A declaração,
preocupante, foi feita pelo diretor do Departamento de Assuntos de
Não-Proliferação e Controle de Armas do Ministério das Relações Exteriores da
Rússia, Mikhail Ulianov, na última quinta-feira, 29 de outubro, de acordo com
informações da agência de notícias ANSA.
“Foram
registrados muitos exemplos de usos de armas químicas na Síria e no Iraque por
parte de militantes do Estado Islâmico”, afirmou Ulianov, que destacou o fato
de que “não se trata apenas do uso de cloro com fins militares, acusação que
também recaiu sobre Damasco [sede do governo sírio]”.
Segundo
Ulianov, “há indícios de uso de verdadeiras armas químicas, como gás mostarda e
lewisite [um tipo tóxico de gás], cuja a produção exige tecnologias complexas”.
A Rússia tem
sido o país de ações mais agudas contra o Estado Islâmico nos últimos meses. A
partir de setembro, o país – que é aliado do presidente da Síria, Bashar
al-Assad – passou a realizar bombardeios com o propósito declarado de conter o
avanço dos terroristas e impedir o recrutamento de cidadãos de países da antiga
União Soviética.
Em
contraponto, os Estados Unidos e alguns países europeus, que formam uma
coalizão, dizem que a Rússia tem aproveitado os bombardeios contra o Estado
Islâmico para atingir grupos rebeldes da Síria que lutam contra Assad.
No entanto, os
Estados Unidos e países europeus, que integram uma coalizão internacional,
acusam Moscou de, na verdade, atacar rebeldes e opositores ao ditador sírio,
Bashar al-Assad, para fortalecer o regime local, um aliado seu na região.
Até a entrada da Rússia de forma mais
efetiva no conflito, os Estados Unidos vinham baseando sua estratégia de
combate ao Estado Islâmico no treinamento e fornecimento de armas a grupos
rebeldes opositores a Assad, para que estes combatessem os terroristas. No
entanto, após o treinamento, esses grupos passavam a atacar apenas as forças do
governo, ignorando o Estado Islâmico, afinal os terroristas também são
opositores do presidente.
Agora, o
governo norte-americano estuda a possibilidade de enviar tropas para a linha de
frente no combate ao Estado Islâmico, uma mudança radical na estratégia
inicial.
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