Segundo
a assessoria da deputada Erika Kokay (PT-DF), presidente da CPI e autora do
pedido de depoimento de Marcos, o requerimento de convocação do pastor foi
aprovado em uma reunião ordinária da CPI na tarde desta terça-feira.
Além
de Marcos, os parlamentares ouvirão também o delegado titular da Delegacia de
Combate às Drogas (Dcod) do Rio de Janeiro, Márcio Mendonça, e outros policiais
e pessoas ligadas à investigação do caso.
Segundo
denúncias, ao menos três vítimas do pastor seriam adolescentes. Os
parlamentares ouvirão o pastor na penitenciária Bangu II, no Rio de Janeiro,
onde Marcos está preso.
A ida
à capital fluminense ainda não foi agendada. Segundo a assessoria da deputada,
ainda não há data marcada para que o pastor converse com os membros da CPI. A
expectativa é que ele seja ouvido no início de junho.
Pastor
é acusado de estupro
O
Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou o pastor Marcos Pereira
por dois estupros. Ele foi preso na terça-feira acusado de abusar sexualmente
de seis fiéis da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, da qual é um dos líderes.
Segundo
a denúncia, para cada um dos seis estupros foi instaurado um inquérito
policial, com o objetivo de "facilitar a individualização de cada
crime". "Pelos relatos das testemunhas, principalmente das mulheres,
verifica-se que estamos diante de um verdadeiro depravado, degenerado,
pervertido sexual, capaz de fazer as coisas mais baixas e sempre se
aproveitando da sua condição de líder maior da Igreja", dizem os
promotores Rogério Lima Sá Ferreira e Adriana Lucas Medeiros, que assinam o
texto.
A ação
explica que o inquérito é um desdobramento de uma outra investigação que apura
a prática de incitação ao crime e associação para o tráfico de drogas do
pastor. "Acontece, porém, que no decorrer da investigação dos crimes
acima, foram surgindo notícias gravíssimas de outros crimes, como homicídio,
lavagem de dinheiro, estupros, roubo por parte do denunciado", explicam os
promotores.
Na
denúncia, são relatados os abusos que Marcos Pereira cometeu contra as duas
mulheres, que moravam em um alojamento da igreja. Segundo o texto, ele negava
material de higiene a uma das vítimas caso ela se recusasse a manter relações
sexuais.
"Todas
as mulheres vítimas do denunciado viveram na sua igreja por alguns anos. Elas
viviam em função da Igreja presidida pelo denunciado. Moravam nos alojamentos
existentes na Igreja. Eram dependentes materialmente e emocionalmente do
denunciado. E para aquelas que se recusavam a ceder aos seus instintos
bestiais, o denunciado as ameaçava de despejo, de morte fora da Igreja",
diz a denúncia.
"O
relato das outras mulheres é estarrecedor. Revela de forma clara que o
denunciado é maquiavélico, de uma pobreza de espírito sem tamanho, só para
conseguir dar vazão aos seus instintos sexuais. Se identificando com um 'Homem
de Deus', praticou uma série de crimes sexuais contra aquelas que procuraram a
sua Igreja em busca de ajuda espiritual. Conduta vil, torpe", dizem os
promotores.
Além
de Pereira, o MP denunciou quatro homens ligados à igreja acusados de fazer
ameaças a uma das vítimas de estupro. De acordo com o MP, o pastor teria
ordenado a Daniel Candeias da Silva, Ubirajara Moraes Pereira, Cezar Luiz
Moraes Pereira e Lúcio Oliveira Câmara Filho que ameaçassem a mulher.
As
ameaças teriam começado em março de 2012, depois que a mulher denunciou o pastor
pelo crime de estupro. Ela disse ter sido perseguida e vigiada em seu trabalho
por homens que faziam gestos ameaçadores.
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