Advogados
cristãos, ligados aos direitos humanos, manifestaram interesse em defender sete
missionários cristãos, presos na Mongólia Interior - região autônoma da China,
acusados de espalhar "cultos de adoração" a Deus. Os irmãos detidos
podem enfrentar um processo de "reeducação” e, assim, passar uma
quantidade indefinida de tempo em um campo de trabalho, até que o governo
chinês considere-os "ajustados" para a reintrodução à sociedade
Recentemente, o advogado de defesa
Zhang Kai – famoso por seu trabalho em favor dos direitos aos cristãos –
divulgou na internet um caso que aconteceu na Mongólia Interior. Sete cristãos
foram detidos e, criminalmente acusados, por prestarem cultos de adoração a
Deus. A notícia gerou ampla repercussão nas mídias sociais.
Zhang publicou a informação em seu microblog em 31 de agosto: "[As
autoridades] em Ulanhot, prenderam sete cristãos sob o crime de 'usarem os
cultos para limitar a implementação da lei." Entre os detidos estão vários
estudantes de medicina que mudaram para o campo com a finalidade de popularizar
o conhecimento médico entre os pastores e pregar o evangelho. Nesta tarde (data
da postagem), dois advogados cristãos pediram para se encontrar com os irmãos
presos, mas foram barrados. Outros advogados estão se preparando para oferecer
assistência jurídica. Mais especialistas serão bem-vindos para, juntos,
trabalharmos na defesa dos jovens".
Muitos
internautas, incluindo advogados e acadêmicos, entre eles o famoso sociólogo
sino-americano Yang Fenggang, responderam ao post de Zhang condenando, de
maneira unânime, a violação da liberdade religiosa.
O procurador Yang Xingquan comentou: "Eu estarei na Rússia a negócios por
uma semana. Por favor, não parem de encaminhar esta mensagem! Espero que seja
enviada dez mil vezes! Minha esperança é que quando eu voltar para a China,
eles tenham sido libertos. Se a prisão for autorizada pelo Ministério Público,
eu ofereço-lhes meus serviços jurídicos pro bono. Irmãos e irmãs, por favor,
continuem orando fervorosamente por eles!"
Uma fonte anônima relatou: "Eu conheço uma pessoa que trabalha em um campo
de reeducação pelo trabalho. Esse indivíduo me disse que existem muitos
cristãos ali. Um deles era um missionário relativamente conhecido, que,
inclusive, tentou evangelizar esse meu conhecido. Ele agrediu o cristão de
maneira tão bruta que o deixou incapaz de pronunciar uma palavra”.
“Há uma pequena igreja em certa aldeia, na minha cidade natal. Apenas alguns
dias a cada ano, esta igreja tem atividades. Mesmo assim, todos os órgãos
governamentais enviam espiões às reuniões. Este governo tem medo de Deus”,
concluiu um cidadão que preferiu não se identificar.
Em seu texto, Zhang Kai fez, também, uma análise profunda e síntese da
situação: "O caso dos missionários de Ulanhot teve um grande impacto na
China, e as pessoas que têm assistido o desenrolar da história não são apenas
dos campos jurídico e religioso. Mesmo aqueles que trabalham na indústria do
entretenimento estão começando a falar sobre isso. Os americanos acreditam que
a liberdade de religião é prioridade, e que diz respeito à felicidade de cada
um de nós. O dia que as pessoas perceberem que a religião é mais importante que
a vida é o dia em que a China será conduzida a um novo tempo”.
 
 
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