Estamos disponibilizando pra você todo início de semana, mais um comentário sobre
cada lição da EBD. Assim fazemos, para que os irmãos possam melhor preparar sua
aula. Cada item, tem um comentário, para que o amado leitor entenda melhor os
tópicos da lição. Estudaremos esta semana a lição de nº 1 desse terceiro trimestre, que tem como título: UMA MENSAGEM À IGREJA LOCAL E À LIDERANÇA. Para cada tópico, deixamos o nosso comentário. Fizemos
cuidadosa pesquisa a respeito dessa tão importante lição. Buscamos auxílio e
Ainda recorremos a vários mestres no assunto, para que pudéssemos aplicá-lo
para o seu melhor entendimento. Em caso de dúvidas com relação ao assunto,
deixe seu comentário, a sua dúvida, no final desta postagem, que responderemos
com todo prazer a sua pergunta. Espero que satisfaça a todos e uma boa
aula.
INTRODUÇÃO
Neste trimestre teremos a oportunidade ímpar de
estudar as Epístolas de 1 e 2 Timóteo e Tito. Estas cartas, em geral, são
consideradas um conjunto, já que foram dirigidas a dois jovens pastores que
cuidavam do rebanho do Senhor juntamente com Paulo. O conteúdo delas está
repleto de conselhos úteis sobre a estrutura da vida na igreja. Estes conselhos
fazem destas cartas verdadeiros manuais eclesiásticos para a liderança das
Igrejas de hoje.
Comentário
As cartas pastorais do apóstolo Paulo são um ponto levemente fora da
curva entre os seus outros escritos do Novo Testamento, pela sua própria
natureza: 1 e 2 Timóteo e Tito são cartas pessoais de um homem mais velho para
jovens a quem ele quer bem, com orientações, comentários sobre conhecidos em
comum e pedidos - como por exemplo, para pedir sua capa e pergaminhos. Esse
tipo de expressão não é normal na Bíblia, e particularmente com relação a
Paulo, de quem sabemos tanto de sua vida"missionária" ou de sua
doutrina através do livro de Atos e das outras cartas. É como se o homem Paulo
revelasse um pouco de sua vida pessoal, um vislumbre, é certo, que deu margem a
muitas especulações, mas um vislumbre. J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida
Nova - Série Cultura Cristã. Timóteo era um nativo de Listra, uma colônia
romana na província da Galácia. Filho de um casamento misto, seu pai era gentio
e sua mãe, judia (At 16.1). Pouco se sabe sobre seu pai, que parece não ter se
tornado cristão, mas sua mãe e avó parecem ter sido convertidas como resultado
da visita de Paulo a Listra em sua primeira viagem missionária (2Tm 1.5). Desde
sua infancia, elas haviam instruído Timóteo nas Escrituras judaicas (2Tm
3.14,15) e tiveram indubitável influência na própria conversão de Timóteo ao
cristianismo. Tito era um cristão gentio que foi, provavelmente, convertido por
Paulo (Tt 1.4). Não dispomos de muita informação sobre ele nem seu nome é
mencionado em Atos. Paulo o levou consigo a Jerusalém no princípio de sua obra
missionária, onde não permitiu que ele fosse circuncidado (Gl 2.1-3). Tito,
aparentemente, acompanhou Paulo em sua segunda e terceira viagens missionárias
e em parte da quarta. Foi um companheiro confiavel, com quem Paulo podia contar
em situações delicadas como aquela de Corinto (2Co
2.13;7.6,13,14;8.6,16,23;12.18).
I - AS EPÍSTOLAS PASTORAIS
1. Cartas pastorais. As três epístolas que estudaremos são chamadas de
cartas pastorais, e isso se deve ao fato de terem sido elas endereçadas a dois
jovens pastores: Timóteo e Tito. Foram escritas por Paulo, um líder itinerante,
que estava preocupado com os jovens pastores. Ele os instrui de modo cuidadoso
a respeito do trato com a Igreja e com seus ministérios.
Comentário
As Epístolas pastorais são livros canônicos do Novo Testamento, foram
escritas por Paulo de Tarso e se dirigem a Timóteo e a Tito. São agrupadas
desde os primeiros séculos do cristianismo tal qual temos em nossas Bíblias:
Primeira Epístola a Timóteo; Segunda Epístola a Timóteo, e Epístola a Tito.
Foram chamadas pela primeira vez de Epístolas Pastorais no século XVIII. O
título é apenas parcialmente uma descrição do seu conteúdo, pois não são
estritamente pastorais no sentido de fornecer instrução sobre o cuidado das
almas. A designação de pastoral é por serem dirigidas a pessoas que tinham
responsabilidades pastorais. Diferente das demais epístolas paulinas quando se
destinam a uma igreja ou um grupo de igrejas. Não há nada que indique que elas
foram escritas na mesma data ou do mesmo local ou que o autor pretendesse que
fossem um conjunto, entretanto estudos contemporâneos indicam que devem ser
tratadas como um grupo. Possivelmente escritas no período do fim da vida do
apóstolo Paulo, apresenta o pensamento dele preparando Timóteo e Tito para
continuar a sua tarefa. Por esse motivo introduz uma diferente espécie de
correspondência na literatura paulina em comparação com as demais epístolas
anterioreshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ep%C3%ADstolas_pastorais.
A biografia presente nessas cartas nos leva a crer que Paulo foi liberto do seu
primeiro aprisionamento e preso novamente, algum tempo depois
(alternativamente, ele pode ter sido liberto após sua primeira audiência, por
um tempo determinado, até a data de uma segunda audiência).
2. Datas em que foram escritas. A Primeira Epístola de Timóteo foi escrita por
volta de 64 d.C., entre a primeira e a segunda prisão de Paulo, e enviada de
Roma ou da Macedônia (talvez Filipos). Em seguida, por volta de 65 d.C., foi
escrita a Carta a Tito. Já a Segunda Epístola de Timóteo foi escrita em torno
de 67 d.C., quando do segundo encarceramento do apóstolo, e antes de sua morte.
Faz parte das "cartas da prisão", ao lado de Filipenses, Efésios,
Colossenses e Filemon.
Comentário
Recentemente, alguns biblistas e comentaristas têm questionado a
autoria, tradicionalmente aceita, de que Paulo é o autor destas epístolas,
citando alegadas diferenças no vocabulário, estilo e teologia. Contudo, tais
argumentos não convencem, e também não há razão persuasiva para negar que Paulo
tenha escrito estas cartas, e de acordo com as saudações, o autor das três
cartas pastorais (1º e 2º Timóteo e Tito) foi mesmo Paulo. De acordo com a
tradição posterior, Paulo escreveu 1º Timóteo enquanto estava ainda no meio de
sua quarta viagem missionária, entre os anos de 62-64 d.C. 2º Timóteo é a
última carta escrita por Paulo. Preparou-a logo depois da sua quarta viagem
missionária, provávelmente entre 64-68 d.C. Também a carta enviada a Tito foi
escrita durante a quarta viagem missionária, entre 62 e 64 d.C.
3. Conteúdo. Estas epístolas formam um conjunto literário,
devocional e doutrinário, em que se observam o mesmo vocabulário, o mesmo
estilo e os mesmos propósitos para qual foram escritas. A estrutura foi
elaborada com o intuito de alcançar seus destinatários com solenes ensinos e
advertências da parte de Deus. O conteúdo pode ser resumido da seguinte
maneira:
a) Saudação. Nas saudações aos destinatários,
Paulo demonstra o seu cuidado para com os jovens obreiros (1 Tm 1.2; Tt 1.1-4;
2 Tm 1.1,2);
b) Qualificações ministeriais. Paulo demonstra que
para ser Ministro do Evangelho, há requisitos a serem respeitados (1 Tm 3.1-13;
Tt 1.5-9);
c) Alerta contra os falsos mestres e as falsas
doutrinas (1 Tm 4.1-5; Tt 1.10-16). Falsos mestres e falsas doutrinas já
existiam nas igrejas e infelizmente ainda existem em muitos lugares;
d) O cuidado com a "sã doutrina" (1 Tm
1.10; 6.3; 2 Tm 1.13; 4.3; Tt 2.1); a falta desse cuidado contribui para a
disseminação das heresias e desvios de toda a espécie;
e) Comportamento e conselhos a diversos grupos (1
Tm 5.1-25; Tt 2.1-10). Paulo fala a respeito dos servos, senhores, pais,
filhos, jovens e outros grupos.
Comentário
Paulo já era um homem mais velho (Filemon 9) e dependia cada vez mais da
atuação dos homens que havia treinado durante a época mais ativa do seu
ministério. Ele havia deixado Timóteo em Éfeso (1º Timóteo 1:3) e Tito em Creta
(Tito 1:5) para continuarem o trabalho no ministério. Lucas ainda estava com ele
(2º Timóteo 4:11), Tíquico tinha sido enviado a Éfeso (4:12) e a presença de
Marcos era desejada. Paulo, pessoalmente, havia estado em Éfeso (1º Timóteo
1:3), Creta (Tito 1:5), Nicópolis (3:12), Corinto (2º Timóteo 4:20), Mileto
(4:20) e Trôade (4:13) e estava em Roma naquele momento (1:17). Ele estava
certo de que o fim de sua vida estava próximo (4:6-7). Há uma diferença entre
as cartas pastorais, no entanto: I Timóteo e Tito mostram Paulo ainda ativo,
viajando entre as cidades e aconselhando os seus aprendizes em questões do
ministério. Já 2º Timóteo demonstra um tom de despedida (4:6-8).
É necessário estudar exaustivamente as Epístolas Pastorais pelas
seguintes razões:
(1) Porque elas lançam luz sobre o importante problema da administração
eclesiástica. Essas cartas contém algumas diretrizes acerca do culto publico
que faríamos bem em prestar atenção? Que qualidades deve um homem possuir para
ser um bom pastor? Um ancião digno? Um diácono consciente? Até que ponto
poderiam as mulheres ser usadas na obra da igreja? Sobre quem repousa a
responsabilidade primária de suprir os necessitados? Como o ministro deve
tratar os homens de idade avançada que necessitam de conselho pastoral? E as
mulheres idosas? E os jovens? E as jovens?
(2) Porque enfatizam a sã doutrina. É verdade que não importa o que uma
pessoa creia contanto que seja sincera no que ela crê? A Bíblia é de fato “a
Palavra de DEUS” tal como ela se apresenta, ou simplesmente se torna a Palavra
de DEUS quando ela o ‘‘toca”? Como deve alguém defrontar-se com hereges? É
possível prestar demasiada atenção aos erros deles?
(3) Porque exigem uma vida consagrada. É possível que uma pessoa seja
“doutrinariamente sã”, porém “corrompida na prática”? Os homens maus devem ser
disciplinados? Com que prontidão? Com que propósito em mente?
(4) Porque respondem a pergunta: "Os credos tem algum valor”? A
igreja creu, no período de transição, na formulação de credos, nas declarações
concisas e em outros meios de transmitir a verdade do evangelho aos
interessados e a juventude? Havia alguns hinos? O lema: “Credos não, CRISTO
sim” está em harmonia com o ensino das Pastorais?
(5) Porque nos informam das atividades finais na vida do grande apóstolo
Paulo. O livro de Atos apresenta um relato completo de todas as suas viagens?
Houve realmente duas prisões em Roma?
(6) Porque são uma valiosa fonte para a compreensão da história da
igreja no terceiro quarto do 1º século d. C. (Ver M. C. Tenney, The New
Testament, A Survey, p. 354).
(7) Porque nessas Epístolas, tanto quanto nas demais, DEUS nos fala.
II - PROPÓSITO E MENSAGEM
As cartas pastorais de 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito
tinham em comum os seguintes propósitos:
1. Orientar os líderes quanto à vida pessoal. Paulo exorta o jovem pastor Timóteo
dizendo que ele deveria servir como exemplo em tudo (1 Tm 4.12, 16). Para estar
na liderança de uma igreja local é imprescindível ter uma vida exemplar. Também
é necessário e importante que o líder saiba cuidar bem de sua vida
familiar (1 Tm 3.1-13), a fim de que sua esposa e filhos tenham uma boa
conduta.
Comentário
As cartas pastorais nos dão uma perspectiva profunda sobre a autoridade
bíblica que foi concedida aos líderes das igrejas. Paulo, em I Timóteo, já
dizia: “Saiba como as pessoas devem comportar-se na casa de Deus, que é a
igreja do Deus vivo, coluna e fundamento da verdade” (I Timóteo 3:15). Para que
as pessoas soubessem como se comportar, era necessário que alguém as ensinasse
e esperasse delas o tipo de comportamento adequado. Hoje, esses ensinamentos se
fazem ainda mais necessários, porque saímos de um passado onde tínhamos um
excesso de autoridade para um presente onde há escassez dela. Quais princípios
norteavam a autoridade que Paulo exerceu sobre Timóteo e Tito e os ensinou a
exercerem sobre os outros? Paulo sabia que a essência da liderança era a servidão
(I Timóteo 4:10-12, Tito 2:7-8). Ele deu o exemplo a Timóteo e o chamou a
imitá-lo (II Timóteo 3:10-11). Em muitas ocasiões, ao invés de ordenar algo a
Timóteo ou a Tito, Paulo simplesmente pediu, recomendou, lembrou ou
simplesmente os instruiu (I Timóteo 1:3, 1:18, 2:1, 4:6-7, 15, 5:1-2, 14, 21,
6:20, II Timóteo 2:14, 2:25, 4:1, Tito 2:2-6, 9, 3:1).
2. Combater as heresias. Paulo sabia das diversas heresias
que ameaçavam as igrejas locais. O apóstolo estava preocupado com os crentes
que já haviam sido seduzidos pelo judaísmo. O judaísmo exigia o cumprimento de
vários rituais e liturgias, contudo Jesus nos ensinou uma nova maneira de
cumprir a Lei e de viver. Jesus fez uma Nova Aliança com a humanidade mediante
seu sacrifício na cruz. Naquele tempo havia também o perigo do gnosticismo, ou
seja, uma filosofia herética, que defendia o dualismo, segundo o qual a matéria
é má e o espírito é bom. Por isso, negava a encarnação de Cristo, pois o corpo,
sendo matéria, contaminaria seu espírito. Paulo deixou Timóteo em Éfeso para
amenizar os estragos dessa heresia, que se infiltrou no meio dos crentes, sob
influência de Himeneu e Alexandre (1 Tm 1.19,20).
Comentário
Paulo preparou a Timóteo ensinando-o como ministrar aos que tinha sob
seu cuidado. Seus ensinamentos foram claros e específicos. Timóteo não teve que
adivinhar o que seu mestre ou discipulador esperava dele. Estas instruções
surgiram da experiência e sabedoria de Paulo. Os líderes servidores preparam a
outros instruindo-os nas áreas específicas de seu ministério. Paulo faz apelo
angustiado a Timóteo para que este guarde fielmente a fé genuína, ante a
apostasia vindoura (1 Tm 4.1; 6.20; 2 Tm 1.14). Cada crente deve imitar um
Paulo em sua vida porque “você necessita de alguém que tenha atravessado o caminho”.
Cada crente necessita de um Barnabé porque precisa de alguém “que o ame, mas
que não se deixe impressionar por você”. Necessita de um Timóteo “cuja vida
está edificando”. (Fp 2.19 - ARA). Há pastores que pregam, ensinam, pastoreiam
ou escrevem, não com solicitude genuína pela propagação do evangelho, mas
visando aos seus próprios interesses, honra, glória e prestígio. Ao invés de
procurarem agradar ao Senhor JESUS, procuram agradar aos homens e conquistar o
favor deles (1.15; 2.20,21; 2 Tm 4.10,16). Tais pastores não são verdadeiros
servos do Senhor. Sabendo que está com os dias contados e seu ministério
acabado, ele escreve para Timóteo: Procure vir logo ao meu encontro, pois
Demas, amando este mundo, abandonou-me e foi para Tessalônica. Crescente foi
para a Galácia, e Tito, para a Dalmácia. Só Lucas está comigo. Traga Marcos com
você, porque ele me é útil para o ministério (2Tm 4.9-11). Quando seu tempo se
esgotava, quando se sentiu abandonado e quando possivelmente se deixava abater
pelo desânimo, Paulo queria ter duas pessoas a seu lado: Timóteo, seu amado
filho, e Marcos, “porque ele me é útil para o ministério”.
III - UMA MENSAGEM PARA A IGREJA LOCAL E A
LIDERANÇA DA ATUALIDADE
Estamos vivendo os tempos trabalhosos que Paulo
falou em 1 Timóteo 4.1,2. Precisamos estar atentos, por isso, vamos estudar
duas heresias da atualidade. Estas precisam ser confrontadas com a Palavra de
Deus.
1. O "evangelho" da prosperidade. Um dos mais eminentes defensores,
desta falsa doutrina ensinou que "você é tanto uma encarnação de Deus
quanto Jesus Cristo o foi. Você não tem um deus dentro de você. Você é um
deus". Se o crente é "deus" pode tudo; tudo o que disser
tornar-se-á realidade (confissão positiva); e terá o mundo e as riquezas que
desejar, sem pobreza nem enfermidades. À luz da Palavra de Deus, tal
ensinamento equivale a orgulho, presunção e soberba. Sabemos que Deus abomina toda
altivez (Pv 6.16-19) e que tal ensino é contrário as Escrituras Sagradas. Somos
criaturas, temos falhas e sem Deus nada somos e nada podemos. O poder e a
majestade são dEle.
Comentário
Embora os adeptos da teologia da prosperidade considerem Kenneth Hagin o
pai desse movimento, pesquisas cuidadosas feitas por vários estudiosos, como D.
R. McConnell, demonstraram conclusivamente que o verdadeiro originador da
confissão positiva foi Essek William Kenyon (1867-1948). Esse evangelista de
origem metodista nasceu no condado de Saratoga, Estado de Nova York, e se
converteu na adolescência. Em 1892 mudou-se para Boston, onde estudou no
Emerson College, conhecido por ser um centro do chamado movimento
“transcendental” ou “metafísico”, que deu origem a várias seitas de orientação
duvidosa. Uma das influências recebidas e reconhecidas por Kenyon nessa época
foi a de Mary Baker Eddy, fundadora da Ciência Cristã. Kenyon iniciou o
Instituto Bíblico Betel, que dirigiu até 1923. Transferiu-se então para a
Califórnia, onde fez inúmeras campanhas evangelísticas. Pregou diversas vezes
no célebre Templo Angelus, em Los Angeles, da evangelista Aimee Semple
McPherson, fundadora da Igreja do Evangelho Quadrangular. Pastoreou igrejas
batistas independentes em Pasadena e Seattle e foi um pioneiro do evangelismo
pelo rádio, com sua “Igreja do Ar”. As transcrições gravadas de seus programas
serviram de base para muitos de seus escritos. Cunhou muitas expressões
populares do movimento da fé, como “O que eu confesso, eu possuo”. Antes de
morrer, em 1948, encarregou a filha Ruth de dar continuidade ao seu ministério
e publicar seus escritos. Quais eram as crenças dos tais grupos metafísicos?
Eles ensinavam que a verdadeira realidade está além do âmbito físico. A esfera
do espírito não só é superior ao mundo físico, mas controla cada um dos seus
aspectos. Mais ainda, a mente humana pode controlar a esfera espiritual.
Portanto, o ser humano tem a capacidade inata de controlar o mundo material por
meio de sua influência sobre o espiritual, principalmente no que diz respeito à
cura de enfermidades. Kenyon acreditava que essas idéias não somente eram
compatíveis com o cristianismo, mas podiam aperfeiçoar a espiritualidade cristã
tradicional. Mediante o uso correto da mente, o crente poderia reivindicar os
plenos benefícios da salvação.
2. Apostasia
dos últimos dias. Paulo
adverte aos crentes quanto ao que está acontecendo nos dias atuais, onde muitos
estão abandonando a fé em Cristo. Em Tito, ele faz advertência semelhante sobre
falsos líderes, contradizentes e de torpe ganância (Tt 1.9-13). Precisamos
estar atentos para que os ensinos heréticos e a apostasia não alcancem a Igreja
do Senhor. O líder tem a responsabilidade de zelar pela sã doutrina.
Comentário
A apostasia, da palavra grega apostasia, significa "um desafio de
um sistema estabelecido ou autoridade; uma rebelião; um abandono ou falta de
fé." No mundo do primeiro século, a apostasia era um termo técnico para a
revolta política ou deserção. E, assim como no primeiro século, a apostasia
ameaça o Corpo de Cristo hoje. “Ninguém
de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a
apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição” (2 Ts
2.3). O verso referido diz que chegará um tempo nos últimos dias quando os
fundamentos da doutrina cristã serão contemporizados e derribados pela
aceitação do erro e da heresia. Os homens esquecerão o ensino bíblico sadio.
Bem, estamos atualmente vivendo nesses dias! Estamos vivendo em dias de uma
terrível apostasia da sã doutrina bíblica e dos valores de Deus. Adivinhe quem
está liderando essa tendência para a apostasia. São os pastores que
contemporizaram na fé e que realmente não estão nem aí. Eles rejeitaram a sã
doutrina e estão desejosos de agradar e de alcançar a aprovação dos homens. Não
são como os bereanos, que diligentemente examinaram as Escrituras e que
procuraram agradar a Deus. Infelizmente, pastores maus, que contemporizam na
doutrina, estão na liderança de muitas igrejas. Esses 'pastores' procuram
agradar aos homens e nem querem saber se estão caminhando em obediência a Deus
e à firmeza de sua palavra, a Bíblia. Participando como membros dessas igrejas,
estão todos os tipos de pessoas que rejeitam a sã doutrina bíblica. A Bíblia
adverte: “Porque virá tempo em que não
suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si
doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da
verdade, voltando às fábulas” (2Tm 4.3-4). Estamos atualmente vivendo
nesses dias quando os homens rejeitarão a sã doutrina. Não somente muitos que
chamam a si mesmos de 'cristãos' rejeitam a sã doutrina, mas também muitos que
se atrevem chamar a si mesmos de 'pastor'. Esses maus pastores causam grandes
danos à igreja e já feriram muitas pessoas do povo de Deus. Os pastores têm
poder; podem levar o povo mais para perto de Deus e torná-lo mais forte, ou
podem fazer o contrário. Aqui está um versículo que ilustra esse fato: “E disse-lhes: Está escrito: A minha casa
será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões”
(Mt 21.13). Esse verso tem um significado real nestes dias, à luz da crescente
tendência à apostasia. Deus não quer que seu templo seja um covil de ladrões;
quer que seja um lugar santo, ao qual as pessoas possam vir e humildemente
adorar a Deus. Entretanto, os líderes religiosos o transformaram em outra
coisa. O versículo diz, "vós a
tendes convertido" referindo-se ao fato que os líderes religiosos
permitiram que o templo deixasse de ser uma casa de oração para se tornar um
covil de ladrões. Deus também atribui a responsabilidade por essa mudança aos
líderes religiosos, que deveriam ter mais discernimento. Esse verso tem uma
aplicação muito importante para hoje! Poucos pastores encaram seu trabalho com
seriedade. A maioria está preocupada em buscar os louvores dos homens,
jactando-se dos 'grandes números' obtidos no último domingo, e outros estão
enriquecendo e vivendo como 'filhos do Rei'.
IV - MENSAGEM PARA A LIDERANÇA
1. Administração eclesiástica. Em 1 Timóteo 3.1-12 e em Tito
1.5-9, vemos um conjunto de qualificações que aqueles que desejam liderar uma
igreja necessitam ter. Infelizmente, em muitas igrejas, nem sempre estas
recomendações são observadas. Porém, a liderança exige esforço. É necessário
que o pastor tenha uma vida santa e irrepreensível. É preciso esforço e
disciplina. Observe com atenção, algumas das qualificações necessárias ao
líder: Irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos fiéis, não
soberbo, não iracundo, não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe
ganância, dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo,
temperante, retendo firme a Palavra, capaz de admoestar com a sã doutrina, etc.
Comentário
Cuidar do rebanho de Deus é uma das mais nobres tarefas dadas por Deus
ao homem. Representa, também, enormes e pesadas responsabilidades, pois quem
administra uma igreja está lidando não só com as questões administrativas do
dia-a-dia, mas sobretudo com o preparo de almas para a vida eterna. Daí há quem
pense que basta atender as necessidades espirituais do rebanho para cumprir o
propósito divino, deixando as questões administrativas em plano secundário.
Embora as necessidades espirituais sejam mais importantes, há o lado humano, a
organização, o modo de fazer as coisas, que também não podem ser desprezados.
2. Ética ministerial. Na Segunda Epístola a Timóteo,
Paulo diz que o ministro deve apresentar-se a Deus "aprovado, como obreiro
que não tem de que se envergonhar; que maneja bem a palavra da verdade"
(2.15). A verdadeira liderança se estabelece pelo exemplo, pelo testemunho,
muito mais do que pela eloquência, pela oratória ou pela retórica. Não são os
diplomas de um pastor que o qualificam como líder cristão, mas seu exemplo, sua
ética, diante de Deus e da igreja local. Paulo tinha condições de ensinar
liderança e ética, pois sua vida era exemplo para a igreja e para os de
fora (Fp 3.17; 1 Co 11.1). O líder cristão não é o que "manda",
mas o que serve. Não é o maior, e sim o menor (Mt 20.24-28).
Comentário
“Olhai, pois, por vós, e por
todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para
apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. Porque
eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis,
que não pouparão o rebanho; e que de entre vós mesmos se levantarão homens que
falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si.”
(At20.28-30). Quando o Espírito Santo orientou a Paulo nos critérios de escolha
dos candidatos ao Presbitério ele estava estabelecendo os critérios éticos para
tal função homens de boa reputação isso nos mostra como o candidato deveria ser
visto pela sociedade, (ITm 3.7 ) cheios do Espírito Santo, (Gl 5.22 -26) isso
mostra que seu caráter deveria estar moldado pela pessoa do Espírito Santo,
cheios de sabedoria a Bíblia diz em Salmos 111.10 que o temor ao Senhor é o
principio da sabedoria. Então no contexto cultural da Igreja Cristã, o
Presbítero deveria ser um homem temente a Deus. Ao referir-se aos Presbíteros
em ITm 3.1-8, Paulo norteia o padrão de comportamento ético, e este padrão é o
mesmo seja para o Pastor, Presbítero ou Diácono. Falando aos Presbíteros no
versículo 4 do mesmo capitulo, Paulo foi bem claro: que saiba governar bem a sua casa - isso reforça o cuidado bíblico com a família; o
apostolo esta mostrando que a liderança deve começar em casa; e no versículo 15
ele diz: “para que saibais como convem
andar na casa de Deus”, o apostolo estava falando de comportamento
ético, de como exercer o ministério, seja como Diácono, Presbítero ou Pastor.
CONCLUSÃO
As cartas pastorais contêm doutrinas e exortações
quanto a assuntos práticos, mas também diretrizes gerais sobre liderança,
designação de obreiros, suas qualificações, as responsabilidades espirituais e
morais do ministério; do relacionamento com Deus, com os líderes e das relações
interpessoais. São riquíssimas fontes de ensino para edificação das igrejas
locais nos tempos presentes.
Comentário
No conjunto de Cartas de autoria do apóstolo Paulo, as que são dirigidas
a Timóteo e a Tito formam um grupo à parte que se distingue pela forma e pelo
conteúdo e que, desde o séc. XVIII são designadas por Cartas Pastorais. Timóteo
e Tito são dois dos mais fiéis colaboradores do Apóstolo, e nestas Cartas são
visadas as qualidades dos pastores, a natureza e a extensão das suas funções.
Foram as últimas cartas que Paulo escreveu e contém conselhos, a serem seguidos
por nós hoje também (1 Tm 3.14-15), tendo em vista que o problema comum entre
as igrejas de Éfeso e Creta era as falsas doutrinas, tal qual temos hoje.
Havia, ainda, muitas contendas e discussões nas igrejas (Tt 2.9-11). Para
combater as falsas doutrinas, Paulo recomenda a nomeação de oficiais
qualificados, em cada igreja (Tt 1.5). É importante que o oficial nomeado seja
irrepreensível (1 Tm 3.1-13, Tt 1.5-9). No combate contra as heresias, Paulo reafirma
as verdades centrais do cristianismo:
-Salvação pela graça, através da fé em Cristo;
-Vida santificada, livre do pecado;
-O juízo de Deus, etc. É a chamada “sã doutrina” (1 Tm 1.15, 2.5, 2 Tm
2.11,12, Tt 2.-11-14, 3.3-8). E esta sã doutrina deve ser ensinada para o povo
(2 Tm 2.2, 3.25, Tt 2.1).
Emfim, teremos um trimestre abençoado e a oportunidade de firmarmos a fé
que temos abraçado. Bons estudos.]. NaquEle que me garante: "Pela graça
sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef
2.8)”,
Missionário Vicente Dudman
Profº. / Teologia
30/junho/2015