
Após a descriminalização do aborto no
Uruguai, há dois meses, as autoridades do país enfrentam a resistência dos
profissionais de saúde. A estimativa é que 30% dos especialistas uruguaios da
área se recusem a interromper a gestação, mesmo diante da legalização do
processo. Em geral, as restrições ocorrem no interior do país. Em março, o
Ministério da Saúde promove uma reunião com profissionais de saúde para debater
o assunto.
Pela lei, a
gravidez poderá ser interrompida até a 12ª semana e até a 14ª semana, no caso
de estupros. O texto não usa a palavra legalização, mas sim descriminalização.
Pelo projeto, a decisão final cabe apenas à mulher, sem intermediários.
Porém, as
interessadas na interrupção da gravidez devem ser submetidas a uma comissão de
médicos e assistentes sociais para informar sobre as opções. Após cinco dias, a
mulher decide se quer manter a gravidez ou interrompê-la.
O aborto não
será penalizado, como determina o texto, desde que a mulher cumpra as
exigências definidas no projeto. O procedimento será executado nos centros de
saúde e supervisionado por autoridades.
O
subsecretário de Saúde, Leonel Briozzo, disse que “não descarta” mudanças na
Lei de Interrupção da Gravidez para impedir que as rejeições aumentem ou
permaneçam como estão. O deputado e médico Javier Garcia (Partido Nacional)
condenou a iniciativa do governo, pois argumentou que cabe a cada profissional
decidir o que fazer.
“A objeção de
consciência é pessoal. É uma questão individual. Ningúem pode impedir que cada
um pense como quiser”, ressaltou Garcia. “É como regulação de ideias pessoais.”
O deputado
Carlos Iafigliola (Sociedade Uruguaia), que é o coordenador-geral da comissão
nacional que defende mudanças na lei de abortos, critica o governo. Segundo
ele, há pressão para impedir que profissionais se recusem a interromper as
gestações.
Fonte: Verdade Gospel.
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