Estamos disponibilizando pra você todo início de semana, mais um
comentário sobre cada lição da EBD. Assim fazemos, para que os irmãos possam
melhor preparar sua aula. Cada item, tem um comentário, para que o amado leitor
entenda melhor os tópicos da lição. Estudaremos esta semana a lição de nº 2 desse terceiro trimestre, que tem como título: O EVANGELHO DA GRAÇA. Para cada tópico, deixamos o nosso comentário. Fizemos
cuidadosa pesquisa a respeito dessa tão importante lição. Buscamos auxílio e
Ainda recorremos a vários mestres no assunto, para que pudéssemos aplicá-lo
para o seu melhor entendimento. Em caso de dúvidas com relação ao assunto,
deixe seu comentário, a sua dúvida, no final desta postagem, que responderemos
com todo prazer a sua pergunta. Espero que satisfaça.
INTRODUÇÃO
Ao se despedir dos anciãos de Éfeso, Paulo
expressou seu sentimento de preocupação com o rebanho de Deus, pois tinha
receio de que na sua ausência as ovelhas do Senhor fossem atacadas (At
20.29,30). Sem dúvida, foi um sentimento dado pelo Senhor, pois sete anos
depois, Paulo estava deixando Timóteo em Éfeso, para combater os “lobos
cruéis”, que queriam “devorar” o rebanho sob seus cuidados pastorais. Nos dias
de hoje, há igrejas que abrigam falsos obreiros, que pervertem a sã doutrina
matando ou dispersando as ovelhas.
Comentário
Quando Paulo
despediu-se dos presbíteros de Éfeso, fez um dos mais belos discursos de sua
carreira. Com palavras eloquentes, desafiou os líderes daquela igreja a
assumirem um compromisso solene com Deus, com a Palavra e com a igreja. Para
encorajá-los, deu seu próprio testemunho, como segue: “Porém, em nada considero
a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o
ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de
Deus” (At 20.24). O ministério é regido por um ideal mais alto do que a própria
vida. “… para testemunhar o evangelho da graça de Deus”. Quando o ideal é maior
do que a vida, vale a pena dar a vida pelo ideal. Testemunhar o evangelho da
graça era o grande vetor da vida de Paulo. Ele respirava o evangelho. Vivia
pelo evangelho. Estava pronto a se sacrificar e a morrer pelo evangelho.
Nenhuma outra motivação governava sua vida. Não buscava grandeza para si mesmo.
Não cobiçava ouro nem prata. Não buscava para si riquezas nem fama. Mesmo
sofrendo ameaças e passando parte de sua vida encarcerado, jamais perdeu o
entusiasmo de viver nem o senso de urgência de proclamar o evangelho.
Considerava-se prisioneiro de Cristo e embaixador em cadeias. Mesmo diante das
mais terríveis adversidades, Paulo tinha o coração ardente, os pés velozes e os
lábios abertos para proclamar Cristo, a essência do evangelho. Adaptado
de “O Compromisso com o Evangelho da Graça”, Rev Hernandes Dias Lopes - http://hernandesdiaslopes.com.br/2013/08/o-compromisso-com-o-evangelho-da-graca/#.VZsophtViko.
Mas o que é esse Evangelho da Graça pelo qual Paulo ‘gastou’ sua vida? Alguém
já disse que se fosse definir, diria que o evangelho “é o anúncio da graça”. E
o grande apóstolo Paulo escreveu em Romanos que o evangelho da graça “é o poder
de Deus para a salvação de todo aquele que crer” (Rm 1.16 -18). O evangelho da
graça é o evangelho de Cristo. O evangelho que livra o homem das algemas da
religiosidade, do farisaísmo ferrenho, do tradicionalismo que mata, dos dogmas
religiosos que muitas vezes nos oprimem. Em seu livro O Evangelho da Graça (Cultura
Cristã), o teólogo americano e ex-pastor da 10ª Igreja Presbiteriana de
Filadélfia, James Montgomery Boice, afirma “existir para chamar a Igreja, no
meio de nossa cultura decadente, a se arrepender do seu mundanismo, recuperar e
confessar a verdade da Palavra de Deus como os reformadores o fizeram e ver tal
verdade incorporada em doutrina, culto e vida” (p 14).
I. AS FALSAS DOUTRINAS CORROMPEM O EVANGELHO DA
GRAÇA
1. O evangelho da graça. É o
Evangelho libertador que Cristo trouxe ao mundo, por bondade de Deus,
independente das obras humanas (Ef 2.8,9). Paulo se referiu a esse Evangelho de
maneira muito eloquente (At 20.24). Ele conhecia esse Evangelho, não apenas na
teoria, mas por experiência própria. De modo inexplicável, o blasfemo e
perseguidor dos cristãos, foi escolhido para ser um dos maiores pregadores do
Evangelho de Cristo (1Tm 1.12-14). Será que daríamos oportunidade a um
indivíduo com tal histórico?
Comentário
A nossa salvação é pela graça de Deus e de Cristo (Ef 2.8). E esta graça
representa um favor não merecido. O apóstolo anteriormente havia escrito sobre
quem ele era alguém que não merecia a misericórdia de Deus, mas que este graça
divina lhe alcançou. Sobre o Senhorio de Cristo, podemos encontrar em
Filipenses 2.11 e Romanos 1.4. Nesta aliança de misericórdia divina e falhas
humanas, entramos com a nossa fé, e o Senhor entra com sua superabundante
graça, que supera os nossos pecados, e saímos ganhando em tudo. Assim, a
religiosidade legalista mata e maltrata, ao contrário do evangelho da
graça, que é libertador, restaurador (Jo 8.32). Trata-se de um evangelho que
traz vida abundante (Jo 10.10). Não o evangelho do peso, nem do jugo (Mt
11.28-30), mas do alívio, da cura, da terapia, do refrigério e da restauração.
Não da religiosidade da acusação, mas da graça libertadora do perdão: “Onde é
que estão os teus acusadores? Nem eu tão pouco te condeno, vai-te e não peques
mais” (Jo 8.9-11). No Evangelho da Graça Cristo pagou, quitou uma vez por todas
para nos trazer libertação plena e completa: “Quando ele tomou o vinho, disse:
“tudo está completado”. Tudo está quitado e pago” (Jo 19.30).
2. As falsas doutrinas (v.3). Os falsos mestres seriam
presbíteros, a quem cabia a tarefa de ministrar o ensino à igreja (1Tm 5.17;
3.2). As falsas doutrinas eram apresentadas como “fábulas ou genealogias
intermináveis” (1.4). As “fábulas” (gr.mythoi) eram narrativas imaginárias,
lendas, ficção. Na literatura, têm seu lugar. Mas, na Igreja, não deve haver
espaço para fábulas ou mitos. No texto, não fica claro qual o conteúdo das
“genealogias”, mas, ao lado das fábulas, eram ensinos que traziam especulações
e controvérsias inúteis que não edificavam os irmãos em nada. Timóteo foi o
mensageiro, enviado por Paulo, para enfrentar e combater tais ensinos. Há
igrejas evangélicas que aceitam esse tipo de ensino e permitem que o
emocionalismo tome lugar do verdadeiro avivamento espiritual.
Comentário
Note-se que
Paulo não está proibindo o uso do recurso didático ‘fábulas’ (A
fábula é uma narrativa em prosa ou poema épico breve de caráter moralizante,
protagonizado por animais, plantas ou até objetos inanimados. Contém geralmente
uma parte narrativa e uma breve conclusão moralizadora, onde os animais se
tornam exemplos para o ser humano, sugerindo uma verdade ou reflexão de ordem
moral.) durante uma exposição das Escrituras ou o ensino delas, mas
ele fala de pessoas que estariam se apegando a fábulas como elas fossem um fim
ou a verdade em si mesmas. Em outras traduções, ao invés de "fábulas"
encontramos "mitos" e "lendas", o que parece fazer mais
sentido. Como ele fala de doutrina no versículo 3, acredito que uma leitura mas
atual seria: "nem se deem a
doutrinas fantasiosas, mitos, lendas ou a genealogias". “OU A
GENEALOGIAS INTERMINÁVEIS” - Os Judeus se gastavam em suas intermináveis
comprovações genealógicas para demostrarem de que pertenciam as mais
importantes linhagens familiares. Usando instrumentos legalistas da antiga
aliança é que se ufanavam de pertencerem às tribos das personagens que se
destacaram na história de Israel. Já os gnósticos se utilizavam das árvores
genealógicas para batizarem seus filhos em nome dos heróis históricos de suas
nações. Na atualidade os mórmons são praticantes destes rituais, é tanto que em
Salt Lake, nos Estados Unidos, possuem os mais completos registros genealógicos
do mundo e que pertencem aos mórmons. Tudo isso o apóstolo refuta como
descartáveis comparados ao evangelho de Cristo. “QUE MAIS PRODUZEM QUESTÕES” -
Coisas mais importantes do que as fábulas judaicas e as intermináveis
genealogias era se voltar para as coisas que pertencem ao evangelho de Cristo.
O religioso se ocupa de coisas pequenas que não levam a nada, enquanto que o
cristão verdadeiro se aplica as coisas que produzem edificação espiritual. As
escrituras falam sobre mandamentos de homens que são regras religiosas dos
líderes tentando dominar os outros com suas intermináveis filosofias e
ideologias pessoas. O evangelho é simples e qualquer pessoa que tem o Espírito
de Deus tem condições de entender sua mensagem principal. A principal função do
gnosticismo dentro das igrejas era para deturpar o evangelho de Cristo. “DO QUE
EDIFICAÇÃO DE DEUS” - O evangelho genuíno, esse sim produz na vida da igreja a
benéfica edificação espiritual. A tentativa de implantar no cristianismo os
elementos confusos da antiga aliança de Deus com Israel, só trazia confusão e
divisão dentro da comunidade cristã. Assim como a bagagem mitológica do
gnosticismo, nada de bom acrescentava no bem estar da igreja. Pelo contrário,
estes chamados mistérios ocultos produzidos por mentes diabólicas, mas trazem
confusão e destruição do que edificação da de Deus. Nem tudo que há nas igrejas
vem da parte de Deus. “QUE CONSISTE NA FÉ, ASSIM O FAÇO AGORA” - O evangelho de
Cristo tem um fator primordial no crescimento de nossa fé, e na esperança que
temos segundo nos promete a nova aliança de Deus com a humanidade. Tendo feito
muitas atividades missionárias, agora, Paulo se ocupava na edificação das
igrejas por ele fundadas. Transmitindo os ensinos do reino de Deus e provando
que Cristo era o Messias prometido.
3. O “fim do mandamento” e a finalidade da Lei. Paulo
chamou a atenção de Timóteo, seu enviado a Éfeso, para a doutrina de Deus e de Cristo,
a que ele resumiu no “mandamento”, e sua finalidade (1Tm 1.5,6). Em seguida,
Paulo ensina acerca do objetivo da Lei, e para quem ela se destinava,
discriminando, no texto, uma longa lista de tipos de pessoas ímpias que eram
alvo dos preceitos legais (1Tm 1.9-11).
Comentário
“SABENDO ISTO, QUE A LEI NÃO FOI FEITA PARA O JUSTO” - Os justos
no tempo da nova dispensação da graça, diz respeito daqueles que foram
comprados pelo sacrifício vicário do Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo. Justo, não porque é bom ou perfeito, mas porque é justificado por Cristo
perante a justiça divina. Então, a lei, seja ela a de Moises ou dos homens, não
foi feita para os remidos por Cristo, porque aquele que vive piamente para o
reino de Deus, não vive transgredindo nem as leis religiosas nem as leis
governamentais. Quem é verdadeiramente convertido faz sempre o que for possível
para viver corretamente. Para quem foi feita a lei? “MAS PARA OS INJUSTOS E
OBSTINADOS” - Conforme as escrituras, os injustos são todos aqueles que vivem
no paganismo, sem Deus na vida, vivendo sem limites nem regras. Biblicamente
falando, os injustos são aqueles que vivem como se Deus não existisse para
eles, são os ateus confessos ou práticos. São os incrédulos que vivem para o
mundo conforme suas próprias vontades, pensando que não haverão de prestar
contas perante o Criador. Já os obstinados, sobre os quais o escritor se
refere, diz respeito aos que se mantem conscientemente no sentimento de
rebelião contra Deus. São os alienados das coisas do reino de Deus e das coisas
que são de cima. “PARA OS ÍMPIOS E PECADORES” - Conforme os mandamentos e
estatutos de Deus, os ímpios são todos aqueles que são dominados pelo mau e
pelos prazeres nas coisas erradas da vida. Os ímpios são todos aqueles que
vivem continuamente em busca de oportunidades para prejudicar ao seu próximo.
São os que tem prazer em fazer o mal aos outros só para tirar proveito de todas
as situações. Os pecadores que Paulo cita neste texto, são aqueles que não têm
sentimento de erro em suas ações maléficas. Estes nunca se arrependem dos seus
atos malignos praticados contra o seu semelhante. Estes são chamados de
pecadores obstinados, porque erram por prazer. “PARA OS PROFANOS E
IRRELIGIOSOS” - Estes profanos dos quais fala o apóstolo são aquelas pessoas
que vivem longe de Deus, voltados completamente para as coisas do mundo, para a
devassidão dos vícios e os prazeres da carne. Os irreligiosos são aqueles que
desprezam as sagradas escrituras, e nunca se volta para o verdadeiro
cristianismo. Ignoram os mandamentos de Deus e não se preocupam em como agradar
ao criador. A religião não salva, mas tem ajudado as pessoas a serem melhores.
“PARA OS PARRICIDAS E MATRICIDAS, PARA OS HOMICIDAS” - A lei é feita na
tentativa de coibir os erros dos injustos e obstinados, dos ímpios e dos
prevaricados, dos profanos e dos que não dão importância às coisas de Deus, dos
que tiram a vida dos seus próprios progenitores e tem prazer em derramar o
sangue do seu próximo, tirando-lhe a vida. Se não fossem as leis, este mundo
seria um verdadeiro caos. “PARA OS DEVASSOS” - O escritor continua enumerando a
lista dos transgressores para quem foi feita a lei. Estes devassos aos quais
Paulo fala diz respeito aos impuros no tocante aos pecados sexuais. São aqueles
que valorizam mais os prazeres sexuais desregrados do que os mandamentos de
Deus que falam sobre como viver o sexo de forma pura e correta. Certamente o
escritor estava denunciando a prostituição, que é o sexo fora do casamento. O
adultério que é o sexo entre duas pessoas casadas, mas não entre o marido e
mulher, legalmente casados. A prevaricação que é o sexo entre uma pessoa casada
e outra solteira. E a fornicação que é o sexo entre duas pessoas solteiras, sem
serem casadas, conforme manda a lei do matrimônio. “PARA OS SODOMITAS” - Conforme
as sagradas escrituras, este tipo de pecado sexual, diz respeito ao
homossexualismo. De acordo com a bíblia esta palavra trata do ato sexual entre
dois homens ou duas mulheres, coisa que é reprovada pelas sagradas escrituras e
por consequente por Deus, porque as sagradas escrituras expressão a vontade de
Deus. Em (Romanos 1:26-27) o apóstolo ataca de forma radical o homossexualismo
masculino, como também o feminino. Esta expressão aparece nesta lista de vícios
para indicar um desvio sexual irracional e maligno referindo se a um uso
extremamente depravado do impulso sexual. Sodomita, também se refere ao que
ocorreu com a cidade de Sodoma que foi destruída por causa do homossexualismo.
“PARA OS ROUBADORES DE HOMENS” - Em uma interpretação mais simplista, poderia
dizer: Para os que roubam os homens. Tanto na época em que foi escrito este
conteúdo da epístola pastoral de Paulo a Timóteo, Como nos tempos mais remotos
da história da humanidade, era comum a prática da venda de escravos. Felizmente
este mal foi extirpado das civilizações modernas. Mas, o escritor se refere aos
que capturavam seres humanos para serem vendidos como se fosse uma mercadoria
qualquer. Nos tempos das guerras antigas, nações inteiras eram deportadas para
os países saqueadores, e os deportados eram transformados em escravos.
“PARA OS MENTIROSOS” - A lei foi escrita para combater os mentirosos. A
mentira é vista pelas sagradas escrituras como algo maligno e associada ao
Diabo, que é o pai da mentira (João 8:44). A pessoa que é dominada por essa
falha grave em sua conduta se torna alguém absolutamente desprovido de
credibilidade. A pessoa mentirosa, até mesmo quando fala uma verdade, os outros
custam a acreditar em suas palavras. Já se diz que a mentira é amiga gemia da
falsidade. A mentira também tem tudo a ver com o falso testemunho, isso quando
se inventa algo que não aconteceu só para prejudicar a alguém. Mas, como se diz
um ditado popular: A mentira tem pernas curtas, ela só prevalece ate quando a
verdade não aparece. Só se vence a mentira com a verdade. “PARA OS PERJUROS, E
PARA OS QUE FOREM CONTRÁRIOS À SÃ DOUTRINA” - A lei foi feita contra os
perjuros, ou seja, para aqueles que fazem juramentos falsos para prejudicarem
suas vítimas. E para os que são contrários a sã doutrina. O escritor não se
refere a um código de ética cristã, mas as boas novas do evangelho de Cristo
Jesus.
II. A GRAÇA SUPERABUNDOU COM A FÉ E O AMOR
1. Gratidão a Deus. Uma das características marcantes do caráter de
Paulo é o ser grato a Deus (Rm 7.25; 1Co 1.4; 14.18; 2Tm 1.3). Nesta parte da
Epístola, ele expressa sua gratidão a Cristo por tê-lo escolhido e posto no
ministério apostólico e pastoral, apesar de ter sido um terrível opositor do
Evangelho de Jesus (1Tm 1.12,13). É mais uma demonstração do que o “evangelho
da graça de Deus” pode fazer na vida de um homem. Deus tem seus santos
caminhos. O evangelho é a expressão do amor de Deus, em Cristo Jesus, que
alcança um homem no mais baixo nível de pecado e o faz uma “nova criatura” (2Co
5.17), e mais, ainda, o faz parte da “família de Deus” (Ef 2.19). Paulo
reconhece que “[...] a graça de nosso Senhor superabundou com a fé e o amor que
há em Jesus Cristo” (1 Tm 1.14). Foi Jesus quem o salvou e o transformou
mediante sua graça.
Comentário
Graça – eucharisteuo; Strong 2168: De eu, “bem”, e charizomai, “dar livremente”. Ser grato,
expressar gratidão, estar agradecido. Onze das trinta e nove ocorrencias da
palavra no Novo Testamento referem-se à participação na Cia do Senhor, enquanto
que vinte e oito ocorrências descrevem as palavras de louvor ditas ao Ente
Supremo. Durante o século II, “Eucaristia” tornou-se o termo genérico para a
Ceia do Senhor. Não há pensamento mais maravilhoso e mais rico em conforto do
que este de sabermos que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo superabundou,
pela fé, em nossas vidas. Deus não apenas a fez abundar (a graça), mas a fez
superabundar em nós. Paulo estava considerando o seu passado de blasfemo,
perseguidor, opressor, mas a quem Deus expressou a Sua misericórdia, fazendo
habitar nele a Sua superabundante graça. A sua religião judaica tinha sido
insuficiente, mas a sua fé em Jesus levou-o ao perdão e à maravilhosa graça de
Deus.
2. Humildade. Paulo não era mais um novo convertido ou neófito
quando escreveu suas cartas a Timóteo. Ele não estava usando de falsa modéstia
quando declarou ser o principal pecador que Jesus veio salvar (1Tm 1.15). Paulo
tinha convicção de que fora salvo pela graça, e não por seus méritos. Mesmo na
condição de salvo, o crente deve saber que não merecíamos o dom (presente) da
salvação.
Como salvos em Jesus Cristo, não temos mais prazer
no pecado. Aquele que ainda tem prazer no pecado, não experimentou o novo
nascimento: “Qualquer que é nascido de Deus não vive na prática do pecado;
porque a sua semente permanece nele; e não pode viver pecando, porque é nascido
de Deus” (1Jo 3.9).
Comentário
Cristo veio salvar os “pecadores”. E estes pecadores que são
beneficiados com a salvação do Cristo de Deus são justamente os que reconhecem
que são fracos e falhos e que precisam do perdão de Cristo. São os que se
arrependem dos seus pedados e se convertem dos seus maus caminhos para se
tornarem em uma nova criatura. Paulo se achava o pior deles. Paulo não se
caracterizou assim antes de sua conversão. Pelo contrário, na medida em que
crescia em Cristo, Paulo tornou-se mais e mais consciente de sua própria
pecaminosidade. Ele não esqueceu o havia sido; não se gloriava em si mesmo, mas
sim, no Deus que o redimira e que o mudara! O texto de 1 João 3.9, se não
entendido corretamente, entrará em choque com o que ele escreve em 1.8: “Se dissermos que não temos pecado,
enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós”, e 1.10: “Se
dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso (DEUS), e a sua palavra não está
em nós”. É fato bíblico que o crente peca (Pv 20.9; 24.16; Ec 7.20), pois, ele
é enfraquecido pela carne (Jo 3.6, “O
que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.”).
Tanto a realidade da presença do pecado na vida do crente quanto à nova
natureza são vistas claramente na doutrina da santificação que envolve a
correção de Deus (Hb 12.5-13). O texto de 1º João 3.9 afirma claramente que uma
pessoa nascida de Deus não pode pecar. Isto não quer dizer, como alguns
ensinam, que tal pessoa não peca. O versículo afirma que aquela parte nascida
de Deus, do crente em Jesus Cristo, não pode pecar. É óbvio que se uma pessoa é
incapaz de pecar, ela não pode perder a salvação. Há quem ensine que uma pessoa
pode se tornar santificada - a tão chamada segunda bênção - o batismo no
Espírito Santo - quando a pessoa é capaz de viver sem pecar. Mas, estes também
ensinam que uma pessoa que é capaz de não pecar, também pode pecar e se perder.
Mas, nosso texto diz enfaticamente que uma pessoa nascida de novo – nascida de
Deus – não pode pecar, isto é, não é capaz de pecar.
III. UM CONVITE A COMBATER O BOM COMBATE (vv.18-20)
1. A boa milícia. Depois de orientar Timóteo
sobre a difícil missão de combater as heresias, na igreja de Éfeso, Paulo dá
uma palavra de ânimo, encorajamento e incentivo ao jovem pastor. Como um
verdadeiro “pai na fé”, o apóstolo diz: “Este mandamento te dou, meu filho
Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa
milícia” (1Tm 1.18). Paulo lembra a Timóteo que seu ministério foi confirmado
por profecia. Deduz-se, do texto, que as profecias eram tão consistentes, que Timóteo
deveria militar “a boa milícia”, ou o bom combate, com base naquilo que Deus
lhe havia falado (1Tm 1.18).
Comentário
Paulo passa a fazer suas recomendações a seu filho na fé Timóteo de como
ele devia proceder para combater os legalistas e os falsos mestres do
gnosticismo filosófico grego infiltrados no meio da igreja. O fato de o
apóstolo falar em termos de mandamento, nos dá a entender que era mesmo uma
ordem ou um decreto apostólico de sua parte para que o líder da igreja de
Cristo em Éfeso fosse revestido de autoridade em defender a genuína fé crista,
em detrimento aos falsos ensinos dos gnósticos. A maioria dos comentaristas
bíblicos concordam de que o ministério de Timóteo foi sendo a cada dia
confirmado por meio de profecias a seu respeito e do que ele se tornaria no
reino de Deus e de Cristo. Neste tempo em que Paulo lhe envia esta epístola
pastoral ele já era a uma das principais lideranças da igreja de Cristo em
Éfeso, mas isso não foi por um acaso, nem do dia para a noite. Sendo ele Filho
na fé do grande apóstolo Paulo, isso não era suficiente para ocupar posições de
destaques o quanto ele vinha galgando. Fazia-se necessário a confirmação de
Deus para tanto, por meio de profecias. Diante das constantes oposições que se
levantavam contra ele naquela igreja, Timóteo precisava desta palavra de apoio
da parte de Paulo. O apóstolo usa uma metáfora militar para indicar a
tonalidade da tarefa a que o seu filho na fé devia executar. Neste caso, ele
Paulo seria um comandante, enquanto que Timóteo seria um soldado, que cumpriria
suas ordens. E a ordem dada era que o soldado, combatesse diligentemente contra
as heresias que estavam na igreja.
2. A rejeição da fé e suas consequências (1Tm 1.5). Quem rejeita “a fé não fingida” e a “boa
consciência” cristã colhe os resultados de sua má escolha. O resultado é o
“naufrágio na fé”. Paulo toma como exemplo Himeneu e Alexandre, obreiros que
entraram por esse caminho. Quanto a Himeneu, sua postura é tão terrível que ele
é citado em 2 Timóteo 2.17. Seu nome deriva deHimen, “deus do casamento”, na
mitologia grega. Não se sabe ao certo qual “doutrina” falsa ele semeava.
Estudiosos dizem que ambos eram representantes do gnosticismo no meio da igreja
de Éfeso. Com relação a Alexandre, aliado de Himeneu na semeadura das falsas
doutrinas, era tão pernicioso, que Paulo o considera desviado ou “naufragado”
na fé. Sua influência era tão maliciosa que Paulo os entregou “a Satanás, para
que aprendam a não blasfemar” (1Tm 1.20). Que o Senhor livre sua Igreja dos
falsos mestres.
Comentário
“E entre
esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar” (1Tm
1.20). A maioria dos teólogos entende que o texto aponta para uma espécie de
disciplina ou exclusão da comunhão com a Igreja, O Corpo de Cristo. Como
entender o fato de Paulo mandar entregar dois obreiros da Igreja a
Satanás? na igreja de Éfeso. Por conta disso, o apóstolo Paulo lhe
escreveu uma carta encorajando-o a manter a ordem entre os irmãos. Os falsos
mestres estavam deturpando os ensinos originais nos quais a igreja tinha sido
instruída e, entre os tais, Paulo cita dois nomes: Himeneu e Alexandre. Quando
recebeu o ministério eclesiástico pela imposição das mãos do presbitério, o
jovem Timóteo recebeu juntamente a responsabilidade de combater as heresias que
possivelmente surgiriam no seio da igreja (1Tm 1.18; 4.14; 6.12). Não há menção
específica a respeito das heresias com as quais aqueles dois falsos obreiros se
envolveram. Entretanto, parece que a carta de Paulo a Timóteo visava tratar
problemas de crenças religiosas e idéias filosóficas. O contexto sugere que
esses obreiros estavam envolvidos com questões pertinentes ao gnosticismo,
sendo que Himeneu é citado por Paulo em 2Timóteo 2.17,18 como que ensinando que
a ressurreição já tinha acontecido, alegorizando-a e minando a esperança futura
dos irmãos. A sentença para esses obreiros seria que fossem “entregues a
Satanás”, o que a maioria dos teólogos entende como uma espécie de disciplina
ou exclusão da comunhão com a Igreja, o Corpo de Cristo. Este procedimento
visava tanto a correção como a punição. Quanto a este fato, a Bíblia de estudo
de Genebra afirma o seguinte: “Portanto, foram devolvidos ao mundo – domínio de
Satanás (Jo 12.31; 14.30; 16.11; 2Co 4.4; Ef 2.2)”. No mesmo sentido, a Bíblia
de estudo Pentecostal considera: “Ser desligado da Igreja; por outro lado,
deixa a vida da pessoa aberta aos ataques destrutivos e satânicos (Jó 2.6,7;
1Co 5.5; Ap 2.22)”.
CONCLUSÃO
O cristianismo nasceu debaixo de perseguição e
confronto com heresias e ensinos desvirtuados. Na consolidação de igrejas
abertas em suas viagens missionárias, Paulo teve que oferecer resistência e
ação decidida contra os “lobos vorazes”, que haveriam de surgir, até mesmo no
seio das igrejas, como no caso da igreja de Éfeso. Com a graça de Deus e o
apoio de homens fiéis, como Timóteo e Tito, o apóstolo Paulo fez frente aos
falsos mestres que se levantaram para prejudicar o trabalho iniciado e
desenvolvido em muitas igrejas cristãs.
Comentário
Paulo cuidou zelozamente das igrejas que fundou, isso fica claro nos
textos de sua autoria. Não obstante esse cuidado do apóstolo, vemos já em
apocalipse, Jesus glorifiacado fazendo uma análise sincera das igrejas, “tenho porém contra ti ... abandonaste o teu
primeiro amor”. Esta igreja tinha mais de quarenta anos quando Jesus
ditou esta carta. Outra geração havia surgido. Os filhos não experimentavam
aquele entusiasmo intenso, aquela espontaneidade e o ardor que havia revelado
os pais quando tiveram o primeiro contato com o evangelho. Não apenas isso, mas
faltava à geração seguinte a devoção a Cristo. A igreja de Éfeso tornou-se
farisaica, pois ela deixou de herança o zelo pela Palavra, mas como se fosse
uma lei, mas não deixou de herança o amor que é o vínculo da perfeição. A
igreja havia abandonado o seu primeiro amor. O problema da igreja de Éfeso é,
com certeza, o problema da maioria das igrejas de hoje: fazer as coisas sem
solidariedade amorosa. Não são poucas as amarras que dificultam o viver em
liberdade. Absorvidos por uma sociedade consumista e midiática, somos
pesonagens interpretando um roteiro mal escrito e mal dirigido. Quando
abandonamos o primeiro amor, significa que abrimos mão de algo e elegemos
outras coisas em seu lugar. Quando fazemos as coisas por fazer, por causa da
instituição ou da denominação, pela sedução do crescimento numérico da igreja,
pela fama e pelo status que se obterão na cidade ou coisas do tipo, essas são
provas evidentes de que nossas motivações são impuras e estão prostituídas.
Pense e ajude seus alunos a pensar maduramente a fé cristã!]. NaquEle que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Missionário Vicente Dudman
Profº / Teologia
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