A Coreia
do Norte parece estar trabalhando para criar, entre quatro e cinco anos, um
submarino capaz de atirar mísseis balísticos nucleares, disse um oficial
sul-coreano esta segunda-feira. Se for verdade, o artefato pode significar uma
nova ameaça para a Coreia do Sul e seus aliados asiáticos na região. As
capacidades navais e militares norte-coreanas voltaram ao foco após a mídia
estatal de Pyongyang ter divulgado no final de semana que a Marinha realizou o
primeiro teste bem-sucedido de um míssil balístico lançado de um navio. O
ditador norte-coreano Kim Jong-un comandou pessoalmente o lançamento e expressou
sua satisfação quando o míssil "subiu para o céu saindo das profundezas do
oceano" completando assim o exercício de forma satisfatória, segundo
relatou a agência estatal KCNA. De acordo com a inteligência sul-coreana, as
pesquisas do país vizinho começaram em 2012, e um teste similar foi feito há
alguns anos.
"O teste do míssil norte-coreano,
anunciado no sábado e executado a partir de uma localização e em uma data não
divulgadas, é um fato muito grave e preocupante", afirmou o porta-voz do
Ministério da Defesa de Seul em entrevista coletiva. A Coreia do Norte utiliza
uma frota ultrapassada de submarinos soviéticos. Imagens de satélite do ano
passado mostraram, no entanto, um novo submarino mais moderno, da classe Simpo.
Acredita-se que este novo modelo foi utilizado no último teste realizado por
Pyongyang.
Segundo o
jornal The New York Times (NYT), o governo americano suspeita
que Kim Jong-un possa ter aproveitado o período em que Washington se concentrou
na negociação de um acordo sobre o programa nuclear do Irã para melhorar seu
próprio arsenal atômico. Fotos de satélite tiradas em 2013 mostravam que a
principal usina do país, em Yongbyon, havia sido ampliada. Há um consenso entre
os americanos de que Pyongyang possui uma dúzia de ogivas nucleares e está disposto
a aumentar este número para vinte até o final do ano que vem, relata o NYT.
O receio de Seul não estaria relacionado
a um possível ataque nuclear de Pyongyang contra o país ou o Japão, uma vez que
a própria ditadura norte-coreana sabe que seria dizimada em seguida.
Estrategistas sul-coreanos e americanos estão preocupados, na verdade, com a
possibilidade de Kim Jong-un ter à disposição um arsenal tão volumoso que torne
possível a venda de urânio altamente enriquecido para outras nações. É do
conhecimento da inteligência ocidental que mísseis e outras tecnologias
norte-coreanas já foram comercializados com Irã, Paquistão e Síria.
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