Estamos disponibilizando pra você todo início de semana, mais um comentário sobre cada lição da EBD. Assim fazemos, para que os irmãos possam melhor preparar sua aula. Cada item, contém um comentário, para que o amado leitor entenda melhor os tópicos da lição. Estudaremos esta semana a lição de nº 10 desse terceiro trimestre, que tem como título: O Líder Diante da Chegada da Morte. Para cada tópico, deixamos o nosso comentário. Fizemos cuidadosa pesquisa a respeito dessa tão importante lição. Buscamos auxílio e Ainda recorremos a vários mestres no assunto, para que pudéssemos aplicá-lo para o seu melhor entendimento. Em caso de dúvidas com relação ao assunto, deixe seu comentário, a sua dúvida, no final desta postagem, que responderemos com todo prazer a sua pergunta. Espero que satisfaça a todos, e boa aula.
INTRODUÇÃO
Paulo tem consciência de que seu ministério está chegando
ao fim. A segunda Epístola a Timóteo, na verdade é uma forma, comovente, de
dizer adeus ao seu "amado filho" e à Igreja do Senhor. Paulo exorta
Timóteo a respeito da responsabilidade que é estar na liderança de uma igreja e
faz uma revisão do caminho que havia percorrido em sua jornada com o Salvador:
"Combati o bom combate" (2 Tm 4.7). Paulo não estava pesaroso com a
partida, pois suas dores e sofrimentos, com certeza, foram esquecidos, diante
da certeza de que fez um bom trabalho e que cumpriu a missão para qual fora
designado pelo Senhor.
A morte é inevitável. Um dia líderes e liderados terão
que enfrentá-la, porém, o que faz a diferença é a maneira como a encaramos.
Comentário
Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21). – O
verdadeiro crente, vivendo no centro da vontade de Deus, não precisa ter medo
da morte. Ele sabe que Deus tem um propósito para o seu viver, e que a morte,
quando ela vier, é simplesmente o fim da sua missão terrestre, e o início de
uma vida mais gloriosa com Cristo. Paulo quando escreve esse texto (Fp 1.21),
não anseia pela morte, mas por uma presença mais próxima de Cristo que a morte
trará. Para o crente, a morte não é o fim da vida, mas o início de uma plena,
sublime e eterna comunhão com Deus. Na continuidade do texto de Fp 1, Paulo
utiliza uma expressão em referência à morte – o termo partir – que também é
usada para tirar pequenas estacas de barracas ou âncora de um barco; com isso,
Paulo nos ensina que a morte significa apenas levantar acampamento e continuar,
ou içar as velas para outro porto. Não estamos acostumados a ouvir ensinos
acerca da morte, muito menos sobre como enfrentar uma situação de perca de
algum ente querido; não se arrisca a falar de um tema tão triste e acabamos
deixando esse assunto de lado e, o que é pior, substituindo-o por coisas triviais
e terrenas como se jamais fôssemos enfrentar este momento. Todo homem, quer
salvo ou não, está sujeito à morte, contudo, o crente encara a morte de modo
diferente do não salvo, pois para nós, ela não é o fim da vida, mas um novo
começo, como nos inspira Paulo, é um levantar acampamento e partir para uma
vida mais plena, é ser liberto de todas as aflições deste mundo para ser
revestido da vida e glória celestiais (2Co 5.1-5).
I. A CONSCIÊNCIA DA MORTE NÃO TRAZ DESESPERO AO CRENTE
FIEL
1. Seriedade diante da morte. Enquanto Timóteo ainda era um jovem obreiro, Paulo já
estava idoso (Fm 1,9), e tinha consciência de que estava no fim de sua longa,
sacrificada e honrosa missão (v. 6). Paulo assegura que seu sangue seria
derramado como uma oferta de libação. Esta era uma oferta de caráter
voluntário, "de cheiro suave ao Senhor" (Lv 2.2). Segundo a Bíblia de
Aplicação Pessoal, "libação era uma oferta líquida e consistia em derramar
vinho sobre o altar como um sacrifício a Deus". Não era uma oferta pelos
pecados, mas uma oferta de gratidão ao Senhor.
Comentário
Temos convicção
de que a morte não é o fim de tudo. O homem não morre como a besta do campo e o
crente morre como alguém sem esperança. Pela graça ele crê que Deus lhe deu a
vida eterna, e que a morte é o meio pelo qual ele passa para uma experiência
mais gloriosa dessa vida: "Tragada foi a morte na vitória" (1Co
15.54). Embora seu corpo retorne ao pó, o mesmo não permanecerá nessa
corrupção. Ele será levantado dentre os mortos. O corruptível se vestirá de
incorrupção, e o mortal de imortalidade. "Porque o mesmo Senhor descerá do
céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que
morreram em Cristo ressuscitarão primeiro" (1Ts 4.16). Paulo pode
enfrentar este momento porque tinha consciencia dessa verdade, por isso, ele
entende seu mart~irio como uma libação - oferta de líquidos, em geral de vinho ou de
azeite, derramados em sacrifício de dedicação a Deus – parte, junto com a
oferta de manjares, das ofertas regulares apresentadas todos os dias (Êx
29.38-41). No Novo Testamento, simboliza aquele que derrama a vida pela
causa de Cristo (Fp 2.17).]
2. A certeza da missão cumprida (vv. 7,8). No texto, que indica a consciência da proximidade da
partida para a eternidade, queremos destacar três aspectos:
a) "Combati o bom combate". Todos os apóstolos
de Jesus eram homens que combatiam "pela fé que uma vez foi dada aos
santos" (Jd 3). Mas nenhum teve tantas oposições e ameaças quanto Paulo.
Foi um obreiro muito perseguido, mas nunca desistiu da luta espiritual em prol
do evangelho (1 Tm 1.20; 2 Tm 3.11, 12; 4.14 ). Que você também não desista
diante das dificuldades e oposições.
Comentário
Conforme percbemos
do txto de 1Timóteo 1,18-19, fica claro que o combate de Paulo não é
literalmente uma batalha, uma guerra, mas uma imagem que descreve a vida do
cristão, o seu comportamento sobretudo em relação ao perseverar na fé. A vida
do cristão é feita de escolhas e a liberdade que nos foi dada faz com que cada
vez tenhamos que decidir qual estrada tomar; o bom cristão deve seguir fiel ao
ensinamento divino. Esse processo é chamado por Paulo de "combate". O
êxito final vai defini-lo como "bom" ou "mau".
b) "Acabei a carreira". O texto indica que
Paulo se referia à "pista de corrida", das competições em Atenas e em
Roma. Em sua carreira ou "corrida", ele diz que não olhava para trás,
mas para as coisas que estavam diante dele, prosseguindo "para o alvo,
pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Fp 3.13,14).
Muitos começam a carreira da vida cristã bem, mas desistem ou recuam ante os
obstáculos e os problemas que surgem. O pastor de uma igreja não pode se
acovardar diante das dificuldades, mas firmado em Cristo precisa prosseguir até
o final.
Comentário
Sem determinação
torna-se impossível para o atleta completar a prova. A mesma regra pode ser
aplicada em nossas vidas. Isto é, sem perseverarmos nos é impossível
transformar sonhos em realidade. ACABEI A CARREIRA, esta é a declaração de
profunda alegria de um perseverante no bem. Ele diz que “Terminei minha
missão”, “Fiz o que estava em minha alçada” (At 20. 27), “Não me embaracei com
os negócios desta vida” (2Tm 2. 4), e “Imitei meu salvador que disse: “Está consumado”
(Jo 19. 30).
c) "Guardei a fé". Isso quer dizer que Paulo
foi fiel a Deus, em todas as circunstâncias de sua vida cristã. Ele não se
embaraçou "com os negócios dessa vida" e militou legitimamente (2 Tm
2.4,5). Guardar a fé significa guardar a fidelidade a Cristo e a seus
ensinamentos. O crente precisa guardar a fé até o seu último momento de vida.
Paulo ensinou a Timóteo e à Igreja do Senhor a respeito desse cuidado. O crente
é consolado pela fé (Rm 1.12); a justiça de Deus é pela fé (Rm 3.22); o homem é
justificado pela fé (Rm 3.28; 5.1; Gl 2.16); o justo vive pela fé (Gl 3.11); a
salvação é pela fé em Jesus (Ef 2.8). Paulo sabia o que era lutar e guardar a
"fé que uma vez foi dada aos santos" (Jd 3).
Comentário
Esta é a
consciência de não se ter deixado corromper. Ao afirmar “Guardei a fé”, Paulo
quer dizer que “Não negociei a graça de Deus”, “Resisti às tentações” (1Co 9.
27), “Permaneci em comunhão” (1Co
4. 1-5), e “Meu depósito foi guardado para mim por meu Senhor” (2Tm 1. 12). O Apóstolo Paulo convoca Timóteo a
combater o bom combate da fé, o que significa nesse contexto específico,
resistir ao materialismo, à avareza e as deturpações que levam a conclusão
erronea de que "piedade é fonte de lucro". Combater o bom combate,
significa também, seguir com firmeza as virtudes distintamente cristãs -
Justiça, piedade, fé, amor, constancia e mansidão (v.11). É ainda, viver
intensamente o ministério recebido do Senhor (v.14).
II. O SENTIMENTO DE ABANDONO
1. O clamor de Paulo na solidão. No início da Segunda Carta, Paulo já havia demonstrado
que sentia muito a falta de Timóteo: "[...] desejando muito ver-te
[...]" (1.4). No final da epístola, vemos a súplica de Paulo ao seu filho
na fé: "Procura vir ter comigo depressa" (4.9). Ele também revela o
porquê de sua pressa em rever seu filho na fé. Vejamos:
a) Demas o desamparou. "Porque Demas me desamparou,
amando o presente século, e foi para Tessalônica" (2Tm 4. 10). Demas era
um dos cooperadores de Paulo (Cl 4.14; Fm 24). Porém, será que ele havia se
desviado? Não sabemos ao certo. O texto bíblico mostra que ele abandonou Paulo
quando este precisava muito de sua ajuda. O versículo também afirma que no
momento, Demas amava mais o "presente século" do que o amigo e irmão
em Cristo. Os momentos de adversidade revelam aqueles que são realmente amigos
e que nos amam.
Comentário
O apóstolo
Paulo,nesse contexto,pedia para que Timóteo estivesse com ele. O homem de Deus
estava só. Um dos seus principais colaboradores,Demas,o havia abandonado. Demas
é citado por Paulo em Cl 4.14 e Fm 24. Pelo texto de Filemon (v. 24) vemos que
Demas começou muito bem, é citado como “colaborador”. Não se sabe a princípio o
porquê, mas talvez o desinteresse, a frieza, a indiferença de Demas foram
crescendo até ele chegar a esta situação, ao limite perigosíssimo da apostasia.
A história de Demas é a história de todos os que não sabem ou não podem
perseverar até o fim que é a condição para se obter a coroa da vida!
b) Só o médico amado ficou com Paulo. Tíquico foi mandado
para Éfeso (4.12) e só Lucas ficou junto de Paulo (4.11). Lucas, "o médico
amado" (Cl 4.14), escritor do livro de Atos dos Apóstolos e cooperador do
apóstolo (Fm 24), fez-se presente, dando toda assistência a Paulo. Sem dúvida
alguma, fora providência de Deus. Em idade avançada (Fm 9), Paulo precisava de
cuidados médicos, físicos e emocionais. E ali estava o doutor Lucas, seu amigo,
que não o desamparou.
Comentário
A Bíblia conta
maravilhosas histórias de amizade, e aquim o Novo Testamento nos apresenta uma
destas histórias, Lucas e Paulo, Por intermédio de Paulo, sabemos que Lucas era
médico (Cl 4.14). Parece que o primeiro encontro entre os dois ocorreu em
Trôade (At 16.6-10), onde juntos partiram para a Macedônia. A primeira cidade
Macedônia em que eles pregaram o Evangelho foi Filipos. Há historiadores
cristãos que concordam que Lucas pastoreou aquela igreja por seis anos (51-57
d.C.). É na última prisão de Paulo que a amizade foi realmente provada. “Só
Lucas está comigo”, disse Paulo para seu discípulo Timóteo. Neste período,
Paulo está esperando sua execução, que aconteceu, provavelmente, no ano de 68
d.C., por decapitação, por ordem de Nero. Todos os demais companheiros de Paulo
o tinham deixado. Lucas, um médico, homem que provou ser culto pela qualidade
das obras que escreveu, abriu mão de vários anos de sua vida para acompanhar o
apóstolo enquanto estava preso. Num desses períodos, na primeira prisão em Roma
(At 28.16), Lucas redige sua obra: o evangelho de Lucas e Atos. Lembrando que
estes dois livros também mostram a dedicação de Lucas a outro amigo, a saber,
Teófilo (Lc 1.3; At 1.1). A dedicação às pessoas é fruto do amor que transforma
vidas. Nós temos uma fé que não pode ser vivida para nós mesmos, mas nossa fé
deve se abrir para os outros. Nosso alvo é servir o nosso próximo (Tg 2.14-26).
Deus nos escolheu para sermos um povo de boas obras (Ef 2.10; Tt 2.14).
2. A serenidade dos últimos dias. "Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade,
em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos" (v. 13). A prisão
de Paulo se deu tão de repente que ele não teve tempo para reunir suas coisas.
Agora, aproximava-se o inverno (v. 21), e Paulo sentia a necessidade da capa
que deixou na casa de Carpo e também dos livros. Sabemos quão rigoroso é o
inverno europeu. O texto também nos mostra que até o fim de sua vida, Paulo se
preocupou em ler e estudar. Tem você dedicado tempo ao estudo da Palavra de
Deus?
O seu julgamento, perante a justiça de Roma, poderia
demorar alguns dias ou meses. De qualquer forma, é um eloquente testemunho de
que o homem de Deus, quando está seguro com o Senhor, não teme a morte ou
qualquer outra adversidade.
Comentário
No mesmo contexto, alguns
versículos antes em II Timóteo 4:6-8, Paulo afirma que encerrou sua carreira, e
que está prestes a morrer. Mesmo assim, no versículo 13 ele ainda pede que
sejam trazidos seus livros. Aprendemos então que Paulo continua tendo interesse
em ler, escrever e aprender, mesmo estando prestes a morrer. Uma vez que a
Bíblia não afirma expressamente, não podemos afirmar nada com certeza sobre
isso. Podemos, entretanto, examinar as Escrituras e ter a melhor compreensão
possível e tirar todo aprendizado possível sobre o assunto. Se examinarmos o
livro de Atos, perceberemos informações importantes, que possivelmente
demonstram como foi que Paulo acabou deixando essas coisas todas em Trôade, na
casa de Carpo (Atos 16:8-12).
3. Preocupações finais com o discípulo. Paulo alerta Timóteo a respeito de "Alexandre, o
latoeiro", que foi inimigo do apóstolo (vv. 14,15). "Tu, guarda-te
dele." Segundo a Bíblia de Aplicação Pessoal, Alexandre pode ter sido uma
testemunha contra Paulo em seu julgamento. O crente fiel sempre vai encontrar
pessoas difíceis em sua caminhada, por isso, precisa estar preparados para
lidar com toda a sorte de gente, boas e más.
Comentário
Em algumas
outras versões da Bíblia este mesmo Alexandre é chamado de ferreiro!
Possivelmente este Alexandre fazia utensílios domésticos de metais,
ferramentas, escudos, facas, espadas, lanças, etc. Alexandre, o latoeiro, foi
pior que Demas! Apesar de também ter saído da Obra, ele passou a perseguir o
Apóstolo Paulo, chegando a ponto de interferir na sua sentença em Roma,
causando-lhe muitos males (2Tm 4.14). Mesmo assim, Paulo orou por ele e
entregou o caso nas Mãos de Deus, pedindo justiça. Segundo alguns estudiosos da
Bíblia, há muitas chances deste Alexandre ter sido o mesmo que foi citado na
Primeira Carta de Paulo a Timóteo no “Conservando a fé, e a boa consciência, a
qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé. 20 - E entre esses foram
Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não
blasfemar” (1Tm 1.19).
III. A CERTEZA DA PRESENÇA DE CRISTO
1. Sozinho perante o tribunal dos homens (v. 16). Nem Lucas, o "médico amado" se encontrava na
cidade, quando Paulo compareceu a audiência. Mas ele não era murmurador, nem
guardou mágoa dos amigos ausentes. Pelo contrário, demonstrou que os perdoara,
pedindo a Deus "que isto lhes não seja imputado". A atitude de Paulo
nos faz recordar a postura de Jesus na cruz, quando Ele exclamou: "[...]
Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23.34). Podem os
amigos e companheiros nos abandonar nos momentos difíceis, mas Deus é fiel e
jamais nos deixa sozinho.
Comentário
Embora os homens
tenham abandonado Paulo em sua primeira audiência no tribunal, o Senhor não o
fez. Paulo pode usar aquela ocasião para pregar o evangelho. Como cidadão
romano, Paulo não poderia ser jogado aos leões no teatro público. Diz a
tradição que, como resultado de haver apelado para César, após dois julgamentos
no ano 68 d.C., Paulo foi executado. Relata-se que Nero saiu de viagem enquanto
Paulo estava em Roma; entrementes, uma de suas concumbinas foi ganha para o
Senhor por intermédio do apóstolo. Quando Nero voltou para casa, ela havia se
juntado a um grupo cristão, abandonando o imperador. Nero ficou tão furioso que
descarregou sua ira sobre Paulo, que foi levado para a Via Óstia onde o
executaram.
2. Sentindo a presença de Cristo (v. 17). Paulo
não tinha a companhia dos amigos e irmãos em Cristo, mas pôde sentir, de perto,
a gloriosa presença de Deus. O Senhor se fez presente e fortaleceu a alma e o
espírito do seu servo. Mesmo estando preso, ele se sentia "livre da boca
do leão", o que pode referir-se ao sentimento de libertação espiritual em
relação a Satanás, ou de Nero, o sanguinário imperador. Ele não foi liberto da
prisão e da morte, pois suas palavras eram de despedida: "Combati o bom
combate, acabei a carreira, guardei a fé" (v. 7).
Comentário
Viver e morrer
para o crente significa aceitar a passagem pascal, onde a doação a Cristo e aos
irmãos não se realiza sem dificuldades e desilusões, sem passar pelas inúmeras
mortes cotidianas até a morte física, etapa obrigatória criada pelo ato
redentor de suprema doação de Cristo que morre por amor e ressuscita para que
nós possamos ressuscitar com Ele. Agora vivemos uma vida nova, porque aquele
que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos, dará a vida também aos nossos
corpos mortais (Rm 8.11). Livre
da boca do leão, essa era uma forma figurada de dizer que os esforços de
Satanás em causar a morte prematura de Paulo tinham sido desviados, impedidos
até o presente.
3. Palavras e saudações finais. "E o Senhor me livrará de toda má obra e
guardar-me-á para o seu Reino celestial [...]" (v. 18). Paulo não estava
se referindo ao livramento físico da morte. Ele já havia se despedido de forma
muito comovente nos versículos 6 a 8. Esse texto nos mostra o quanto ele estava
tranquilo, aguardando a vontade de Deus sobre sua vida e o fim do seu
ministério. E conclui, saudando seu amigo e filho na fé, dizendo: "O
Senhor Jesus Cristo seja com o teu espírito. A graça seja convosco. Amém!"
(v. 22).
Paulo não
expressa imunidade à doença fisica. Pelo contrário, ele espera a morte, mas
nenhum ataque a ele poderia prejudicá-lo. Sua morte traria a libertação do
sofrimento e a entrada no céu.
CONCLUSÃO
Os últimos trechos da Segunda Carta de Paulo a Timóteo
nos ensinam que o servo de Deus que tem certeza da sua salvação, mediante a
obra redentora de Cristo, não teme a morte. Paulo sabia que a morte física
aniquilaria apenas o seu corpo, mas seu espírito e sua alma (o homem interior -
2 Co 4.16) estavam guardados em Cristo Jesus.
Comentário
“Melhor é a boa
fama do que o melhor ungüento, e o dia da morte, do que o dia do nascimento de
alguém” (Eclesiastes 7:1). O dia da morte do cristão é melhor do que o dia do
seu nascimento. Todos os dias do cristão em Cristo sobre a terra são bons, mas
estar com Cristo na glória eterna será melhor. Paulo foi abençoado em Cristo
sobre a terra, mas o apogeu da bênção para Paulo seria estar com Cristo na
glória: “Porque para mim o viver é
Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha
obra, não sei, então, o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em
aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito
melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne” (Fp
1.21-24). O cristão olha para a morte como uma partida da imperfeição para
imperfeição (2Tm 4.6). Paulo viveu uma vida espiritual progressiva. Ela não foi
ausente de dificuldade, perseguição e sofrimento. Contudo, essa vida estava em
preparação para a morte, pois ele aguardava a experiência com confiança alegre
e expectativa esperançosa. A Bíblia refere-se à morte do crente em termos
consoladores. A morte para o justo, segundo Lucas, é ser levado pelos anjos
“para o seio de Abrão” (Lc 16.22); é ir ao “paraíso”(Lc 23.43); é ir à casa do
nosso Pai, onde há “muitas moradas” (Jo 14.2); é uma partida bem-aventurada
para “estar com Cristo”(Fp 1.23), e é a ocasião de receber a “coroa da
justiça”(2Tm 4.8). Nossa corporal está garantida pela ressurreição de Cristo
(At 17.31; 1Co 15.12, 20-23). Essas porções bíblicas ensinam claramente a
sobrevivência da alma humana fora do corpo, quer do salvo, quer do ímpio, após
a morte. Jesus nos ensina acerca de uma ressurreição da vida, para o crente, e
de uma ressurreição de juízo, para o ímpio (Jo 5.28,29). O crente passa do
tempo para a eternidade. Paulo usou o substantivo grego kerdos significando
ganho, o adjetivo kreitton significando maior, melhor ou superior, e o advérbio
mallon significando mais ou muito mais em Filipenses 1.21-23. A combinação das
palavras prova que o crente falecido não se torna inferior a uma pessoa quando
ele morre: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo
presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada...E
não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos
em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm
8.18,23). O corpo redimido será a finalização ou perfeição do que Deus o
Espírito Santo começou na regeneração. O Espírito aplicou o que o Filho de Deus
providenciou em Sua morte. O que o Filho providenciou foi em favor do eleito
que o Pai lhe deu antes da fundação do mundo NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por
meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Missionário
Vicente Dudman
Profº.
/ Teologia
Natal/RN
2
agosto 2015
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