Quinze
pessoas morreram no acidente, cujas causas ainda são
investigadas pela polícia
|
Passageiros do ônibus que tombou no domingo em Paraty contaram nesta segunda-feira aos
investigadores do caso, que minutos antes do acidente, o motorista, Marcel
Magalhães Silva, de 50 anos, disse que o ônibus estava com problema nos freios.
Segundo o inspetor Santos da Delegacia de Polícia de Paraty, o motorista teria
gritado "faltou freio" pouco antes de o veículo tombar. As causas da
tragédia estão sendo investigadas pela 167ª Delegacia de Polícia, em Paraty,
que já tomou depoimento dos sobreviventes ao longo do dia. Ao todo, quinze
pessoas morreram no acidente.
No domingo foi
realizada a perícia no local e na manhã desta segunda o exame do ônibus. A
polícia diz que ainda é necessário aguardar o laudo pericial para confirmar uma
possível falha nos freios. A principal suspeita é de que o ônibus tenha sofrido
uma falha mecânica. Além disso, a polícia também investiga suspeita de
superlotação.
Já chega a
nove o número de corpos reconhecidos entre os 15 mortos. Durante toda a manhã
desta segunda-feira, parentes estiveram no Instituto Médico Legal (IML) de
Angra de Reis (município a 90 km de Paraty) em busca de informações sobre
vítimas procuradas sem sucesso nos hospitais da região. Foram identificados até
agora Bruno Mariani da Silva, 26 anos, Juliana Rocha Medeiros, 26, Thalita
Amâncio, Vanilda Santana Moura, 62, Gabriele Matheus de Macedo, 21, Robson
Antunes Braga, 52, Cláudia Maria Arruda, 54, Kathllyn Fernandes Xavier, 18, e
Tatiane de Assis Albuquerque, 38. Ao todo, são 15 vítimas fatais e há
dificuldade para identificar os corpos porque as pessoas não portavam documentos.
O marido de
Tatiane, Adaílton Braz, viajava a seu lado no ônibus. Ele sofreu ferimentos,
está hospitalizado, mas não corre risco de morte. Braz ainda não foi informado
sobre a morte da mulher por orientação da equipe médica. A identificação do
restante dos mortos é outro problema porque a maioria dos passageiros não
portava documentos.
Entre os
passageiros, a maioria era de turistas que aproveitavam o feriado prolongado.
Entre as vítimas, ao menos seis eram paulistas - inclusive Juliana Rocha
Medeiros dos Santos. O ônibus fazia o trajeto entre a rodoviária, no centro de
Paraty, e a praia de Trindade, a cerca de 30 km de distância. O ônibus partiu
do centro por volta das 11 horas. O acidente ocorreu quando o veículo passava
por um trecho estreito e sinuoso do Morro do Deus Me Livre, na estradinha que
liga Trindade à rodovia Rio-Santos.
O delegado que
atendeu a ocorrência no momento do acidente, Marcio Teixeira de Melo, afirmou
que foi encontrado o documento do ônibus que informava que o limite de
passageiros era de 45, inferior ao total de vítimas atendidas nos hospitais:
66. Por isso, a polícia diz que é provável que o ônibus estivesse superlotado.
Ainda assim, Melo afirmou que não é possível tirar qualquer conclusão sobre o
caso. Durante as investigações os equipamentos do veículo foram periciados,
inclusive o contador que contabiliza o número de passageiros.
O motorista
sofreu traumatismo craniano e está internado, mas, segundo a empresa de ônibus,
não corre risco de morte. A cobradora Maria Marta também sobreviveu e está
estável e segue internada no hospital de Paraty.
Em nota, a
Viação Colitur lamentou o desastre e informou que "está apurando as causas
do acidente" e "prestando todo o apoio às vítimas e aos
familiares". Segundo José de Jesus, coordenador de pátio da empresa,
"a estrada é muito perigosa". "O ônibus só roda em primeira
marcha", acrescentou.
De acordo com
o prefeito de Paraty, Carlos José Gama de Miranda (PT), a estrada foi asfaltada
há 12 anos e está em bom estado, embora seja íngreme e bastante sinuosa. A
prefeitura cancelou um show musical que ocorreria ontem como parte da festa em
homenagem à Nossa Senhora dos Remédios, padroeira de Paraty.
(Com Estadão Conteúdo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário