Pregadores da Palavra ou vendedores de emoções?

Missionário Vicente

Meus queridos leitores! Tenho saudades dos tempos do início de minha fé. Naquela época, os pregadores do Evangelho, viviam seu tempo integralmente para o ministério que Deus lhe confiara. Ser pregador naquele época era “raro”. Receber um pregador em nossa igreja na época, era motivo de alegria, porque sabíamos que esses homens eram refência de muita oração, santidade, piedade, integridade e acima de tudo, compromisso com Deus.

Naquela época muitos admiravam como hoje o dom da Palavra, mas poucos eram os pregadores. Porque ser pregador, era sinônimo de sofrimento, perseguição, escassez e padecimento pela causa do Evangelho. De uns anos desses para cá, as coisas mudaram drasticamente. Mudou, porque hoje para muitos o ofício da pregação se tornou status, meio de vida, glamour e auto promoção pessoal. 

Mudou porque alguns poucos anos atras no meio evangélico um pregador de sucesso era aquele que orava com disciplina, pregava com verdade, imparcialidade e integridade. Sua vida privada quando descoberta, revelava idoneidade, fidelidade, santidade e entrega devocional a Deus. Hoje lamentavelmente o modelo de sucesso para muitos, são pregadores playboys, milionários, com dezenas de carros, retocados com lipospiração,  e plásticas faciais. Infelizmente é o que estamos vemos.

Não é difício identificar esses modelos ambulantes em muitos púlpitos pelo Brasil afora com os mesmos jargões, heresias, lascívia, mentira, visando unicamente o seu próprio benefício. Eu me enojo dessa classe de lobos que nem se preocupam em se disfarçarem de ovelhas, são avarentos, materialistas e carnais. Dividem ofertas, negociam o povo, vendem amuletos, promovem campanhas incabíveis sem nenhum respaldo bíblico, buscam seu próprio interesse, e misturam o Santo com o profano.

Esse tipo de pregadores que tem por aí, a teologia deles é a do ventre, de modo que, censuram aqueles que estudam a Bíblia e possuem uma fé ortodoxa, banalizam os fundamentos hermenéuticos da interpretação bíblica, fazendo do texto ssagrado uma fórmula mágica e mística descotextualizada.

Meu lamento não é maior, porque sei que este modelo desafeiçoado e corrupto tem prazo para acabar. Logo, logo Jesus estará entrando no templo e expulsando novamente esses cambistas, comerciantes e vendedores da religião. Sei que as pessoas, principalmente os cristãos, vão se cansando e despertando para a realidade e percebendo com precisão esses víboras enganadores e assaltantes da Palavra.

Minha alegria, é que, entre tantas acéticas berrações, vejo um povo que não se deixa enganar e que tem sede da autêntica Palavra de Deus, que são os verdadeiros cristãos. Não se contaminam com nada disso quem está acontecendo porque neles habito o Espírito de discernidade, o Espírito da verdade.

É verdade que o aumento da comercialização, banalização e toda sorte de agressão ao verdadeiro Evangelho de Cristo, é um fato na pós-modernidade, mas também é perceptível o aumento principalmente de lideres compromissados com os fundamentos da fé cristã.