A agência
internacional de notícias AFP traçou um perfil do pastor e deputado federal que
arrasta multidões às suas pregações nas mais diversas igrejas evangélicas
Brasil afora. O artigo, publicado pelo portal Terra, ilustra Feliciano como
alguém determinado em defender suas posições.
O pastor
afirmou à reportagem que os ativistas gays tentaram transformá-lo no “inimigo
número um do Brasil”, mas, segundo ele, o tiro saiu pela culatra: “Eles
acabaram fazendo de mim uma celebridade, o herói da família brasileira pela
minha luta contra um só setor, a militância gay”, pontuou.
Em suas
pregações, Feliciano leva os fiéis pentecostais à êxtase quando menciona não
ceder às pressões por estar revestido com “o poder que assusta o Brasil”. E foi
justamente essa frase que se tornou manchete da reportagem produzida pela AFP.
O pastor e
deputado afirma ainda que a “ditadura gay” tem tentado calá-lo de todas as
formas, inclusive com ameaças: “Querem impor seu estilo de vida a mim, lutam
contra minha liberdade de expressão. Me acusam de intolerante, mas já recebi
ameaças de morte”, revela.
Porém, é no
tamanho da movimentação que o ativismo gay faz contra ele, que Feliciano diz
encontrar o principal ponto fraco de seus opositores: “As manifestações contra
mim, 40 desde o dia 7 de março, não juntaram 5.000 pessoas. Você viu algum pai
de família? Só em um culto eu consigo reunir 100.000″, diz o pastor.
Acusado de
racismo e homofobia, Feliciano mantém seu discurso inalterado desde que os
protestos começaram: “Minha mãe é negra, meu padrasto é negro. O que escrevi
foi que os negros eram descendentes de um filho de Noé que foi amaldiçoado. Não
disse que o negro é maldito. Além disso, toda maldição foi eliminada pela cruz
de Cristo. Já não há mais maldição”, frisa, antes de concluir: “No Brasil ser
homofóbico é crime. Não tenho preconceito contra negros nem contra
homossexuais”.
“O que eu
repudio é o ato homossexual. Homossexual é a pessoa que tem uma orientação
diferente da minha, mas que não interfere na minha vida. O ato homossexual
ocorre quanto este homossexual toca, beija seu companheiro na minha frente. O
que eles fazem entre quatro paredes não me interessa”, afirma Feliciano.
Impopular
junto a camadas da sociedade que acham seu discurso retrógrado, Feliciano tem
reforçado a ideia de que acredita que o Brasil terá um presidente evangélico no
futuro, e deixa transparecer sua disposição para ser esse personagem: “Tenho a
intenção de crescer politicamente”, admite o pastor, que revela com um esboço
de slogan qual o próximo passo para sua carreira política: “Meu nome é
Feliciano, sou candidato ao Senado. Você me conhece. Eu luto pela família,
quero defender seus filhos e netos. Se você é a favor do aborto, não vote em
mim, pois eu sou pela família”.
Esse discurso,
favorável à família tradicional e não contra os demais grupos sociais, é a
mensagem que o deputado quer transmitir de agora em diante. Numa entrevista
concedida durante a manifestação pacífica realizada em Brasília na última
quarta-feira, Feliciano reforçou essa ideia: “A minha luta é a favor da
preservação da nossa raça, da família natural, como Deus ordenou. Homem, mulher
[são] sinônimo de prosperidade de vida”, disse aos repórteres.
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