Estamos disponibilizando pra você todo início de semana, mais um comentário sobre
cada lição da EBD. Assim fazemos, para que os irmãos possam melhor preparar sua
aula. Cada item, tem um comentário, para que o amado leitor entenda melhor os
tópicos da lição. Estudaremos esta semana a lição de nº 4 desse terceiro
trimestre, que tem como título: PASTORES E DIÁCONOS. Para cada tópico, deixamos o nosso comentário. Fizemos
cuidadosa pesquisa a respeito dessa tão importante lição. Buscamos auxílio e
Ainda recorremos a vários mestres no assunto, para que pudéssemos aplicá-lo
para o seu melhor entendimento. Em caso de dúvidas com relação ao assunto,
deixe seu comentário, a sua dúvida, no final desta postagem, que responderemos
com todo prazer a sua pergunta. Espero que satisfaça.
INTRODUÇÃO
Paulo dá inicio ao capítulo três da Primeira
Epístola de Timóteo, falando a respeito do trabalho pastoral. Ser pastor não é
abraçar uma profissão, mas um ministério divino cuja função primordial é cuidar
das ovelhas do Senhor. Nenhum pastor tem condições de cuidar do rebanho
sozinho. São necessários ajudantes, por isso, neste mesmo capítulo, o apóstolo
Paulo fala a respeito do diaconato.
Na lição de hoje estudaremos a respeito do
pastorado e do diaconato, duas funções de extrema importância para o
crescimento do Reino de Deus.
Comentário
Strongs NT 1985: ἐπίσκοπος ἐπίσκοπος, ἐπισκόπου, ὁ (ἐπισκέπτομαι), um
supervisor, um homem incumbido do dever de ver que coisas a serem feitas por
outros são feitos com razão, qualquer curador, tutor, ou superintendente. A
palavra tem o mesmo sentido abrangente nos escritos gregos de Homero Odys. 8,
163; Ilíada 22; Assim, no Novo Testamento ἐπίσκοπον τῶν ψυχῶν, guardião das
almas, aquele que cuida de seu bem-estar (1Pe 2.25; Hb 13.17), especificamente,
o superintendente, superintendente de cabeça ou de qualquer igreja cristã (At
20.28; Fp 1.1; 1Tm 3.2; Tt 1.7). A palavra "episcopado" significa pastorado,
dado que as palavras gregas "epíscopos",
"poimen" e "presbítero" são de significado
idêntico - bispo, pastor, presbítero ou ancião. Paulo e Barnabé escolheram
irmãos em Cristo, os mais velhos, em cada igreja (At 14.19-23). Paulo orienta
Tito a escolher “homens mais velhos ( presbíteros)” (Tt 1.1-5), para que fossem
“supervisores (bispos)” (Tt 1.5-9). Os “supervisores (bispos)” das passagens
bíblicas eram "homens mais velhos ( presbíteros)", lembrando que a
palavra grega "presbítero" não significa necessariamente uma
"pessoa idosa" (compare o filho mais novo (neoteros) (Lc 15.13) com o
filho mais velho (presbuteros) (Lc 15.25). Assim, Paulo ensina que aquele que
anseia, deseja, o pastorado, ou o bispado, excelente obra deseja. De fato, o
pastorado é um ministério especialmente digno de nota. O pastor é aquele que
leva o rebanho às pastagens melhores e mais seguras. “Episkopoi” é o superintendente ou bispo e o trabalho que estes
tinham era o de supervisores, ou seja, os que detinham a nobre função episcopal
eram aqueles que visitavam, cuidavam e zelavam dos homens para o bem dos mesmos
(STRONG:1984). Em suma, estes eram os cuidadores dos cristãos e, traduzindo
para o nosso português, eles eram os atuais pastores.
I - QUEM
DESEJA O EPISCOPADO
1. "Excelente obra
deseja". "Esta é uma palavra fiel: Se alguém
deseja o episcopado, excelente obra deseja" (v.1). Em sua carta a Timóteo,
Paulo assevera que almejar o episcopado, ou seja, o pastorado é aspirar uma
obra excelente. Contudo, é importante ressaltar que a função pastoral não é uma
profissão ou um meio para ascender social e economicamente.
Comentário
O Pastor ou Bispo é um líder que cuida principalmente da vida espiritual
do seu rebanho, mas não descuida nenhum aspecto da vida da comunidade. Para
isto ele deve ser especialmente chamado e vocacionado por Deus, e deve ter como
prioridade servir abnegada e totalmente ao Senhor na pessoa do rebanho que lhe
foi confiado. Deve dar o exemplo de vida cristã. Ser marido de uma só mulher
(casado, portanto), vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para
ensinar, não vicioso, nem espancador, não avarento, nem ganancioso, mas
moderado em todas as coisas. Estas qualificações por si só, já descrevem o que
é ser pastor. Diferentemente da ideia exposta hoje, principalmente pelos defensores
da teologia da prosperidade, aquele que deseja o episcopado deve estar
preparado para passar necessidades, sofrer injúrias e calunias. Ser pastor é
não ter outro interesse senão o pregar a Cristo. É não se envolver nos negócios
deste mundo, buscando riquezas, fama e posição. É saber dizer não quando o
coração disser sim. É não ir à casa dos ricos em detrimento dos pobres. É não
dar atenção demasiada para uns, esquecendo-se dos outros. É não ficar do lado
dos jovens, em detrimento dos adultos e vice-versa. Ser pastor é não
envolver-se em demasia com as pessoas, ao ponto de se perder a linha divisória
do amor e do respeito, do carinho e da disciplina. Ser pastor é não aceitar
subornos nem tampouco desprezar os não expressivos. O pastorado é um ministério
muito especial, com muitos espinhos e dificuldades, mas também repleto das
graças maravilhosas e incomparáveis.
2. A chamada. O ministério pastoral vem de Deus. É Ele que escolhe. Muitos são
escolhidos e separados apenas pelos homens, mas não por Deus. Paulo afirma que
foi chamado pelo Senhor desde o ventre de sua mãe (Gl 1.15). Deus também
vocacionou Jeremias para ser profeta antes do seu nascimento (Jr 1.5). Quem é
chamado não só tem a convicção do convite, mas apresenta um perfil que agrada a
Deus.
Comentário
A chamada para o ministério Pastoral tem duas características
fundamentais: a) A determinação de Deus (soberania) somente por sua
graça; b) A incapacidade do homem em exercer a missão, o ministério (2 Co 3.5).
Erwin Lutzer define chamado como “uma
convicção interior, dada pelo Espírito Santo e confirmada pela Palavra de Deus
e pelo Corpo de Cristo” – “Tal
é a confiança que temos diante de Deus, por meio de Cristo. Não que possamos
reivindicar qualquer coisa com base em nossos próprios méritos, mas a nossa
capacidade vem de Deus. Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova
aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito
vivifica” (2Co 3.4-6). Ninguém ingressa no ministério sem que tenha a
sua vontade direcionada, trabalhada e persuadida para o mesmo. Este
direcionamento da vontade é fruto da chamada de Deus, o que é um fator
decisivo. Ninguém pode, como tentou Simão (Atos 8.18-19), comprar um dom
espiritual. Deus chama e trabalha na vontade humana, direcionando-a ao ministério.
A declaração doutrinária da Convenção Batista Brasileira diz no capítulo 11
sobre o Ministério da Palavra: “Todos os crentes foram chamados por Deus para a
salvação, para o serviço cristão, para testemunhar de Jesus Cristo e promover o
seu Reino, na medida dos talentos e dos dons concedidos pelo Espírito Santo.
Entretanto, Deus escolhe, chama e separa certos homens, de maneira especial,
para o serviço distinto, definido e singular do ministério da sua palavra. O
pregador da palavra é um porta-voz de Deus entre os homens. Cabe-lhe missão
semelhante àquela realizada pelos profetas do Velho Testamento e pelos
apóstolos do Novo Testamento, tendo o próprio Jesus como exemplo e padrão
supremo”. Charles Spurgeon, considerado o príncipe dos pregadores, ponderou
algumas coisas muitos pertinentes: “Homens que ousam declarar-se embaixadores
de Cristo precisam compreender mais profundamente que o Senhor lhes ‘entregou’
a palavra da reconciliação (2 Co 5.18,19)...Preferiria que vivêssemos em duvida
e nos examinássemos muitíssimas vezes, do que tornarmos empecilhos no
ministério... Ser pastor sem vocação é como ser membro professo e batizado sem
conversão...”. Esse chamado, portanto, não é uma escolha pessoal, uma profissão
religiosa, mas uma chamada irresistível para servir ao Senhor em Seu nome e
para a Sua glória. Gosto muito do pensamento: “Deus não chamou homens
extraordinários para um trabalho comum, mas homens comuns para um trabalho
extraordinário”
3. O preparo. Deus chama, porém, o
preparo cabe aos seus servos. O pastor precisa ter conhecimento bíblico (o que
deve saber), teológico e habilidades ministeriais (o que deve ser capaz de
fazer). Seu preparo não termina quando conclui um seminário teológico, mas se
dá durante toda a sua jornada. Em o Novo Testamento vemos que os
apóstolos foram chamados, mas só foram enviados após algum tempo de aprendizado
com Jesus (Mc 6.7; Mt 10.16; Lc 10.1). O exemplo de Paulo também é bem
significativo. Ele foi chamado, já possuía o conhecimento da Lei, pois teve
como professor o renomado Gamaliel, mas partiu para a Arábia e ali ficou três
anos se preparando para exercer seu ministério junto aos gentios (Gl 1.17,18).
Paulo foi enviado pelo Espírito Santo (At 13.4).
Comentário
A chamada envolve a aceitação de alguns atributos, de alguns postulados
indispensáveis ao exercício do ministério pastoral: fidelidade consciente à
Palavra de Deus, crença inabalável no valor da alma humana, convicção firme de
que fora de Cristo não há salvação, reconhecimento de que existe um inimigo
pessoal e dedicação completa da vida ao Espirito Santo. O ministério pastoral é
uma obra de excelência e exige caráter cristão maduro e estável e uma vida
pessoal boa e ordenada. Não há pastores perfeitos, mas o pastor há de ser
alguém que persegue a perfeição, já que a obra do Ministério da Palavra é uma
obra excelente, que exige excelência. O pastor tem como seu modelo e exemplo
Jesus Cristo, o que faz com que tenha a incumbência de apascentar o seu rebanho
e treiná-lo no serviço da igreja. Já a igreja tem a missão de expandir o Reino
de Deus. Os pastores vão e vem, mas a igreja, como corpo de Cristo, permanece.
Quando o pastor é fervoroso, ativo e eficiente os membros da igreja são
espiritualmente vigorosos e ativos. Daí a importância da pregação pastoral. É
neste sentido que o apóstolo Paulo desenvolve a doutrina do ministério cristão
no texto de 2 Coríntios 2.14 a 7.16. Sem a convicção inabalável da incumbência
divina ninguém deve entrar no serviço ministerial. Com a certeza da sua
vocação, a experiência do poder do Evangelho na sua vida, o amor ao povo e o
desejo ardente de servir como embaixador de Cristo, o pastor terá prazer no
estudo das Escrituras, no preparo dos sermões para a orientação de conforto
espiritual do seu povo e no desenvolvimento da sua igreja no cumprimento da
missão.
II -
QUALIFICAÇÕES E ATRIBUIÇÕES DOS PASTORES E DIÁCONOS (3.1-13)
1. Atribuições dos pastores (vv.
1-7). Os que almejam o pastorado necessitam conhecer as
atribuições e qualificações que tal atividade exige. Na hora da escolha de um
candidato ao santo ministério da Palavra, o líder e a igreja de um modo geral
precisam ver no aspirante algumas características.
Comentário
‘Não
entre no ministério se puder passar sem ele’, foi o
conselho profundamente sábio de um teólogo a alguém que procurou a sua opinião’
....se não amar a sua vocação, logo sucumbirá ou desistirá da luta, ou
prosseguirá descontente, sob o peso cego de uma monotonia tão fastidiosa como a
de um cavalo cego girando um moinho. .. Cingidos desse amor, vocês serão
intrépidos; despidos desse cinto mais que magico da vocação irresistível,
consumir-se-ão na desventura...Leia cuidadosamente as qualificações
do bispo, registradas em 1 Timóteo 3.2-7 e Tito 1.6-9. Se esses dons e graças
não estiverem em vocês, e com abundancia, é possível que tenham bom êxito como
evangelistas, mas como pastores não terão nenhum valor”. Moisés e Jeremias se
sentiram totalmente incapazes para a missão de liderarem o povo de Deus. As
expressões de Moisés: “quem sou eu para ir a Faraó...?” (Ex 3.11); “Ah, Senhor!
Eu nunca fui um bom orador, nem antes, nem agora, que falaste ao teu servo,
pois sou pesado de língua...Ah, Senhor! Peço-te que envies outro que queiras
enviar” (Ex 4.10,13); e de Jeremias : “Ah, Senhor Deus! Eu não sei falar,
pois sou apenas um menino” (1.6), revelam a nossa incapacidade para o exercício
do ministério. John J. Jowett, falando aos alunos de Yale, sobre “A Vocação do
pregador”, disse: “Já trabalhei no ministério cristão mais de vinte anos. Amo a
minha vocação. Gozo ardente deleite nos seus serviços... Uma só é a minha
paixão e por ela tenho vivido: A obra absorventemente árdua , gloriosa embora,
de proclamar a graça e o amor de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo... O
chamado do Eterno tem que ressoar através das recamaras da sua alma de modo tão
claro como o som dos sinos matinais ressoa pelos vales da Suiça, convocando os
compônios para a oração e louvor...A singularidade das nossas circunstancias e
a espantosa singularidade de nossas almas fornecem o meio pelo qual ouvimos a
voz do Senhor...A certeza de ser enviado é o elemento vital da nossa comissão.
Mas ouçamos de novo a Palavra de Deus: ‘ Não mandei profetas, e todavia eles
foram correndo; não falei a eles e, todavia, profetizaram’.
2. Qualificações espirituais e
ministeriais. Paulo apresenta uma lista de 15
qualificações. A primeira, como não poderia deixar de ser, é ter uma vida
irrepreensível (v. 2), ou seja, santa. Viver em santidade não é fácil, mas é
possível, pois o Espírito que no crente habita quer operar a santificação. O
pastor é o exemplo para o rebanho, por isso, precisa ter uma vida ilibada. O
pastor também precisa ter conhecimento bíblico, sendo "apto a
ensinar" (3.2); ter bom testemunho diante da igreja e dos descrentes
(3.7); não ser neófito, inexperiente (3.6).
Comentário
Por que estudar sobre a qualificação dos líderes?
1 Porque a Palavra de Deus fala sobre este assunto;
2 Porque dará discernimento à igreja para avaliar e confrontar seu(s)
líder(es) (1Tm 5.19-21);
3 Porque serve para o líder ou futuro líder fazer uma auto-avaliação;
4 Porque conseguiremos diferenciar presbíteros de diáconos e conhecer
outras expressões;
5 Porque a maior parte dessas qualificações todo crente deve buscar,
independentemente do desejo ou possibilidade de ser líder;
6 Porque é a maneira de Deus orientar a igreja para que ela reconheça ou
não a pessoa como líder.
Note que a expressão “é necessário” demonstra que as instruções de Paulo
não são meras dicas. Na verdade, são condições impostas àqueles que desejam ser
ministros do evangelho. Paulo elenca pelo menos, quinze quesitos como: ser
irrepreensível, cônjuge fiel, sóbrio, prudente, respeitável, hospitaleiro, apto
para ensinar (intelectualmente, moralmente e didaticamente), moderado com a
bebida, não violento, amável, pacífico e não avarento ou cobiçoso. Além disso,
deve ter uma educação familiar exemplar e ser um ótimo marido. O ministério
pastoral não pode aceitar novos na fé e nem crentes imaturos. Resumindo: o
candidato ao ministério pastoral deve ter (e viver) uma boa reputação.
3. Qualificações familiares. Ser casado e ter uma vida conjugal saudável (3.2). O pastor deve
amar sua esposa "como Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por
ela" (Ef 5.25). Precisa governar bem toda a sua família, seus filhos
precisam ser crentes e darem bom testemunho (3.4). Se o pastor não cuida da sua
família, que é seu primeiro rebanho, como cuidará do rebanho do Senhor?
Comentário
Desde os primórdios da igreja os exegetas tentam descobrir exatamente o
que Paulo quer dizer com o seu "marido de uma só mulher". A
qualificação aparece nas duas listas. Há três interpretações possíveis para
“esposo de uma só mulher” em 1 Timóteo 3:2. (1) Talvez essa passagem esteja
dizendo apenas que um polígamo não é qualificado para ser um pastor/
presbítero/ diácono. Essa é a interpretação mais literal da frase, mas aparenta
ser improvável já que poligamia era bem rara durante a época que Paulo estava
escrevendo. (2) A frase também pode ser traduzida como “homem de uma mulher
só”. Isso indicaria que um bispo deve ser completamente leal à mulher com quem é
casado. Essa interpretação se focaliza mais em pureza moral do que em estado
civil. (3) Essa frase também pode estar declarando que para ser um
pastor/presbítero/diácono, um homem só pode ter sido casado uma vez, com
exceção do caso de um viúvo que se casou de novo. As interpretações (2) e (3)
são as mais prevalentes hoje. Leia mais: http://www.gotquestions.org/Portugues/marido-uma-esposa.html#ixzz3gZVFF8QC.
D. A. Carson - Em alguns aspectos essa é a mais difícil ou disputada
qualificação da lista. Ela tem sido interpretada de diversas formas. Alguns
pensam que significa que este homem deve ser casado - que ele deve ser um
marido. Essa interpretação é altamente improvável. Está claro que Paulo não era
casado, pelo menos naquele momento da vida dele, e certamente o Senhor Jesus
nunca foi casado. Em 1 Coríntios 7, Paulo reconhece que há certas vantagens em
ser solteiro no ministério. (...) Assim há vantagens em ser solteiro no
ministério, e a condição de solteiro não deveria ser menosprezada. É altamente
improvável que esse texto, então, estipule que um presbítero tenha que ser
casado.
4. Qualificações morais. Ser honesto, sincero, verdadeiro (3.2); hospitaleiro, ou
acolhedor, sabendo tratar bem as pessoas (3.2); não dado ao vinho, não usuário
de bebidas alcoólicas (3.3); não espancador, ou seja não violento, agressivo
(3.3; Gl 5.22); não cobiçoso nem ganancioso (3.3); ser sóbrio (3.2),
simples, moderado (3.3); não contencioso (3.2; 2 Tm 2.24); não
avarento (3.3; 6.10). Infelizmente, há igrejas que desprezam esses aspectos na
hora de separar pessoas ao ministério pastoral.
Comentário
A primeira qualificação de um pastor/presbítero/diácono é que ele seja
“irrepreensível” (1 Timóteo 3:2). Se divórcio/ novo casamento resulta em um
pobre testemunho para aquele homem em sua igreja ou comunidade, talvez a
qualificação de ser “irrepreensível” o exclua, ao invés da exigência de “esposo
de uma só mulher”. Um pastor/presbítero/diácono é para ser um homem do qual a
igreja e comunidade podem se orgulhar e ter como exemplo de um líder que é como
a Cristo e tem liderança religiosa. Se seu divórcio/ novo casamento detrata
desse objetivo, talvez ele não deva exercer a posição de pastor/
presbítero/diácono. É importante lembrar, no entanto, que só porque um homem é
desqualificado de servir como um pastor/presbítero/diácono, que isso não
significa que ele não é um membro valioso do Corpo de Cristo. Todo Cristão
possui dons espirituais (1 Coríntios 12:4-7) e é chamado para edificar outros
crentes com seus dons (1 Coríntios 12:7). Um homem que é desqualificado da
posição de pastor/ presbítero/diácono ainda pode ensinar, pregar, servir, orar,
louvar e fazer uma parte importante da liderança da igreja.Leia mais:http://www.gotquestions.org/Portugues/marido-uma-esposa.html#ixzz3gZW4Jug9.
A palavra traduzida por irrepreensível usada no texto, é no grego
"anepleptos". Ela aparece 3 vezes no Novo Testamento, a saber: 1 Tim
3:2, 5:7 e 6:14. O significado é sempre o de alguém de quem não se pode falar
nada contra, sem mancha, sem culpa inacusável. Independente ser ou não o
causador do divórcio ( se é que existe tal condição ), o homem que passou por
esta experiência não se encaixa nas exigências bíblicas e será usado pelo Diabo
para escandalizar e envergonhar o evangelho. Existe "pastor" que se
casou em rebeldia contra os conselhos dos pais, de amigos e até de seus
pastores atraindo as maldições do Senhor. Tal flagrante violação da vontade de
Deus, tornou tal crente o único responsável pela falência do seu próprio
casamento, desqualificando-o de uma vez por todas, para o exercício do
pastorado.
III - O DIACONATO (8-13)
1. Os diáconos. A palavra diácono significa "aquele que serve". Assim como o
pastor, eles são chamados para servir à Igreja do Senhor. Os diáconos tiveram e
têm um papel muito importante no crescimento da Igreja. Infelizmente, hoje em
algumas igrejas, o ofício de diácono parece ter perdido sua importância. Em
geral, são chamados para essa função os novos crentes, todavia, esse não é o
padrão do Novo Testamento.
Comentário
O termo diácono (do grego antigo
διάκονος, "ministro", "servo", "ajudante") Neste
sentido todos os membros da igreja são diáconos (servos) de Deus. Todos
devem ministrar aos outros. Paulo recomendou uma mulher chamada Febe, “a qual
serve na igreja que está em Cencréia,” Rm. 16:1. Ela não foi uma
diaconisa e que saibamos, não ocupou nenhum cargo na igreja. Mas era uma
boa serva de Deus e muito útil para o trabalho. Todos os membros devem servir
uns aos outros. Devem fazer tudo necessário para o bem estar da igreja. A
palavra diácono sendo usada pela primeira vez em referência a ajudantes da igreja
no livro de Atos. "E os doze, convocando a multidão dos discípulos,
disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às
mesas" (Atos 6:2). Os homens que estavam alimentando o rebanho ao pregar e
ensinar perceberam que não era certo abandonar essas atividades para servir às
mesas, por isso encontraram alguns outros homens que estavam dispostos a servir
e ministrar às necessidades físicas da igreja enquanto eles ministravam às
necessidades espirituais. Era uma melhor utilização dos recursos e um melhor
uso dos dons de cada um. Isso também envolvia mais pessoas no atendimento e
auxílio uma à outra.
2. Chamado para servir. Assim
como os pastores, aqueles que almejam o diaconato precisam ter o desejo de
servir a Deus e aos irmãos. Hoje muitos querem ser servidos, mas poucos seguem
o exemplo de Jesus e querem servir.
Em Atos 6.1-7 encontramos várias qualificações que
foram exigidas dos primeiros diáconos. Porém, na sua carta a Timóteo, Paulo
indica outros importantes requisitos para o diaconato.
3. Qualificações. Aqueles que exercem a função de
diácono necessitam ser honestos, não de língua dobre (mentiroso, fofoqueiro),
não dado ao vinho (que não tenha nenhum tipo de vício), não cobiçoso,
ganancioso, tendo uma boa consciência, que governem bem sua família (vv.
8,9,12). Você tem estas qualificações? O ministério cristão é algo muito
sério.
Comentário
Hoje, para a igreja bíblica, esses papéis são essencialmente os mesmos.
Os presbíteros e pastores devem "pregar a palavra, insta a tempo e fora de
tempo, admoestar, repreender, exortar, com toda longanimidade e ensino" (2
Timóteo 4:2), e os diáconos devem cuidar de tudo o mais. As responsabilidades
de um diácono podem incluir tarefas administrativas ou organizacionais, servir
como atendente ou porteiro nos cultos, cuidar da manutenção do edifício ou
servir como tesoureiro da igreja. Isso depende das necessidades da igreja e dos
dons dos homens disponíveis.
As responsabilidades de um diácono não são claramente listadas ou
descritas nas Escrituras. Assume-se que sejam todas as tarefas não realizadas
pelos presbíteros ou pastores. Entretanto, as qualificações para um diácono são
claramente delineadas nas Escrituras. Eles devem ser irrepreensíveis, marido de
uma só mulher, bons governantes de seus lares, respeitáveis, honestos, não
viciados em álcool e não gananciosos (1 Timóteo 3:8-12). De acordo com a
Palavra, o ofício de diácono é uma honra e uma bênção. "Porque os que
servirem bem como diáconos, adquirirão para si um lugar honroso e muita
confiança na fé que há em Cristo Jesus" (1 Timóteo 3:13).
IV -
SERVIÇO - RAZÃO DE SER DO MINISTÉRIO
1. O exemplo do Mestre. Para cumprir sua missão sacrificial em favor dos homens, Jesus
despojou-se temporariamente de sua glória plena (Jo 17.14; Fp 2.5-10). Paulo
diz que Ele assumiu a forma de servo, mais que isso, a forma de escravo (Fp
2.6-8). Jesus lavou os pés dos discípulos para lhes ensinar uma importante
lição. Sendo Ele Senhor e Salvador, deu prova de que se comportava como servo
(Jo 13.4,5).
Comentário
A Bíblia nos exorta a que tenhamos o mesmo sentimento que houve em
Cristo Jesus (Fp 2.5-8). Qual foi esse sentimento?
1. Subsistindo em forma de Deus - literalmente, Paulo quer dizer que
Jesus é Deus.
2. Não julgou como usurpação o ser igual a Deus - isto é, não quis se
aproveitar do fato de ser Deus em benefício próprio.
3. A si mesmo se humilhou - Jesus veio a este mundo para servir e não
pra ser servido.
4. Tornando-se obediente até a morte e morte de cruz - Ele foi servo até
o último segundo de vida.
Jesus nunca deixou nem deixará de nos servir. Somos eternos
beneficiários do serviço dele. Isso deve despertar em nossos corações a vontade
de servir às pessoas enquanto o seguimos, visto que ele nos amou, entregou sua
vida por nós e segue nos servindo na trilha da vida. O coração daqueles que
seguem os passos de Jesus não é dominado pelo desejo de grandeza e de aplausos,
mas sim pelo propósito de servir mais e melhor aos que precisam de ajuda, não
lhes importando o quanto isso possa lhes custar (Lucas 10.25-35).
2. O exemplo de Paulo. Paulo era um servo fiel. Após seu encontro com Jesus sua vida foi
utilizada em prol da Igreja. Ele não mediu esforços para servir. Sua pregação
foi sempre autêntica. Ele jamais usou de fraudulência. Hoje há muitos falsos
obreiros que se aproveitam dos fiéis e da Igreja para obter ganho financeiro.
Um dos requisitos recomendado por Paulo a quem deseja ser pastor é ser
obreiro "não cobiçoso de torpe ganância" (1 Tm 3.3). No mesmo
espírito, Pedro escreveu que o obreiro deve apascentar o rebanho do Senhor
"tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe
ganância" (1 Pe 5.2).
Comentário
A palavra pastor nunca aparece na Bíblia como sendo uma profissão, e
sim, como um ministério. Em Atos 20.17 e 28 aprendemos que os presbíteros da
igreja deveriam pastorear o rebanho. Pastorear não é exercer um cargo. e sim
cuidar do estado espiritual daqueles que foram salvos por Cristo Jesus. O
apóstolo Paulo nos dá um exemplo de como se age com pessoas, mesmo cheio de
problemas - e até fazendo oposição ao ministério, como foi o caso dos
coríntios. A estes Paulo escreve: "Eu de boa vontade me gastarei e ainda
me deixarei gastar em prol das vossas almas. Se mais vos amo, serei menos
amado?" (2Co 12.15). O pastor segundo o coração de Deus não tem pena de si
- ele se entrega e se gasta em beneficio das ovelhas de Cristo.
3. O exemplo de Timóteo. Timóteo foi um pastor exemplar, que demonstrou ter um caráter imaculado.
Sua mãe Eunice e sua avó Loide eram crentes judias que muito contribuíram para
sua formação espiritual e moral.
Ele cuidou da Igreja com zelo e
não teve medo de se opor aos falsos mestres que estavam tentando seduzir os
crentes em relação à salvação pela fé em Jesus. O líder de uma Igreja precisa
ser corajoso e plenamente comprometido com Jesus Cristo. Ele também demonstrou
não buscar a glória para si. Infelizmente, há líderes que são movidos a elogios,
ou mesmo por lisonjas. Isso é perigoso para o ministério pastoral de qualquer
pessoa.
Comentário
Timóteo foi um dos líderes mais destacado da igreja primitiva. Não que
fosse forte em todas as áreas. Ele era jovem, tímido e doente, mas foi cooperador
de Paulo e o continuador de sua obra. A esse jovem líder, o apóstolo Paulo
escreveu duas de suas espístolas. Sua mãe era judia e seu pai grego (At 6.1).
Timóteo tinha bom testemunho em sua cidade e também fora de seu domicilio (At
16.2). Timóteo foi educado à luz das Escrituras desde sua infância (2Tm 3.
14,15). Tanto sua avó Loide, como sua mãe Eunice eram mulheres comprometidas
com Deus e com elas Timóteo aprendeu a ter fé sem fingimento desde a sua
juventude (2 Tm 1.5). Em Filipenses capítulo 2. 19 a 24, o apóstolo Paulo nos
fala de algumas características desse importante líder espiritual. Vejamos
quais são essas marcas:
1. Timóteo, um líder que cuida dos interesses do povo. O líder é um
sevo. Ele não visa seus próprios interesses, mas cuida dos interesses do povo
de Deus. Timóteo não cuidava dos interesses do povo para alcançar com isso
algum favor pessoal. Ele não usava as pessoas. Sua relação com as pessoas não
era utilitarista. O apóstolo Paulo diz: “Porque a ninguém tenho de igual
sentimento, que sinceramente cuide dos vossos interesses” (Fp 2.20). Jesus foi
o maior de todos os líderes e ele disse que não veio para ser servido, mas para
servir. Quando seus discípulos disputavam entre si quem era o maior dentre
eles, Jesus tomou a bacia e a toalha e lavou os pés dos dicípulos. Liderança
cristã é influência por meio do serviço abnegado.
2. Timóteo, um líder de caráter provado. Timóteo era um homem de Deus.
Sua vida estava centrada em Cristo. Ele era comprometido com as Escrituras,
fiel a Cristo Jesus e dedicado à igreja. Timóteo não buscava glória para si
mesmo. Ele não construía monumentos ao seu próprio nome. Ele buscava na igreja
os interesses de Cristo. Paulo denuncia o fato de existirem na igreja homens
que buscavam interesses próprios, porém Timóteo, diferente desses, buscava os
interesses de Cristo. Leiamos o registro do apóstolo: “…pois todos eles buscam
o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus” (Fp 2.21).
3. Timóteo, um líder de caráter provado. Timóteo tinha zelo pela sua
vida e também da doutrina. Ele era um homem consistente na teologia e na
conduta. Seu caráter era provado.O apóstolo escreve: “E conheceis o seu caráter
provado…” (Fp 2.22). Timóteo era um homem irrepreensível, que tinha bom
testemunho dentro e fora da igreja. A vida do líder é a vida da sua liderança.
Liderança não é apenas performace, mas sobre tudo, integridade. John Maxwell
definiu liderança como influência. Um líder influencia sempre: para o bem ou
para o mal. A liderança jamais é neutra. Um líder é bênção ou maldição. Timóteo
era uma bênção, pois sua vida referendava seu ensino.
4. Timóteo, um líder consagrado à causa do evangelho. Timóteo não era um
líder subserviente a homens. Ele servia ao evangelho. Paulo escreve: “…pois
serviu ao evangelho, junto comigo, como filho ao pai” (Fp 2.22). Ele era servo
de Deus, dedicado ao serviço do evangelho. Quem serve a Deus não se submete aos
caprichos dos homens. Quem serve a Deus não depende de elogios nem teme as
criticas. Quem serve a Deus não anda atrás de holofotes. Servir a Deus é servir
ao evangelho, é colocar a vida a serviço do reino de Deus na proclamação e
ensino do evangelho.
Estamos nos preparando para uma importante eleição de oficiais em nossa
igreja. Que olhemos para o testemunho de Timóteo e busquemos em Deus a direção
para a escolha da nossa liderança espiritual.
CONCLUSÃO
Os pastores e diáconos são obreiros, instituídos
pelo Senhor, para auxiliar os servos de Deus. Não importa a função que você
exerça na Igreja de Cristo, seja você um pastor ou um diácono, o importante é
que "todos sejam um" para a glória de Deus (Jo 17.21), sabendo que
para Ele todo serviço tem a sua importância e valor.
Comentário
O chamado é o começo de tudo. Podemos pensar que ele acontece no momento
da conversão ou também após (At 9.3-9). De qualquer forma, é uma experiência
marcante e decisiva que muda nossa vida e nossa trajetória. Há alguns casos bem
conhecidos na Bíblia como José, Abraão, Moisés, Isaías dentre outros. Em todos
esses casos houve uma mudança radical na vida e trajetória dessas pessoas, ou
seja, 1. eles nunca mais foram os mesmos. 2. seus destinos foram determinados
pelo Senhor Deus. 3. suas vidas obedeceram um programa divino (Rm 8.30).
Novamente, chama-nos a atenção a pessoa de Jesus. Ele tinha muito clara a visão
do seu chamado, a ponto de dizer “minha comida e minha bebida é fazer a vontade
do meu pai que está no céu”. De fato, o chamado de Deus para nós, torna-se a
razão da nossa vida... (2Co 5.14-15; 1Co 10.31). Por fim, antes de pensarmos em
serviço ou ministério, precisamos pensar se somos ou não servos. Infelizmente,
essa palavra praticamente caiu em desuso. Quase não se ensina a respeito deste
assunto. Por essa razão, a maioria dos cristãos não vivem como servos.].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto
não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Missionário Vicente Dudman
Profº. / Teologia
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