O
jornal italiano La Repubblica relatou que um dossiê com quase trezentas páginas
sobre o escândalo do vazamento de documentos do Vaticano, redigido por um trio
de investigadores nomeados pelo próprio Bento XVI foi a gota d’água para que a
decisão de deixar o cargo fosse tomada.
Os
investigadores são os cardeais Julián Herranz, espanhol; o italiano Salvatore
De Giorgi e o eslovaco Josef Tomko. Boa parte das informações conseguidas pelo
trio foram oriundas de uma investigação iniciada em 2010 por suspeita de
corrupção, e que acabou revelando uma rede de prostituição de jovens
seminaristas do Vaticano.
A
prévia dossiê teria sido entregue a Bento XVI no dia 9 de outubro de 2012, e
nessa ocasião, a palavra homossexualidade teria sido dita pela primeira vez de
forma livre, alta e clara nos aposentos do Papa, que teria reagido estupefato:
“Este documento será entregue ao próximo Papa, que deverá ser bastante forte,
jovem e santo para poder enfrentar o trabalho que o espera”. Em 17 de dezembro,
com o dossiê completo sobre a mesa, Bento XVI teria tomado a decisão de
renunciar.
Há
a suspeita de que exista, dentro do Vaticano, uma espécie de “lobby gay”, que
atuaria paralelamente à rede de prostituição dentro da sede da Igreja Católica.
Nas
investigações iniciadas em 2010, uma escuta telefônica foi implantada contra o
presidente do Conselho Nacional Italiano de Obras Públicas, Angelo Balducci.
Deste grampo, descobriu-se conversas constantes dele com um membro do coro da
Reverenda Capela Musical da Sacrossanta Basílica de São Pedro, identificado
como Chinedu Thiomas Eheim, um nigeriano, que seria o agenciador de encontros
que aconteceriam numa casa fora de Roma, numa sauna, num centro estético, numa
residência universitária na capital italiana, e até no próprio Vaticano.
O
jornal La Repubblica diz que esse “lobby gay” formaria “uma rede transversal
unida pela orientação sexual”, que envolveria inclusive, membros da Igreja
Católica.
Num
discurso de 11 de outubro, dois dias após o recebimento do dossiê parcial,
Bento XVI teria feito um tipo de desabafo durante um sermão feito para jovens
católicos, dizendo ter certeza “de que viria uma nova primavera para a Igreja”,
porém a experiência adquirida ao longo dos anos o teria feito aprender “que a
fragilidade humana está presente também na Igreja”.
Fonte: Gospel+
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