O
jornalista e professor universitário Rupert Shortt voltou ao assunto em mais um
artigo, publicado no Guardian, após
comentar o relatório de um estudo que prevê a possibilidade da extinção do cristianismo na região. Segundo Shortt, “a
primavera árabe se tornou o inverno cristão”.
O
especialista falou sobre a forma como os ocidentais encaram as perseguições a
cristãos na região, e lembrou que a religião em si é oriunda de lá: “A verdade,
é claro, é que o cristianismo é uma importação do Oriente Médio, e não uma
exportação para ele. Os cristãos fizeram parte de sucessivas civilizações na
região por muitos séculos”.
Shortt
ressaltou que deve-se levar em conta que a situação atualmente inspira
cuidados: “Hoje, porém, a ecologia religiosa do Oriente Médio parece mais
frágil do que nunca, com a Primavera Árabe dando lugar ao inverno cristão.
Ignorantes pressupostos [...] espelhados por islâmicos empenhados em purgar
outros grupos religiosos de suas terras”.
A
origem da atual crise teria se iniciado há mais de uma década, segundo o ponto
de vista do professor: “Tal intolerância tem crescido vertiginosamente desde
9/11 é claro, mas as suas raízes muito anteriores as políticas desastrosas de
George W Bush”.
Os
casos mais extremos listados por Rupert Shortt são a debandada de cristãos
coptas do Egito, como fuga de opressão e discriminação legal, pois a nova
Constituição do país prevê privilégios para muçulmanos; A “catástrofe”
enfrentada por cristãos no Iraque, alimentada pela mídia local, que ressalta
conflitos isolados; A vulnerabilidade na Síria, devido a instabilidade política
local; e a perseguição aos “apóstatas” na Turquia, onde ex-muçulmanos
convertidos ao cristianismo são alvo de discriminação.
Segundo
Shortt, é necessário interpretar o que realmente está em jogo nesses locais:
“Para alguns secularistas, é claro, estas estatísticas são simplesmente prova
do estatuto da religião como uma força maligna. Mas isso é ignorar vários
pontos críticos. Entre eles estão o de que a fé é muitas vezes usado como um
pretexto para o que são realmente as disputas políticas e guerras
territoriais”.
Fonte: Gospel+
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