Depois de
ficarem presos em casa por dias, com medo dos ataques aéreos israelenses,
milhares de palestinos lotaram carros e montaram em motocicletas, agitando
bandeiras e cantando para o Hamas, principal adversário de Israel e grupo que
governa a Faixa de Gaza.
“Nós nos
sentimos como se tivéssemos ganhado a nossa liberdade de volta, as nossas vidas
de volta. Graças a Deus para o Hamas, e graças a Deus pela paciência e força do
povo palestino em humilhar Israel”, disse Mohammed Skeik, marchando ao lado de
vários amigos com o punho em alto.
O
cessar-fogo mediado pelo Egito pôs fim aos ataques aéreos israelenses que
atingiram centenas de alvos do Hamas e ao disparo de mais de 2.000 foguetes e
morteiros do Hamas e outras facções em direção a cidades israelenses, incluindo
Tel Aviv e Jerusalém.
Muitos
foram as ruas para celebrar o acordo de cessar-fogo dando tiros para o alto e
gritando intensamente
Ao todo,
162 palestinos, incluindo 37 crianças e 11 mulheres, foram mortos na ofensiva,
e cinco israelenses.
Disparando
um tiro ensurdecedor de seu rifle Kalashnikov, Mohammed al-Ghazaleh disse: “(O
primeiro-ministro israelense) Netanyahu vai chorar nesta noite, enquanto as
pessoas de Gaza estão firmes em sua resistência e triunfaram”.
“Israel
não vai pensar em nos desafiar como agora nunca mais. Nós pagamos um preço caro
no sangue de nosso povo pela agressão deles, mas tivemos grandes ganhos e
mostramos a nossa força”, disse.
Conselho
pede respeito
O
Conselho de Segurança da ONU pediu a Israel e ao Hamas que mantenham o acordo
de cessar-fogo e elogiou os esforços do presidente egípcio, Mohamed Mursi, e de
outras autoridades pela mediação da trégua.
O
conselho, formado por 15 membros, também afirmou em comunicado que “deplorava a
perda de vidas civis resultante desta situação”.
Israel e
o grupo Hamas, que governa a Faixa de Gaza, concordaram nesta quarta-feira com
um cessar-fogo mediado pelo Egito para acabar com oito dias de conflitos na
região.
Entenda a
crise
No dia 14
de novembro, uma operação militar israelense matou o chefe do braço militar do
grupo Hamas na Faixa de Gaza, Ahmed Jaabali. Segundo testemunhas, ele dirigia
seu carro quando o veículo explodiu. Seu guarda-costas também morreu.
Israel
afirma que Jaabali era o responsável pela atividade “terrorista” do Hamas –
movimento islâmico que controla Gaza – durante a última década. Após a morte,
pedidos imediatos por vingança foram transmitidos na rádio do Hamas e grupos
militantes menores alertaram que iriam retaliar. “Israel declarou guerra em
Gaza e eles irão carregar a responsabilidade pelas consequências”, disse a
Jihad Islâmica.
No dia
seguinte à morte de Jaabali, foguetes disparados de Gaza mataram três civis
israelenses, aumentando a tensão e ampliando o revide aéreo de Israel – que não
descarta uma operação por terra. Os bombardeios dos últimos dias, que já
atingiram a sede do governo do Hamas na operação chamada de “Pilar defensivo”,
são a mais intensa ofensiva contra Gaza desde a invasão realizada há quatro
anos na região, que deixou 1.400 palestinos mortos e 13 israelenses.
Acredita-se
que a metade dos mortos sejam civis, o que desperta críticas à ação de Israel.
O país alega que os membros do Hamas se escondem entre a população civil.
Fonte: Verdade Gospel
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