Lição 9
1º de março de 2015
LIÇÃO
9: Não Adulterarás
INTRODUÇÃO
O sétimo mandamento condena o adultério e a
impureza sexual com o objetivo de proteger a família. A Bíblia não condena o
sexo; a santidade dele é inquestionável dentro do padrão divino, mas sua
prática ilícita tem sido um dos maiores problemas do ser humano ao longo dos
séculos. O sétimo mandamento é tratado de uma maneira na lei, e de outra na
graça. Um olhar no episódio da mulher adúltera (Jo 8.1-11) mostra que tal
preceito foi resgatado pela graça e adaptado a ela, e não à lei.
Comentário
[Normalmente quando pensamos em adultério,
automaticamente pensamos em um homem sendo infiel a sua esposa, ou vice versa.
No entanto, este mandamento é muito mais amplo e profundo do que apenas isso.
Ele engloba não somente o campo da experiência sexual humana, e seu
relacionamento conjugal, que sem dúvida é um assunto muito preocupante, mesmo
porque vivemos em uma época em que a sexualidade, e suas expressões, são cada
vez mais explicitas em nossa sociedade. No entanto este assunto pode ser mais
abrangente quando tratado do ponto de vista do adultério espiritual contra Deus
inclusive. O sétimo mandamento continua atual porque o mundo está às avessas,
dizendo "não" a tudo aquilo que Deus diz "sim” na sua Palavra, e
"sim" a tudo o que a Bíblia diz "não". O resultado é o caos
social que estamos vivendo. Esta lição é urgente para nós, isso por que,
entendemos o adultério como a relação sexual de um homem casado com uma mulher
que não é sua esposa e vice-versa. O mundo sem compromisso com Deus aceita tal
prática como normal, mas a Palavra de Deus declara: "Não adulterarás"
(Êx 20.14; Dt 5.18). Este mandamento vai muito além da cópula extraconjugal.
Nele está a proibição de toda a forma de prostituição; é Deus dizendo "não"
a todas as concupiscências desnaturais, imaginações e pensamentos impuros e
lascivos (Mt 5.27, 28).] Convido você para mergulharmos mais
fundo nas Escrituras!
I. O SÉTIMO
MANDAMENTO
1. Abrangência. Trata de um tema muito abrangente,
que envolve sexo e casamento num contexto social contaminado pelo pecado. O
mandamento consiste em uma proibição absoluta, sem concessão, expressa de
maneira simples em duas palavras: “não adulterarás” (Êx 20.14; Dt 5.18). Sua
regulamentação para os israelitas pode ser encontrada nos livros de Levítico e
Deuteronômio, que dispõem contra os pecados sexuais, a prostituição e toda
forma de violência sexual com suas respectivas sanções.
Comentário
É interessante notar que a Lei permitia a
poligamia, e aqui não vamos tecer maiores comentários mas, talvez, a tolerância
visasse a proteção de mulheres solteiras, mas não vemos a mesma tolerância para
com a poliandria, que é a situação em que uma mulher tem vários maridos simultaneamente.
Relações sexuais com uma mulher casada era considerado um pecado hediondo tanto
contra Deus como contra o esposo traído, e isso já bem antes da lei, à época
dos patriarcas (Gn 39.9). Talvez este mandamento esteja relacionado ao “furto”
e à “cobiça” proibidos nos dois mandamentos seguintes, já que a esposa
pertencia a outrem.
2. Objetivo. O Decálogo segue uma lógica. Primeiro
aparece a proteção da vida, em seguida vem a família e depois os bens e a
honra. O mandamento “não adulterarás” veio para proteger o lar e dessa forma
estabelecer uma sociedade moral e espiritualmente sadia. A proibição aqui é
contra toda e qualquer imoralidade sexual, expressa de maneira genérica, mas
especificada em diversos dispositivos na lei de Moisés.
Comentário
O comentarista da revista, Pr Esequias Soares,
concorda com o que escreve Russell Norman Champlin em sua Enciclopédia de
Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. (Hagnos): “A fim de preservar a
santidade do lar (Êx, 20:14; Dt. 5:18). Também está envolvida a questão da
herança da família e a preservação da pureza tribal. Finalmente, o próprio ato
era considerado um crime sério, um ato de contaminação (Lev. 18:20). Por esse
motivo, era imposta a pena de morte, envolvendo a execução de ambos os culpados
(Êx, 20:14; Lv. 20:1 ss). Injunções similares podem ser achadas no código
babilônico de Hamurabi (129), e, opcionalmente, na primitiva lei romana (Dion.
Hal. Antiguidades Romanas). A pena de morte mostra que as sociedades antigas
encaravam o adultério não meramente como um ato privado errado, mas que
ameaçava o arcabouço do lar e da sociedade. O fato de que o homem e a mulher
tornam-se uma carne no matrimônio (Gn. 2:24; Ef. 5:31,32) sugere uma
comunicação mística de energias vitais físicas e espirituais, e isso deve acontecer
somente entre duas pessoas. No adultério, o indivíduo é furtado de sua
identidade, e a união mística de seres é perturbada, talvez assemelhando-se ao
homicídio, embora certamente com menores consequências morais”. CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos.
pag. 66.
3. Contexto. A lei foi promulgada numa sociedade
patriarcal que permitia a poligamia. Nesse contexto social, o adultério na lei
de Moisés consistia no fato de um homem se deitar com uma mulher casada com
outro homem, independentemente de ser ele casado ou solteiro. Os infratores da
lei deviam ser mortos, tanto o homem quanto a mulher (Dt 22.22; Lv 20.10).
Comentário
A poligamia, como uma relação legalizada entre o
homem e várias esposas e concubinas a ele subordinadas, era tolerada na época
do Antigo Testamento, mas para a Igreja do Novo Testamento está terminantemente
proibida (por exemplo, 1 Tm 3.2,12). O texto de Mateus 19.4-8 registra as
declarações de Jesus em favor da monogamia e contra o divórcio. Ele alicerçou o
Seu ensino na narrativa da criação do homem. Podemos supor, pois, que, apesar
da tolerância do Antigo Testamento em relação ao concubinato e à poligamia, a
monogamia é o ideal espiritual. Então, como entender a tolerância no Antigo
Testamento? A Bíblia se cala quanto a isso. Muitos estudiosos são do parecer
que Deus permitiu a poligamia para proteger e providenciar pelas mulheres que
provavelmente não achariam um marido de outra forma. Um homem que tinha várias
esposas providenciava e protegia todas elas. Enquanto acreditamos que esse não
era o ideal, viver em um lar polígamo era melhor do que as outras alternativas:
prostituição, escravidão, fome, etc. Além de proteção e provisão, poligamia
capacitou um crescimento muito mais rápido da humanidade, realizando o comando
de Deus de “sede fecundos e multiplicai-vos [...] povoai a terra e
multiplicai-vos nela” (Gn 9.7). O Dicionário Bíblico Wycliffe, de Charles F.
Pfeiffer (CPAD) diz que “Ela não envolvia o pecado do adultério. Apesar das
rigorosas proibições bíblicas, o adultério foi amplamente difundido em
diferentes épocas e tornou-se particularmente ofensivo como parte do culto
cananeu de adoração aos Baalins, que incluía a prostituição
"sagrada". Indicações de uma lassidão moral são encontradas em
referências como Jó 24.15; 31.9; Provérbios 2.16-19; 7.5-22; Jeremias 23.10-14.
O caso de Davi foi especialmente notório e deu aos inimigos de Deus ocasião
para blasfemar (2 Sm 11.2-5; 12.14). Essa lassidão moral generalizada
prevaleceu durante o NT e pode ser claramente observada em Marcos 8.38; Lucas
18.11; 1 Coríntios 6.9; Gálatas 5.19; Hebreus 13.4 e em mais de 50 referências
feitas no NT ao conceito de fornicação (porneia, porneuo, porne, pomos)”. PFEIFFER .Charles
F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 35-36.
II.
INFIDELIDADE
1. Adultério. É traição e falsidade. É a quebra de
uma aliança assumida pelo casal diante de Deus e da sociedade, uma infidelidade
que destrói a harmonia no lar e desestabiliza a família. A tradição
judaico-cristã leva o assunto a sério e considera o adultério um pecado grave.
Trata-se de uma loucura que compromete a honra e a reputação de qualquer
pessoa, independentemente de sua confissão religiosa ou status social (Jr
29.23; Pv 6.32,33).
Comentário
Adultério (do Latim adulterǐum) é a prática da
infidelidade conjugal. Com o tempo, o termo estendeu-se ao sentido de fraudar
ou falsificar; "adulterar". O dicionarioinformal.com.br define assim
o termo: “Relacionamento amoroso com pessoa do sexo oposto com intenção ou
não de relacionamento sexual, onde qualquer uma das partes já possua um
relacionamento compromissado Segundo a palavra de Deus, Biblicamente falando,
mesmo que você não tenha contato físico com o sexo oposto fora do casamento,
mas só tenha pensado neste relacionamento já adulterou”. O adultério
refere-se ao pecado sexual de pessoas casadas com alguém que não seja seu
cônjuge, e a palavra é usada no Antigo Testamento, literal e figurativamente. A
palavra hebraica traduzida por "adultério" significa literalmente
"quebrando o casamento." Curiosamente, Deus descreve a deserção do
Seu povo a outros deuses como adultério. O povo judeu foi considerado como o
cônjuge de Jeová, então quando eles se voltaram aos deuses de outras nações,
foram comparados com uma esposa adúltera. O Antigo Testamento muitas vezes se
refere à idolatria de Israel como uma mulher devassa que
"prostituiu-se" com outros deuses (Êxodo 34:15-16, Levítico 17:7,
Ezequiel 6:9). Além disso, todo o livro de Oseias compara a relação entre Deus
e Israel com o casamento do profeta Oseias e sua esposa adúltera, Gomer. As
ações de Gomer contra Oseias eram um retrato do pecado e da infidelidade de
Israel, que, vez após vez, abandonou o seu verdadeiro marido (Jeová) para
cometer adultério espiritual com outros deuses. (Leia mais:
http://www.gotquestions.org/Portugues/fornicacao-adulterio.html#ixzz3S39UmhiZ).
2. Sexo antes do casamento. Esta prática está muito em voga na sociedade moderna, mas nunca teve a
aprovação divina, e por isso os jovens devem evitar essas coisas (Sl 119.9). Em
Israel, os envolvidos em tal prática, desde que a mulher não fosse casada ou
comprometida, não eram condenados à morte. A pena era menos rigorosa, mas o
homem tinha de se casar com a moça, pagar uma indenização por danos morais ao
pai da jovem e nunca mais se divorciar dela (Dt 22.28,29). Hoje, esse tipo de
pecado requer aplicação de disciplina da Igreja, mas nem sempre o casamento
deles é a solução.
Comentário
A Bíblia inegavelmente condena o adultério e imoralidade
sexual, mas é o sexo antes do casamento considerado sexualmente imoral? De
acordo com 1 Coríntios 7.2, "sim" é a resposta clara: "mas,
por causa da prostituição, tenha cada homem sua própria mulher e cada mulher
seu próprio marido." Neste versículo, Paulo declara que o casamento é
a "cura" para a imoralidade sexual. 1 Coríntios 7.2 está
essencialmente dizendo que, porque as pessoas não conseguem se controlar e por
isso muitas estão tendo sexo imoral fora do casamento, elas devem se casar. Só
então poderão satisfazer as suas paixões de uma forma moral; estamos tratando
aqui de palavras escritas por um judeu conhecedor da Lei, logo, entendemos que
Paulo se baseou no Antigo Testamento para emitir este parecer. Infelizmente,
este trata-se de um pecado recorrente no meio cristão, e eu quero
observar o que diz Êxodo 22.16-17: "Se um homem seduzir uma virgem que
ainda não tenha compromisso de casamento e deitar-se com ela, terá que pagar o
preço do seu dote, e ela será sua mulher. Mas se o pai recusar-se a entregá-la,
ainda assim o homem terá que pagar o equivalente ao dote das virgens"
(NVI); aqui trata-se da hipótese de um homem e uma jovem virgem não
comprometida fazerem sexo antes do casamento. O texto não diz que isso seria
pecado, e nem que o casal seria condenado a apedrejamento ou a qualquer outra
punição severa. É dito apenas que o casal seria obrigado a se casar, a não ser
que o pai da moça não aprovasse o casamento. Assim, pode-se concluir que, se
uma mulher e um homem caírem na tentação e fizerem sexo antes do casamento,
eles devem se casar logo após essa primeira relação sexual que eles tiveram.
Consequentemente, pode-se concluir também que o sexo sem compromisso é pecado.
3. Fornicação. A “moça virgem, desposada com algum
homem” (Dt 22.23) diz respeito, no contexto atual, à noiva que ainda não se
casou, mas está comprometida em casamento. Trata-se do pecado sexual de
fornicação praticado com consentimento mútuo. A pena da lei é a morte por
apedrejamento, como no caso de envolvimento com uma mulher casada (Dt 22.24). A
razão desta pena vai além do simples ato, pois se trata da quebra de
fidelidade, “porquanto humilhou a mulher do seu próximo; assim, tirarás o mal
do meio de ti” (Dt 22.24b).
Comentário
Fornicação (palavra que vem de fornicis, ou fornix:
abóbada, ou arco). Fornice era o arco da porta sob a qual as prostitutas
romanas se exibiam. As meretrizes ficavam por lá porque, além de ligar o lugar
ao sexo, a mulher romana que não tivesse pai, nem marido, nem filho do sexo
masculino devia obediência a um homem, a qual podiam também serem escravas.
Sendo assim, as mulheres deveriam ficar sempre dentro dos limites da
casa/prédio do seu "dono" ou protetor - por isso, não podiam passar
do arco (fornice).http://pt.wikipedia.org/wiki/Fornica%C3%A7%C3%A3o O dicionarioinformal.com.br
esclarece: “Ato ou efeito de fornicar. Ter relações sexuais por puro prazer,
para satisfazer os desejos da carne. Coito carnal”. A relação sexual entre
um homem e uma mulher solteira (zemt) era proibida e os pais eram especialmente
proibidos de permitir que suas filhas se tomassem prostitutas (Lv 19.29), “para
que a terra não se prostitua, nem se encha de maldade” (a vida sexual dos
indivíduos era considerada como capaz de afetar profundamente a prosperidade da
comunidade toda, ao invés de ser um assunto meramente privado). Nenhuma
penalidade padrão foi estabelecida para a fornicação. Ao que parece, um
israelita, não um sacerdote, podia se casar com uma meretriz arrependida e
corrigida - Veja o caso da meretriz Raabe que fez parte da família de onde
viria Jesus (visto que isto foi expressamente proibido apenas aos sacerdotes,
21.7). A fornicação era um crime capital para a filha de um sacerdote; ela
devia ser queimada no madeiro (21.9) como alguém que havia “profanado seu pai”.
Devemos observar que DEUS elogiou Finéias, o neto de Arão, por matar um
israelita que tomou uma prostituta midianita em sua tenda (Nm 25.7-15) em
conexão com o episódio de Baal-Peor. MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora
Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 1226-1227.
III. OUTROS
PECADOS SEXUAIS
1. Estupro. A lei contrasta a cidade com o campo
para deixar clara a diferença entre estupro e ato sexual consentido. Os
versículos 25-27 tratam do caso de violência sexual, pois no campo a
probabilidade de socorro era praticamente nula, e a moça era forçada a praticar
o ato (22.25). Neste caso, somente o estuprador era morto, acusado de crime
sexual, mas a moça era inocentada (Dt 22.26,27).
Comentário
A Enciclopédia da Bíblia. (Cultura Cristã) define
assim: “Estupro e sedução. Se um homem violasse forçosamente uma mulher
solteira fora de casa (longe da proteção da casa), ele devia ser morto, sem
qualquer pena sendo atribuída à mulher (Dt 22.25-27). O estupro de uma mulher
que era casada ou noiva era considerado como adultério e, portanto, sujeito à
pena de morte. Se um homem seduzisse uma virgem com o consentimento dela, não
sendo ela noiva, então ele devia pagar ao pai dela uma alta indenização de
cinquenta moedas de prata, e levá-la para sua casa como sua esposa legal, a
menos que o pai se recusasse completamente permitir que ele se casasse com ela
(Êx 22.16,17; Dt 22.28,29). Neste caso a esposa não estava sujeita ao divórcio
até o fim de sua vida (22.29).” MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora
Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 1227. Russell Norman Champlin, em sua
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia (Hagnos), escreve: “A sedução é
uma espécie de violação, embora reconhecida como menos séria que "a
violação forçada, ou estupro. Contudo, a sedução também envolve violência,
embora do tipo mental e psicológico. Algumas vezes, envolve o poder do
dinheiro, ou alguma vantagem qualquer, capaz de convencer a mulher a ceder.
Porém, também se reconhece que uma mulher pode querer ser seduzida, embora nunca
o declare. Outrossim, as mulheres convidam à sedução mediante a maneira como se
vestem e agem. Ademais, algumas vezes a mulher é que seduz o homem. Por causa
dessa variedade de fatores, a sedução é considerada menos séria que a violação.
Porém, a sedução contra uma mulher casada era considerada adultério, pelo que
ambos os envolvidos estavam sujeitos à pena de morte. A violação era punida com
a morte do homem culpado (Deu. 22:25-27). Se um homem seduzisse uma virgem (que
não estivesse noiva) que consentisse com o ato, então ele poderia corrigir o
erro casando-se com ela legalmente, além de pagar uma multa a seu pai. Se o pai
não permitisse o casamento, a jovem não se casava, e o culpado tinha de pagar
uma importância adicional. Se um sedutor se casasse com a jovem a quem
seduzira, nunca poderia divorciar-se dela (Deu. 22:29).” CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos.
pag. 968-969.
2. Incesto. A lei estabelece a lista de
parentesco em que deve e não deve haver casamento, para evitar a endogamia e o
incesto (Lv 18.6-18). Mais adiante, a lei prescreve as penas de cada grupo
desses pecados (Lv 20.10-23). “Nenhum homem tomará a mulher de seu pai” (Dt
22.30). A lei dispõe contra a prática sexual execrável de abusar da madrasta. É
o pecado que desonra o pai, invade e macula o seu leito. Quem pratica tal
abominação está sob a maldição divina (Dt 27.20). Na lei, o assunto pertence ao
campo jurídico e a condenação prevista é a morte (Lv 20.11). Entretanto, estamos
debaixo da graça, e por essa razão o tema é levado à esfera espiritual, cuja
sanção se restringe à perda da comunhão da Igreja (1Co 5.1-5). A sábia decisão
apostólica é a base para o princípio disciplinar que as igrejas aplicam hoje.
Comentário
Incesto é quando dois parentes possuem uma relação
sexual ou marital entre parentes próximos ou alguma forma de restrição sexual
dentro de determinada sociedade. É condenado em quase todas as culturas
humanas. O incesto é punido como crime em algumas jurisdições, e é considerado
um pecado pelas maiores religiões do mundo. Na maior parte dos países
ocidentais o incesto é legalmente proibido, ainda que haja consentimento de
ambas as partes. Na Bíblia há três referências explícitas ao incesto, duas no
livro de Gênesis e uma no segundo livro do profeta Samuel. A primeira diz
respeito a Ló e suas filhas, onde elas embebedam o pai e com ele se deitam para
ficarem grávidas e terem filhos com ele (Gênesis 19.30-38). A segunda diz
respeito a Abraão, que revela ao rei Abimeleque que Sara de fato era sua irmã
(na verdade meia irmã), não somente sua esposa (Gênesis 20.10-16). Já a
terceira diz respeito ao relacionamento de Amnon e Tamar, meio-irmãos por parte
de pai, pois ambos eram filhos do rei David (2 Samuel 13). Foi Moisés, no Livro
de Levítico 18:6-18 e 20:11-12, que proibiu as relações incestuosas. Existem
ainda outros exemplos de incesto na história de Israel: Jacó tem duas esposas,
irmãs entre elas (Gênesis 29,30); Rubens tem relações com a concubina do pai
(Gênesis 35,22); Judá tem dois filhos da nora, Tamar (Gênesis 38). Ainda
Russell Norman Champlin em obra já citada: “Todas as variedades de incesto
requeriam a pena de morte (Lev. 20:11). Relações sexuais com a própria sogra ou
com a mãe de uma concubina eram punidas com a execução na fogueira. Irmão e
irmã, sobrinho e tia, cunhado e cunhada são outros casos especificamente
mencionados. Ver as referências abaixo, onde são mencionados os vários casos:
Lev. 20:11,12,17; 19:21 e Deut.27:33. Entretanto, um homem podia casar-se com a
viúva de um seu irmão e até mesmo estava nessa obrigação, se seu irmão e aquela
mulher não tivessem tido filhos”. CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia
Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 969.
3. Bestialidade. É uma aberração sexual, tanto
masculina como feminina, contra a qual a lei dispõe tendo como sanção a pena de
morte, seja para o homem, seja para a mulher e também para o animal, que devia
ser morto (Lv 20.15,16). Bestialidade e homossexualismo desonram a Deus e eram
práticas cananeias, razão pela qual os cananeus foram vomitados da terra (Lv
18.23-28).
Comentário
É o mesmo que zoofilia, relações sexuais
desnaturais de um homem ou uma mulher com um animal. Interessante a colocação
deste assunto aqui, a despeito da repulsa que esse ato provoca na maioria das
pessoas, sempre foi uma prática popular. A Lei mosaica condenava enfaticamente
esta prática pervertida, sentenciando o culpado e o animal à morte. “Quando
um homem dá a sua emissão seminal a um animal, sem falta deve ser morto, e
deveis matar o animal. E quando uma mulher se aproxima de algum animal para ter
contato com ele, tens de matar a mulher e o animal.” (Lv 20.15, 16; 18.23;
Êx 22.19; Dt 27.21). A prática depravada da bestialidade está incluída na
palavra grega por·neí·a, traduzida “fornicação”. Quem se entrega a tal prática
imunda é moralmente impuro, e se um membro da congregação cristã se entregasse
a tal prática, estaria sujeito a ser desassociado (Ef 5.3; Cl 3.5, 6). Os
desejos anormais de sodomia e bestialidade (pecados que não devem ser
mencionados sem horror) deviam ser punidos com a morte, assim como o são hoje,
segundo a lei da nossa nação, v. 13,15,16. Até mesmo o animal que fosse
maltratado com este pecado devia ser morto com o pecador, ao qual
consequentemente cabia a maior vergonha. E a infâmia era assim representada no
grau mais execrável e abominável, devendo ser eliminadas todas as oportunidades
para que ela fosse lembrada ou mencionada.
IV. O ENSINO
DE JESUS
1. O sétimo mandamento nos
Evangelhos. O Senhor Jesus
reiterou o que Deus disse no princípio da criação sobre o casamento, que se
trata de uma instituição divina, uma união estabelecida pelo próprio Deus (Mt
19.4-6). Ele também se referiu ao tema do sétimo mandamento de maneira direta e
indireta. Direta ao fazer uso das palavras “não adulterarás” ou “não cometerás
adultério” no Sermão do Monte (Mt 5.27), na questão do moço rico (Mt 19.18) e
nas passagens paralelas (Mc 10.19; Lc 18.20). Indireta quando fala acerca do
divórcio, tema pertinente ao sétimo mandamento (Mt 19.9; Mc 10.11,12).
Comentário
Os homens de outrora, como também os escribas e
fariseus dos dias de Jesus, certamente estavam corretos em citar o sétimo
mandamento na forma como o faziam. Porém, novamente aqui, como já mostramos ao
tratar do sexto mandamento, eles não conseguiam dar uma exposição satisfatória
do assunto. Como no caso anterior, não era a lei, e, sim, a exposição dos
rabinos que era defeituosa. O sétimo mandamento deveria ter sido explicado à
luz do décimo: “Não cobice a mulher do seu próximo” (Ex 20.17; Dt 5.18). Caso tivessem
feito isso, teria ficado plenamente claro que é “do coração que vêm as más
deliberações, os homicídios, os adultérios, as imoralidades...” (Mt 15.19). Os
inimigos de Cristo condenavam os atos exteriores. Pelo menos era isso que
enfatizavam. Quando convinha aos seus propósitos, eles podiam ser muitíssimo
severos para com aqueles que cometiam um adultério literal ou concreto (Jo
8.1-11). Entretanto, Jesus considera que os maus desejos do coração já
constituem adultério, assim como considera que o ódio do coração já é
homicídio. Só é necessário acrescentar que o que é dito ao homem casado, também
se aplica à mulher casada. A infidelidade no vínculo matrimonial é sempre
errada. Naturalmente, isso significa que qualquer tendência que suscite tal
infidelidade — por exemplo, a intenção de uma pessoa solteira de romper um
matrimônio — é igualmente um pecado contra o sétimo mandamento. Depois de um
exame mais detido notamos que nada há de inocente com referência ao homem
descrito no v.28. Ele não é alguém que, sem quaisquer más intenções, vê alguém
do sexo oposto. Não. Ele está olhando, observando, examinando uma mulher com o
fim de cobiçá-la, para em seguida possuí-la e dominá-la completamente, de
usá-la para o seu próprio prazer. A expressão verbal “qualquer que olha”,
tomada isoladamente, é inteiramente neutra. A forma verbal usada original é
muito geral em seu uso. Porém, o que temos aqui no v.28 é um olhar para
cobiçar. Não há nada de inocente nisso. É egoísmo. Ver Mt 7.12. Em seu cenário
apropriado, o sexo é um maravilhoso dom de Deus. Entretanto, não há desculpas
para a luxúria e a vulgaridade. Isso é errôneo sempre e em qualquer lugar, seja
para os solteiros ou para os casados. HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo Testamento.
Mateus I. Editora Cultura Cristã. pag. 423-424.
2. O problema dos escribas e
fariseus. Mais uma vez Ele
corrige o pensamento equivocado das autoridades religiosas de Israel. Os
escribas e fariseus haviam reduzido o sétimo mandamento ao próprio ato físico,
pois desconheciam o espírito da lei, apegavam-se à letra dela (2Co 3.6). Assim,
como é possível cometer assassinato com a cólera ou palavras insultuosas, sem o
ato físico (Mt 5.21,22), da mesma forma é possível também cometer adultério só
no pensamento (Mt 5.27,28).
Comentário
Jesus indica que o pecado descrito em Êx 20.14 tem
raízes mais profundas que o ato declarado. Qualquer que olhar caracteriza o
homem cujo olhar não está controlado por uma santa reserva e que forma o desejo
impuro de concupiscência por determinada mulher. O ato será consumado quando
houver oportunidade. É exatamente o pensamento expresso pelo comentarista da
revista, o Pr Esequias Soares: “O adultério começa na mente contaminada pela
cobiça e termina no corpo pela prática física (Mt 15.34; Tg 1.15). O ensino de
Jesus é mais profundo e vai à raiz do problema. Ele disse que nem é preciso o
homem se deitar com uma mulher para cometer adultério; basta olhar e cobiçar
uma mulher que não seja sua esposa, e já cometeu adultério com ela (Mt 5.28). É
o adultério da mente que é consumado no corpo; não se restringe somente à
prática do ato, mas também ao pensamento. E a sanção contra o referido pecado é
de caráter espiritual e se distingue do sistema mosaico”. Esequias Soares. Os
Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança.
Editora CPAD. pag. 107.
3. A concupiscência. Há diferença entre olhar e cobiçar. O
pecado é o olhar concupiscente. O sexo é santo aos olhos de Deus, desde que
dentro do casamento, nunca fora dele. O livro de Cantares de Salomão mostra que
o sexo não é apenas para procriação, mas para o prazer e a felicidade dos seres
humanos. Jesus não está questionando o sexo, mas combatendo a impureza sexual e
o sexo ilícito, a prostituição. O Senhor Jesus disse que os adultérios procedem
do coração humano (Mt 15.19).
Comentário
Concupiscência significa um forte desejo, um forte
anseio de fazer algo que desagrada a Deus ou de ter coisas de uma forma que
desagrada a Deus. Algumas traduções bíblicas a traduzem como “desejo” ou como
“cobiça”. Em um sentido amplo, qualquer desejo, ou cobiça, ou anseio por fazer
ou ter coisas que são pecado e desagradam a Deus, se enquadram no significado
dessa palavra. Não se aplica apenas a área sexual como alguns pensam, mas a
todas as áreas onde o desejo humano de alguma forma desagrada a Deus,
ofendendo-o através da prática continuada do pecado. O texto de Paulo aos
Romanos exemplifica bem essa questão: “Mas o pecado, tomando ocasião pelo
mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência; porque, sem lei,
está morto o pecado.” (Rm 7. 8). O Comentário Bíblico Beacon (CPAD) nos informa
o seguinte: “Tiago conhecia os poderes sobrenaturais do mal que agiam no
mundo (cf. 3.6), mas aqui ele procura ressaltar o envolvimento e a
responsabilidade pessoal do homem ao cometer pecados. O engodo do mal está em
nossa própria natureza. Ele está de alguma forma entrelaçado com a nossa
liberdade. A questão é: “Será que eu preferiria ser livre, tentado e ter a
possibilidade de vitória ou ser um ‘bom’ robô?” O robô está livre de tentação,
mas ele também não conhece a dignidade da liberdade ou o desafio do conflito e
não conhece nada acerca da imensa alegria quando vencemos uma batalha. Tiago
diz que cada um é atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Essa
palavra epithumia (“desejo”, RSV) pode ter um significado neutro, nem bom nem
mal. Assim, H. Orton Wiley escreve: “Todo apetite é instintivo e sem lógica.
Ele não identifica o erro, mas simplesmente anela pelo prazer. O apetite nunca
se controla, mas está sujeito ao controle. Por isso o apóstolo Paulo diz:
‘Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos
outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado’ (1 Co 9.27)”.
Este talvez seja o sentido que Tiago emprega aqui. No entanto, na maioria dos
casos no Novo Testamento, epithumia tem implicações maléficas. Se for o caso
aqui, quando um homem é seduzido para longe do caminho reto, isso ocorre por
causa de um desejo errado. Tasker escreve: “Este versículo, na verdade,
confirma a doutrina do pecado original. Tiago certamente teria concordado com a
declaração de que ‘a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice’
(Gn 8.21). Desejos concupiscentes, como nosso Senhor ensinou de maneira tão
clara (Mt 5.28), são pecaminosos mesmo quando ainda não se concretizaram em
ações lascivas”.13 Se essa interpretação for verdadeira, há aqui mais uma
dimensão na origem da tentação. Desejos errados podem ser errados não somente
porque são incontrolados, mas porque, à parte da presença santificadora do
Espírito, eles são carnais”. A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago.
Editora CPAD. Vol. 10. pag.159-160.
CONCLUSÃO
Cremos que Deus sabe o que é certo e o que é errado
para a vida humana. A Bíblia é o manual divino do fabricante e é loucura querer
ir contra Ele. A sanção contra os que violarem o sétimo mandamento, na fé
cristã, não vai além da disciplina da Igreja e, em alguns casos, o caos na
família. Mas o julgamento divino é tão certo quanto a sucessão dos dias e das
noites, e a única salvação é Jesus (At 16.31; 17.31).
Comentário
Entendemos que a manutenção da santidade e pureza
no tocante à vida sexual dos redimidos, o que vale é o que está contido nas
Escrituras. Nossos dias gozam de liberdade de expressão e de um estilo
"livre" de vida. A mídia e a propaganda negociam o sexo. Hoje, o sexo
está tão banalizado que não há mais aquela expectativa dos noivos em se descobrirem
aos poucos, em maravilharem-se um com o outro vivendo uma novidade maravilhosa
de um toque, de uma fragrância, de surpresas que fortalecem o casamento e o
amor. Devemos ter cuidado com o “normal” e verificarmos o que a Bíblia diz
sobre o assunto, o que não se esgota com esta lição, como por exemplo, a
masturbação, que não foi esclarecida aqui. O que devemos ter em mente é que o
impulso sexual é uma parte normal, dada por Deus, de qualquer homem ou mulher
saudável. Envergonhar-se disto é duvidar da bondade de Deus para conosco,
porém, abusar dele é contrariar a graça que Deus tenciona para nós. Ele nos
criou com muitos impulsos e desejos, que podemos desenvolver ou usar de maneira errada. Como um deles, o
impulso sexual ativa ou destrói os relacionamentos, de acordo com seu controle
e aplicação. Fugi da
prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se
prostitui peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso
corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e
que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai,
pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus. (1Co 6.18-20). Porque as obras da
carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia (Gl 5.19).Porque esta é a vontade
de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição; Que cada um
de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; Não na paixão da
concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus. Ninguém oprima ou
engane a seu irmão em negócio algum, porque o Senhor é vingador de todas estas
coisas, como também antes vo-lo dissemos e testificamos. Porque não nos chamou
Deus para a imundícia, mas para a santificação. (1 Ts 4.3-7)]. “NaquEle que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Nenhum comentário:
Postar um comentário