A atitude foi tomada após a decisão do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que aprovou uma regulamentação obrigando os
cartórios de todo o país a realizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Ao justificar sua demissão, Bento, que
estava no cargo há sete anos, disse que “o casamento homoafetivo fere os
princípios celestiais”. De acordo com o site G1, o juiz de paz é pastor da
Igreja Assembleia de Deus há mais de 40 anos e trabalhava como voluntário no
cartório da cidade, fazendo conciliações e casamentos.
“Deus não admite isso. Ele acabou com
Sodoma por causa desse tipo de comportamento”, disse ele criticando a decisão
do CNJ. “Acho essa decisão horrível. Ela rompe com a constituição dos
homens, mas não vai conseguir atingir a constituição celestial”.
O titular do cartório, Isaulino
Pereira dos Santos Júnior, disse que a solicitação oficial de demissão do cargo
ainda não foi entregue e que Bento chegou a comentar que ia mudar de cidade,
sem citar que não concorda com o casamento homoafetivo.
Procurado pelo G1, o presidente
da Associação dos Magistrados do Pará (Amepa), Heyder Ferreira, disse que o
juiz de paz que não concordar com a decisão do CNJ pode pedir demissão, pois se
continuar no cargo terá que acatar e realizar o casamento gay. “Se ele
continuar no cargo, é obrigado a cumprir a determinação, mas por ser
voluntário, não podemos impor. O cartorário, em compensação, é obrigado a
cumprir a determinação”.
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