Estamos disponibilizando pra você todo início de semana, mais um comentário sobre cada
lição da EBD. Assim fazemos, para que os irmãos possam melhor preparar sua
aula. Cada item, tem um comentário, para que o amado leitor entenda melhor os
tópicos da lição. Estudaremos esta semana a lição de nº 5 desse terceiro
trimestre, que tem como título: Apostasia,
fidelidade e diligência no Ministério. Para cada tópico, deixamos o nosso comentário. Fizemos cuidadosa pesquisa
a respeito dessa tão importante lição. Buscamos auxílio e Ainda recorremos a
vários mestres no assunto, para que pudéssemos aplicá-lo para o seu melhor
entendimento. Em caso de dúvidas com relação ao assunto, deixe seu comentário,
a sua dúvida, no final desta postagem, que responderemos com todo prazer a sua
pergunta. Espero que satisfaça.
INTRODUÇÃO
Nesta lição vamos enfatizar o cuidado que os
líderes devem ter com os falsos mestres a fim de que não destruam o rebanho do
Senhor. Timóteo foi enviado à igreja de Éfeso para combater os falsos mestres e
suas heresias e é exortado por Paulo para que realize a sua missão com
excelência.
Comentário
Paulo
inicia esta carta a Timóteo com alertas sobre falsos mestres “te pedi quando parti para a Macedónia,
espero que fiques aí em Éfeso para avisar algumas pessoas que não ensinem outra
doutrina“ (1Tm 1.3). Ele também refutou alguns dos ensinamentos
perigosos: “O Espírito diz claramente
que nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos
enganadores e a doutrinas de demônios.” (1Tm 4.1). É vital para a
Igreja, especialmente na igreja local, vigiar constantemente o que está sendo
ensinado, porque é fácil para falsas doutrinas serem inseridas. “Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho
sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu vigilantes. Sejam pastores da
igreja de Deus, que Ele comprou com Seu próprio sangue. Eu sei que depois que
eu sair, lobos ferozes penetrarão no meio de vocês e não pouparão o rebanho. Há
mesmo alguns de vocês que torcerão a verdade só para arranjar adeptos. Então
não baixe a guarda! Lembre-se que por três anos, eu nunca parei de alertar cada
um de vocês, noite e dia com lágrimas” (At 20.28-31). Foi esta a razão
pela qual Paulo deixou Timóteo em Éfeso. Paulo refere-se ao problema dos
efésios como “loquacidade frívola”,
“fábulas” e “sabedoria falsa”, e menciona genealogias como
se os cristãos de Éfeso estivessem interessados em descobrir suas origens.
Através do Judaísmo daquela época, elaboradas interpretações fantasiosas do
Antigo Testamento estavam-se espalhando com rapidez. E como os efésios
estivessem numa posição que permitia o conhecimento de tudo o que surgia, os
cristãos estavam sempre contando novidades e especulando como poderiam encaixar
a última novidade em sua teologia eclética. Deste modo, passavam o tempo
falando e argumentando, mais do que realmente realizando algo. Encontramos o
mesmo perigo hoje! Precisamos saber reconhecer um Falso Mestre: (1.3 a 11)
a. Falsos
mestres ensinam doutrinas diferentes
A palavra
usada por Paulo para “diferente” é “heteros” que significa radicalmente
diferente, de outro tipo. Isso significa que estavam ensinando algo
completamente estranho à Palavra de Deus.
b. Falsos
mestres se ocupam com supertições e polêmicas
Falsos
mestres gostam de fábulas, mitos, ficções e supertições. Experiências místicas
não são a base de nossa fé, mas a pura Palavra de Deus.
c. Falsos
mestres gostam de especulações inúteis
Falsos
mestres vivem falando de mistérios e coisas aparentemente profundas,
mas que nada mais são que especulações da mente humana.
d. Falsos
mestres pretensiosamente falam do que não entendem
A
pretensão está sempre associada ao orgulho e arrogância. A vaidade de alguns é
vista na sua ambição:
· Desejam
ser reconhecidos como um pregador, que nada aprendeu com os demais.
· Desejam
ser reconhecidos como pessoas criativas.
· Desejam
ser reconhecidos como o autor de um novo conceito ou doutrina.
· Querem
ser reconhecidos como o fundador de um novo movimento.
e. Falsos
mestres se apoiam na justiça própria
Os versos
8 a 11 mostram que os falsos mestres que se infiltraram na Igreja eram mestres
judaizantes. Eles rejeitavam o ensino de que a salvação é pela graça e fé
somente, antes ensinavam que uma pessoa somente poderia ser salva sendo bom o
suficiente para agradar a Deus. Nada de errado em querer ser bom e agradar a
Deus, o problema é quando buscamos justiça própria para sermos aceitos diante
de Deus. A lei foi dada para mostrar o quanto somos pecadores e não para nos
tornarmos aceitáveis diante de Deus. A lei fora dada para que buscássemos a
graça de Deus.
1. A apostasia. A igreja em Éfeso estava sob o ataque dos falsos mestres. Paulo
não se omitiu nem se intimidou diante deles, mas com coragem e ousadia combateu
os ensinos heréticos que estes disseminavam. Ele tomou todas as providências
necessárias para coibir a ação maligna. Paulo foi incisivo ao advertir Timóteo,
para que ele doutrinasse a igreja em Éfeso a fim de que os irmãos não viessem
apostatar da fé cristã. O que significa apostasia? Significa “abandono
premeditado e consciente da fé cristã”. Sabemos que no Antigo Testamento foram
muitas as apostasias cometidas pelos israelitas. Para Deus a apostasia é vista
como um “adultério espiritual”.
Comentário
Do grego antigo απόστασις [apóstasis], "estar longe de") tem o sentido de um afastamento definitivo e deliberado,
uma renúncia de sua anterior fé ou doutrinação. Ao contrário da crença popular,
não se refere a um mero desvio ou um afastamento em relação à sua fé e à
prática religiosa. O apostata pode manifestar-se abertamente ou de modo oculto.
No mundo do primeiro século, a apostasia era um termo técnico para a revolta
política ou deserção. E, assim como no primeiro século, a apostasia ameaça o
Corpo de Cristo hoje. A Bíblia adverte sobre pessoas como Ário (c. 250-336 AD),
um sacerdote cristão de Alexandria, Egito, que foi treinado em Antioquia no
início do quarto século. Em aproximadamente 318 d.C., Ário acusou o bispo
Alexandre de Alexandria de adotar o Sabelianismo, um falso ensino que afirmava
que o Pai, o Filho e o Espírito Santo eram apenas diferentes papéis ou modos
assumidos por Deus em vários momentos. Ário estava determinado a enfatizar a
unidade de Deus. No entanto, ele foi longe demais em seu ensinamento da
natureza de Deus. Ário negou a Trindade e introduziu o que aparentava ser,
sobre a superfície, uma diferença insignificante entre o Pai e o Filho. Ário
afirmou que Jesus não era homoousios (da
mesma essência) como o Pai, mas sim homoiousios (de essência semelhante). Apenas uma letra
grega - o iota (i) - separava os dois. Ário descreveu a sua posição desta forma:
"O Pai existia antes do Filho.
Houve um tempo em que o Filho não existia. Portanto, o Filho foi criado pelo
pai. Portanto, embora o Filho tenha sido a maior de todas as criaturas, ele não
era da essência de Deus." Ário era muito inteligente e fez o seu
melhor para atrair as pessoas ao seu lado. Chegou ao ponto de compor pequenas
canções que ensinavam a sua teologia, as quais ele tentou ensinar a todos que
quisessem ouvir. Sua natureza cativante e posição reverenciada como um
pregador, assim como viver em negação de si mesmo, também contribuíram para a
sua causa. Com relação à apostasia, é fundamental que todos os cristãos
compreendam duas coisas importantes: (1) como reconhecer a apostasia e
professores apóstatas, e (2) por que o ensino apóstata é tão mortal.
2. Doutrinas de demônios (v.1). Os falsos mestres eram e continuam sendo uma ameaça para a Igreja
de Cristo. Há uma igreja, na América Central, cujo líder e fundador dizia ser
Jesus Cristo. Esse “falso Cristo” faleceu há pouco tempo. Na igreja por ele
fundada, um dos símbolos mais importantes é o número 666, a quem atribuem
perfeição e santidade, quando a Palavra de Deus diz que tal número é símbolo
que identifica “a besta” ou o Anticristo (Ap 13.18). Isso é exemplo de
“doutrina de demônio”. O líder precisa estar atento e alertar suas ovelhas
quanto a estas doutrinas.
Comentário
Nos dias de hoje centenas de falsos ensinos assaltam tanto a igreja como
a Escritura e, portanto, isso exige um minucioso exame de como devem ser
tratados os que promovem as falsas doutrinas. Embora pessoa alguma, com um
sincero desejo de servir a Cristo, deseje ardentemente acusar outro irmão de
estar cometendo erros em seu ministério, os profetas do Velho Testamento, o
próprio Senhor Jesus Cristo e os apóstolos deixaram claro que muitos viriam em
o nome do Senhor, professando segui-Lo e, contudo, pelos seus ensinos
fraudulentos, negando-O ou apresentando uma imagem deturpada de Deus, bem
diferente daquela que nos é apresentada na Escritura Sagrada. Paulo disse: “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos
disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo
fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles,
que só pensam nas coisas terrenas” (Fp 3.18-19). Falsos mestres, falsos
apóstolos, falsos profetas e falsos irmãos podem danificar e até mesmo destruir
a simplicidade da fé em Cristo: “... tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que
uma vez foi dada aos santos” (Jd 3). Jesus avisou que muitos seriam
enganados por aqueles que afirmam falar em o nome de Deus (Mt 24.5, 11, 24). Em
relação às heresias, temos, digamos uma fonte delas pairando sobre a Igreja.
Parece que vivemos temporadas ou “modas” de heresias. Já vimos a onda da
“Batalha Espiritual”, também passamos pela “Cura interior”, passamos pelos
momentos das unções, “Unção do urso, do leão, do riso, do papaguaio, da galinha
caipira”, também vimos a “Confissão Positiva ou Palavra de Vitória”, a “Teologia
da Prosperidade”, “Maldição Hereditária”, e, recentemente uma onda muito forte
com os movimentos de crescimento da Igreja com retorno a práticas judaizantes
também trazendo de volta o uso do shofar, candelabro e quase que o tabernáculo
inteiro além das festas e rituais judaicos para o culto. Novas teologias também
gracejam em nosso meio. Teologias de cunho neo-ortodoxo ou até mesmo liberal
que dão novo significado às doutrinas clássicas montando uma nova imagem de
Deus, do homem e de seus relacionamentos. Igualmente, temos o teísmo aberto, a
teologia relacional, teologia da libertação, teologia existencial, teologia da
esperança, etc. Isso indica que os desafios continuam sendo grandes para
preservarmos a sã doutrina, mas tenhamos em mente o que o apóstolo nos ensinou
na carta aos Filipenses que devemos estar “lutando juntos pela fé evangélica”
(Fp 1.27). Não por uma fé qualquer, mas a evangélica, que provém realmente do
evangelho de Jesus Cristo.. O fundador da falsa igreja na América Central a
quem o comentarista se refere, é o Sr José Luis de Jesús Miranda (Ponce, 22 de
abril de 1946 - Miami, 8 de agosto de 2013), líder religioso porto-riquenho,
fundador da Creciendo en Gracia (Growing In Grace International Ministry,
Inc.), um movimento que afirma ensinar a "doutrina da Graça". Ele
afirmava ser Jesus Cristo e também o Anticristo, e possuir uma tatuagem do
número "666" em seu antebraço. Ele se autodenominava como
"Jesucristo Hombre" (que significa "Jesus Cristo Homem"). A
sua igreja proclama-se o “Governo de Deus na Terra” e possui um símbolo similar
ao dos Estados Unidos. José afirmava ter mais de 100 mil seguidores devotos
pelo mundo. Afirmava ser o anticristo, mandava os seguidores tatuarem o ‘número
da besta’ (666) no corpo. Ao contrário do que se possa pensar, é cada vez mais
popular. O '666' tatuado é associado ao mal, mas segundo José Luis, é um
mal-entendido. Deus disse que o 'anticristo' é a melhor pessoa na Terra. O
anticristo significa que não deve olhar para Jesus Cristo pois ele não era
cristão.
3. Espíritos enganadores. Os falsos mestres eram mentirosos e faziam de tudo para que os
crentes da Igreja em Éfeso seguissem “espíritos enganadores”. Sabemos que
Satanás é enganador. Ele procura, de todas as formas, iludir os crentes a fim
de que estes abandonem a fé verdadeira. Atualmente, temos visto a atuação de
muitos espíritos enganadores. A internet tem contribuído para disseminar muitas
heresias e enganar muitos que são fiéis ao Senhor. Uma das doutrinas malignas
que se tornou comum, nos tempos atuais é a desvalorização do casamento
heterossexual (homem e mulher), enquanto o casamento entre homossexuais vem
sendo incentivado pelos meios de comunicação.
Comentário
Talvez a arma mais poderosa de satanás na sua guerra contra a
Igreja seja exatamente o erro religioso (Ef 6.10-20). Talvez não haja uma arma
mais eficaz do que esta: difundir o erro de tal forma que as pessoas fiquem
confusas e, assim, a verdade do Evangelho e o progresso da Igreja seja
obstaculado. Satanás tem comissionado seus demônios como “espíritos
enganadores” que se intrometem no seio da igreja para enganar. Não temos que
adivinhar onde estão e como operam tais espíritos, porque temos o Espírito
Santo, que habita na vida da Igreja para revelar os ardis e as obras de engano.
O Pr Elienai Cabral escre vem seu artigo intitulado “Espíritos Enganadors”: “A expressão espíritos enganadores pode ter
uma referência dupla, tanto a demônios literalmente como a homens que se tornam
agentes de demônios. A Bíblia os identifica como “homens maus e enganadores...
enganando e sendo enganados” (2Tm 3.13; 2Jo 7 e 2Pe 2.1). Existem pessoas que
se colocam a serviço de Satanás para propagar e disseminar doutrinas falsas e
negar as verdades divinas. Essas pessoas tornam-se, indubitavelmente,
“espíritos enganadores”. “Últimos tempos” equivale à expressão “últimos dias”
do apóstolo Pedro em sua mensagem no Dia de Pentecostes (At 2.17). A palavra de
Paulo a Timóteo mostra que Satanás opera e manifesta o mistério da iniqüidade
nestes últimos tempos, quando se constata a exploração do misticismo em nome do
Evangelho de Cristo. “Espíritos enganadores” se intrometem no seio das igrejas
e produzem falsos sinais e prodígios para impressionar as pessoas. Aqueles
crentes incautos e símplices acabam se deixando levar pelo engano. A Palavra de
Deus é torcida e heresias surgem de modo assustador. Os espíritos de engano envolvem
a muitas pessoas, as quais acabam se tornando instrumentos de iniqüidade sob o
comando subjetivo de Satanás. Esse tipo de problema tem produzido, também,
racionalismo barato e incredulidade quanto aos milagres sobrenaturais. Para
deter a operação do espírito do engano, a liderança evangélica precisa ensinar
mais a Palavra de Deus ao povo. A liturgia de nossos cultos está sendo sufocada
por programações tão extensas e intensas que não há mais espaço para a Palavra
de Deus. Somente a Palavra poderá sufocar e deter ao poder dos espíritos
enganadores que se intrometem em nossas igrejas”.
II. A FIDELIDADE DOS MINISTROS
1. O bom ministro (v.6). Timóteo deveria dar instruções ao rebanho do Senhor, agindo como
um “bom ministro de Cristo”. Segundo o Comentário Bíblico Beacon,
“a palavra grega traduzida por ministro (diakonos) é a mesma palavra
traduzida por ‘diáconos’ em 3.8”. O bom ministro é aquele que serve a Igreja,
exortando, ensinando e discipulando suas ovelhas. Pois todo o crente precisa
estar firmado na fé e na doutrina cristã (v.6b). O bom ministro zela pela vida
espiritual do rebanho do Senhor. O pastor precisa ser um estudioso da Bíblia a
fim de “conhecer a sabedoria e a instrução” para entender as palavras da
prudência (Pv 1.2). O estudo das Escrituras conduz o pastor e as ovelhas à
sabedoria, em todos os aspectos da vida.
Comentário
O jovem pastor Timóteo deveria expor (o termo no grego expressa a ideia
de conselho, sugestão e não de ordem) essas coisas. Se assim o fizer, Timóteo
terá comprovado ser de fato um bom ministro de Cristo. O apóstolo não usa,
aqui, a expressão 'excelente ministro', mas somente bom. Assim, Paulo deixa
nítida a verdade de que ser considerado um bom ministro de Cristo é a posição
mais excelente que um obreiro pode lograr. Tornar-se bom ministro de Cristo,
depois de ser chamado, exige disciplina e prudência gerais. Em
primeiro lugar, é importante considerar o fato de que a palavra “ministro”,
usada nesse versículo, não se refere apenas a pessoas que exercem um ofício
ordenado no âmbito da Igreja. Quando lemos essa palavra é comum pensarmos de
imediato no Pastor. É verdade que o Pastor é um Ministro, mas essa palavra
possui sentido mais abrangente. Seu significado é de “servo”, ou “aquele que
serve”, de modo que ela não se aplica unicamente aos servos ordenados e sim a
todos que se dedicam na causa de Cristo, ou seja, todos os cristãos. Neste
sentido, o comentarista foi restritivo ao Pastor, mas ele é abrangente, é para
todos os crentes! Exorta: o bom Ministro e que ele adverte as pessoas quanto ao
erro e à mentira, para isso, deve esmerar-se no estudo das Escrituras,
dedica-se a um viver piedoso e ao Miinistério.
2. Rejeitando as fábulas
profanas. “Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas
e exercita-te a ti mesmo em piedade” (v.7). As “fábulas profanas e de velhas”,
segundo o Comentário Bíblico Beacon, seriam as superstições ou
mitos e lendas a respeito de determinados assuntos. Paulo ensina a Timóteo que
tais crendices são profanas e não edificam a Igreja. Quando os crentes não são
orientados a lerem a Bíblia, nem tampouco a estudarem, quase sempre se portam como
meninos espirituais. Daí porque há tanto emocionalismo e modismos nos cultos.
Tais pessoas, por não conhecerem a Palavra e não estarem firmados nela, acabam
sendo levadas por todo vento de doutrinas e engano dos homens que, com astúcia,
enganam fraudulosamente (Ef 4.14).
Comentário
Se por um lado o ministro deve advertir as pessoas quanto ao erro e a
mentira, por outro ele não deve praticar o erro e a mentira, mas a verdade.
Fábulas profanas são histórias não reais, inventadas para se opor ao que é santo.
Fábula de velha caduca era o modo da época de falar de uma história sem
importância. A orientação bíblica é para que o Ministro não gaste suas energias
com a mentira, mas as rejeite, e dedique-se ao conhecimento da verdade. Muitas
pessoas investem tanta energia em conhecer aquilo que contraria o Evangelho,
que não conseguem se dedicar ao conhecimento da Palavra de Cristo. Isso é o que
Paulo condena nesse versículo. O ministro de Cristo deve ser um perito no
conhecimento da Palavra de Deus, pois ela é a espada do Espírito, por meio da
qual toda mentira e engano devem ser eliminados.
3. O exercício físico e a piedade
(v.8). Paulo não estava desaprovando a ideia do
bem-estar físico. O que ele queria dizer, para uma comunidade que valorizava
excessivamente os exercícios físicos e o corpo, é que tais práticas, ainda que
saudáveis, só serviam para esta vida. Enquanto que “a piedade para tudo é
proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir” (v.8b).
Sabemos que o nosso corpo é templo do Espírito Santo, por isso, precisa ser bem
cuidado.
Comentário
O que significa exercitar-se na piedade (vs.7b)? Quais resultados esse
exercício produz? O Ministério, independente da frente de trabalho em que
estivermos, não é apenas uma questão de princípio teórico. Ele é meio pelo qual
servimos uns aos outros, sendo canais que distribuem a graça de Deus. Na
linguagem de Pedro, somos “despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pedro
4:10). Por isso, não é preciso apenas preparo intelectual, mas preparo integral.
Eis a razão pela qual Paulo disse a Timóteo que cuidasse tanto de si mesmo
quanto de seu ensino. Uma coisa jamais pode se dissociada da outra, pois uma
das características de um Ministro excelente é a piedade. Piedade traduz a
ideia de conformidade à vontade de Deus, a ideia de santidade. É digno de nota
o fato de Paulo atribuir a Timóteo o dever de se exercitar na piedade. A ideia
é a de um esforço contínuo em direção à santidade. Trata-se do ato diário de
mortificar a si mesmo, a fim de ser controlado pela vontade de Cristo Jesus. Em
outros textos, Paulo enfatiza a necessidade de esforço para alcançar uma vida
de santidade (2 Co 7:1; Fp 2:12). A fim de incentivar Timóteo a se exercitar na
piedade, Paulo traça um paralelo entre o exercício físico e o exercício
espiritual (1 Tm 4:8-9). Willian Hendricksen resume em dois pontos o ensino de
Paulo. Segundo ele, o que Paulo está dizendo é que: 4.1 – As bênçãos que
procedem do exercício físico, por maiores que sejam, são definitivamente
inferiores à recompensa que a vida piedosa promete. O primeiro, no melhor dos
casos, promove a saúde, o vigor, e a beleza física. Essas coisas são
maravilhosas, e devem ser apreciadas. O segundo, porém, promove a vida eterna.
4.2 – A esfera em que o exercício físico é de proveito é muito mais restrita do
que aquela em que a vida eterna concede sua recompensa. O primeiro tem a ver
com o aqui e agora; o segundo tem a ver com o aqui e agora, mas também atinge o
além. (Comentário do Noto Testamento: 1 e 2 Timóteo e Tito, Cultura Cristã). A
importância desse tópico é ratificada pela expressão “fiel é esta Palavra e
digna de inteira aceitação”, usada apenas quatro vezes nas Cartas Pastorais,
para enfatizar a confiabilidade da Palavra de Deus em Suas promessas e
exortações. O uso dessa expressão, nesse ponto, indica que Paulo desejava que
Timóteo olhasse para ele de maneira especial. A disciplina espiritual é
essencial àqueles que desejam ser bons Ministros de Cristo Jesus.
III. A DILIGÊNCIA NO MINISTÉRIO
1. O ensino prescritivo. “Manda estas coisas e ensina-as” (v.11). Era uma determinação de
Paulo a Timóteo, para que ele não fraquejasse na ministração da doutrina à
igreja em Éfeso, visto que as heresias estavam se espalhando com certa
facilidade. A exortação de Paulo é de grande valor para os dias atuais, em que,
em muitas igrejas, há um desprezo pela Palavra de Deus.
Comentário
Qual a importância da autoridade do Ministro no ensino? De onde essa
autoridade é derivada? A necessidade da autoridade no ensino do Ministro é uma
constante no ensino de Paulo a Timóteo. Diferentes termos refletem isso:
“prescreve” (1 Tm 5:7); “repreende” (1 Tm 5:20); “exorta” (1 Tm 6:17). Ao
apontar para essa autoridade, ele não está defendendo um tipo de liderança
autoritária; a Escritura orienta os líderes cristãos a que liderem não como
dominadores do rebanho, mas como pastores (1 Pe 5:3). Assim, a exortação do
apóstolo é para que os Ministros de Deus orientem, repreendam e guiem os seus
conservos, em nome de Deus, com autoridade, chamando-os à sensatez. Essa
autoridade procede essencialmente de Cristo, que designa o Ministro ao
trabalho, mas ela também é resultado de sua seriedade para com a Palavra de
Deus e de sua vida se conformar com essa Palavra.
2. O exemplo dos fiéis (v.12). Timóteo era um jovem pastor, com cerca de 30 a 35 anos, e fora
enviado para doutrinar uma igreja, onde já havia anciãos ou presbíteros, com
mais idade. Por isso, Paulo o exorta a ser um exemplo em tudo. O pastor, não
importa a idade que tenha, precisa ter consciência de que será sempre um
exemplo para o seu rebanho, por isso, precisa ter cuidado com seu modo de
falar, agir e até de se vestir.
Comentário
A credibilidade de um líder cristão e sua autoridade, dependem
diretamente de uma vida exemplar. Timóteo era um jovem Ministro, e Paulo o
orienta a adquirir o respeito de seus liderados (vs.12). “Ninguém despreze a
tua mocidade”, não por meio de uma imposição autoritária, mas mediante uma vida
padrão. Assim, a vida de Timóteo deveria ser modelo para os demais. Um Ministro
de Cristo deve poder dizer como o Apóstolo Paulo: “Sede meus imitadores, como
também eu sou de Cristo.” (1 Co 11:1). O Ministro deve ser padrão no que diz
(palavra), nas ações (procedimento), na prática da caridade (amor), na
confiança em Deus (fé), e nas suas motivações cristãs (pureza).
3. O cuidado que o ministro deve ter com o
aprendizado. “Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu
vá” (v.13). Um ministro do evangelho precisa estar constantemente estudando e
aprendendo para que possa exortar, ensinar a Igreja. Infelizmente, há pastores
que nunca leram a Bíblia toda. Além da Bíblia é preciso ler outros livros que
vão edificar o pastor e contribuir para a edificação da Igreja. É importante
também ressaltar que neste versículo o vocábulo “ensinar” tem o sentido de
instruir doutrinariamente na verdade. Todavia, para “ensinar”, o líder precisa
gostar de aprender.
Comentário
Timóteo parece ter ouvido as orientações apostólicas. Isso pode ser
visto na confiança que o próprio Apóstolo Paulo depositou no jovem Pastor.
Sabemos que Timóteo foi solenemente ordenado Ministro mediante a imposição de
mãos do Presbitério, do qual fazia parte o Apóstolo Paulo (1 Tm 1:6; 4:15).
Além disso, Timóteo foi companheiro de Paulo em algumas de suas viagens
missionárias, e foi algumas vezes enviado pelo Apóstolo para auxiliar algumas
Igrejas, dentre elas as de Corinto e Filipos. A recomendação de Paulo a respeito
de Timóteo, quando o enviou aos filipenses, resume-se nas seguintes palavras:
“A ninguém tenho de igual sentimento que, sinceramente, cuide dos vossos
interesses; pois todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo
Jesus. E conheceis o seu caráter provado, pois serviu ao Evangelho, junto
comigo, como filho ao pai.” (Fp 2:20-22)
CONCLUSÃO
Temos que ter cuidado, pois atualmente muitos estão
apostatando da fé e se deixando levar por doutrinas de homens e de demônios.
Para combater os falsos ensinos, o pastor deve conhecer a Palavra de Deus e ensiná-la
ao rebanho. O pastor e seus auxiliares precisam conhecer as doutrinas bíblicas
a fim de que possam ensinar a sã doutrina.
Que o Senhor guarde os ministros e as igrejas dos
ataques do maligno, da apostasia nesses últimos tempos que antecedem a vinda de
Jesus.
Comentário
Nunca se ouviu falar de tantos escândalos com obreiros de Deus como nos
últimos dias. Será que não primamos mais a excelência de “nosso ministério” do
que a excelência de Cristo? Ser um bom ministro de Cristo só glorifica a Cristo,
edifica, fortalece e afasta os hereges. Devemos viver o ministério com esmero,
primando a excelência deste, para ver se, de alguma maneira, sejamos
considerados “bons ministros”. Pois, em nenhum lugar do Novo Testamento, com
exceção do que sabemos do ministério do Salvador, houve algum louvor à
excelência do ministério apostólico, humano, ou outro qualquer servo. O Senhor
Jesus diz que, no último dia, chamará seus servos de “bom e fiel servo”, não de
"excelente" (Mt 25.21). Ser chamado de “bom e fiel” já será uma
excelência para todos os fiéis ministros!] NaquEle que me garante:
"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de
Deus" (Ef 2.8)”,
Missionário Vicente Dudman
Profº. / Teologia
Julho de 2015
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