Missionário Vicente Dudman
Formatura:
Teologia -
Assembleia de Deus no Brasil
Direito - Universidade Estácio de
Sá (Câmara Cascudo) no Rio
Grande do Norte.
Inglês - University of Texas
Estados Unidos. |
Estamos disponibilizando pra você todo início de semana, mais um comentário sobre cada lição da EBD. Assim fazemos, para que os irmãos possam melhor preparar sua aula. Cada item, contém um comentário, para que o amado leitor entenda melhor os tópicos da lição. Estudaremos esta semana a lição nº 07, desse 2º trimestre, que tem como título: A VIDA SEGUNDO O ESPÍRITO. Para cada tópico, deixamos o nosso comentário. Fizemos cuidadosa pesquisa a respeito dessa tão importante lição. Buscamos auxílio e Ainda recorremos a vários mestres no assunto, para que pudéssemos aplicá-lo para o seu melhor entendimento. Em caso de dúvidas com relação ao assunto, deixe seu comentário, a sua dúvida, no final desta postagem, que responderemos com todo prazer a sua pergunta. Espero que satisfaça a todos, e tenha uma boa aula.
INTRODUÇÃO
No capítulo sete da Epístola aos
Romanos, o apóstolo Paulo apresenta um pequeno esboço do que ele iria tratar no
capítulo seguinte. Por todo o capítulo oito, o apóstolo faz um contraste entre
a velha vida, marcada pelo pecado e sem condições de se libertar, com a nova
vida no poder do Espírito Santo, que Cristo nos proporcionou. O que fora
impossível à antiga aliança, regida pela Lei, agora se tornou possível graças a
uma nova lei - a lei do Espírito de Vida em Cristo Jesus. Por intermédio do
Espírito Santo já temos uma visão prévia da alegria que, um dia, viveremos ao
lado do Senhor no céu. Temos também a garantia de que, no futuro, desfrutaremos
da plenitude da salvação.
Comentário
Paulo inicia
o capítulo oito, dizendo que nenhuma condenação há para os que são de Cristo
Jesus, ou seja, aqueles que receberam ao Senhor Jesus, como único e suficiente
salvador, e se arrependeram de seus pecados, estão justificados com Cristo, por
isso estão livre da condenação do juízo final (Rm 5.1,2). O capítulo 8 nos fala
de libertação do pecado e da morte (8.1-11), estamos livres, diz o apóstolo
Paulo. A lei do Espírito da vida passou a atuar em nós, uma lei mais forte do
que a lei do pecado e da morte, que denunciava nossa impotência. A lei do
Espírito e da vida fala do poder que agora atua em nós como resultado do
sacrifício de Jesus Cristo. Esse sacrifício não só nos livrou da condenação,
porque pagou os nossos débitos, que a lei denunciava na vida de cada um de nós,
mas, mais do que isso, tirou-nos da lei do pecado e da morte, ou seja, livrou-nos
daquilo que nos mantinha constantemente sob débito. Agora uma nova força atua
em nós, a força do Espírito de Deus. Agora, aquilo que a lei exigia, que era a
justiça e santidade se tornou possível, por causa do Espírito que habita nessas
pessoas. No capítulo 7, a força do pecado em nós era o que nos causava
impotência absoluta; no capítulo seis, a marca daqueles que foram afetados pela
Graça é buscar cada vez mais crescer na Graça, ou na linguagem do capítulo
oito, inclinar-se para as coisas do Espírito. Neste capítulo, é destacada a
diferença entre aquele que ainda vive preso a uma vida de pecado, com aquele
que pela fé creu no Senhor Jesus e teve seus pecados justificados. Aquele que
se mantém rebelde contra Deus e vive no pecado, ele também esta obedecendo a
sua carne, se inclina para os desejos dela e vive para satisfazê-la, mas aquele
que ouviu a vontade de Deus, crendo que ele mandou seu Filho para que através
de sua morte e ressurreição fosse salvo (Jo 3.16), este recebeu o Espírito de
Deus e por isso é inclinado a obedecer ao que o Espírito lhe conduz a fazer. E
isso não é algo que o Espírito nos obriga a fazer, muito pelo contrário, ele
age mansamente, nos convencendo de que aquilo é o melhor para nossa vida e gera
em nós um desejo de agradar a Deus, por isso obedecemos, porque o amamos.
I - A VIDA NO ESPÍRITO PRESSUPÕE
OPOSIÇÃO À LEI DO PECADO (Rm 8.1-4)
1. A enfermidade da lei. Como pudemos observar no capítulo sete, Paulo exclamou em tom
desesperador quando vê diante de si (e de todos os cristãos) o impiedoso jugo
do pecado (Rm 7.24). Esse grito pertence a todos nós. Mas qual era a razão
desse desespero? É necessário entendermos a argumentação do apóstolo em torno
desse assunto. Ele havia dito que todos os homens, quer gentios quer gregos,
estavam debaixo da condenação do pecado. Mesmo os judeus, a quem foi confiada à
Lei Mosaica, não conseguiram escapar desse cativeiro. E por que não? Porque a
Lei, que fora dada para alertar os homens sobre a malignidade do pecado, acabou
servindo de instrumento para aguçar o desejo de pecar. Dessa forma, a Lei, que
era uma coisa boa, acabou por se tornar inoperante diante de outra lei - a lei
do pecado e da morte. Assim, a Lei ficou doente.
Comentário
A lei do pecado e da morte não se refere à lei de
Moisés (veja 7.7,13); Refere-se ao domínio do pecado e da morte sobre nós
enquanto estávamos por nossa conta, fora de Cristo (7.23). O papel da lei,
determinado por Deus, em um mundo caído, é revelar a natureza do pecado humano.
Em Rm 7.24, a figura de linguagem é sobre uma pessoa acorrentada a um cadáver
do qual ela não pode ser libertada, desesperançada de libertação. Mas o
desespero cede lugar a uma declaração de vitória, não porque a batalha para,
mas porque a força humana é superada pelo poder do Espírito Santo. Paulo não
está criticando a lei moral, mas observa uma vez mais que, por causa da
pecaminosidade da humanidade, a lei não pode dar a salvação ao ser humano
(v.3). Em si mesma, a lei, a qual nos leva a reconhecer a realidade do pecado
em nosso sistema moral e espiritual (3.20;5.13,20), é santa, boa e justa (v.
12). A lei é uma revelação fiel do que é certo e do que é errado e nunca perde
a sua validade para aquilatar e dirigir o nosso comportamento moral. A lei foi
usada por Deus para cumprir Seu propósito. Sem a lei, a promessa de Deus não
teria sido cumprida. A inadequação da lei não é devida a alguma falha de sua
parte, mas é por causa das condições em que ela tem de operar. Nosso pecado
impossibilita a libertação pela lei. O comentário ‘Assim, a Lei ficou doente’, deve ser
entendido à luz de 7.11-13: o pecado, não a lei, deve ser censurado. A lei de
Deus, refletindo seu princípios morais justos, é santa. Ela simplesmente não
tem o poder de nos tornar justos.
2. A cura da cruz. Ainda no mesmo capítulo sete, já chegando ao seu final, Paulo dá outro
grito, agora não mais de desespero, mas de vitória pela graça de Deus revelada
na pessoa de Jesus Cristo. O seu grito de vitória também é nosso grito (Rm
7.25). A mesma argumentação, agora em sentido oposto pode ser feita. Em vez do
grito de desespero, Paulo dá um brado de vitória. Mas o que ocasionou esse
grito de vitória? A resposta está na vida segundo o Espírito relatada em
Romanos capitulo oito.
Comentário
Paulo
aprovava totalmente a boa lei de Deus e, no entanto, na carne ele ainda servia
ao pecado. A lei é boa, mas não pode nos dar poder para obedecer, ele não dia
que a lei em si mesma é má, mas enfatiza várias vezes que ela é boa e ainda
descreve vividamente a impossibilidade de obedecer-lhe com a própria força de
alguém. A nova vida no Espírito é experimentada por indivíduos, na mente, no
corpo e no espírito, os quais continuam a estampar os sinais do pecado.
3. A lei do pecado é revogada. A lei do pecado e da morte, que havia neutralizado ou tornado
ineficaz a Lei, agora foram revogadas pela lei do Espírito da vida. Essa nova
lei, muito mais poderosa, porque não operava baseado nas obras da carne, mas no
sacrifício de Jesus, o imaculado Cordeiro de Deus, tornou possível quebrar o
jugo da escravidão que a lei do pecado produzia. Agora todos os filhos de Deus
podem gozar da liberdade que vem da vida segundo o Espírito.
Comentário
Na lição
anterior comentei que algumas vezes o que é proibido automaticamente se torna
mais atraente (Pv 9.17) - a Lei aguçou esse desejo de transgredir, não porque
ela fosse má, mas por causa da malignidade da humanidade caída. O abuso da lei
pelo pecado mostra a malignidade do pecado causando a morte pelo que é bom; mostra
a necessidade da salvação. A inclinação da carne, ou seja, a obediência a nossa
natureza caída, que é a inclinação para o pecado nos levará para a morte, mas
os que se inclinam em obedecer ao Espírito, serão guiados para a vida e paz
para com Deus. E é por isso que aqueles que se inclinam para obedecer a carne,
ao pecado, acaba se tornando inimigos de Deus, porque rejeitam a vontade de
Deus. Todos aqueles que creram no evangelho, já não estão mais presos aos
desejos da sua carne, isso se realmente creram e receberam o Espírito de Deus.
Porque aquele que não têm o Espírito de Deus, esse não pertence à Deus, ou
seja, não foi salvo e justificado pela fé em Cristo Jesus. Deus nos libertou
enviando seu Filho, nEle, o pecado foi condenado e o julgamento foi executado.
Cristo venceu o pecado em seu próprio reino e a exigência da lei é cumprida em
nós. Esta bênção é para aqueles que andam segundo o Espírito, e não a carne.
II - A VIDA NO ESPÍRITO PRESSUPÕE
OPOSIÇÃO À NATUREZA ADÂMICA (Rm 8.5-17)
1. A velha inclinação. Paulo usa o verbo grego phroneo, traduzido aqui como inclinar, com
o sentido de colocar a mente em algo. A natureza adâmica, mesmo destronada
continua requerendo seu antigo lugar. Na carta aos gálatas, Paulo mostra que a
carne milita, ou guerreia, contra o Espírito (Gl 5.17). Essa guerra acontece na
esfera da mente, quando esta deseja (gr. epithymeo) contra o Espírito. Ainda na
epístola aos crentes da Galácia, o apóstolo explica que a carne e o Espírito
são duas forças opostas entre si (Gl 5.16,17). Todos os crentes salvos, quer
sejam novos convertidos quer não, são objetos dessa inclinação da antiga
natureza. Ceder a essa inclinação é ceder à morte (Rm 8.6). Nessa inclinação
interna da velha natureza, a carne está no comando. Quando a carne
assume o controle o Espírito fica de fora.
Comentário
É interessante
ressaltar que Paulo usa o termo ‘carne’ em pelo menos, três sentidos: em um
sentido mais geral, refere-se ao que é humano. Em um outro sentido, refere-se
ao corpo físico. Em um sentido mais específico, principalmente quando aparece
em oposição a ‘espírito’, refere-se à natureza Adâmica, que envolve também
mente e alma. No caso de Gl 5.17, se os gálatas abandonam a Cristo e põem sua
confiança na lei, estarão voltando à confiança na carne. Há uma guerra sendo
travada na psique humana, isto é, a carne, as vontades pessoais, a razão humana
lutam incansavelmente contra o Espírito. São duas vontades lutando em uma só
mente. Por isso, o apóstolo Paulo escreveu: “Porque eu sei que em mim, isto é,
na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não,
porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero,
esse faço” (Rm 7.18-19). Paulo afirma: “Porque não faço o bem que prefiro, mas
o mal que não quero, esse faço” – isto é a guerra entre a natureza pecaminosa e
a natureza Santa do Espírito. É guerra da vontade própria e contra a vontade de
Deus. Na verdade, existe uma resistência involuntária da parte humana, e é esta
resistência que cria este atrito espiritual, ou seja, é a nossa carne
resistindo à vontade de Deus. Para vencer esta batalha contra a velha
inclinação, o crente deve viver no Espírito. Mas o que é viver no Espírito?
Paulo responde: “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse
viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e
a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20).
2. A nova inclinação. Em oposição à velha natureza adâmica, também denominada de natureza
pecaminosa, ou ainda, de "velho homem", Paulo mostra a inclinação do
Espírito. Ele afirma que a inclinação do Espírito produz vida (Rm 8. 6). A
palavra grega inclinação, usada aqui por Paulo é phrónma, cuja raiz vem de
phroneo, inclinar. Fica bastante evidente a participação do crente no processo
da salvação. Ele precisa andar na esfera do Espírito afim de que não ceda aos
desejos da carne. Assim como o crente tem seu papel no processo da salvação,
escolhendo, ou não, receber a graça de Deus, da mesma forma ele, agora como
regenerado em Cristo, também tem a escolha para andar, ou não, no Espírito. Assim
como respondemos ao chamado de Deus para a salvação, devemos da mesma forma
responder ao chamado de Deus para a santificação. Nessa inclinação da nova
criatura em Cristo, o Espírito está por dentro, isto é, no comando, e a carne
está por fora. Não está mais no comando, pois foi destronada.
Comentário
O Espírito
Santo que agora passa a fazer morada no coração humano quando este aceita a
Jesus Cristo como seu Salvador, é o agente responsável em conduzir o crente a
fazer a vontade de Deus. A descida do Espírito Santo não foi para que
simplesmente falássemos em línguas estranhas. Também foi para auxiliar o
cristão a subjugar o próprio eu, para fazer guerra contra a natureza carnal.
Por isso, para que o crente ande no Espírito, o apóstolo Paulo recomendou: “E não
vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”
(Ef 5.18). Ele docemente constrange o crente a fazer a vontade de Deus. Mas
para que obtenha total êxito sobre a carne, é preciso que o crente aprenda a
viver na dependência de Deus, que reconheça que o seu querer está contaminado
pelo pecado, que assuma, de forma cabal, que é da sua natureza carnal que fluem
os desejos pecaminosos (Mt 15.19).
3. A nova filiação. Essa nova inclinação a qual o apóstolo se referiu só se tornou possível
porque os justificados em Cristo Jesus passaram a ser guiados pelo Espírito de
Deus: "Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são
filhos de Deus" (Rm 8.14). Esse privilégio, que tornou possível ao crente
ser orientado ou guiado pelo Espírito aconteceu porque Deus nos deu a adoção de
filhos: "Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez,
estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual
clamamos: Aba, Pai" (Rm 8.15). Como filhos, agora somos habitação do
Espírito Santo, que em nosso interior dá testemunho dessa nova filiação
recebida (Rm 8.16).
Comentário
A vida
diferente que nos é dada é a vida de comunhão. Agora somos guiados pelo
Espírito de Deus, e a vida que nos é dada, é a vida de filho. Somos filhos de
Deus e quem testifica em nós é o Espírito de Deus, Ele mesmo revela isso em
nós. Todos aqueles que têm o Espírito Santo foram adotados como filhos de Deus,
essa é a marca. E aqueles os que têm o Espírito Santo têm comunhão com o Pai.
Como você sabe que é filho de Deus? Por causa da intimidade com o Pai que o
Espírito Santo concede, esse é o nosso maior privilégio, maior prêmio, de poder
conviver plenamente com o Senhor, em profunda amizade e companheirismo,
resultado da obra do Espírito de Deus em nós, e à medida que podemos clamar a
Deus, como se clama ‘Paizinho’, o próprio Espírito de Deus que testifica que
somos filhos de Deus. É nesse ato de intimidade que essa filiação se manifesta.
Também, se somos filhos, somos herdeiros de Deus. Tudo o que Deus propôs a
Cristo, propôs a nós. Paulo desenvolve este tema em Efésios, quando fala da
igreja como plenitude de Cristo. Portanto, essa comunhão com Deus e essa
consciência que vamos herdar as mesmas coisas que Cristo herdou, há de nos dar
a coragem necessária para continuarmos firmes em meio ao sofrimento, porque
teremos sempre a consciência de que se com Cristo sofremos, também com Ele
seremos glorificados.
III - A VIDA NO ESPÍRITO
PRESSUPÕE OPOSIÇÃO ENTRE A NOVA ORDEM E A ANTIGA (Rm 8.18-39)
1. A manifestação dos filhos de
Deus. Os versículos 18 a 30 de
Romanos 8 mostram a certeza dos crentes quanto ao futuro: "Porque para mim
tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com
a glória que em nós há de ser revelada" (Rm 8.18). Fica evidente que
quando o apóstolo falava do futuro, ele também contemplava o passado. O atual estado
de coisas mostra os sinais da velha ordem. São marcas que fazem com que a
criação tenha gemidos por não poder por si mesma removê-las. Por isso ela geme:
"Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de
parto até agora" (Rm 8.22). Mas não só ela, nós também que temos as
primícias do Espírito também gememos (Rm 8.23). A criação quer voltar ao seu
estado original e nós também. O Espírito Santo sente o nosso drama, sente a
nossa angústia e também geme por nós (Rm 8.26,27). O melhor é saber que em
todas as coisas Deus opera para o bem dos que o amam (Rm 8.28). A palavra grega
sünergei (de onde vem sinergismo) traduzida em Romanos 8.28 como coopera,
mostra que Deus trabalha, com os que o amam, em direção a seu propósito.
Comentário
Já que falamos
em sofrimento, é bom lembrar que a vitória do cristão não é não sofrer. A vitória do cristão é não
ser derrotado pelo sofrimento. Nesse período, que ainda temos aqui,
enquanto aguardamos a volta de Jesus Cristo, vamos sofrer sim, principalmente
porque vamos nos levantar contra tudo que se opõe a Deus, portanto vamos estar
em confronto direto com as forças das trevas, vamos estar em confronto direto
com a rebelião humana, vamos entrar em confronto direto com a injustiça, vamos
estar em confronto direto com a maldade, vamos entrar em contato direto com a
miséria, e é óbvio que vamos sofrer. É impossível enfrentar batalhas dessa
monta, sem experimentar algo de sofrimento ainda que pequeno. Vamos sofrer pelo
simples fato de sermos diferentes. Não tem como escapar disso, mas é preciso
lembrar que o sofrimento que vamos enfrentar enquanto pregamos o Reino de Deus,
e por pregarmos o Reino de Deus, enquanto lutamos pela implantação do Reino de
Deus, pela evidenciação dos sinais do Reino, esse sofrimento não se pode
comparar com a glória que há de ser revelada a nós, ou seja, não se pode
comparar com aquilo que Deus vai fazer no final do processo, dando-nos
plenamente aquilo que nos prometeu em Cristo Jesus, dando-nos uma glória que
só será inferior ao do próprio Cristo. Essa glória não é apenas particular,
nossa, de cada um de nós, mas é a glória da Igreja, e é também a glória do
Planeta, porque com a nossa glorificação, haverá a restauração de todas as
coisas, e o Apóstolo Paulo diz que a própria natureza está esperando esse dia,
em que a nossa glorificação representará a restauração da própria
natureza. Então não somos só nós que estamos sofrendo, todos os seres vivos
estão sofrendo de alguma maneira aguardando o dia da redenção. Aguardando
quando o projeto de Deus se cumprir em nós. Então nos deixemos amedrontar, não
desfaleçamos diante do sofrimento, da angústia porque são inevitáveis, pelo
contrário, nutramo-nos de esperança na certeza de que esse sofrimento, fruto
natural da postura que tomamos na vida em relação a Deus, há de ser consolado e
vai gerar, em nós, eterno peso de glória e, portanto, não pode ser comparado ao
que nos aguarda em Cristo Jesus.
2. Provas do grande amor de Deus. Os
versículos 31 a 39 de Romanos 8, são na verdade o fechamento de tudo aquilo que
o apóstolo argumentou desde o capítulo cinco. De pecadores perdidos e sem
esperança passamos a filhos de Deus através da justificação pela fé. De
escravos do pecado passamos ao estado de filhos libertos através da obra do
Espírito Santo. De membros de uma velha ordem passamos a ser participantes de
uma nova ordem no Espírito.
Comentário
Fechando a
questão do sofrimento, o apóstolo Paulo diz: “olha, não tenha medo de viver, não
tenha medo do aparente sofrimento, porque nada pode nos derrotar. Deus é por nós; quem pode ser contra nós? Quem pode nos derrotar? Ninguém!
Quem pode nos separar do amor de Cristo? Nada!” O que quer dizer que
não importa o que aconteça, Cristo nos ama. E, aliás, esta é a certeza que nós temos de ter diante de qualquer sofrimento, diante de qualquer tribulação. Estarmos passando por
tribulação, estarmos passando por dificuldades, estarmos passando por lutas
não significa que Jesus Cristo deixou de nos amar, não
significa que Deus está chateado conosco e por isso estamos sendo punidos; nada
disso! Paulo está dizendo: “olha, por amor de Cristo nós somos mesmo entregues
à morte todo dia”, ou seja, ser cristão é tomar uma posição contra as trevas,
contra a morte, contra a injustiça, contra o desespero humano.
3. Deus é conosco. Deus nos ama, nos redimiu em Jesus Cristo do jugo do pecado e está ao
nosso lado. Paulo afirma que "diremos pois, a estas coisas? Se Deus é por
nós, quem será contra nós?" (Rm 8.31). Paulo demonstra que nesta vida,
enquanto permanecermos em Cristo, nada poderá nos separar do amor de Deus.
Somos o objeto de seu grande amor.
Comentário
Certamente
alguém se oporá a nós, mas Paulo salienta que a essa oposição faltará a
capacidade de destituir a fé. Visto que Deus é por nós, é-nos assegurada a
sobrevivência espiritual vitoriosa. As palavras ‘por nós’ exprimem o eterno
compromisso assumido pelo grande amor que é expresso nos versículos 38-39. Isso
é uma profunda garantia de segurança espiritual.
CONCLUSÃO
A lição de hoje ajuda-nos a compreender
que a graça de Deus é realmente surpreendente. Ela transformou ímpios em santos
e nos colocou em um nível de relacionamento com Deus jamais imaginado pelo seu
antigo povo, e a graça de ter o Espírito Santo habitando em nosso interior e o
privilégio de ser guiado por Ele. Mas não é só isso, agora também somos
herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo. Isso tudo se chama graça
Comentário
A graça de
Deus faz com se seja possível sermos salvos. A Bíblia diz em Efésios 1.7-8 “Que
ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência, fazendo-nos
conhecer o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que nele
propôs.” John Wesley discorrendo sobre ‘A Salvação pela Fé’, escreve: “Pela
graça sois salvos, mediante a fé (Ef 2.8) - Todas as bênçãos que Deus tem dado
ao homem provêm da sua mera graça, generosidade ou favor; favor totalmente
imerecido: o homem não tem nenhum direito à menor misericórdia divina. Foi a
graça livre que formou o homem do pó da terra e lhe soprou nas suas narinas o fôlego
da vida e imprimiu na alma a imagem de Deus e “pôs tudo sob seus pés”. (Gn 2,7;
Sl 8,6). Agora podemos ter plena confiança no sangue de Cristo, uma confiança
nos méritos de sua vida, morte e ressurreição, um descansar nele como nossa
propiciação e nossa vida, como dado por nós e vivendo em nós. A segura
confiança que temos em Deus e que, através dos méritos de Cristo, nossos
pecados estão perdoados, estamos reconciliados ao favor de Deus e, como
conseqüência, próximos e apegados a Ele, como nossa “sabedoria, justiça,
santificação redenção” ou, numa palavra, nossa salvação] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por
meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Missionário
Vicente Dudman
Natal/RN
Maio de 2016
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