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Missionário Vicente Dudman
Formatura:
Teologia -
Assembleia de Deus no Brasil
Direito - Universidade Estácio de
Sá (Câmara Cascudo) no Rio
Grande do Norte.
Inglês - University of Texas
Estados Unidos. |
Estamos disponibilizando pra você todo início de semana, mais um comentário sobre cada lição da EBD. Assim fazemos, para que os irmãos possam melhor preparar sua aula. Cada item, contém um comentário, para que o amado leitor entenda melhor os tópicos da lição. Estudaremos esta semana a primeira lição nº 1 desse 1º trimestre, que tem como título: Escatalogia, o estudo das últimas coisas. Para cada tópico, deixamos o nosso comentário. Fizemos cuidadosa pesquisa a respeito dessa tão importante lição. Buscamos auxílio e Ainda recorremos a vários mestres no assunto, para que pudéssemos aplicá-lo para o seu melhor entendimento. Em caso de dúvidas com relação ao assunto, deixe seu comentário, a sua dúvida, no final desta postagem, que responderemos com todo prazer a sua pergunta. Espero que satisfaça a todos, e tenha uma boa aula.
INTRODUÇÃO
Neste trimestre teremos a oportunidade ímpar de
estudar a respeito do tempo do fim. Nesta primeira lição, examinaremos a
Escatologia bíblica. Para os salvos em Jesus Cristo este é um tema que traz
esperança, pois não há nada melhor do que ter a certeza de que o Salvador
voltará e que viveremos junto com Ele por toda a eternidade. No entanto, para
os descrentes, a segunda vinda de Jesus não oferece motivos para regozijo. As
previsões bíblicas para o futuro dos ímpios são aterradoras: "Os ímpios
serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus" (Sl
9.17). Porém, ainda é tempo para o arrependimento e a conversão. Por isso, a
Igreja do Senhor tem a responsabilidade de anunciar Jesus, cumprindo a Grande
Comissão (Mt 28.19,20).
Comentário
Iniciamos
2016 estudando a Escatologia Bíblica. Talvez alguém possa alegar que este
assunto é de somenos importância, contudo, não podemos ter uma visão vaga sobre
as verdades bíblicas. Na escatologia estão inseridas as principais doutrinas do
Cristianismo: o céu, o inferno, a salvação, o arrebatamento, o juízo final,
galardão dos salvos, a ressurreição, etc. Estudar escatologia é adquirir um
panorama sólido de toda a Bíblia, pois a grande dificuldade na escatologia, por
parte do nosso povo, é a falta de conhecimento amplo das Escrituras. O estudo
da Escatologia requer muita atenção e cuidado para não entrar na classe dos
falsos mestres que Paulo enfatizou que, nos últimos tempos surgiriam (1Tm 4.1).
A Igreja precisa ser ensinada sobre esse assunto, não apenas porque a
negligência produz um vácuo perigoso, mas também porque a escatologia é o ponto
crucial e a coroa da teologia sistemática. Ainda no tempo dos apóstolos a
segunda vinda de Cristo era negada (2Pe 3.4), e ainda hoje encontramos pessoas
que negam a realidade desta doutrina. Por isso é necessário demonstrar, pelas
Escrituras, a sua realidade. E por fim, durante este período a Igreja tem a
incumbência de proclamar o evangelho antes que venha o "grande e
terrível dia do Senhor"(Ml 4.5), que porá fim aos últimos dias, para
inaugurar o "dia da vingança do nosso Deus"(Is 61.2b).
I - O ESTUDO DA ESCATOLOGIA
1. Definição. A palavra escatologia tem
origem em dois termos gregos: escathos, "último", e logos,
"estudo", "mensagem", "palavra". O termo grego
cognato é éschata, que significa "últimas coisas". Daí vem à
expressão "estudo", ou "doutrina" das "últimas
coisas". Portanto, escatologia é o estudo sistemático das coisas que
acontecerão nos últimos dias ou a "doutrina das últimas coisas". A
escatologia estuda os seguintes temas: Estado Intermediário, Arrebatamento da
Igreja, Grande Tribulação, Milênio, Julgamento Final e o Estado Perfeito
Eterno.
Comentário
Como o
sub-tópico define, Escatologia é uma palavra de origem grega, formada pelos
radicais εσχατος, "último", mais o sufixo logia,
e significa "o estudo das últimas coisas" ou "doutrina das
coisas finais". Muitas passagens das Escrituras empregam a palavra eschathos juntamente
com heméra ‘dia’, assim temos ‘último dia’ (Jo 6.39;
7.37). A primeira ocorrência se refere ao último dia da ressurreição, um dia
escatológico, enquanto que a segunda apenas faz alusão ao último dia da festa
de casamento. O seu plural ‘escatai hmerai’ ocorre em At 2.17; 2Tm 3.1;
Tg 5.3; Hb 1.2. Todas estas passagens aludem ao período de tempo entre a 1ª e a
2ª vindas de Jesus. É importante ressaltar que o período conhecido como ‘últimos
dias’ iniciaram-se com a 1ª vinda de Jesus que, segundo Paulo, veio na
"plenitude do tempo" (Gl 4.4), pois o tempo anterior da
dispensação da lei já estava cumprido (Mc 1.15; Lc 16.16). Estamos vivendo os
últimos dias. Esse período de tempo que a Bíblia chama de últimos dias, recebe
ainda outras designações, tais como: "tempo aceitável... dia
da salvação"(Is 49.8) ou "ano aceitável do Senhor"(Is
61.2a); "dispensação da plenitude dos tempos"(Ef 1.10) ou
"dispensação da graça"(Ef 3.2) ou "dispensação do
mistério"(Ef 3.9); "tempo da oportunidade", "tempo
sobremodo oportuno", "dia da salvação"(2Co 6.2),
"tempos oportunos" (2Tm 2.6), "tempos devidos"
(Tt 1.3); "hoje" (Hb 3.7,15; 4.7,8); "fins dos séculos"
(1Co 10.11), e "última hora"(1Jo 2.18).
2. A escatologia e a volta de Jesus. O
estudo da escatologia bíblica mostra que o crente tem de estar sempre alerta,
vigilante, pois a volta de Jesus pode acontecer a qualquer momento:
"Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do Homem à
hora que não imaginais" (Lc 12.40). Muitos desprezam e desdenham das
verdades bíblicas, mas Deus vela pela sua Palavra e em breve Jesus voltará e
julgará a todos aqueles que amam a prática do pecado.
Comentário
Acredito que
a razão por que poucos estão prontos para o julgamento é que a maioria não sabe
que haverá um julgamento. Além de estarmos preparados, escatologia deve nos
motivar a ajudar os outros a se prepararem também. Enquanto a obsessão pelas
últimas coisas é perigosa, a omissão é ainda mais. A preocupação com o mundo
presente está sufocando o interesse no mundo por vir, e acredito muitos crentes
já não oram Maranta! Temos construído nosso céu aqui. O estudo da Escatologia
mantém estas verdades vitais e finais à nossa frente e nos encoraja a olhar
além deste mundo: para o céu na vida eterna com Cristo e o Seu povo. Ainda que
pareça tardar, a volta de Jesus é Literal - Pessoal e Corporal (At 1.11; 1Ts
4.14-17); será visível (Ap 1.7,9-11; Mt 24.26,27,30; Lc 21.27; Tt 2.13; 1Jo
3.2,3; Is 52.8; Os 5.15). Sua vinda é súbita (Ap 22.7,12,20; Mt 24.27),
iminente, do ponto de vista profético (Tt 2.13; Hb 9.28; 1Ts 1.9,10; Rm 13.11),
próxima, do ponto de vista histórico (Lc 21.28; Mt 16.3;24.33;24.3). Se dará em
duas Fases (Sf 2.3):
a) O
arrebatamento da igreja, nos ares (1Ts 4.16,17; Jo 14.3); a parousia;
b) A
revelação ao mundo, na terra (2Ts 1.7-9; 2.7,8; Cl 3.4; Ap 1.7; Jl 3.11; 1Ts
3.11; Zc 14.4,5; Jd 14).
II - A PREOCUPAÇÃO COM OS FINS
DOS TEMPOS
1. Os discípulos de Jesus. Certa vez,
os discípulos de Jesus fizeram a seguinte indagação ao Mestre: "[...]
Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do
mundo? (Mt 24.3). Tanto os discípulos quanto os cristãos do primeiro século
desejavam saber a respeito do fim dos tempos, pois este é um assunto que chama
a atenção de crentes e não crentes. Já no primeiro século algumas pessoas não
acreditavam mais na segunda vinda de Jesus, pois Pedro fala sobre os
"escarnecedores" que dizem: "Onde está a promessa da sua
vinda?" Infelizmente, hoje muitos também continuam achando que a Palavra
de Deus não se cumprirá e que o fim não virá (2 Pe 3.3,4).
Comentário
Em seus
ensinamentos particulares no monte das Oliveiras, Jesus respondeu a três
perguntas relacionadas à destruição do Templo, à sua segunda vinda e ao fim.
Esses temas estão interligados e algumas vezes é difícil determinar qual
acontecimento está sendo descrito. Essa dificuldade é parcialmente resolvida
quando se percebe que a maioria das profecias é capaz de um cumprimento tanto
próximo como remoto. É importante lembrar que, em Mt 24.14, Jesus liga o
testemunho universal do evangelho à sua segunda vinda. Os discípulos reunidos
aos pés de Jesus no monte das Oliveiras o indagam acerca do tempo do fim e a
resposta do Mestre é que veriam algumas daquelas coisas ensinadas, acontecendo
em um período relativamente curto (perseguição, abominação no Templo de
Jerusalém e sua destruição), mas também deixou claro que haveria um lapso de tempo
antes que tudo isso começasse a acontecer. Toda a revelação aponta para o
futuro. O futuro consiste num plano traçado por Deus para que a Igreja caminhe
neste mundo “pela fé a esta graça, na qual estando firme, gloria-se na
esperança da glória de Deus” (Rm 5.2).
2. As previsões falsas sobre o futuro. O
homem sempre se preocupou com o fim dos tempos, por isso, o grande número de
falsos profetas e falsas previsões quanto ao futuro da humanidade. São inúmeras
seitas e falsos profetas que já marcaram a data da segunda vinda de Jesus e o
fim de todas as coisas, pois todos erram.
Comentário
O apóstolo Paulo escreve aos
Efésios para argumentar o fato de que nós somos o alvo da revelação divina:
“nos elegeu antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis
diante dele. Em amor nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus
Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade” (Ef 1.4,5). O
Eterno é maravilhoso para com aqueles que são santos e Seus filhos e somente
estes têm o privilégio de ter a revelação das coisas que em breve hão de
acontecer. Em contraste, o mundo irregenerado, que não tem a revelação de Deus,
se fecha num ciclo de falsas expectativas em relação ao futuro.
Filosoficamente, a humanidade descrente vê com grande otimismo a era que está
por vir e vislumbra um fantástico progresso material e científico; Contudo o
apóstolo Paulo nos adverte: “quando andarem dizendo: paz e segurança, eis que
lhes sobrevirá repentina destruição” (1Tm 5.3). O Site CACP.ORG transcreve
um artigo do Jornal “Chamada da Meia Noite” (1995), de autoria de José Marcílio
da Silva, onde ele escreve o seguinte: “Aos olhos dos franceses do final do
século XIX, o novo século parecia uma espécie de Idade de Ouro. Mas o
entusiasmo durou até 1914, quando a 1ª Guerra Mundial pôs fim ao sonho dourado.
Outra parte da humanidade certamente adentrará o 3º milênio cheia de
superstições, medo, insegurança e pessimismo; preocupada com desgraças,
desemprego, violência e caos social. A história registra que, na passagem do
ano 999 para 1.000, a maior parte da Europa não conseguiu comemorar a data,
pois esperava o “Apocalipse”. Segundo o historiador Frederick H. Martins, um
sentimento de terror dominou a multidão amontoada na imensa Basílica de São
Pedro, em Roma, na noite de 31 de dezembro de 999. Inclusive o Papa Silvestre
II parecia aterrado. Isso aconteceu porque o povo não tinha acesso à Bíblia.
Quem conhece a revelação sabe que o mundo irá de mal a pior, mas não se
desespera. E o Senhor Jesus profetiza: “homens desmaiarão de terror, na
expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo… e quando estas coisas começarem
a acontecer, fiquem firmes e levantem a cabeça, pois a vossa redenção está
próxima, Lc. 21.26,28.”
3. Falsos profetas. Certo
pastor, marcou o arrebatamento da Igreja para o ano de 1993, e o início da
Grande Tribulação, considerando que o ano 2000 seria o fim do sexto milênio.
Outro "profeta", baseado em cálculos matemáticos, somando ou
subtraindo referências bíblicas e utilizando a contagem bíblica dos tempos,
assegurou que o Anticristo seria revelado em 13 de novembro de 1986 às 17horas
em Jerusalém! Marcou o "fim do mundo" para março de 1987. Mais um
falso profeta foi desmoralizado.
Comentário
Não faz
muito tempo, uma autodenominada ‘apóstola’ afirmou que a vinda de Cristo será
em 2017 ou 2018 (veja aqui).
A autora desta declaração se coloca em grau de superioridade a Jesus Cristo,
pois Ele mesmo afirmou nas Escrituras que quanto à sua vinda nem Ele mesmo
sabia, somente o Pai do Céu. Muitos outros já tentaram prever esta data
anteriormente. Não podemos concordar, absolutamente, com estas tentativas de
anunciar uma data possível para a vinda de Jesus. Não é preciso raciocinar
muito para afirmar que isso não passa de alarme falso. Basta ler o que Jesus
deixou escrito no sermão profético de Mateus 24.36: “Mas daquele dia e hora
ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.” Entre as muitas
outras profecias falsas sobre a vinda de Jesus está a declaração de Joseph
Smith, fundador do Mormonismo, feita em 1835. Profetizou ele que Cristo
voltaria dentro de 56 anos, e que muitos dos que então viviam “não provariam a
morte até que Cristo voltasse”. Nem seria preciso dizer que ele morreu e Jesus
ainda não. Charles Taze Russell declarou que a segunda vinda de Cristo tinha
ocorrido invisivelmente em outubro de 1874, e que o Senhor estava
verdadeiramente presente, e, que, em 1914, os fiéis (os 144.000) seriam
trasladados para o céu e os ímpios destruídos. Profetizou que a Batalha do
Armagedom, que começara em 1874, terminaria em 1914 com a derrubada geral dos governantes
da Terra e o fim do mundo. No começo da década de 20, as Testemunhas de Jeová
distribuíram nas ruas e de porta em porta na América do Norte, um livro
intitulado Milhões Hoje Vivos Jamais Morrerão, que anunciava: “O ano de 1925 é
uma data definitiva e claramente marcada nas Escrituras, ainda mais clara que a
de 1914… podemos esperar confiantemente que o ano de 1925 marcará o retorno de
Abraão, Isaque e Jacó e dos fiéis profetas antigos… na condição de perfeição
humana.” As Testemunhas de Jeová chegaram a construir uma casa na cidade de San
Diego, Califórnia, na qual os patriarcas deveriam morar, e tentaram passar a
escritura em nome do Rei Davi. Esta casa foi discretamente vendida em 1954.
“Quando o profeta falar em nome do SENHOR, e essa palavra não se cumprir, nem
suceder assim; esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou
aquele profeta; não tenhas temor dele.” (Dt 18.22).
III - INTERPRETAÇÕES
ESCATOLÓGICAS
Existem diferentes interpretações escatológicas a
respeito do fim. Não podemos estudar todas em uma única lição, porém estudaremos
algumas:
Comentário
Este assunto
não tem unanimidade no meio evangélico. No século XIX, surgem novas abordagens
teológicas fazendo com que a Igreja adotasse novos rumos a fim de responder aos
desafios da época. Foi nesse período que surgiram as Escatologias
Contemporâneas - Escatologia Consistente de Schweitzer e a Escatologia
Realizada de Dodd. Temos ainda, o Amilenismo Agostiniano, Amilenismo Clássico,
Pós-Milenismo, Pré-Milenismo Histórico, e o Pré-Milenismo Dispensacionalista,
esta última, adotada pela maioria dos evangélicos brasileiros.
1.Futurista. Essa interpretação
considera que a maior parte das profecias ainda vai se cumprir, começando com o
arrebatamento da Igreja e demais fatos subsequentes. Sem dúvida, é a mais
adequada à realidade das profecias sobre os últimos tempos. Essa
corrente, porém, subdivide-se em:
Comentário
Contrapondo
a interpretação Preterista, o Futurismo lê as profecias apocalípticas como
Futuras e, em alguns casos iminentes, com cumprimento literal do texto em
eventos reais. Tudo o que é profetizado no livro de Apocalipse a partir do
capítulo 4 tem a ver com os últimos dias, sem nenhuma aplicação na história da
igreja. O ponto de vista futurista divide-se em duas correntes: A Moderada (ou
Pré-Milenarismo Histórico) e a Extrema (ou Pré-Milenarismo
Dispensacionalista). Embora haja grandes divergências de interpretação entre
essas duas vertentes hermenêuticas, elas concordam que o propósito do livro de
Apocalipse é descrever a consumação do propósito redentor de Deus no fim dos
tempos. O ponto de vista moderado não vê razão, como o extremo, de fazer uma
diferença tão definida entre Israel e a Igreja. O povo de Deus que sofre a
perseguição feroz e a igreja. Também não vê razão para reconhecer nas sete
cartas uma predição de sete períodos da história da igreja. Não há qualquer
evidência interna para tal interpretação, há apenas sete cartas para sete
igrejas históricas. Os teólogos se dividem em três diferentes correntes:
a) Pré-tribulacionista. Esta corrente afirma que o
Senhor Jesus arrebatará sua Igreja antes da Tribulação de sete anos (Jo 14.1-3;
1 Ts 4-5). Segundo Tim Lahaye, aqueles que "interpretam a Bíblia
literalmente encontram razões fortes para crer que o arrebatamento será
pré-tribulacional". O ensino a respeito do arrebatamento é uma doutrina
fundamental, porém, o povo de Deus não precisa estar dividido quanto a tal
assunto. O importante é que Jesus voltará para buscar a sua Igreja. É
importante ressaltar que a corrente pré-tribulacionista está mais de acordo com
o livro de Apocalipse (Ap 4.1-2). Para os pré-tribulacionistas os crentes serão
guardados da Tribulação. Segundo esta corrente o propósito da Tribulação não é
preparar a Igreja para estar com Cristo, mas, preparar Israel para a
restauração do plano de Deus.
Comentário
O
Arrebatamento pré-tribulacional ensina que, antes do período de sete anos
conhecido como Tribulação, todos os membros do corpo de Cristo (tanto os vivos
quanto os mortos) serão arrebatados nos ares para o encontro com Jesus Cristo e
depois serão levados ao céu (1Ts 4.13-18). Nessa passagem Paulo informa seus
leitores de que os crentes que estiverem vivos por ocasião do Arrebatamento
serão reunidos aos que morreram em Cristo antes deles. No versículo 17 a
palavra "arrebatados" traduz a palavra grega harpazo, que significa
"dominar por meio de força" ou "capturar". Essa palavra é
usada 14 vezes no Novo Testamento Grego de várias maneiras diferentes.
b) Pré-milenista. Essa corrente conclui que a
Vinda de Cristo ocorrerá antes do milênio, quando Cristo virá reinar sobre a
Terra. Grande parte dos cristãos do primeiro século, eram pré-milenistas.
Segundo o pastor Claudionor de Andrade "tal posicionamento foi
duramente combatido por Orígenes que, influenciado pela filosofia grega, passou
a ensinar que o Milênio nada mais era que uma referência
alegórica à ação do Evangelho na vida das nações".
Comentário
O
pré-milenismo, ou pré-milenialismo, é a visão de que a segunda vinda de Cristo
ocorrerá antes do Seu Reino Milenar e que esse reino será um período literal de
1000 anos. Para que possamos compreender e interpretar as passagens nas
Escrituras que lidam com os eventos do fim dos tempos, há duas coisas que
precisamos claramente entender: um método apropriado de interpretar as
Escrituras e a distinção entre Israel (os judeus) e a Igreja (o corpo de todos
os crentes em Jesus Cristo).
c) Midi-tribulacionistas Os midi-tribulacionistas
entendem que a Igreja será arrebatada no meio da Tribulação.
Comentário
Os
defensores desta opinião acreditam que a igreja vai passar pela primeira metade
da tribulação, e será arrebatada no meio (mid) dos dois períodos de três anos e
meio cada. Seus defensores citam At 14.22 para fundamentar esta opinião e
considerando que a Grande Tribulação propriamente dita inicia apenas no meio dos
sete anos, com a retirada da Igreja, deixando o Anticristo livre apara
manifestar-se ao mundo:
- a Primeira
Metade da Tribulação consiste em:
a) Aliança
de Israel com o Anticristo (Dn.9:27; Jo.5:43; Is.28:14-18).
b) As duas
testemunhas (Ap.11;3).
- A Segunda
Metade da Tribulação: Chamada de grande tribulação ou angústia de Jacó
(Mt.24:21; Jr.30:7; Dn.12:1).
a)
Perseguição aos judeus (Ap.11:2;12:6,14).
b)
Perseguição aos convertidos (Ap.7:13,14).
c) A besta
política, o Anticristo (Ap.13:1-10).
d) A besta
religiosa, o Falso Profeta (Ap.13:11-18)
e) Os
144.000 judeus (Ap.7:4-8;14:1-5).
f)
Abominação desoladora (Dn.9:27;12:11; Mt.24:15; Ap.13:14,15; IITs.2:9).
d) Pós-tribulacionistas. Os pós-tribulacionistas
pregam que a Igreja vai passar pela Grande Tribulação. No entanto, esse ensino
não tem base sólida na Palavra de Deus. Jesus disse à igreja de Filadélfia, que
representa a igreja fiel, que iria guardá-la "da hora da tentação que há
de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra" (Ap 3.10).
A Igreja não estará mais na Terra quando começar a Grande Tribulação. Paulo
ensina que devemos "[...] esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou
dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura" (1 Ts 1.10).
Comentário
Estes
acreditam que a igreja passará por todo o período da tribulação, e será
arrebatada apenas após a tribulação, por ocasião da segunda vinda de Cristo.
Eles não distinguem a segunda vinda em duas fases. Reese, um dos principais
expoentes dessa teoria, declara assim sua proposição: “A igreja de Cristo não
será retirada da terra até o segundo advento de Cristo, bem no final desta
presente era: o arrebatamento e o aparecimento ocorrem no mesmo momento de
transição; consequentemente, os cristãos desta geração serão expostos às
aflições finais sob o anticristo.” (Alexander REESE, The approaching advent of
Christ, p. 18)
2. Histórica. Considera que o Apocalipse
é um livro histórico, cujos fatos já se cumpriram na sua maior parte. Mas tal
entendimento não corresponde à realidade bíblica.
Comentário
Esta
interpretação toma como base que os fatos que João descrevia tinham lugar
durante a história da igreja e insinua que todos os fatos já teriam acontecido
quando olhamos para trás na história da humanidade. Obviamente, seria muito
difícil encaixar todas as profecias do livro de Apocalipse em fatos históricos
que já aconteceram. Simplesmente, isto faz com que esta interpretação não tenha
fundamento.
3.Preterista. Os
preteristas entendem que o Apocalipse já se cumpriu totalmente na época do
Império Romano, incluindo a destruição de Jerusalém, no ano 70 a.C. Entretanto,
as profecias bíblicas sobre os fins dos tempos indicam que diversos eventos
escatológicos ainda não se cumpriram, como o Arrebatamento da Igreja (1 Ts
4.17), a Grande Tribulação ou "a hora da tentação que há de vir sobre todo
o mundo" (Ap 3.10), a Vinda de Cristo em glória (Mt 16.27) e o
milênio (Ap 20.2-5).
Comentário
Esta
interpretação considera que João teria escrito Apocalipse antes da destruição
do Templo em 70 d.C. e que estas profecias seriam fatos que aconteceram na
mesma época de quando o livro foi escrito. Esta posição é praticamente
insustentável, porque basta retrocedermos na história, tentando encaixar os
eventos de Apocalipse que veremos que as profecias ainda não aconteceram. Nem
mesmo os imperadores romanos, conhecidos por sua maldade, se encaixariam no
perfil descrito para o anticristo. Também vemos que a profecia da profanação do
Templo descrita em 2 Tessalonicenses 2.3-4 ainda não aconteceu.
4. Simbolista. É também chamada de
interpretação idealista ou espiritualista. Tudo é "espiritualizado",
simbólico; nada é histórico, mas apenas uma alegoria da luta entre o bem e o
mal. Nessa linha de pensamento, há o ensino amilenista, segundo o qual não
haverá um período literal de mil anos para o reinado de Cristo. Ensinam que a
Igreja está vivendo um milênio simbólico, mas as referências que indicam que o
milênio será literal são muitas (Ap 20.2-5; Hc 2.14). Há os pós-milenistas que
pregam que Jesus só voltará depois do milênio. Os textos bíblicos, porém,
indicam uma ordem diferente dos acontecimentos escatológicos. A ressurreição
dos mortos salvos ocorrerá na vinda de Cristo (1 Ts 4.13-17). A volta de Jesus
é tão literal quanto o foi a sua Ascensão (cf. At 1.9,11). O
pré-milenialismo é a opinião escatológica de que Jesus Cristo voltará
literalmente para estabelecer o seu reino na terra por mil anos.
Comentário
Esta
interpretação considera todo o conteúdo do livro em sentido figurado e/ou
metafórico. Esta interpretação supõe que João estaria falando de um conflito
espiritual e não de uma experiência física e real. Esta interpretação tem
sempre a tendência de considerar que o mundo estaria cada vez mais perfeito e
que estaríamos todos ingressando em um novo reino e que as profecias seriam
apenas o conflito espiritual pessoal de João. Porém, todos os acontecimentos
dos séculos XX e XXI mostram que o mundo tem somente piorado, promovendo uma verdadeira
degeneração da raça humana. Isto prova que esta interpretação não tem o menor
fundamento.
CONCLUSÃO
Defendemos a interpretação futurista, que se revela
como a que melhor ajusta-se à boa hermenêutica sagrada, segundo a qual a Bíblia
interpreta-se a si mesma. Nos livros escatológicos, podemos identificar algumas
profecias que já se cumpriram e também entendemos que há linguagem simbólica
nos livros escatológicos. Mas, em relação aos fins dos tempos, face à volta de
Jesus, cremos que esta se dará antes da Grande Tribulação.
Comentário
Portanto,
vemos que a única interpretação aceitável para o livro de Apocalipse é a
futurista. Isso não quer dizer que não haja na Bíblia profecias que já se
cumpriram ou estão se cumprindo hoje e/ou que não haja linguagem simbólica.
Mas, em se tratando da volta de Jesus, a posição com maior apoio bíblico é a
pré-tribulacionista - “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu
te guardarei ‘da hora da tentação’ que há de vir sobre o mundo, para tentar os
que habitam na terra” (Ap 3.10). Note o leitor que Jesus não deixou de ensinar
sobre uma era vindoura perfeita e Apocalipse 21 e 22 descrevem as glórias deste
estado eterno. A cidade de Jerusalém, a celestial, baixará de vez sobre a
Terra. A nova terra tem seu relevo totalmente diferente. Quem preparou esta
cidade foi o próprio Jesus, onde não haverá mais noite, nem precisará da luz do
sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre os seus e reinarão pelos séculos dos
séculos e Deus mesmo enxugará de nossos olhos toda a lágrima. Conheceremos as
águas límpidas do Rio da Vida e sentiremos o gostoso sabor do fruto da Árvore
da Vida! Maranata! Ora, vem Senhor Jesus!] “NaquEle que me garante:
"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de
Deus" (Ef 2.8)”,
Missionário
Vicente Dudman
Natal-RN
Dezembro de
2015