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Missionário Vicente Dudman
Formatura:
Teologia -
Assembleia de Deus no Brasil
Direito - Universidade Estácio de
Sá (Câmara Cascudo) no Rio
Grande do Norte.
Inglês - University of Texas
Estados Unidos. |
Estamos disponibilizando pra você todo início de semana, mais um comentário sobre cada lição da EBD. Assim fazemos, para que os irmãos possam melhor preparar sua aula. Cada item, contém um comentário, para que o amado leitor entenda melhor os tópicos da lição. Estudaremos esta semana a lição de nº 12 desse 4º trimestre, que tem como título: Isaque, o sorriso de uma promessa. Para cada tópico, deixamos o nosso comentário. Fizemos cuidadosa pesquisa a respeito dessa tão importante lição. Buscamos auxílio e Ainda recorremos a vários mestres no assunto, para que pudéssemos aplicá-lo para o seu melhor entendimento. Em caso de dúvidas com relação ao assunto, deixe seu comentário, a sua dúvida, no final desta postagem, que responderemos com todo prazer a sua pergunta. Espero que satisfaça a todos, e tenha uma boa aula.
INTRODUÇÃO
Já haviam se passado 24 anos desde que Abraão saíra
de Ur dos Caldeus. E, apesar da promessa que o Senhor lhe fizera quanto à posse
das terras de Canaã, o patriarca continuava sem herdeiros. Ele já estava com 99
anos e Sara beirando à casa dos 90. Numa idade tão avançada, teriam eles ainda
o prazer de embalar o próprio filho? Para Deus nada é impossível. O Senhor
prometeu ao patriarca que um filho haveria de nascer-lhe do ventre amortecido
de Sara. Esta, ao ouvir a boa-nova, ri-se do que Deus disse. Logo ela veria que
apesar de seu riso, o Senhor cumpriria sua promessa. Ele sempre nos surpreende
em nossas limitações.
Comentário
Sabemos,
pelas palavras de Estêvão, de fato, que Deus chamou(1) Abrão
enquanto ele ainda morava em Ur(2)dos caldeus, na
Mesopotâmia, antes que ele viesse a Harã (At 7.2,3). Com 75 anos de idade,
Abraão deixa Harã e segue para Canaã levando consigo a Sarai, esposa e sua
meia-irmã, e seu sobrinho, Ló, e no coração, a fé na promessa de Deus – hoje,
com esta idade, há muito já estaríamos aposentados e sem esperar mais das
promessas do Senhor. Há alguns estudiosos que afirmam que ele estava errado em
levar Ló consigo, já que lhe foi dito para deixar sua família. Observe Gênesis
13.14-15. No capítulo 12 de Gênesis, Deus chama Abraão, faz com ele aliança e
promete-lhe que ele seria pai de uma multidão de nações. Contudo, sem filhos
seria impossível que a promessa de Deus se cumprisse, Abraão não podia crer que
um Deus tão poderoso deixaria que um servo herdasse as promessas; ele cria que
Deus poderia lhe dar um filho. Esta promessa exigia fé por parte de Abrão, pois
era óbvio que ele já era idoso, e que Sarai, sua esposa, era incapaz de ter
filhos (Gn 11.30). Passar-se-iam muitos anos antes que Abrão entendesse
inteiramente que este herdeiro que Deus prometera viria da união dele com
Sarai. Em Gênesis 17.1, treze anos após o nascimento de Ismael e vinte e quatro
anos depois da promessa original, Deus renova suas promessas “...Sendo, pois,
Abrão da idade de noventa e nove anos”; Isaque (que significa ele riu,
em alusão aos risos de incredulidade de Abraão (Gn 17.17), de Sara (Gn
18.12-15), e de alegria pelo nascimento do filho (Gn 21.5-7).), o filho da
promessa, finalmente nasceu no lar do centenário Abraão “...E disse Sara: Deus
me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo.” (Gn 21.6).
I. ISAQUE, O SORRISO TÃO ESPERADO
Da promessa ao nascimento de Isaque, passou-se um
ano (Gn 18.10). Para quem já havia esperado tanto tempo, aqueles meses correram
rapidamente.
1. O nascimento do “riso”. No
tempo apontado pelo Senhor, eis que Sara dá à luz o seu unigênito. Na tenda do
patriarca, ouve-se agora o choro do filho da promessa, através do qual viriam
heróis, reis e o próprio Cristo (Mt 1.1,2). Ao embalar o filhinho, Sara
comenta: “Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos, porque lhe dei
um filho na sua velhice?” (Gn 21.7).
Comentário
Embora
Abraão tenha tido um filho com a serva Agar (Ismael), encontramos em Gn
22.15-16 uma alusão a um único filho, assim como, também, o autor do livro de
Hebreus se refere a Isaque como o filho unigênito, que significa único filho
gerado por seus pais (Hb 11.17). É interessante notar, ainda, que a vida de
Isaque se situa no meio da história de dois patriarcas mais famosos: Abraão tem
287 referências na Bíblia, Jacó tem 365 e Isaque tem 131. Embora não tenha sido
tão proeminente quanto seu pai e seu filho na narrativa de Gênesis, Isaque foi
fundamental no desenvolvimento da nação de Israel e no cumprimento da aliança
de Deus com Abraão e seus descendentes. É através desse patriarca que se
desenha o plano redentor do Senhor: Isaque foi oferecido como sacrifício
voluntário; é um tipo de Cristo em sua morte: ele carregou em sues ombros a
lenha para o holocausto até o Monte Moriá; Cristo carregou a sua cruz ao
Calvário, local próximo a Moriá. Orígenes comentou que levar a lenha para o
holocausto era dever do sacerdote. Portanto Isaque foi ao mesmo tempo vítima e
sacerdote, prefigurando o trabalho de Cristo na cruz. Isaque mostra que Deus
cumpre as promessas que faz. Os quatro elementos da promessa feita a Abraão
(12.1-3) começam a cumprir-se em Isaque: 1) terra - ele
permanece em Canaã após a morte de seu pai aprofundando ali as raízes
familiares em obediência a Deus; 2) descendentes – continua a
linhagem através de Jacó, após o qual a multiplicação de descendentes acelerou;
3) relacionamento especial com Deus - foi temente a Deus e por
ele grandemente abençoado; d) bênção às nações – durante o
tempo que Isaque morou em Gerar, já aparecem pequenos sinais de bênção para as
nações. Enfim, embora não tão proeminente quanto seu pai ou seu filho na
narrativa de Gênesis, Isaque foi um elo fundamental no desenvolvimento da nação
de Israel e no cumprimento da aliança de Deus com Abraão e seus descendentes.
Sua história tem muito a nos ensinar.
2. Isaque e Ismael. Se
Isaque era o filho da promessa, Ismael estava ali na conta do filho da
desesperança e do arranjo carnal. Por isso, o filho de Abraão com Agar,
sentindo-se enciumado com a chegada do meio-irmão, põe-se a zombar dele. A
situação ficou tão insustentável que, quando do desmame de Isaque, Sara diz ao
esposo: “Deita fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não
herdará com meu filho, com Isaque” (Gn 21.10). Embora a palavra de Sara
fosse-lhe dura, Abraão, orientado por Deus, despede a escrava e seu filho. O
Senhor, no entanto, já tinha um plano para Agar e Ismael. Afinal, aquele menino
também era descendência do patriarca (Gn 21.15-21).
Comentário
Uma pergunta
deve ser feita aqui: por que Sara ofereceu sua serva Agar para que Abraão
deitasse com ela? E por que o patriarca consentiu? Sara entrega sua serva
egípcia Agar para coabitar com seu marido - isso é escandaloso em nossa maneira
ocidental moderna de pensar, mas era uma coisa comum naquela região do oriente,
quando um homem podia ter muitas esposas e concubinas. A ideia era fazer Agar
conceber de Abraão, numa espécie de “barriga de aluguel” antiga, e assim
suscitar descendência à sua casa, já que pelo costume da época, um filho
concebido por uma serva era considerado filho de sua senhora. Foi um passo
errado, indicando uma falta de confiança em Deus e Sara foi a primeira a colher
os frutos amargos de seu plano. O nome Ismael significa Deus ouve e significa
que Deus viu o modo injusto de Abrão e Sarai tratarem Agar, e que também agiu a
respeito disso. Aquele nome dado antecipadamente foi um julgamento sobre Abrão,
e revela que Deus abomina toda e qualquer injustiça entre os seus. Ismael,
juntamente com os seus descendentes, seria um povo aguerrido, forte e corajoso.
Sua disposição para a luta poderia ser usada na peleja espiritual, em favor de
Deus ou contra Deus. A escolha seria dele – Aqui está a origem belicosa entre
árabes e judeus, ambos descendem de Abraão, e o fato da belicosidade árabe
reside nesta passagem bíblica: “Contudo ele será como um jumento
selvagem do deserto; ele lutará contra todos e todos
guerrearão contra ele. Ele viverá em hostilidade contra todos os seus
parentes!” (Gn 16.12 BKJ). Abraão e seus descendentes, Isaque, Jacó, deram
origem aos Hebreus de onde vieram os judeus. Ismael e a sua descendência,
Nebaiot, Cedar, Abdiel, Mabsão, deram origem aos árabes. Referindo-se aos dois
filhos de Abraão, Paulo vai dizem que “Não são os filhos da carne que são
filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência” (Rm
9.8).
II. ISAQUE, O BEM MAIS PRECIOSO
DE ABRAÃO
Em Moriá, o Senhor não somente provou a fidelidade
de Abraão, como também introduziu Isaque na dimensão da fé confessada por seu
pai.
1. A provação das provações. Certa
noite, o Senhor ordenou a Abraão: “Toma agora o teu filho, o teu único filho,
Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto
sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gn 22.2). Na manhã seguinte, ainda
de madrugada, o patriarca conduziu o filho amado ao sacrifício supremo. O patriarca,
todavia, tinha absoluta certeza de que retornaria do Moriá com o filho, pois
aos servos ordenou claramente: “Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço
iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós” (Gn 22.5; Hb 11.17-19).
Comentário
Por que Deus
pediu a Abraão que sacrificasse seu filho, tendo o próprio Deus condenado o
sacrifício humano em Levítico 18 e 20? Esse foi um pedido impressionante porque
Isaque era o seu filho da promessa. Como Abraão respondeu? Com obediência
imediata; na manhã seguinte, Abraão começou a sua jornada com dois servos, um
jumento, seu amado filho Isaque e com a lenha para o holocausto. Sua obediência
inquestionável ao comando aparentemente confuso de Deus deu a Deus a glória que
Ele merece e nos deixou um exemplo de como devemos glorificá-lO. Abraão confiou
no amor e no poder de Deus de tal maneira que voluntariamente obedeceu, crendo
que o Senhor ressuscitaria Isaque dentre os mortos (Hb 11.17-19). Isto está
implícito no fato de que, embora Abraão pretendesse matar Isaque, ele disse aos
seus servos: “eu e o rapaz [nós] iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos
para junto de vós” (Gn 22.5), e de fato, Deus não estava interessado em que
Abraão viesse de fato a matar o seu filho, nem era esse o seu plano. O fato de
o anjo do Senhor ter impedido que Abraão matasse Isaque (Gn 22.12) revela isso.
O propósito de Deus foi provar a fé de Abraão, com o pedido de que entregasse
completamente aquele seu único filho a Deus. O anjo do Senhor declarou que era
a disposição de Abraão de entregar o seu filho, e não o ato de realmente
matá-lo que satisfez as expectativas de Deus com respeito a Abraão. Deus disse
explicitamente: “Não estendas a mão sobre o rapaz… pois agora sei que temes a
Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho” (Gn 22.12).
2. O encontro de Isaque com Deus. Não há
dúvida de que o Senhor queria provar a fé do patriarca. Todavia, era sua
intenção também levar o jovem Isaque a um encontro pessoal e fortemente
experimental com o Deus de seu pai. A primeira lição que Isaque aprende é que
Deus proverá todas as coisas (Gn 22.8). Por isso, deita-se e deixa-se amarrar
pelo pai ao altar do holocausto (Gn 22.9). No momento certo, o Senhor haveria
de intervir, como de fato interveio. Deus tinha planos para Isaque, e mostraria
ao jovem que Ele cumpre suas promessas. O Deus de Abraão seria também o Deus de
Isaque.
Comentário
No caminho
para Moriá(3), Isaque pergunta: Meu pai, eis aqui o fogo e a
lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? Abraão responde-lhe: “Deus
proverá”. Chegaram ao local determinado e prepararam o altar, então Abraão
contou a Isaque todas as coisas e o amarrou para ser sacrificado e ao levantar
o cutelo para imolá-lo, Deus impediu Abraão de sacrificar Isaque e providenciou
um cordeiro para isso. Isaque, o filho da promessa, agiu em obediência ao seu
pai em se tornar o sacrifício (v.9); Jesus orou: “Pai meu, se este cálice não
pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade” (Mt 26.37) - Isaque é
“padrão”, “ilustração”, “exemplo” ou “tipo”. de Cristo - o padrão do sacrifício
de Isaque por Abraão prefigura muitos eventos que espelham a morte e a
ressurreição de Jesus.
Comentário
Nos dias do
Antigo Testamento, o casamento era negociado pelos pais dos noivos. O homem que
desejasse uma esposa tinha de comprá-Ia, e o preço estabelecido, de acordo com
o que se lê na Bíblia (Dt 22.29), era de cinquenta siclos de prata, cujo
pagamento poderia ser feito em camelos, ovelhas ou em dinheiro. Esse pagamento
era chamado "monhar". Se o casamento fosse pacífico, não era tratado
diretamente pelo noivo nem pela noiva. Os intermediários no trato do consórcio
eram os amigos do noivo. O contato dos intermediários com a família da noiva
exigia que estes "levassem presentes para a noiva e não podiam ir de mãos
vazias. A noiva não tinha a menor interferência nas negociações de seu casamento
com o noivo. Não tinha o direito de recusar o homem que lhe escolhessem para
marido. [...]No contrato de casamento não estava a ação de qualquer mulher, nem
mesmo da mãe da noiva. Todos os assuntos relacionados com o enlace eram
realizados pelo pai da noiva e, na falta deste, pelo irmão mais velho; na falta
do irmão, um amigo de confiança ou mesmo um servidor da casa poderia ser o
intermediário. Em Gênesis 24, aparece Abraão dando instruções ao seu servo para
procurar uma esposa para Isaque. O próprio Isaque desempenhou papel secundário.
Convém lembrar que os casamentos desses dias distantes deviam
realizar-se entre pessoas da mesma tribo; não se admitiam casamentos com
estrangeiros (portanto, Isaque não poderia ter se casado com uma das
jovens daquela terra). [...] A esposa era levada ao esposo coberta com um véu
(Gn 24.65; 29.25). Enfeitada para o esposo, tendo um cinturão próprio do
casamento (Jr 2.32), ela aguardava o esposo no quarto das mulheres, o tálamo
nupcial (JI 2.16). Em grego, os noivos recebem o nome de "nymphios". Conde,
Emílio, 1901-1971 - Tesouro de conhecimentos bíblicos / Emílio Conde. - 2' ed. Rio
de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de DEUS, 1983. Note o leitor
que a oração do servo de Abraão, Eliezer, quando já se encontrava nos arredores
da cidade de Naor, foi uma oração de quem estava necessitando da ajuda de Deus.
Era uma oração onde ele não pedia que o Senhor mostrasse a ele uma mulher
perfeita, bonita mas uma mulher que fosse piedosa e que Ele (Deus) estivesse
preparando para Isaque, filho do seu senhor Abraão. Esta é a oração que
deveríamos fazer em favor de nossos filhos. Que o Senhor coloque na vida deles
pessoas crentes, piedosas, bondosas, compassivas, fiéis e de beleza interior
sem igual. Que os atributos de uma mulher ou de um homem de Deus, encontrados
em 1 Pedro 3.3-4, façam parte da vida daqueles que almejamos para nossos
filhos... "O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no
uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; Mas o homem encoberto no coração;
no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de
Deus."
2. O casamento de Isaque. Tendo
consultado sua família e recebido o consentimento desta, Rebeca acompanha
Eliezer até chegarem onde Isaque morava. O encontro de Isaque com Rebeca foi
singular e romântico. Ele saíra a orar, à tarde, quando avistou a jovem na
feliz comitiva. Depois de ouvir o servo do pai, ele a conduz à tenda da mãe e a
toma por esposa (Gn 24.67). Assim Isaque foi consolado da perda de sua mãe, Sara.
Comentário
Por causa da
forte influência tribal e da unidade do clã na sociedade patriarcal, os pais
consideravam seu dever e prerrogativa assegurar esposas para seus filhos (Gn
24.3; 38.6). Normalmente, a noiva em perspectiva, assim como o noivo, simplesmente
concordava com os arranjos feitos de acordo com os interesses da família e da
lealdade à tribo. Não é de admirar que muitas vezes os pais procurassem o
casamento entre primos em primeiro grau, como por exemplo, no caso de Rebeca e
Isaque. O casamento com mulheres estrangeiras era desaconselhado (Gn 24.3;
26.34,35; 27 .46; 8.8) e mais tarde foi totalmente proibido (Ex 34.16; Dt 7.3;
Ed 10.2,3,10,11) pelo perigo de uma volta à prática da idolatria das demais
nações. Casamentos mistos eram tolerados apenas no caso dos exilados (por
exemplo, José, Gn 41.45; Moisés, Ex 2.21) e dos reis apenas por razões
políticas. Por outro lado, havia em Israel a oportunidade para casamentos
baseados no namoro. O jovem podia declarar a sua preferência (Gn 34.4; Jz 14.2).
Por exemplo, Mical se apaixonou por Davi (1 Sm 18.20). Na época do AT as
mulheres não eram mantidas como reclusas, como nos países muçulmanos, e podiam
sair às ruas com o rosto descoberto (cf. 1 Sm 1.13). Elas cuidavam das ovelhas
(Gn 29.6; Ex 2.16), carregavam água (Gn 24.13; 1 Sm 9.11), colhiam nos campos
(Rt 2.3) e visitavam outros lares (Gn 34.1). Dessa maneira., os jovens tinham a
liberdade de procurar a futura noiva sozinhos. [...]A essência da cerimônia do
casamento ou das festividades era o ato de retirar a noiva da casa do pai e
trazê-la para a casa do noivo ou de seu pai. Dessa forma, havia uma verdade
literal na expressão hebraica "tomar" uma esposa (por exemplo, Gn
4.19; 12.19; 24.67;38.2; Nm 12.1; 1 Sm 25.39-42; 1 Rs 3.1; 1 Cr 2.21)..Dicionário
Bíblico Wycliff – Charles F. Pfiffer, Howard F. Vos, John Rea.. Também é
importante frisar que, o casamento de Isaque e Rebeca não foi simplesmente
terem tido relações na tenda, sem nenhuma formalidade, como fica evidenciado em
uma leitura rápida do texto fora do contexto. Explico: Já foi explicado acima
que naquela época os casamentos eram geralmente arranjados pelos pais e por
vezes se usava a figura de um representante legal. Aliás, até hoje, é possível
casar por procuração. O servo-procurador foi, orando para que Deus mostrasse
quem seria a esposa para Isaque (Gn 24.12-14). Quando ficou claro que era
Rebeca, o servo-procurador lhe entregou presentes, que já apontavam para um
pedido oficial de casamento (como alianças de noivado, por exemplo), e pediu
para conhecer a família dela (Gn 24.22-26). A família era composta da mãe e do
irmão Labão, que era o patriarca da família (o pai havia morrido), o que
naquela época significava aquele que fazia o papel do líder religioso e civil.
É só verificar o episódio mais adiante, em que ela casa as suas duas filhas,
Lia e Raquel, com Jacó (Gn 29). Voltando ao relato... Diante da mãe e do irmão
de Rebeca, o servo-procurador fez a proposta de casamento, repetindo a missão
que lhe fora dada: achar uma esposa para Isaque (Gn 24.28-49). Houve a
permissão da mãe e do irmão (Gn 24.50-51) e em seguida perguntaram a Rebeca:
“queres ir com este homem?”, ao que ela respondeu “irei” (Gn 24.57-58) – algo
bastante parecido com “você aceita este homem como seu legítimo esposo?” –
“sim, aceito”. E não faltou nem bênção: Labão, como patriarca da família,
abençoou Rebeca na saída (Gn 24.60 – a frase “és nossa irmã” sugere que foi
Labão quem deu esta bênção).
3. Os filhos que não vinham. Rebeca
também era estéril. Isaque, todavia, ao invés de arranjar um herdeiro através
de um ventre escravo, como haviam feito seus pais, foi buscar a ajuda de Deus.
Ele orou insistentemente ao Senhor por sua mulher (Gn 25.21). Isaque se casou
com Rebeca quando tinha quarenta anos (Gn 25.20), e foi pai aos sessenta anos
(Gn 25.26). Pela Palavra de Deus, entendemos que Isaque orou por vinte anos,
até ter sua oração respondida. Ele era um homem de oração, e não se deixou
abater pelo passar do tempo, pois tinha uma promessa de Deus para sua família.
E Deus lhe deu dois filhos: Esaú e Jacó.
Comentário
O casamento
de Isaque e Rebeca continuava sendo dirigido por Deus. Diante da esterilidade
de Rebeca, que era um obstáculo ao desenvolvimento da família da aliança,
Isaque se colocou diante de Deus em oração por sua esposa. Essa atitude não
apenas demonstra sua fé em Deus, como também seu amor por sua esposa (Gn
25.21). O resultado disto foi que Deus os abençoou, ouvindo e atendendo essa
oração. Rebeca, então, concebeu. Era preciso exercitar a fé na promessa e a
ferramenta utilizada por Deus para isso foi mais uma vez a esterilidade! Rebeca
foi estéril por cerca de vinte anos. Isso deu a Isaque a oportunidade de
mostrar a sua fé na promessa de Deus a Abraão, de abençoar todas as famílias da
terra por meio de um descendente seu que ainda não havia nascido (Gn 12.3).
Comentário
As Bênçãos
de Deus são tão evidentes sobre Isaque, o sucessor escolhido para as promessas
de Deus, como fora sobre seu pai Abraão (Gn 21.22), assim, tornou-se muito rico
(poderoso): “Isaque semeou naquela terra, e no mesmo ano colheu o cêntuplo; e o
Senhor o abençoou. E engrandeceu-se o homem; e foi-se enriquecendo até que se
tornou mui poderoso; e tinha possessões de rebanhos e de gado, e muita gente de
serviço; de modo que os filisteus o invejavam” (Gn 26.12-14). Ao fixar-se
naquela terra e por ser um homem abençoado por Deus, agraciado com muitos
animais e com muita gente de serviço, Isaque despertou grande inveja nos
filisteus, que se voltariam contra ele em forma de retaliação. Seus inimigos
começaram a entulhar os poços de água, anteriormente construídos pelo seu pai
Abraão. Diante daquela situação conflituosa, o Rei dos filisteus, Abimeleque,
pediu que Isaque saísse do meio deles, pois achava que o centro da contenda
fosse Isaque e sua gente. Que lição maravilhosa para nós. Não o fato de ter
enriquecido, mas o fato de ser, Isaque, um pacificador! Mateus 5.9:
“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”.
Estamos diante de uma qualidade imprescindível para aquele que quer fazer parte
do reino. O integrante do reino deve ser um "pacificador". Esta
palavra vem do grego "eirhnopoiov" – eirenopoios (esta
palavra é uma derivação de "eirhnh" (eirene) – "paz")
e tem como significado "promotor da paz". Não significa
somente fugir de discórdias e contendas, mas também detectar o foco delas e
jogar água, pacificando irmãos em disputas, criando um clima de amizade e união
no meio do povo de Deus. É verdade que há situações onde a pacificação não depende
somente de nós. Podemos ser "agraciados" com um inimigo gratuito, que
nos odeia sem causa! Porém, o apóstolo Paulo é claro: "... se depender de
vós, tende paz..." (Rm 12.18). Observe que Paulo não fala somente da paz
entre os irmãos, mas também da paz com "todos os homens", ou
seja, estão envolvidos também aqui, aqueles que não são convertidos, no meio
dos quais precisamos ser promotores da paz. O escritor aos Hebreus assevera que
a paz deve ser "perseguida" a qualquer custo (Hb 12.14). O
verbo "seguir" é o termo grego "diwkw" – dioko, que quer
dizer "correr rapidamente para pegar uma pessoa ou coisa",
"buscar avidamente". Devemos buscar a paz a qualquer custo! Procurar
avidamente por ela! Note que a palavra paz é colocada junto com a palavra
santificação, onde o autor nos diz que "... sem a santificação ninguém
verá o Senhor". Não é isso sugestivo a nós? Sejamos pacificadores,
promotores de paz não somente na igreja, mas também no meio em que vivemos!
2. Profeta de Deus. A
bênção de Isaque impetrada sobre os gêmeos, antecipa profeticamente o destino
de cada um deles. Mesmo Jacó havendo-o enganado, fingindo ser Esaú a fim de
roubar a primogenitura do irmão, o patriarca não pôde anulá-la, pois suas
palavras eram, na verdade, de Deus. Por isso, diante dos rogos de Esaú, foi
categórico: “Eis que o tenho posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos
lhe tenho dado por servos; e de trigo e de mosto o tenho fortalecido; que te
farei, pois, agora a ti, meu filho?” (Gn 27.37). Naquele momento, Isaque
profetizou não acerca de Jacó e Esaú, mas dos povos que estes representavam.
Comentário
A
primogenitura era ritual e estatuto em Israel, o filho mais velho recebia
herança em dobro dos bens de seu pai, além de ser o herdeiro do título do pai
e, o mais importante, o sucessor do pai no sacerdócio familiar. Isto incluiu a
herança da terra, assim como a autoridade para seguir com as bênçãos Divinas. O
primogênito dos rebanhos e de famílias humanas era considerado como pertencendo
ao Senhor, e esperado que lhe fosse dedicado. Esaú perdeu seu direito de
primogenitura para seu irmão Jacó por causa de uma refeição de lentilhas, isso
aponta para o caráter dele, note que somente em dois lugares nas Escrituras um
homem é chamado um caçador, (Tzayid): o primeiro homem intitulado como caçador,
para identificar o seu caráter foi Nimrode; o outro é Esaú; quando a Bíblia o
usa a palavra Tzayid é sempre em sentido negativo. Note,
ainda, o seguinte: A palavra Hebraica para a benção (brachah –
lê-se brarrá) carrega a mesma raiz Hebraica da palavra que significa
primogenitura e primogênito (bekorah), assim, de fato, Jacó não roubou a
bênção que cabia ao seu irmão mais velho. Deus usou seus servos, geralmente
profetas, no passado, para transmitir sua mensagem de bênção ou maldição; o
Senhor separou a tribo de Levi para abençoar em Seu nome (Dt 10.8) e deu-lhes
as palavras exatas, que consistem em desejar que o Senhor lhes seja propício
(Nm 6.23-27). A bênção de Isaque, neste caso, só teria valor se procedesse de
Deus. Mesmo no caso de seu pai Abraão, Deus prometeu: "abençoarei os que
te abençoarem (te desejarem o bem) e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem (te
desejarem o mal) ..." (Gn 12.3): nunca "abençoarei os que
abençoares". O Pr Ciro Sanches Zibordi escreve em sua obra Erros
que os Pregadores devem Evitar – CPAD: “Você já percebeu como a
expressão "Deus te abençoe" está caindo em desuso? É comum ouvir
crentes dizendo: "Eu te abençôo, meu irmão". Antigamente, os pais
respondiam aos filhos: "Deus te abençoe, meu filho". Hoje, orientados
por alguns "mestres", dizem: "Eu te abençôo". E muitos
sequer acrescentam o complemento "em nome de Jesus". O que é bênção?
A luz da Bíblia Sagrada, é algo que somente Deus pode dar! Não há nenhum ser
humano capaz de conferir bênçãos diretamente às pessoas! E o Senhor nunca teve
interesse em transferir isso aos pregadores, pois eles certamente se
ensoberbeceriam. Sem conseguir abençoar alguém, de fato, os homens já se
vangloriam (Mt 7.22)! Já pensou se houvesse algum "apóstolo" ou
"missionário" dessa última hora capaz de entregar bênçãos diretamente
ao povo? O pior é que alguns pensam que fazem isso. Todas as bênçãos vêm dEle
(Tg 1.17). É o Senhor quem nos abençoa com as bênçãos espirituais, nos lugares
celestiais (Ef 1.3). Contudo, muitos pregadores parecem se
considerar deuses. Determinam e profetizam vitória na hora que querem e não se
constrangem em "abençoar" as pessoas!”
CONCLUSÃO
A história de Isaque não é uma simples biografia. É
um relato de fé e de superações no campo pessoal, doméstico e nacional. Do
monte Moriá, onde se encontrou pessoal e experimentalmente com Deus, até a sua
morte, ele viveu como um príncipe de Deus. Portanto, não se deixe abater pelas
provações. Exerça a sua fé no campo das impossibilidades.
Comentário
Na vida de
Isaque temos a base do ensino do Novo Testamento sobre a Expiação, a oferta do
sacrifício do Senhor Jesus na cruz pelo pecado da humanidade. Mesmo assim, não
foi isento de defeitos. De fato, Isaque foi um herói da fé, porém, as
Escrituras Sagradas tanto mostram os exemplos de fidelidade dos personagens
bíblicos, como também seus pecados. A seguir, como conclusão desta lição e para
ser honesto com o conteúdo bíblico, isto é, não falando apenas dos acertos, mas
mostrando também os erros, transcrevo um artigo de autoria do Pr Paulo Rogério
Petrizi, Líder da Igreja Batista Vida Nova, na cidade de Campinas-SP, publicado
no site Prega a Palavra: “E Isaque cometeu pelo menos três erros em
relação a sua esposa e família que estão registrados na Palavra para nos
servirem de alerta. Em Gênesis 26.1-11, houve um período de seca e fome em toda
Canaã. Seria natural que Isaque e sua família fossem para o Egito, porém foi
Deus quem impediu Isaque de seguir naquela rota (pois no passado Abrão foi ao
Egito e também cometeu erros lamentáveis). Ao mesmo tempo em que mandou Isaque
desistir de ir buscar abrigo no Egito, o Senhor lhe fez uma promessa muito
clara: Eu estarei com você e o abençoarei. (Gn 26.3). Eis aqui uma lição para
nós: o melhor lugar para estarmos com nossos familiares é onde o Senhor nos
coloca e abençoa. Nenhum lugar da Terra é mais seguro do que sob a bênção de
Deus. Em Gerar, território filisteu, Isaque buscou abrigo junto ao rei Abimeleque.
Foi ali que cometeu pelo menos três erros:
1º. O pecado
de não confiar em Deus. Foi tão clara a promessa do Senhor: Estarei com você e
o abençoarei. Ainda assim Isaque não confiou o suficiente. Teve medo de morrer
assassinado em face de sua esposa ser uma mulher muito bonita. Daí, mandou que
ela mentisse e dissesse que era sua irmã. Honramos ao nosso Deus e
Pai quando nEle confiamos. Há inúmeros textos nas Escrituras que nos conclamam
a confiarmos no nosso Deus. Um deles, o Salmo 62.8: Confie nele em todos os
momentos, ó povo; derrame diante dele o coração, pois Ele é o nosso refúgio.
Como marido,
cabeça de sua família, mantenha uma fé fervorosa em Deus. Confie nEle sempre.
2º. O pecado
de mentir. Isaque mentiu vergonhosamente, algo que um homem de Deus
jamais deveria consentir-se fazer. E sua mentira lhe custou muita vergonha
quando foi desmascarado pelo rei filisteu. Aliás, até hoje o patriarca é
lembrado pela mentira que contou. Foi o Senhor Jesus quem afirmou que o Diabo é
"pai da mentira". Aliás, a mentira é o único "filho" do
Diabo. Por isso o Senhor Deus tem um sério problema com a mentira - a tal ponto
de excluir do ambiente celestial todos os mentirosos (cf. Ap 21.8).
Como marido,
seja fiel e verdadeiro. Fale sempre a verdade e conserve seu lar livre da
mentira, cuidando para que seus filhos aprendam desde cedo este Princípio.
3º. O pecado
do egoísmo. O rei de Gerar, Abimeleque, ao confrontar Isaque com seu pecado,
advertiu-o das consequências que Rebeca poderia ter sofrido. Ou seja, Isaque pensou
mais nele do que na esposa e com a finalidade de proteger-se, expôs sua mulher
a ser cortejada por ímpios. O amor que aprendemos com Jesus é sacrificial,
conforme expôs Paulo em Efésios 5.25. O marido deve amar sua esposa como Cristo
amou a Igreja, dando sua vida por ela. Um marido aprovado por Deus não pode ser
egoísta, mas sim altruísta.
Como marido,
ame sua esposa e seus filhos e demonstre este amor com honra, afeto, zelo,
atenção, dedicação, esforço e paciência.
O propósito
desta narrativa nas Escrituras é nos servir de alerta. Por favor, aprenda com
os erros que Isaque cometeu e não incorra neles. Confie sempre em Deus. Fale
somente a verdade. Ame com amor sacrificial”http://paulopetrizi.blogspot.com.br/2012/10/os-tres-erros-que-o-patriarca-cometeu.html.“NaquEle
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Missionário Vicente Dudman
Natal-RN
Dezembro de 2015
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