Estamos disponibilizando pra você todo início de semana, mais um comentário sobre
cada lição da EBD. Assim fazemos, para que os irmãos possam melhor preparar sua
aula. Cada item, tem um comentário, para que o amado leitor entenda melhor os
tópicos da lição. Estudaremos esta semana a lição de nº 12 desse segundo
trimestre, que tem como título: A MORTE DE JESUS. Para cada tópico, deixamos o nosso comentário. Fizemos
cuidadosa pesquisa a respeito dessa tão importante lição. Buscamos auxílio e
Ainda recorremos a vários mestres no assunto, para que pudéssemos aplicá-lo
para o seu melhor entendimento. Em caso de dúvidas com relação ao assunto,
deixe seu comentário, a sua dúvida, no final desta postagem, que responderemos
com todo prazer a sua pergunta. Espero que satisfaça a todos e uma boa
aula.
INTRODUÇÃO
Os momentos que antecederam à prisão e julgamento
de Jesus foram extremamente difíceis e penosos para Ele e seus seguidores. As
autoridades judaicas já haviam decidido, em concílio, pela sua morte, e
esperavam apenas o momento oportuno para isso. Não intentavam realizar o ato
durante a Páscoa, para não causar tumulto. Nesse momento surge Judas
Iscariotes, um dos doze discípulos, com a proposta de entregar Jesus a esses
líderes. E foi o que ele fez. Preso, Jesus logo é submetido a um julgamento que
o condenou e o entregou para ser crucificado! Pregado na cruz, Jesus, o homem
perfeito, sentiu as dores dos cravos e o peso do pecado da humanidade.
Comentário
As pessoas
as vezes me param no caminho e perguntam: Missionário Vicente, qual o
significado da morte de Cristo? Quero responder hoje essas perguntas de maneira
bem clara. Bem queridos, o ponto central de nossa fé deve ser sem sombra de
dúvidas, a morte de Cristo. E, precisa ser bem compreendida. Ela foi
voluntária, de inteira vontade do Pai (Mt 26.36-39). Quando nosso Senhor
terminou de comer a Páscoa e celebrar a ceia com seus discípulos, foi com eles
ao Monte das Oliveiras, e entrou no jardim do Getsêmani, afastando-Se dos
discípulos e ficando apenas com Pedro e os dois filhos de Zebedeu a Seu lado,
foi orar. Quando Ele ficou sozinho, mais tarde, "adiantando-se um pouco,
prostrou-se sobre o seu rosto, orando..." (Mt 26.39). Em profunda
angústia, ele pedia: "..Meu Pai,
se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim
como tu queres" (v. 39). Jesus não recebeu resposta. O Pai ficou em
silêncio. O aparente silêncio de Deus diante da oração de Jesus no Jardim foi
uma clara resposta a essa oração. A oração de Jesus não foi para que Sua vida
fosse poupada na cruz do Calvário. A oração de Jesus foi ter sua vida poupada
para que não morresse ali no Jardim do Getsêmani. Ele estava destinado a morrer
na cruz do Calvário para tirar os pecados do mundo. De Sua agonia de pavor,
enquanto contemplava as implicações da sua morte, Jesus emergiu com confiança
serena e resoluta. Assim, quando Pedro sacou da espada numa tentativa frenética
de impedir a prisão, Jesus pôde dizer: “Não beberei, porventura, o cálice que o
Pai me deu?” (Jo 18.11). Visto que João não registrou as orações agonizantes de
Jesus pedindo a remoção do cálice, esta referencia a Ele é ainda mais
importante. Jesus sabe que o que o cálice não lhe será tirado. O Pai lho deu.
Ele o beberá Stott, John R. W. A Cruz de Cristo. Ed. Vida, São Paulo,
SP, 9ª impressão 2002: p. 67. Assim como num jardim a auto-complacência
de Adão nos arruinou, também em outro jardim as agonias do segundo Adão deveria
nos restaurar.
I. AS ÚLTIMAS ADVERTÊNCIAS E RECOMENDAÇÕES
1. Aflição interior. Sabendo que era chegada a sua hora, Jesus trata de dar as últimas
advertências e recomendações aos seus discípulos. Todos os evangelistas
registram a advertência que Jesus fez a Pedro (Mt 26.31-35; Mc 14.27-31; Lc
22.31-34; Jo 13.36-38). Faltava pouco para o Mestre ser preso, e tanto Ele
quanto seus discípulos iriam passar por um conflito interior sem precedentes.
Daí a necessidade de estarem preparados espiritualmente para esse momento (Mt
26.41). Pedro é avisado de que Satanás o queria peneirar (Lc 22.31-34). No
Monte das Oliveiras, pouco antes de sua prisão, Ele advertiu a todos sobre a
necessidade da oração para suportar as provações que se avizinhavam (Lc
22.39-46). Podemos falhar e muitas vezes falhamos, entretanto, não é por falta
de aviso.
Comentário
Jesus sabia muito bem o que se aproximava dele, sendo assim desloca-se
até o jardim do Getsêmani, pouco distante de Jerusalém, e começou a orar. Seu
coração quase não podia suportar tamanho peso: “A minha alma está cheia de
tristeza até a morte” (Mateus 26.38). Então, a multidão apareceu com espadas e
porretes. Judas beijou Jesus, e o prenderam. Meditando na cena da agonia no
Getsêmani, somos obrigados a dar-nos conta que nosso Salvador suportou ai uma
tristeza desconhecida em qualquer outra etapa de Sua vida, portanto, vamos
começar nosso discurso fazendo a seguinte pergunta: QUAL ERA A CAUSA DESSA
TRISTEZA ESPECIAL DO GETSÊMANI? Nosso Senhor era “varão de dores e
experimentado no sofrimento” ao longo de toda Sua vida, no entanto, ainda que
soe paradoxo, penso que dificilmente existiu sobre a face da terra um homem mais
feliz que Jesus de Nazaré, pois as dores que Ele teve que suportar foram
compensadas pela paz da pureza, a calma da comunhão com Deus, e a alegria da
benevolência. Todo homem bom sabe que a benevolência é doce e seu nível de
doçura aumenta em proporção a dor suportada voluntariamente quando se cumprem
seus amáveis desígnios. Fazer o bem sempre produz alegria. Mais ainda, Jesus
tinha uma perfeita paz com Deus todo o tempo; sabemos que isso era assim porque
Ele considerava essa paz como uma herança especial que Ele podia deixar a seus
discípulos, e antes de morrer disse-lhes: “A paz os deixo, a minha paz os dou.”
Ele era manso e humilde de coração, e, portanto sua alma possuía o descanso;
Ele era um dos mansos que herdam a terra; um dos pacificadores que são e que
devem ser abençoados. Estou certo que não me equivoco quando afirmou que nosso
Senhor estava longe de ser um homem infeliz. Porem, no Getsêmani, tudo parece
ter mudado. Sua paz o abandonou, Sua calma se converteu em tempestade. Depois
da ceia, nosso Senhor tinha cantado um hino, porem no Getsêmani não havia
cantos. Descendo pela encosta que levava de Jerusalém a torrente do Cedrom, Ele
falava com muita vivacidade, dizendo: “eu sou a videira, vós os ramos,” e essa
maravilhosa oração com que orou com Seus discípulos depois desse sermão, está
repleta de majestade: “Pai, aqueles que me tens dado, quero que onde eu esteja,
também eles estejam comigo.” É uma oração muito diferente dessa oração dentro
dos muros do Getsêmani, onde clama: “ Pai, se possível, passe de mim esse
cálice.” Observem que dificilmente ao largo de toda sua vida o observam com uma
expressão de angustia, e no entanto, aqui Ele fala, não só mediante suspiros e
suor de sangue, mas também por meio das seguintes palavras: “Minha alma está muito
triste, até a morte.” No jardim, o homem que sofria não podia ocultar sua
angustia, e dá a impressão que não queria fazê-lo.
2. Aflição exterior. O texto de Lucas 22.35-38 tem chamado a atenção dos
estudiosos da Bíblia. Estaria Jesus aqui pregando a luta armada? Não! Isso pelo
simples fato de que o uso da força como parte do seu Reino é frontalmente
contrário aos seus ensinos (Mt 5.9, 22.38-47). Jesus cita a profecia de Isaías
53.12 como se cumprindo naquele momento, e os discípulos, solidários com a sua
missão, sofreriam as suas consequências. Assim como o seu Mestre, eles também
seriam afligidos exteriormente com as consequências da prisão. Deveriam,
portanto, estar preparados para aquele momento. Jesus seria contado com os
malfeitores e seus discípulos seriam identificados da mesma forma (Mc
14.69).
Comentário
As condições
mudarão após a crucificação, e eles devem estar preparados para encontrar ódio
e perseguição. Jesus não sugere que seus seguidores devem usar a força ao
divulgarem o evangelho, mas que eles precisariam de vigilância perpétua, usando
todos os recursos ao seu alcance.
II. JESUS É TRAÍDO E PRESO
1. A ambição. A traição de Jesus é um dos
relatos mais dramáticos e tristes que o Novo Testamento registra. Jesus foi
traído por alguém que compartilhava da sua intimidade (Sl 41.9). Judas,
conforme relata Lucas, foi escolhido pelo próprio Cristo para ser um dos seus
apóstolos (Lc 6.16).
O que levou, portanto, Judas a agir dessa forma? Os
textos paralelos sobre o relato da traição mostram que Judas era avarento,
amava o dinheiro e a ambição o levou a entregar o Senhor (Jo 12.4-6).
Comentário
Embora não
possamos ter certeza absoluta do motivo pelo qual Judas traiu a Jesus, algumas
coisas são certas. Primeiro, temos que reconhecer que, embora Judas tenha sido
escolhido de forma consciente para ser um dos doze (João 6:64), as Escrituras
apontam ao fato de que ele nunca realmente acreditou que Jesus era Deus, e ele
provavelmente nunca tinha sido convencido de que Jesus era o Messias. Ao
contrário dos outros discípulos que chamaram Jesus de "Senhor" (que é
de grande importância em várias formas), Judas nunca utilizou este título para
Jesus e ao invés o chamou de "Rabi"; isso afirmava apenas que ele via
Jesus como nada mais do que um professor. Enquanto outros discípulos várias vezes
fizeram grandes profissões de fé e de lealdade (João 6:68, 11:16), Judas não só
nunca fez isso, mas permaneceu bastante silencioso em todas as narrativas
bíblicas. Esta falta de fé em Jesus é o alicerce para todas as outras
considerações abaixo. O mesmo vale para nós. Se não reconhecermos Jesus como
Deus encarnado e, portanto, a uma única pessoa que pode oferecer salvação
eterna e perdão pelos nossos pecados, então seremos sujeitos a vários outros
problemas que resultam de uma visão errada da Deus.
2. A negociação. Há muito, os líderes
religiosos procuravam uma oportunidade para matar Jesus, mas além de não
encontrá-la, eles ainda temiam o povo (Mt 26.3-5; Lc 22.2). Lucas mostra que o
Diabo entra em cena para afastar esse obstáculo (Lc 22.3-6). O terceiro
Evangelho já havia mostrado, por ocasião da tentação, que o Diabo tinha se
apartado de Jesus até o momento oportuno (Lc 4.13). Sabendo que Judas estava
dominado pela ambição, Satanás incita-o a procurar os líderes religiosos para
vender Jesus (Lc 22.2-6). O preço foi acertado em 30 moedas de prata (Mt
26.15). Quando o responsabiliza por seu ato, a Escritura mostra que Judas não
estava predestinado a ser o traidor de Jesus (Mc 14.21). Ele o fez porque não
vigiou (Lc 6.13; 22.40). Quem não vigia termina vendendo ou negociando a sua
fé.
Comentário
Judas foi
consumido por ganância, a ponto de trair a confiança não só de Jesus, mas
também dos outros discípulos, como vemos em João 12:5-6. Judas talvez teve o
desejo de seguir a Jesus simplesmente porque ele viu que pessoas importantes
também estavam seguindo a Jesus; ou talvez ele tenha acreditado que poderia
tirar proveito das coletas para o grupo. O fato de Judas ter sido o encarregado
da bolsa de dinheiro aparenta indicar o seu interesse e experiência com
dinheiro (João 13:29). Judas, como a maioria das pessoas naquela época,
acreditava que o Messias iria acabar com a ocupação romana e assumir uma
posição de poder para reinar sobre a nação de Israel. Talvez Judas seguiu a
Jesus com a intenção de tirar vantagem da sua associação com ele como o novo
poder político. Não há qualquer dúvida de que ele esperava fazer parte da elite
dominante quando isso viesse a se realizar. Ao chegar o momento da traição de Judas,
Jesus já tinha deixado claro que ele planejava morrer e não iniciar uma
rebelião contra Roma. Por isso Judas pôde ter assumido, tal como fizeram os
fariseus, que uma vez que ele não iria acabar com a ocupação romana, ele
provavelmente não era o Messias que estavam esperando.
III. JULGAMENTO E CONDENAÇÃO DE JESUS
1. Na esfera religiosa. Os
conflitos entre Jesus e os líderes religiosos de Israel começaram muito cedo
(Mc 3.6). As libertações, as curas e autoridade com que transmitia a Palavra de
Deus fez com que as multidões passassem a seguir a Jesus (Lc 5.1). Essa
popularidade entre as massas provocou inveja e ciúme dos líderes religiosos que
perdiam espaço a cada dia (Jo 12.19). Para esses líderes, alguma coisa deveria
ser feita e com esse intuito reuniram o Sinédrio. A decisão foi pela morte de
Jesus (Jo 11.47-57). O passo seguinte foi fazer um processo formal contra
Jesus, onde Ele seria falsamente acusado de ser um sedicioso que fizera Israel
se desviar.
Comentário
Houve seis
partes dos julgamentos de Jesus: três estágios em um tribunal religioso e três
estágios perante um tribunal romano. Jesus foi julgado diante de Anás, o antigo
sumo sacerdote; Caifás, o atual sumo sacerdote, e o Sinédrio. Nestes
julgamentos "eclesiásticos", Ele foi acusado de blasfêmia por ter
alegado ser o Filho de Deus, o Messias. Os julgamentos diante das autoridades
judaicas, ou seja, os julgamentos religiosos, mostraram em que grau os líderes
judeus o odiavam porque descuidadamente desconsideraram muitas de suas próprias
leis. De acordo com a própria lei judaica, houve várias ilegalidades envolvidas
nestes julgamentos: (1) Nenhum julgamento era para ser realizado durante o
tempo de festa, e Jesus foi julgado durante a Páscoa. (2) Cada membro do
tribunal era para votar individualmente para condenar ou absolver, mas Jesus
foi condenado por aclamação. (3) Se a pena de morte fosse dada, era necessário
que pelo menos uma noite se passasse antes da sentença ser executada, porém,
apenas algumas horas se passaram antes de Jesus ser crucificado. (4) Os judeus
não tinham autoridade para executar ninguém, mas mesmo assim projetaram a execução
de Jesus. (5) Nenhum julgamento era para ser realizado à noite, mas este
julgamento foi realizado antes do amanhecer. (6) O acusado era para receber
conselho ou representação, mas Jesus não teve nada. (7) Não deviam ter feito
perguntas auto-incriminatórias a Jesus, mas Ele foi perguntado se era o Cristo.
Os julgamentos perante as autoridades romanas começaram com Pilatos (João
18:23) depois de Jesus ser espancado. As acusações apresentadas contra Ele eram
muito diferentes das acusações nos julgamentos religiosos. Ele foi acusado de
incitar as pessoas à revolta, proibindo o povo a pagar os seus impostos, e
afirmando ser rei. Pilatos não encontrou nenhuma razão para matar Jesus, por
isso o enviou a Herodes (Lucas 23:7). Herodes permitiu a ridicularização de
Jesus, mas, querendo evitar a responsabilidade política, enviou-o de volta a
Pilatos (Lucas 23:11-12). Este foi o último julgamento, enquanto Pilatos
tentava apaziguar a animosidade dos judeus ao ter Jesus flagelado. O flagelo
romano é uma terrível surra, possivelmente de 39 chicotadas. Em um esforço
final para liberar Jesus, Pilatos ofereceu que o prisioneiro Barrabás fosse
crucificado e Jesus liberado, mas sem sucesso. As multidões pediram que
Barrabás fosse solto e Jesus fosse crucificado. Pilatos atendeu ao seu pedido e
entregou Jesus à vontade do povo (Lucas 23:25). Os julgamentos de Jesus
representam o escárnio supremo da justiça. Jesus, o homem mais inocente na
história do mundo, foi considerado culpado de crimes e condenado à morte por
crucificação.
2. Na esfera política. Para
os líderes religiosos, Jesus era um herege, acusado de ter blasfemado, e que
deveria ser tirado de cena a qualquer custo, mesmo que fosse a morte. Todavia,
Israel nos dias de Jesus estava sob a dominação romana e os líderes judeus não
poderiam conquistar o seu intento sem a aprovação do Império (Jo 18.31). Lucas
deixa claro que a acusação dos líderes judeus feita a Jesus era tríplice: desviar
a nação; proibir os judeus de pagarem impostos a Roma e afirmar que Ele, e não
César, era rei (Lc 23.2,5,14). Em outras palavras, Jesus foi acusado de
sedição. Desviar os judeus de sua fé não era crime para Roma, mas a sedição,
fazer o povo se levantar contra o império, era! Jesus, portanto, estaria
levando os seus discípulos a uma revolta política. Os romanos não toleravam
nenhuma forma de levante contra o Estado e estipulavam para esse tipo de crime
a pena capital.
Comentário
A tarefa de
Pilatos, como governador romano, era a de exercer justiça. Mesmo nos
territórios de ocupação romana esperava-se que a justiça prevalecesse. O
processo judicial romano reconhecia o direito de ficar em silêncio e a
inocência do acusado até que se provasse o contrário. Antigos registros daquela
época, transcritos de processos civis romanos, demonstram uma semelhança
impressionante com o processo judicial nas cortes de justiça atuais: a presença
dos advogados, a apresentação das provas documentais e testemunhais, bem como a
formulação de elaborados argumentos legais. Pilatos, porém, desconsiderou todas
as salvaguardas, ao permitir – e até mesmo ordenar – a execução de um homem que
ele mesmo já tinha declarado inocente de qualquer crime passível de morte (Lc
23.14-15,22). A última interrogação de Pilatos a Jesus registrada nos
Evangelhos, pergunta essa que deve ter sido feita num tom de frustração e
arrogância ultrajante, foi a seguinte: “Não sabes que tenho autoridade [poder]
para te soltar e autoridade para te crucificar?” (Jo 19.10). Mas a resposta de
Jesus a Pilatos deve ter penetrado até a medula, quando ele lembrou ao
governador romano que Deus é o Outorgante Supremo da autoridade (v. 11). A
partir de então, Pilatos redobrou seus esforços para evitar que o fiasco legal
e político se desenrolasse na sua presença, mas tudo foi em vão (v. 12). http://www.beth-shalom.tv.br/artigos/jesus_pilatos.html.
Então eles entregaram Jesus ao governador romano, Pilatos, ainda no começo da
sexta-feira. Depois do interrogatório, Pilatos o enviou ao Rei Herodes, que
estava na cidade e esperou ver Jesus fazer um milagre. Herodes e seus soldados
trataram Jesus com desrespeito, colocaram-lhe uma veste real para ultrajá-lo, e
o enviaram de volta para Pilatos.
De acordo
com um estranho costume, Pilatos ofereceu libertar um prisioneiro e dar à
multidão a escolha entre Jesus e Barrabás, um notório terrorista que “tinha num
motim cometido uma morte” (Marcos 15.7). A multidão escolheu Barrabás e gritou
para que Jesus fosse crucificado. Eles fizeram-no ser uma ameaça ao império,
que reivindicava ser um rei. “Se soltas este, não és amigo de César; qualquer
que se faz rei é contra César” (João 19.12). Pilatos estava na parede. Deveria
matar um homem inocente ou arriscar a aparência de sedição?
Pilatos
tomou sua decisão. Lavou suas mãos, numa tentativa inútil de remover sua culpa
por ter libertado Barrabás e entregue Jesus aos soldados. “Estou inocente do
sangue deste justo. Considerai isso.”, ele disse (Mateus 27.24). O aconteceu
nas horas seguintes está além de descrição ou ilustração. Os meros fatos não
contam a história inteira. Porém, eles são cruciais.
Jesus foi
oprimido. A palavra não é capaz de transmitir a realidade da tortura.
Açoitamento
era uma preliminar legal a toda execução romana, e somente mulheres, senadores
e soldados (exceto em caso de deserção) eram excluídos. O instrumento usual era
um chicote curto (flagrum ou flagellum), de diversas formas, apenas uma ou
muitas tiras de couro, de tamanhos diferentes, com esferas de metal ou garras
feitas com ossos bovinos amarrados nelas. Para o castigo, o homem tinha suas
roupas rasgadas e suas mãos eram amarradas. As costas, quadris e pernas eram
chicoteados por dois soldados ou um, em diversas posições. Não se sabe se o
número de açoites foi limitado a 39, de acordo com a lei judaica [1].
Depois da
tortura, o batalhão inteiro de soldados se reuniu ao redor deste homem fraco e
sangrando, e colocaram uma capa escarlate nele. Pressionado pelo peso da túnica
sobre seus ombros dilacerados, Jesus recebeu uma cana em sua mão direita e
ajoelharam-se diante dele, zombando “Salve, Rei dos Judeus”. Os soldados
bateram nele com suas próprias mãos. Eles cuspiram nele. Fizeram uma coroa
cheia de espinhos – provavelmente não aqueles que vemos em rosas, mas um tipo
mais longo, parecido com lâminas. Então, eles não apenas colocaram a coroa, mas
bateram em sua cabeça – cravando os espinhos em seu crânio (Marcos 15.17-19).
IV. A CRUCIFICAÇÃO E A MORTE DE JESUS
1. O método. A pena
capital imposta pelo Império Romano aos condenados se dava através da
crucificação. Os pesquisadores são unânimes em afirmar que essa era a mais
cruel e dolorosa forma de execução! Josefo, historiador judeu, informa que
antes da execução, os condenados eram açoitados e submetidos a todo tipo de
tortura e depois crucificados do lado oposto dos muros da cidade. Cícero,
historiador romano, ao se referir à crucificação, afirmou que não havia palavra
para descrever ato tão horrendo. A mensagem do Império Romano era clara - isso
aconteceria com quem se levanta contra o Estado. Jesus, portanto, sofreu os
horrores da cruz. De acordo com os Evangelhos, Ele foi açoitado, escarnecido,
ridicularizado, blasfemado, torturado, forçado a levar a cruz e por fim crucificado
(Jo 19.1-28).
Comentário
Eles o levaram para uma montanha chamada Gólgota (latim: Calvário), fora
da cidade, e o pregaram numa cruz. Martin Hengel escreveu um estudo
histórico-científico sobre a crucificação no mundo antigo. Ele cita Lucius
Seneca, em meados do primeiro século, que escreveu sobre uma variedade de
crucificações: “Eu vejo cruzes, não apenas de um tipo, mas feitas de diferentes
maneiras; algumas têm suas vítimas de ponta-cabeça, algumas empalam as suas
partes íntimas; outros têm seus braços quebrados no madeiro” [2]. Hengel cita
outra fonte antiga (Pseudo-Manetho) sobre o método de crucificação: “Punidos
com os braços estendidos, eles viam a estaca como seu destino; eles eram
fixados e pregados no mais doloroso tormento, uma comida maligna para aves de
rapina e cães” [3]. Em suma, Hengel diz que “era uma sensação terrivelmente
ofensiva, ‘obscena' no sentido original da palavra” [4]. E entre os judeus, a
maldição divina era adicionada ao escândalo humano, porque na lei judaica, o
Torá, diz-se: “porquanto o pendurado [num madeiro] é maldito de Deus”
(Deuteronômio 21.23). “E era a hora terceira, e o crucificaram” (Marcos 15.25).
Isto quer dizer 9 horas da manhã. Pilatos ordenou uma placa sobre sua cabeça:
“Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus” (João 19.19). Transeuntes o ridicularizavam:
“Tu, que destróis o templo, e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo.
Se és Filho de Deus, desce da cruz” (Mateus 27.40). Os soldados o humilharam.
Os príncipes dos sacerdotes com os escribas e anciãos uniram-se ao coro:
“Salvou os outros, e a si mesmo não pode salvar-se. Se é o Rei de Israel, desça
agora da cruz, e crê-lo-emos” (Mateus 27.42). E mesmo os criminosos que estavam
crucificados com ele, insultavam-no. Jesus bebeu o cálice de sofrimentos
variados, e rejeitou qualquer anestésico contra a dor. “Deram-lhe a beber
vinagre misturado com fel; mas ele, provando-o, não quis beber” (Mateus 27.34).
Por volta do meio-dia, próximo ao fim, ele gritou “Eli, Eli, lamá sabactâni;
isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27.46).
Surpreendentemente, estas aparentes palavras sem esperança são as exatas
palavras no início do Salmo 22, do Antigo Testamento, que então termina como um
Salmo de grande esperança. O salmista, que parece começar em desespero, finalmente
exulta em Deus e diz: “Então declararei o teu nome aos meus irmãos;
louvar-te-ei no meio da congregação” (v.22). A igreja primitiva não perdeu a
conexão entre as palavras agonizantes de Jesus e a esperança final deste salmo.
Eles aplicaram estas próprias palavras de triunfo à Cristo, depois de sua
ressurreição (Hebreus 2.12). Sim, havia um tipo de abandono da parte de Deus na
cruz, mas o abandono não foi total. Depois de três horas na cruz, Jesus morreu.
Seus discípulos viram um espantoso e transformador momento de diferentes
ângulos e os sumarizaram de diferentes formas. Mateus diz: “E Jesus, clamando
outra vez com grande voz, rendeu o espírito” (Mateus 27.50). João escreve: “E,
quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça,
entregou o espírito” (João 19.30). Lucas, que não estava lá, mas que pôde ter
conseguido esta informação com a mãe de Jesus, escreve: “E, clamando Jesus com
grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito
isto, expirou” (Lucas 23.46). Para ter certeza de que ele estava morto, um
soldado romano “lhe furou o lado com uma lança” (João 19.34). Ele foi retirado
da cruz por sua família e amigos, e colocado em um túmulo comprado, numa
caverna. Pilatos deu ordem para que o túmulo fosse selado e guardado. Uma
grande pedra foi usada para fechar a entrada da tumba e soldados ficaram de
guarda. Lá, o corpo repousou até o começo da manhã de domingo.
2. O significado. Para muitos críticos, Jesus
não passou de um mártir como foram tantos outros líderes judeus que viveram
antes dEle. Todavia, a teologia lucana depõe contra essa ideia. O que se espera
da morte de um mártir não pode ser encontrado na narrativa da morte de Jesus.
Para Lucas, Jesus morreu vicariamente pela humanidade. A relação que Lucas faz
do relato da paixão com a narrativa do Servo Sofredor de Isaías 53 mostra isso.
O Servo sofredor, Jesus, justifica a muitos. O caráter universal da salvação
presente em Isaías 53 aparece também em Lucas. Jesus, portanto, é o Servo
Sofredor que se humilha até à morte de cruz, mas é exaltado e glorificado por
Deus pela obra que realizou.
Comentário
A morte
física de Jesus aconteceu “segundo as Escrituras” (1 Co 15.3). Ela já estava prevista
no Antigo Testamento. Salmos 22 e Isaías 53 descrevem os pormenores dessa
morte. Jesus afirmou que a Lei de Moisés e os Profetas se convergem nEle, sendo
sua paixão e morte o cumprimento das Escrituras Sagradas (Lc 24.26, 27; 44-46).
Os quatro Evangelhos apontam essa morte como cumprimento dos profetas (Mt
27.35; Mc 15.24; Lc 23.34; Jo 19.24,36,37). O sacrifício de Jesus é a conclusão
dos ensinamentos do Antigo Testamento. Até a natureza foi afetada com a morte
do Filho de Deus. O Sol negou a sua luz em pleno dia. Houve trevas em toda a
Terra desde o meio-dia até às três horas da tarde. Isso aconteceu em todo o
planeta e não foi um eclipse solar; tratava-se de uma escuridão sobrenatural.
Quando Jesus morreu, o véu do templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo.
O “véu do templo” era a cortina que separava o lugar Santo do lugar Santíssimo,
onde somente o sumo sacerdote entrava uma vez por ano, no dia da expiação (Êx
26.33; 30.10; Lv 16.15). O véu rasgado revela que a morte de Jesus abriu a todos
os seres humanos o caminho para Deus (Hb 6.19,20; 10.19,20). O significado
espiritual desse acontecimento se afirma claramente em Hebreus 9.1-14;
10.19-22. Lucas foi o único escritor que registrou as últimas palavras de Jesus
citadas antes de entregar o espírito ao Pai. O relato de Lucas mostra de
maneira inconfundível que Jesus entregou-se por nós. Ele deu sua vida pelos
pecadores, como havia prometido. A minha vida, disse, “ninguém ma tira de mim,
mas eu de mim mesmo a dou” (Jo 10.18). Jesus entregou o espírito com “grande
brado” (Mc 15.37) ou com “grande voz” (Lc 23.46; Mt 27.50). O termo “está
consumado” (Jo 19.30), tanto em grego como em aramaico, é uma só palavra. O
brado de Jesus na cruz, declarando haver concluído a obra da redenção e
entregando ao Pai o espírito, indica triunfo. Ele foi crucificado, mas
vitorioso, cumpriu a sua missão gloriosamente. A morte de Jesus foi um
acontecimento ímpar. O centurião reconheceu haver crucificado um homem justo, e
a multidão “voltava batendo nos peitos” (v.48) como gesto de aturdimento.
Estavam ali participando de um espetáculo de zombaria, mas de repente, as
palavras de Jesus e os miraculosos sinais da natureza, que acompanharam a morte
de nosso Senhor na cruz, despertaram as consciências daquelas pessoas, levando-as
a uma profunda lamentação por aquele crime sem precedentes na História. Era uma
manifestação coletiva de culpa e vergonha; a reação foi um preparativo para o
povo receber a mensagem de Pedro no dia de Pentecostes (At 2.23). Historiadores
judeus e romanos atestaram o sacrifício de Jesus. O fato foi registrado por
Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século da Era Cristã. A literatura
judaica antiga também menciona a morte de Jesus. A morte vicária de Jesus
proporciona ao crente reconciliação com Deus. Jesus é a única provisão de Deus
para a salvação do homem. O termo “vicário” significa “o que faz as vezes de
outro; substituto”. A morte vicária significa morte substitutiva, pois Jesus
morreu, derramando o seu sangue, em nosso lugar. Os apóstolos entenderam o
significado teológico da morte de Jesus. O apóstolo Paulo ensinava que Cristo
morreu em nosso lugar (1 Co 15.3; Cl 2.20), e, que Deus propôs o sangue de seu
Filho como propiciação pelos nossos pecados (Rm 3.25). Esse era também o ensino
dos demais apóstolos (1 Pe 3.18; 1 Jo 2.1,2). O Antigo Testamento anunciava a
vinda de Jesus, sua paixão e morte, apresentando também a importância do
sangue, no sacrifício do Calvário: “... é o sangue que fará expiação pela alma”
(Lv 17.11). Isso é confirmado no Novo Testamento: “... sem derramamento de
sangue não há remissão” (Hb 9.22). Expiação significa “remir a culpa”, e, por
extensão, “reconciliação”. É a restauração de uma relação quebrada. Na cruz
fomos reconciliados com Deus (2 Co 5.19; Ef 2.11-19). A Bíblia ensina que
“todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23) e que o homem é
incapaz de salvar-se (Is 64.6; Ef 2.8,9) e de ir para o céu pela sua própria
força, justiça e bondade. Deus proveu a salvação de maneira que a paz e a
justiça se encontrassem (Sl 85.10). O sacrifício de Jesus satisfez toda a
justiça da Lei e dos profetas. Os muçulmanos negam terminantemente a morte de
Jesus. O Corão ensina que Jesus não morreu. Essa é a mais grotesca negação do
cristianismo. Rechaçar a História, afirmando que Jesus não morreu, é um
disparate. A confirmação bíblica e histórica da morte de Jesus é fato
incontestável. A verdade é que a cruz de Cristo sempre foi escândalo para os
que perecem (1 Co 1.23).
CONCLUSÃO
É um fato histórico que Jesus foi condenado pelos
líderes religiosos e executado pelas leis romanas. Todavia, devemos lembrar de
que a causa primeira que levou Jesus de fato à cruz foram os nossos pecados
(Is 53.5). O apóstolo Paulo também destaca esse fato: "Àquele que
não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos
justiça de Deus" (2 Co 5.21). A cruz resolveu o problema do pecado, e
todos nós finalmente pudemos desfrutar a paz com Deus (Rm 5.1). Deus seja
louvado.
Comentário
Jesus morreu
por toda a humanidade, a fim de expiar, diante de Deus, todos os nossos
pecados. O nascimento, a morte e a ressurreição de Jesus foram os
acontecimentos mais importantes da história da humanidade. Então, curvemo-nos
diante da cruz para recebermos o perdão de Cristo e adoremos aquEle que morreu
e ressuscitou para dar-nos a vida eterna. “Você é Especial (Rm 8.39) Desejamos
saber até onde o amor de Deus resistirá... Não apenas no domingo de Santa Ceia,
quando estamos com os sapatos brilhando e os cabelos arrumados... Não quando
estou animado e confiante, e pronto para resolver o problema da fome no mundo.
Não. Sei como Ele se sente a meu respeito nestes momentos. Até eu gosto de mim
nestas horas. Quero saber o que Ele sente por mim quando disparo contra
qualquer coisa que se move, quando os meus pensamentos estão ao nível da
sarjeta, quando minha língua está afiada o suficiente para fatiar uma rocha.
Como Ele se sente a meu respeito então?... Pode alguma coisa separar-nos do
amor que Cristo tem por nós? Deus respondeu nossa pergunta antes que a
formulássemos. Para que enxergássemos a sua resposta, Ele iluminou o céu com
uma estrela. Para que a ouvíssemos, Ele encheu a noite com um coral; e para que
crêssemos nela, Ele fez que o homem algum jamais sonhara. Ele se fez carne e
habitou entre nós, morreu e ressuscitou ao terceiro dia”. (LUCADO, M. Graça para o momento.
RJ: CPAD, 2004, p.27.) NaquEle que me garante: "Pela graça sois
salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Missionário Vicente Dudman
Profº / Teólogo
Nenhum comentário:
Postar um comentário