O Exército nigeriano anunciou nesta
quarta-feira (28) que resgatou mais de 300 pessoas sequestradas pelo grupo
islamita Boko Haram na região nordeste do país. “Uma unidade (do Exército)
resgatou 338 pessoas que os terroristas mantinham em cativeiro”, incluindo 192
crianças e 138 mulheres, durante uma operação na terça-feira (27) na região da
floresta de Sambisa, reduto dos insurgentes islamitas, anunciaram as Forças
Armadas.
As operações aconteceram em
campos suspeitos de pertencer aos terroristas do Boko Haram nas cidades de
Bulajilin e Manawashe. O Exército também afirmou ter matado 30 supostos
insurgentes do Boko Haram e ter recuperado armas e munições. Os reféns
libertados foram levados ao campo de deslocados de Mubi, no Estado vizinho de
Adamawa.
O comunicado também afirma
ter matado em uma emboscada quatro suspeitos que planejavam ataques suicidas na
cidade de Gubula, no estado de Adamawa.
Segundo a Anistia
Internacional, o Boko Haram sequestrou ao menos 2.000 mulheres e meninas na
Nigéria desde janeiro. Em abril de 2014, o sequestro de cerca de 200 estudantes
na cidade de Chibok provocou forte comoção em todo o mundo, bem como críticas
contra o então presidente, Gooluck Jonathan, por sua fraca resposta à situação
das jovens.
O Exército nigeriano
reivindicou nos últimos meses uma série de missões bem-sucedidas contra o Boko
Haram no intuito de encerrar a insurgência de seis anos do grupo islâmico. No
final de setembro, as autoridades nigerianas anunciaram o resgate de 241
mulheres e crianças em operações contra os insurgente no nordeste do país, e no
começo de agosto, o Exército alegou ter libertado 178 pessoas, incluindo mais
de 100 crianças, na cidade de Aulari, 70 km ao sul de Maiduguri, a capital do
estado de Borno.
Na terça-feira, a Força
Aérea nigeriana declarou ter bombardeado depósitos de veículos e combustível do
grupo em um esforço para deteriorar ao máximo seus recursos. O comandante da
aviação, Sadique Abubakar, afirmou em um comunicado que os bombardeios abrem
caminho para um ataque final das tropas terrestres.
O atual presidente,
Muhammadu Buhari, que ascendeu ao poder em maio com a promessa de destruir o
Boko Haram, deu aos seus comandantes o prazo de derrotar o grupo até o fim de
dezembro.
A violência do Boko Haram
matou pelo menos 17 mil pessoas e forçou cerca de 2,5 milhões a fugir de suas
casas desde 2009. O Boko Haram também tem organizado ataques em Camarões, Chade
e Níger. Uma força regional multinacional envolvendo Nigéria, Camarões, Chade,
Níger e Benim tem tentado combater os insurgentes.
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