antes da Tribulação de sete anos (Jo 14.1-3; 1 Ts 4-5). Segundo Tim Lahaye, aqueles que "interpretam a Bíblia literalmente encontram razões fortes para crer que o arrebatamento será pré-tribulacional". O ensino a respeito do arrebatamento é uma doutrina fundamental, porém, o povo de Deus não precisa estar dividido quanto a tal assunto. O importante é que Jesus voltará para buscar a sua Igreja. É importante ressaltar que a corrente pré-tribulacionista está mais de acordo com o livro de Apocalipse (Ap 4.1-2). Para os pré-tribulacionistas os crentes serão guardados da Tribulação. Segundo esta corrente o propósito da Tribulação não é preparar a Igreja para estar com Cristo, mas, preparar Israel para a restauração do plano de Deus.

Comentário
O Arrebatamento pré-tribulacional ensina que, antes do período de sete anos conhecido como Tribulação, todos os membros do corpo de Cristo (tanto os vivos quanto os mortos) serão arrebatados nos ares para o encontro com Jesus Cristo e depois serão levados ao céu (1Ts 4.13-18). Nessa passagem Paulo informa seus leitores de que os crentes que estiverem vivos por ocasião do Arrebatamento serão reunidos aos que morreram em Cristo antes deles. No versículo 17 a palavra "arrebatados" traduz a palavra grega harpazo, que significa "dominar por meio de força" ou "capturar". Essa palavra é usada 14 vezes no Novo Testamento Grego de várias maneiras diferentes.

 b) Pré-milenista. Essa corrente conclui que a Vinda de Cristo ocorrerá antes do milênio, quando Cristo virá reinar sobre a Terra. Grande parte dos cristãos do primeiro século, eram pré-milenistas. Segundo o pastor Claudionor de Andrade  "tal posicionamento foi duramente combatido por Orígenes que, influenciado pela filosofia grega, passou a   ensinar que o Milênio nada mais era que uma referência alegórica à ação do Evangelho na vida das nações".

Comentário
O pré-milenismo, ou pré-milenialismo, é a visão de que a segunda vinda de Cristo ocorrerá antes do Seu Reino Milenar e que esse reino será um período literal de 1000 anos. Para que possamos compreender e interpretar as passagens nas Escrituras que lidam com os eventos do fim dos tempos, há duas coisas que precisamos claramente entender: um método apropriado de interpretar as Escrituras e a distinção entre Israel (os judeus) e a Igreja (o corpo de todos os crentes em Jesus Cristo).

c) Midi-tribulacionistas Os midi-tribulacionistas entendem que a Igreja será arrebatada no meio da Tribulação. 

Comentário
Os defensores desta opinião acreditam que a igreja vai passar pela primeira metade da tribulação, e será arrebatada no meio (mid) dos dois períodos de três anos e meio cada. Seus defensores citam At 14.22 para fundamentar esta opinião e considerando que a Grande Tribulação propriamente dita inicia apenas no meio dos sete anos, com a retirada da Igreja, deixando o Anticristo livre apara manifestar-se ao mundo:
- a Primeira Metade da Tribulação consiste em:
a) Aliança de Israel com o Anticristo (Dn.9:27; Jo.5:43; Is.28:14-18).
b) As duas testemunhas (Ap.11;3).
- A Segunda Metade da Tribulação: Chamada de grande tribulação ou angústia de Jacó (Mt.24:21; Jr.30:7; Dn.12:1).
a) Perseguição aos judeus (Ap.11:2;12:6,14).
b) Perseguição aos convertidos (Ap.7:13,14).
c) A besta política, o Anticristo (Ap.13:1-10).
d) A besta religiosa, o Falso Profeta (Ap.13:11-18)
e) Os 144.000 judeus (Ap.7:4-8;14:1-5).
f) Abominação desoladora (Dn.9:27;12:11; Mt.24:15; Ap.13:14,15; IITs.2:9).

d) Pós-tribulacionistas. Os pós-tribulacionistas pregam que a Igreja vai passar pela Grande Tribulação. No entanto, esse ensino não tem base sólida na Palavra de Deus. Jesus disse à igreja de Filadélfia, que representa a igreja fiel, que iria guardá-la "da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra" (Ap 3.10). A Igreja não estará mais na Terra quando começar a Grande Tribulação. Paulo ensina que devemos "[...] esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura" (1 Ts 1.10).

Comentário
Estes acreditam que a igreja passará por todo o período da tribulação, e será arrebatada apenas após a tribulação, por ocasião da segunda vinda de Cristo. Eles não distinguem a segunda vinda em duas fases. Reese, um dos principais expoentes dessa teoria, declara assim sua proposição: “A igreja de Cristo não será retirada da terra até o segundo advento de Cristo, bem no final desta presente era: o arrebatamento e o aparecimento ocorrem no mesmo momento de transição; consequentemente, os cristãos desta geração serão expostos às aflições finais sob o anticristo.” (Alexander REESE, The approaching advent of Christ, p. 18)

2. Histórica. Considera que o Apocalipse é um livro histórico, cujos fatos já se cumpriram na sua maior parte. Mas tal entendimento não corresponde à realidade bíblica.

Comentário
Esta interpretação toma como base que os fatos que João descrevia tinham lugar durante a história da igreja e insinua que todos os fatos já teriam acontecido quando olhamos para trás na história da humanidade. Obviamente, seria muito difícil encaixar todas as profecias do livro de Apocalipse em fatos históricos que já aconteceram. Simplesmente, isto faz com que esta interpretação não tenha fundamento.

3.Preterista. Os preteristas entendem que o Apocalipse já se cumpriu totalmente na época do Império Romano, incluindo a destruição de Jerusalém, no ano 70 a.C. Entretanto, as profecias bíblicas sobre os fins dos tempos indicam que diversos eventos escatológicos ainda não se cumpriram, como o Arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.17), a Grande Tribulação ou "a hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo" (Ap 3.10),  a Vinda de Cristo em glória (Mt 16.27) e o milênio (Ap 20.2-5).

Comentário
Esta interpretação considera que João teria escrito Apocalipse antes da destruição do Templo em 70 d.C. e que estas profecias seriam fatos que aconteceram na mesma época de quando o livro foi escrito. Esta posição é praticamente insustentável, porque basta retrocedermos na história, tentando encaixar os eventos de Apocalipse que veremos que as profecias ainda não aconteceram. Nem mesmo os imperadores romanos, conhecidos por sua maldade, se encaixariam no perfil descrito para o anticristo. Também vemos que a profecia da profanação do Templo descrita em 2 Tessalonicenses 2.3-4 ainda não aconteceu.

4. Simbolista. É também chamada de interpretação idealista ou espiritualista. Tudo é "espiritualizado", simbólico; nada é histórico, mas apenas uma alegoria da luta entre o bem e o mal. Nessa linha de pensamento, há o ensino amilenista, segundo o qual não haverá um período literal de mil anos para o reinado de Cristo. Ensinam que a Igreja está vivendo um milênio simbólico, mas as referências que indicam que o milênio será literal são muitas (Ap 20.2-5; Hc 2.14). Há os pós-milenistas que pregam que Jesus só voltará depois do milênio. Os textos bíblicos, porém, indicam uma ordem diferente dos acontecimentos escatológicos. A ressurreição dos mortos salvos ocorrerá na vinda de Cristo (1 Ts 4.13-17). A volta de Jesus é tão literal quanto o foi a sua Ascensão (cf. At 1.9,11).  O pré-milenialismo é a opinião escatológica de que Jesus Cristo voltará literalmente para estabelecer o seu reino na terra por mil anos. 

Comentário
Esta interpretação considera todo o conteúdo do livro em sentido figurado e/ou metafórico. Esta interpretação supõe que João estaria falando de um conflito espiritual e não de uma experiência física e real. Esta interpretação tem sempre a tendência de considerar que o mundo estaria cada vez mais perfeito e que estaríamos todos ingressando em um novo reino e que as profecias seriam apenas o conflito espiritual pessoal de João. Porém, todos os acontecimentos dos séculos XX e XXI mostram que o mundo tem somente piorado, promovendo uma verdadeira degeneração da raça humana. Isto prova que esta interpretação não tem o menor fundamento.

CONCLUSÃO
Defendemos a interpretação futurista, que se revela como a que melhor ajusta-se à boa hermenêutica sagrada, segundo a qual a Bíblia interpreta-se a si mesma. Nos livros escatológicos, podemos identificar algumas profecias que já se cumpriram e também entendemos que há linguagem simbólica nos livros escatológicos. Mas, em relação aos fins dos tempos, face à volta de Jesus, cremos que esta se dará antes da Grande Tribulação.

Comentário
Portanto, vemos que a única interpretação aceitável para o livro de Apocalipse é a futurista. Isso não quer dizer que não haja na Bíblia profecias que já se cumpriram ou estão se cumprindo hoje e/ou que não haja linguagem simbólica. Mas, em se tratando da volta de Jesus, a posição com maior apoio bíblico é a pré-tribulacionista - “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei ‘da hora da tentação’ que há de vir sobre o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10). Note o leitor que Jesus não deixou de ensinar sobre uma era vindoura perfeita e Apocalipse 21 e 22 descrevem as glórias deste estado eterno. A cidade de Jerusalém, a celestial, baixará de vez sobre a Terra. A nova terra tem seu relevo totalmente diferente. Quem preparou esta cidade foi o próprio Jesus, onde não haverá mais noite, nem precisará da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre os seus e reinarão pelos séculos dos séculos e Deus mesmo enxugará de nossos olhos toda a lágrima. Conheceremos as águas límpidas do Rio da Vida e sentiremos o gostoso sabor do fruto da Árvore da Vida! Maranata! Ora, vem Senhor Jesus!“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Missionário Vicente Dudman
Natal-RN
Dezembro de 2015



quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

EBD - José, a realidade de um sonho

Missionário Vicente Dudman
 Formatura:
Teologia - Escola Teológica das
Assembleia de Deus no Brasil
Direito - Universidade Estácio de
Sá (Câmara Cascudo) no Rio
Grande do Norte.
Inglês - University of Texas
Estados Unidos.
 Estamos disponibilizando pra você todo início de semana, mais um comentário sobre cada lição da EBD. Assim fazemos, para que os irmãos possam melhor preparar sua aula. Cada item, contém um comentário, para que o amado leitor entenda melhor os tópicos da lição. Estudaremos esta semana a última lição nº 13 desse 4º trimestre, que tem como título:  Isaque, a realidade de um sonho. Para cada tópico, deixamos o nosso comentário. Fizemos cuidadosa pesquisa a respeito dessa tão importante lição. Buscamos auxílio e Ainda recorremos a vários mestres no assunto, para que pudéssemos aplicá-lo para o seu melhor entendimento. Em caso de dúvidas com relação ao assunto, deixe seu comentário, a sua dúvida, no final desta postagem, que responderemos com todo prazer a sua pergunta. Espero que satisfaça a todos, e tenha uma boa aula.


INTRODUÇÃO
Neste domingo, veremos como Deus usou José para garantir a sobrevivência de Israel. Tudo começou com um sonho que, no devido tempo, fez-se realidade. Mas, do sonho à realidade, o jovem hebreu viu-se reduzido à escravidão até ser exaltado como governador de toda terra do Egito. José soube esperar com paciência. Quem tem sonhos dados por Deus não tem pressa. Sabe que tudo haverá de cumprir-se no tempo estabelecido pelo Eterno.
Comentário
Dentre os doze filhos varões de Jacó, um tem-se destacado, por demonstrar excelentes virtudes e por refletir uma beleza interior do coração. É a história de José, o filho mais velho de Raquel, segunda esposa e primeiro amor de Jacó. "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28) - É impressionante como Deus cuida do seu povo. Através de toda a Bíblia fica evidente a fidelidade e o amor do Senhor. Ele é um verdadeiro Pai, que cuida de cada um de uma maneira única e singular, sempre pensando em nosso benefício e daqueles que nos cercam. Nesta última lição, veremos como esse cuidade, amor e fidelidade do Senhor se evidenciou na vida de José, e através deste, de toda a casa de Israel.



I. A HISTÓRIA DE JOSÉ

José era bisneto de Abraão, amigo de Deus. À semelhança de seu pai, Jacó, e do avô, Isaque, era um homem de profundas experiências com o Senhor. A seu modo, era um profeta e um especialista em sonhos.

1. Filho da afeição. José era filho de Raquel, a esposa amada de Jacó (Gn 29.18-20,30). Seu nascimento foi celebrado por sua mãe (Gn 30.22-24). Em hebraico, José significa Jeová acrescenta. 
Comentário
Nascido em Padã-Arã, depois de  muito tempo em que Raquel esperou em vão por um filho (Gn 30.1,22 a 24). Os filhos da mulher favorita de Jacó foram José e Benjamim, sendo cada um deles particular objeto da profunda afeição de seus pais. Acredita-se que, em virtude desta parcialidade, surgiram acontecimentos de grande importância. Na primeira referência que a José se faz depois do seu nascimento, é ele um rapaz de dezessete anos, dileto filho de Jacó, tendo já este patriarca atravessado o rio Jordão, e havendo fixado em Canaã a sua residência. Raquel já tinha morrido, e por esta razão era de Jacó que pendia o cuidado dos dois filhos favoritos, e também por ser ainda jovem, servia José de portador de recados para seus irmãos mais velhos, que estavam longe, guardando os rebanhos - e, andando ele vestido com roupa superior à deles, era isso motivo de grande ofensa para os filhos de Jacó. Talvez o seu pai tivesse feito a ‘túnica de muitas cores’ com as suas próprias mãos, em conformidade com o costume ainda em voga entre os beduínos. E explica-se assim o ódio e o ciúme daqueles moços. Tanto a sua mãe como ele próprio tinham sido colocados desde o princípio em lugar de honra. Era Raquel a verdadeira esposa - e por isso só ela é nomeada como ‘mulher de Jacó’ na genealogia, que vem no cap. 46 de Gênesis. Além disso, a retidão de José era tal que eles reconheciam a sua própria inferioridade, comparando as suas vidas com a de José, mais pura e mais tranqüila. E então acontecia que ele levava a seu pai notícias dos maus feitos de seus irmãos (Gn 37.2). Mas parece que foi a ‘túnica talar de mangas compridas’ que fez que o ódio de seus irmãos se manifestasse em atos (Gn 37.3).

2. Filho da decisão. Talvez o seu nascimento tenha levado Jacó a munir-se de uma firme atitude diante de Labão, seu sogro: “Deixa-me ir; que me vá ao meu lugar e à minha terra” (Gn 30.25). O filho do coração mexeu com a alma do patriarca que, por longos anos, achava-se exilado em Padã-Arã. Enfim, chegara a hora de retornar à casa de Isaque, seu pai.
Comentário
Raquel, a mãe de José teve a criança depois de anos de esterilidade (Gn 30.22). Jacó tinha 91 anos quando José nasceu. Deus, então, manda Jacó voltar à terra de seus pais. Atendendo as orientações de Deus, Jacó partiu de Padã-Arã com toda a sua família, para voltar à terra de Canaã (Gn 31.17 e 18). A partida de Jacó e seus filhos de Padã-Arã prenuncia o Êxodo das doze tribos de Israel do Egito; Eles vão, não porque o filho do coração mexeu com a alma do patriarca, mas sim, em resposta a um chamado de Deus para a dorar na terra de Canaã (Êx 3.13-18); eles despojaram o inimigo de sua riqueza (Êx 12.35-36); eles são perseguidos por forças superiores e salvos por intervenção divina (Êx 14.5-31). Estes exemplos do Antigo Testamento apontam para a peregrinação do Novo Israel, a Igreja (veja 1Co 10.1-4). Durante sua viagem de retorno à Canaã, Jacó morou em Sucote e depois em Siquém (Gn 33.17-19). Mais tarde foi morar em Betel (Gn 35.1, 5 e 6). Em Betel o próprio Deus anunciou ao idoso Jacó a mudança de seu nome, que passou a ser chamado de - Israel: “aquele que luta com Deus” (Gênesis 35:10). Posteriormente, em caminho de Betel para Efrate (Belém), morreu Raquel, mãe de José, ao dar à luz Benjamim (Gênesis 35:19).

3. Filho dos sonhos. Já deixando a adolescência, José teve dois sonhos. Assim ele relata o primeiro deles aos irmãos: “Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava e também ficava em pé; e eis que os vossos molhos o rodeavam e se inclinavam ao meu molho” (Gn 37.7). Embora campesinos e rudes, eles não tiveram dificuldades em interpretar-lhe o sonho: “Tu deveras terás domínio sobre nós?” (Gn 37.8). Nem sempre nossos sonhos são compreendidos. Mas, se procedem de Deus, certamente se cumprirão no tempo da oportunidade. O segundo sonho foi ainda mais significativo: “E eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim” (Gn 37.9). Ao ouvir o relato, indagou-lhe o pai: “Porventura viremos eu, e tua mãe, e teus irmãos a inclinar-nos perante ti em terra?” (Gn 37.10). Por causa disso, seus irmãos vieram a odiá-lo. Jacó, entretanto, tudo guardava no coração. Na qualidade de profeta e sacerdote de Deus, sabia que algo grandioso estava para acontecer com o filho sonhador. 
Comentário
A questão retórica foi posteriormente respondida quando José veio a governar "sobre toda a terra do Egito" (41.43) e, então, sobre a família da aliança vivendo no Egito. A posição de José como cabeça da família da aliança foi .confirmada quando ele recebeu o "direito de primogenitura" de seu pai Jacó (1Cr 5.2). Mais insuportável se tornou José para com os seus irmãos quando ele lhes referiu os sonhos que tinha tido (Gn 37.5 a 11). Gn 37.11: considerava o caso consigo mesmo: esta declaração talvez antecipe a decisão posterior de Jacó de dar a José o direito de primogenitura e porção dobrada. Não tardou muito que se proporcionasse a oportunidade de vingança. os irmãos de José tinham ido apascentar os seus rebanhos em Siquém, a 80 km de distância - e querendo Jacó saber como estavam seus filhos, mandou José ali para trazer notícias dos pastores. Mas como estes já se tinham retirado para Dotã, para ali também se dirigiu José, andando mais 24 km. Tinha bebido pela última vez do poço de Jacó. Dotã era uma importante estação, que ficava na grande estrada para caravanas, que ia de Damasco ao Egito. Havia, por aqueles sítios, ricas pastagens, estando a terra bem suprida de cisternas ou poços. Eram estas cisternas construídas na forma de uma garrafa, estreitas por cima e largas no fundo, estando muitas vezes secas, mesmo no inverno. E também eram empregadas para servirem de prisão. Naquela região foi encontrar José os seus irmãos, que resolveram tirar-lhe a vida (Gn 37.19,20). Mas Rúben, ajudado por Judá, fez todo o possível para o salvar, e isso conseguiu, não podendo, contudo, evitar que ele fosse vendido como escravo (Gn 37.36). os compradores eram negociantes ismaelitas ou midianitas, os quais, tendo dado por José vinte peças de prata, tomaram a direção do Egito (Gn 37.25, 28,36). Entretanto os irmãos de José levaram a seu pai a túnica de mangas compridas, com manchas de sangue de uma cabra, para fazer ver que alguma fera o havia devorado. José foi levado ao Egito e vendido como escravo a Potifar, oficial de Faraó (Gn 39.1). Bem depressa ganhou a confiança de seu senhor, que lhe entregou a mordomia da sua casa (Gn 39.4). Depois disto foi José tentado pela mulher de Potifar, permanecendo, contudo, fiel a Deus e a seu senhor (Gn 39.8,9) - sendo falsamente acusado pela dona da casa, foi lançado numa prisão (Gn 39.20). o carcereiro-mor tratava José com certa consideração (Gn 39.21) - e no seu encarceramento foi o moço israelita feliz na interpretação dos sonhos de dois companheiros de prisão, o copeiro-mor e o padeiro-mor de Faraó (Gn 40). o copeiro-mor, quando o rei precisou de um intérprete para os seus sonhos, contou ao monarca que tinha conhecido na prisão um jovem de notável sabedoria (Gn 41.1 a 13). Em conseqüência disto foi José chamado, afirmando ele que só como instrumento do Altíssimo Deus podia dar a devida interpretação (Gn 41.16). Explicado o sonho de Faraó, ele aconselhou o rei a respeito das providências que deviam ser tomadas, por causa da fome que ameaçava afligir o Egito. Faraó recebeu bem os seus conselhos, e colocou-o na posição própria do seu tino e sabedoria, dando-lhe, além disso, em casamento a filha do sacerdote de om (Gn 41.37 a 45). Nesta ocasião foi-lhe dado por Faraó um nome novo, o de Zafenate-Panéia.
II. UM ESCRAVO CHAMADO JOSÉ
Se em casa era o mais querido dos filhos, no exílio, José teria de experimentar as angústias de um escravo. O Senhor, porém, era com ele.

1. O preço de um jovem. Os irmãos de José venderam-no a uns mercadores ismaelitas por vinte siclos de prata (Gn 37.28). Avaliaram-no abaixo da cotação do mercado para a compra de um escravo (Êx 21.32). As pessoas socialmente aviltantes não tinham muito valor. O valor de José, entretanto, excedia ao do próprio ouro.
Comentário
Midiã e Medã eram filhos que Abraão teve com Quetura (25.1-2), e foram posteriormente considerados por Israel como membros da mesma tribo, assim como o seu meio irmão Ismael (Jz 8.22-24). Esta ação foi uma espécie de sequestro, que em Êx 21.16 e Dt 24.17 classificam como passível de punição com morte. 20 ciclos de prata era o preço médio de um escravo à época. Os mercadores levaram José ao Egito e o venderam a Potifar, comandante da guarda real de Faraó (Gn 37.28, 36; 39.1). Na providência de Deus esta triste viagem rumo à escravidão foi o melhor que poderia ter acontecido a José. Apesar de José não compreender o que estava acontecendo, Deus, contudo, estava utilizando essa situação para conduzir José a um magnífico futuro, que de outra maneira não aconteceria.

2. A pureza de um jovem. Quem serve a Deus prospera até mesmo na servidão. Não sabemos o preço que Potifar ofereceu por José. Mas logo descobriria ter adquirido um bem mui valioso, pois tudo o que o jovem hebreu punha-se a fazer prosperava (Gn 39.6,7). Quem serve a Deus prospera em qualquer circunstância (Sl 1.3). Por ser um jovem formoso, não demorou a ser cobiçado pela esposa de seu amo (Gn 37.7). José, porém, temia a Deus, e guiava-se por uma ética superior. Por isso, respondeu à sua senhora: “Como, pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra Deus?” (Gn 39.9). Os Dez Mandamentos ainda não haviam sido decretados, mas a lei de Deus já estava gravada em seu coração (Rm 2.14). 
Comentário
No Egito José mostrou ser um diligente e fidedigno escravo, granjeando o respeito e a confiança de seu novo dono. Vendo Potifar que Deus era com José, fazendo prosperar em sua mão tudo quanto ele empreendia (Gn 39.3), decidiu Potifar promovê-lo a supervisor, com responsabilidade sobre todas as questões domésticas. Em Gn 39.2, o texto afirma: "O Senhor era com José que veio a ser homem próspero..." Ainda que isto se refira a tornar-se materialmente próspero, José era também, certamente, bem sucedido espiritualmente. Uma das lições que pode ser aprendida conforme a história se desenvolve é que até mesmo uma pessoa espiritualmente bem sucedida não está isenta da tentação. Paulo adverte: "Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia" (1Co 10.12). Precisamos estar sempre em guarda contra as manobras de Satanás.

3. A prisão de um jovem. Embora muito o assediasse, a mulher de Potifar não conseguiu arrastá-lo ao pecado. Certo dia, porém, estando apenas os dois em casa, ela o agarrou pelas roupas. Ele, desvencilhando-se, deixou-lhes as vestes nas mãos, e fugiu nu (Gn 39.10-12). Só um homem revestido da graça de Deus é capaz de semelhante reação. Vendo-se rejeitada, a mulher acusa-o de querer forçá-la. Quanto a Potifar, a fim de salvar as aparências, manda-o à prisão, onde eram apenados os oficiais do rei (Gn 39.20). O egípcio poderia ter executado o hebreu. Todavia, apesar de sua ira, preferiu não matá-lo. Apesar do cárcere, José é bem-sucedido. Por isso, o carcereiro-mor entrega-lhe o cuidado dos outros presos, pois “tudo o que ele fazia o Senhor prosperava” (Gn 39.23). 
Comentário
Interessante notar que, tivesse Potifar acreditado na acusação feita pela esposa, de que José havia tentado contra sua honra, indubitavelmente a punição teria sido a morte. Há, ainda, outra lição a ser colhida: o registro inspirado informa-nos que a esposa de Potifar instigou José não uma só vez, mas antes "todos os dias" (versículo 10). Isto significa que ela tentou seduzi-lo tanto quando ele estava fraco como quando ele estava forte. Algumas das mais fortes tentações da vida são aquelas que ocorrem "todos os dias". Na prisão, José foi tratado com grande severidade pelos seus carcereiros. A respeito dele disse o salmista: “Feriram-lhe os pés com grilhões; puseram-no a ferros, até o tempo em que a sua palavra se cumpriu; a palavra de Deus o provou.” (Sl 105.18 e 19). Na prisão Deus mais uma vez intervém. O capitão da guarda, por causa da conduta exemplar de José, deu-lhe um cargo de confiança sobre os outros presos, inclusive dois de considerável importância, lançados posteriormente na mesma prisão: o chefe dos copeiros e o chefe dos padeiros.

III. UM LUGAR DE REFÚGIO PARA ISRAEL
José não se limitava a sonhar; também interpretava sonhos. O seu ministério era parecido com o de Daniel.

1. O intérprete de sonhos. Na prisão, José foi designado a cuidar pessoalmente de dois assessores de Faraó (Gn 40.4). E, certa manhã, ao ouvir-lhes os sonhos, interpretou-os fidedignamente. De acordo com as suas palavras, o copeiro-mor foi restituído ao cargo; o padeiro-mor, enforcado (Gn 40.6-22). Quem sonha não despreza os sonhos alheios. José, porém, atribuía este poder não a si, mas ao Senhor: “Não são de Deus as interpretações?” (Gn 40.8). Quando atribuímos a glória a Deus, não nos tornamos arrogantes e jamais seremos esquecidos. 
Comentário
Certo dia, quando fazia sua ronda costumeira, José notou que os prisioneiros mais ilustyres, o chefe dos copeiros e o chefe dos padeiros de Faraó, ambos tinham uma expressão muito preocupada. Eles disseram que haviam tido um sonho estranho e que não podiam compreender o seu significado. Depois de atribuir a interpretação a Deus, José fez saber a eles a significação: em três dias o chefe dos copeiros seria reintegrado à sua antiga posição, e daria o copo nas mãos de Faraó, como fazia antes. O diligente José pediu ao chefe dos copeiros que se lembrasse dele quando estivesse de volta à corte, pedindo ao Faraó a sua libertação. Quanto ao chefe dos padeiros, em três dias este seria condenado à morte por ordem do rei. E assim aconteceu. “No terceiro dia, que era aniversário de nascimento de Faraó, deu este um banquete a todos os seus servos; e, no meio destes reabilitou o copeiro chefe, mas ao padeiro chefe enforcou, como José lhes havia interpretado.” (Gn 40.20-22).

2. Um economista de excelência. Passados dois anos completos, Faraó teve dois sonhos bem agropecuários. No primeiro, viu que sete vacas gordas eram devoradas por outras sete magras e feias. E, no segundo, observou que sete espigas boas e graúdas eram igualmente devoradas por outras sete mirradas e queimadas pelo vento oriental (Gn 41.2-7). Ao interpretar o sonho ao rei, entregou-lhe também um plano econômico que, embora simples, se mostraria eficaz para salvar não somente o Egito, mas os povos vizinhos, entre os quais, os hebreus (Gn 41.32-36). O plano era bastante prático: a fartura dos primeiros sete anos deveria ser armazenada para socorrer a penúria dos sete anos seguintes. Ao ouvi-lo, Faraó constitui imediatamente José como governador do Egito: “Acharíamos um varão como este, em quem haja o Espírito de Deus?” (Gn 41.38). Seria muito bom se nossos ministros tomassem algum conselho com José.
Comentário
O escravo liberto, agora com 30 anos de idade (Gênesis 41:46), após 13 anos de servidão, foi ritualmente adotado pela corte, recebendo um nome egípcio: Zafenate-Panéia. Também como recompensa, Faraó deu-lhe por mulher Asenate, filha de um sacerdote de Om cidade chamada posteriormente de Heliópolis, o centro do culto ao sol. No devido tempo, os acontecimentos se passaram precisamente como José previra. Durante os primeiros sete anos, José se assegurou de que as abundantes colheitas de grãos em seu país de adoção fossem estocadas. Durante esse período, José tem desfrutado de prestígio e riqueza, bem como de felicidade pessoal. Asenate, sua mulher, deu à luz dois filhos, que receberam os nomes de Manassés e Efraim
3. O salvador de seu povo. Foi como primeiro-ministro do Egito que José acolheu a família. Não somente perdoou as ofensas aos seus irmãos, como proveu-lhes toda a subsistência. Ele soube como interpretar as adversidades pelas quais passara. Diante da perplexidade de seus irmãos, declarou-lhes: “Deus me enviou diante da vossa face, para conservar vossa sucessão na terra e para guardar-vos em vida por um grande livramento” (Gn 45.7). Após encontrar-se com o velho pai, Jacó, instala seus familiares na terra de Gósen, onde os sustenta. E, ali, distante da influência dos cananeus e dos egípcios, os hebreus puderam desenvolver-se até se tornarem uma grande e poderosa nação (Êx 1.6,7). Aquele isolamento seria benéfico a Israel.
Comentário
Mesmo com a ascensão demorada de José, que era cárcere e, depois de Deus o usar como intérprete para os sonhos do Faraó Ramsés, se tornar o 2º na terra do Egito, nunca foi vista uma mudança de ego em José. Após o encontro com sua família, José arranjou a melhor terra no Egito para que sua família morasse. José viveu muitos anos no Egito até sua morte com 110 anos (Gn 50.22), mas nunca se esqueceu da aliança de Deus para o povo de Israel. Essa aliança foi a de que a terra de Canaã, onde morava seu pai Jacó, seria dada à Abraão e seus descendentes. Antes de sua morte, José pediu para que fosse enterrado na Terra de Canaã, pois era a Terra que Deus tinha dado a Abraão e seus descendentes por herança.
CONCLUSÃO
Se fizermos a vontade de Deus, até as adversidades redundarão em bênçãos e livramentos aos que nos cercam. Todavia, não nos impacientemos se os sonhos que nos dá o Senhor demoram a se cumprir. Para tudo há um tempo determinado. Há tempo para sonhar e também para que cada sonho se realize. Que tudo ocorra, pois, de acordo com a vontade de Deus. 
Comentário
José viveu até a idade de 110 anos e morreu no Egito, terra onde passou noventa e três anos da sua vida longe da terra de sua parentela, sem negar sua fé. Antes de morrer, José disse a seus irmãos: “Eu morro, mas Deus certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra para a terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó.” (Gn 50.24). Em seguida ele pediu que os irmãos dele fizessem uma promessa. Disse José: “Quando Deus vos visitar, levareis os meus ossos daqui.” (Gn 50.25). A história de José é muito mais que um simples retrato de um homem de grande caráter e de fé admirável. É também um marco decisivo na história do povo escolhido de Deus e um modelo de conduta para todos quantos desejam sinceramente ser fiéis ao Senhor.]“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”
Missionário Vicente Dudman
Natal-RN
Dezembro de 2015