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Missionário Vicente Dudman
Formatura:
Teologia -
Assembleia de Deus no Brasil
Direito - Universidade Estácio de
Sá (Câmara Cascudo) no Rio
Grande do Norte.
Inglês - University of Texas
Estados Unidos. |
Estamos disponibilizando pra você todo início de semana, mais um comentário sobre cada lição da EBD. Assim fazemos, para que os irmãos possam melhor preparar sua aula. Cada item, contém um comentário, para que o amado leitor entenda melhor os tópicos da lição. Estudaremos esta semana a lição nº 01, a última desse 2º trimestre, que tem como título: A Epístola aos Romanos. Para cada tópico, deixamos o nosso comentário. Fizemos cuidadosa pesquisa a respeito dessa tão importante lição. Buscamos auxílio e Ainda recorremos a vários mestres no assunto, para que pudéssemos aplicá-lo para o seu melhor entendimento. Em caso de dúvidas com relação ao assunto, deixe seu comentário, a sua dúvida, no final desta postagem, que responderemos com todo prazer a sua pergunta. Espero que satisfaça a todos, e tenha uma boa aula.
INTRODUÇÃO
Neste trimestre
teremos o privilégio de estudar a Epístola de Paulo aos Romanos. Podemos
afirmar que jamais seremos os mesmos depois de uma leitura cuidadosa e um estudo
sistemático dessa Epístola. Romanos mostra que o Evangelho é o poder de Deus
para a salvação dos judeus e gentios. Revela também que o homem, perdido nas
trevas do pecado, é reconciliado com Deus mediante a sua graça. Essa graça é o
que nos justifica e nos qualifica a ter comunhão com Ele. Na Epístola aos
Romanos aprendemos que a natureza adâmica, que domina o velho homem, é
destronada pela fé em Cristo, e que é possível vivermos em novidade de vida
através do poder do Espírito Santo que opera em nós. Veremos que esta Carta é
um chamado à liberdade cristã.
Comentário
A proposta deste trimestre é
ousada enquanto navega por águas profundas da teologia paulina aplicada à
doutrina da justificação pela fé. Agostinho, Lutero e Wesley, três figuras
extremamente importantes para a nossa herança cristã, viveram a firmeza da fé
através do impacto da carta aos Romanos em suas vidas. Ao estudar esta obra de
Paulo e os respectivos comentários de Santo Agostinho, Lutero chega às questões
de justificação, graça e fé, centrais na reforma protestante. Curiosamente,
para Lutero, a Carta aos Romanos era uma espécie de porta para a compreensão de
toda a Escritura. "O primeiro mérito de Lutero é ter destacado, ainda que
por vias tortuosas, o evangelho de Paulo, o mais antigo escritor do Novo
Testamento e o primeiro intérprete da mensagem cristã. Para ele, a carta abre à
inteligência de toda a Bíblia, que deve ser entendida toda de Cristo".
Paulo explica aos Romanos como a salvação é aplicada por meio do Evangelho de
Jesus Cristo. Esta é a primeira e a mais longa das Epístolas Paulinas, e é
considerada a epístola com o "mais importante legado teológico". As
cartas apostólicas, como um todo, constituem-se num importantíssimo segmento do
ensinamento neotestamentário, porque são um vasto celeiro de ensinamentos
teológicos, doutrinários e morais. Dentre as cartas de Paulo, certamente, a
Carta aos Romanos ocupa lugar de destaque. Alguém já a chamou de “evangelho
dentro do evangelho”, dado à forma linear, sistemática, profunda e completa
pela qual seu autor expõe sua compreensão do plano da salvação. Assim
expressou-se Lutero acerca desta epístola: “Esta carta é verdadeiramente a mais
importante peça do Novo Testamento. É o evangelho mais puro.” Juntamente com o
texto áureo, o versículo 17 <<“Porque
nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo
viverá da fé”>> enfatiza
que a justiça de Deus é a maneira de Deus justificar os pecadores, isto é, justificá-los
perante Ele mesmo sem comprometer seu caráter moral absolutamente puro. Como
está escrito: Habacuque 2.4 indica que a salvação somente pela fé também era
claramente ensinada no Antigo Testamento – Note os exemplos de Abraão e Davi em
Rm 4.1-8; Veja também Hb 11. As pessoas não eram salvas pelas obras ou
obediência à Lei do Antigo Testamento mais do que do Novo Testamento, as
pessoas colocavam fé em um Messias que ainda chegaria (Veja Jo 8.56 e Hb 11.13)
I. AUTOR, LOCAL, DATA E DESTINATÁRIOS
1. O autor. Há um consenso entre teólogos e
biblistas de que a Epístola aos Romanos é de autoria de Paulo (Rm 1.1). O
argumento que nega a originalidade desse registro não tem credibilidade entre
os estudiosos do Novo Testamento. Paulo escreveu essa carta com o auxílio de
Tércio, o seu amanuense, escrevente, (Rm 16.22). O costume da época permitia
que o amanuense tivesse certa liberdade na redação do documento, agindo como
uma espécie de taquígrafo. Com base nesse fato, alguns críticos têm argumentado
a respeito da autenticidade de certas passagens da Carta aos Romanos,
atribuindo-os a uma autoria não paulina. Todavia o teor de Romanos não deixa
dúvidas de que todo o seu conteúdo reflete o estilo de Paulo escrever.
Comentário
A autoria de Paulo da carta aos
Romanos é universalmente aceita, não existindo contestação relevante, seja do
ponto de vista documental, seja da alta crítica. Não somente ela vem declarada
na sua costumeira saudação (confira 1.1) como vem amparada por fatos
históricos, tais como sua pretensão de ir a Roma (1.15, 15.24) em caminho para
a Espanha, ou a referência à coleta feita em favor da igrejas empobrecidas de
Jerusalém (15.26-33), como ainda por referências próprias características, tais
como a de ser apóstolo entre os gentios (confira 15.16; Ef 3.7,8; Cl 1.27; Gl
1.16). Acresce-se, ainda a esses elementos, referências a pessoas de
conhecimento comum, tais como Febe, Priscila e Áquila e Timóteo, que se tornam
elo importante entre o escritor e os destinatários.
2. Local e
data. Paulo escreveu aos
romanos provalvelmente entre os anos 56 e 57 d.C, quando se encontrava na
próspera cidade de Corinto, capital da província romana de Acaia, no território
da Grécia. Paulo permaneceu pelo menos três meses na Grécia por ocasião da sua
última visita a Jerusalém (At 20.3). O livro de Atos nos mostra que foi em
Corinto, cidade grega, que Paulo montou seu centro de atividades missionárias.
Em Corinto, Paulo ficou hospedado na casa do seu fiel amigo Gaio.
Comentário
Estima-se que este texto tenha
sido escrito no inverno de 57-58 d.C., estando Paulo em Corinto, na casa de seu
amigo Gaio, ao final de sua terceira viagem missionária aos territórios que
margeiam o Mar Egeu e às vésperas de partir para Jerusalém, levando a oferta
para os crentes pobres (15.22-27). O portador é uma senhora chamada Febe, de
Cencréia, subúrbio de Corinto, que estava de saída para Roma (16.1-2). Como não
havia serviço postal particular no Império Romano da época, as cartas eram
enviadas por viajantes de confiança. Tércio era o secretário ou amanuense que
escrevia enquanto Paulo ditava (Veja Gl 6.11). Paulo usava regularmente um
amanuense, identificando as epístolas como suas mediante uma breve saudação
escrita de próprio punho (1Co 16.21; Gl 6.11; Cl 4.18; 2Ts 3.17)
3.
Destinatários. Alguns
intérpretes ao escreverem a respeito da Epístola aos Romanos a classificam como
sendo de natureza atemporal. Eles não estão errados, visto que ela foi
inspirada pelo Espírito Santo e como tal transcende as barreiras do tempo.
Romanos 1.7 nos mostra, de modo bem claro, o destinatário da epístola: “A todos
os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus,
nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo”. Quem seria, pois, esses “todos que estais
em Roma?”. Há uma disputa sobre os reais destinatários desta carta. Alguns
argumentam que Paulo escreveu para os judeus radicados em Roma, enquanto outros
defendem os cristãos gentílicos como sendo esses destinatários. Porém, Paulo
escreveu à igreja de Roma. Uma igreja formada tanto por judeus como por
gentios.
Comentário
Roma era a capital do mundo. É
raro uma grande potência expressar compaixão por suas vítimas, mas quando
Jerusalém caiu nas mãos dos romanos, em 70 d.C., foram cunhadas moedas muito
comoventes. Uma destas trazia, de um lado, um soldado romano com a inscrição
Judea Capta (a Judéia foi conquistada) e, do outro, uma mulher judia chorando
sob uma árvore. Não sabemos quem fundou a igreja de Roma. Certamente não foi
Pedro, ou qualquer dos outros apóstolos, já que Paulo dificilmente enviaria uma
carta doutrinária a uma igreja que tivesse à sua frente um dos apóstolos. Nesta
mesma Epístola ele diz que “não edifica sobre fundamento alheio” (Rm 15.20).
Entende-se que foram visitantes de Roma que estiveram em Jerusalém durante a
festa da Páscoa e se converteram no Pentecoste, voltaram a Roma levando a
semente do Evangelho. Essa Igreja era predominantemente gentílica, e estava
agindo de forma intolerante contra os cristãos judeus que obedeciam as regras
alimentares e datas cerimoniais da tradição judaica. O núcleo dessa igreja
formara-se, provavelmente, dos romanos que haviam estado em Jerusalém no dia de
Pentecostes (At 2.10). Nesse período de 28 anos a igreja cresceu, com cristãos
provindos de vários lugares, sendo alguns deles amigos e discípulos de Paulo. A
carta serve, portanto, como uma carta de apresentação, na qual o Apóstolo
expõe, de forma sistemática sua compreensão do evangelho de Cristo, do qual se
chamava apóstolo. Ele não chegará a Roma senão três anos depois de sua famosa
carta. Há boas razões para crer que esta carta tenha sido enviada a outras
igrejas, além de Roma. Uma delas está na forma como termina o capítulo 15,
fazendo crer que havia uma versão onde não constava o capítulo 16, pelo fato de
este referir-se a pessoas conhecidas e tratar de assuntos bem particulares.
II. FORMA LITERÁRIA, CONTEÚDO E
PROPÓSITO
1. Forma
literária. A Epístola de
Paulo aos Romanos segue o modelo de outros documentos do primeiro século da era
cristã. O esboço obedece à ordem desse tipo de documento, tendo sempre uma
saudação e uma oração (Rm 1.1,7,8,16). Uma forma literária bastante comum nos
dias de Paulo era a escrita em forma de diálogo. Platão, filósofo grego, por exemplo,
escreveu dezenas deles. Todavia, como bem observou o especialista em Novo
Testamento, Brodus D. Hale, essa forma literária dificilmente se ajusta ao
modelo paulino. O que podemos observar na leitura de Romanos é o uso de
diatribes por parte do apóstolo. Nesse modelo literário, que era um recurso
muito usado pelos filósofos estoicos e cínicos, o autor valia-se de uma
exposição crítica a respeito de alguma obra.
Comentário
Na antiguidade, tratados
filosóficos eram colocados em forma de carta. Não são cartas de fato; na
verdade a carta era uma arte literária. Exemplos para isso são as cartas de
Sêneca ou de Cícero. Para essa forma literária foi se cristalizando o nome
epístola. Ela deriva da palavra grega epistole,
que significa carta. Como forma literária, no entanto, epístola não significa
uma carta verdadeira, mas uma carta simulada. No âmbito desse tipo de escritos
antigos, há tratados que, na sua extensão, são semelhantes às cartas maiores de
Paulo (Romanos, 1 e 2 Coríntios). E as cartas de Paulo são epístolas? Na
realidade não o são. Quem as lê no seu contexto, percebe que não são tratados
em forma de carta. Há menções demais ao relacionamento pessoal entre o autor e
os leitores. Esses escritos estão por demais interligados com a história de
vida comum deles. As cartas de Paulo não são simuladas; elas são escritos reais
de aconselhamento. Aspectos que são evidentes nas cartas de Paulo, nas outras
cartas do NT necessitam de explicação em cada detalhe. Poderíamos considerar um
ou outro escrito (por ex. Hebreus ou 1 João) um tratado em forma de carta, para
o chamarmos de epístola.Extraído de http://bibliotecabiblica.blogspot.com.br/2009/08/estilo-literario-cartas-novo-testamento.html.
O estilo de diatribe responde a objeções de um interlocutor imaginario.
2. Conteúdo. O conteúdo de Romanos trata de alguns
temas bem específicos, como por exemplo, a pecaminosidade do homem, a salvação
de Deus, a justificação pela fé e a graça divina. Logo depois das palavras de
saudação observamos a seção que trata sobre a manifestação da justiça de Deus
mediante a fé (Rm 1.18-4.25). Paulo mostra a necessidade espiritual que os
gentios, judeus e toda a humanidade têm da salvação de Deus. Paulo também
mostra nos capítulos 5 a 8 (5.1 — 8.39), a ação santificadora do Espirito Santo
no processo da salvação. É destacado aqui o resultado prático do Evangelho na
salvação do crente. Através do Espírito Santo o crente experimenta a paz com
Deus. Nos capítulos 9 a 11 encontramos a teologia paulina a respeito do
tratamento de Deus para com Israel, o seu povo. São revelados três aspectos do
tratamento de Deus para com Israel - passado, presente e futuro. Na última
seção Paulo mostra o lado prático do Evangelho na transformação de vidas (12 a
15.13). A conclusão da carta, tratando do empreendimento missionário do
apóstolo e algumas recomendações finais, estende-se do capítulo 15.14 ao 16.27.
Comentário
Reprodução do artigo ‘Carta de São
Paulo aos Romanos’, de autoria de Rubem Martins Amorese, disponível no site
Monergismo: “O texto desta surpreendente epístola nos apresenta, de forma
progressiva, a compreensão que seu autor tem da expressão de Habacuque 2:4: “O
justo viverá pela sua fé”. Apresentando de outra forma esta expressão-chave,
redigi-la-íamos, de forma livre, assim: “aquele que pela fé é justificado, terá
vida eterna”. A Bíblia na Linguagem de Hoje fornece a seguinte tradução:
“Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus”. A carta de Paulo aos
Romanos, como um todo, pode ser dividida nas duas partes: uma parte doutrinária
(capítulos 1 a 11) e outra prática (capítulos 12 a 16). Dentro da parte
doutrinária, Paulo desenvolve de forma soberba seu tema introdutório, deixando
para a parte prática recomendações de santidade. Essa primeira parte, divide-a
ele em dois segmentos. O primeiro, trata da iniciativa de Deus em relação à
redenção humana (“aquele que pela fé é justificado)”, onde desenvolve os temas
da justiça de Deus em condenar o pecador, da indesculpabilidade humana, da
justificação do pecador e da aceitabilidade do homem diante de Deus, através da
fé. O segundo segmento, (“viverá”), fala da vida prometida aos justificados por
Deus, incluindo aí as expectativas de Deus quanto à resposta humana à sua
iniciativa de amor. Para desenvolver sua primeira parte do argumento, Paulo
mostra que todos os homens precisam de salvação, porque, judeus ou não-judeus,
todos são pecadores diante de Deus. Nesse movimento de raciocínio, o Apóstolo
demonstra que tanto os homens depravados quanto os moralistas ou mesmo os
religiosos são culpados diante de Deus. Uns pecaram sem conhecer a lei de Deus,
e serão julgados de forma condizente; outros pecaram contra a lei de Deus, e
serão julgados mediante a mesma. Dessa forma, Paulo conclui que “não há justo,
nem sequer um” (3:10). Assim, se alguém tiver que ser justificado diante de
Deus, não o será por meio de obras, mas tão somente pela sua graça, que é capaz
de tornar justo o ímpio. Desta forma, Deus é apresentado como justo e
justificador daquele que crê em Jesus. Segue-se, ainda na parte doutrinária,
uma exposição do poder de Deus em santificar o crente (capítulos 5 a 8) onde
apresenta os temas da paz com Deus, da união com Cristo, da libertação do
domínio da lei, da vida no Espírito e da vitória pelo Deus da graça. Abre-se,
então, um parêntesis no veio principal da argumentação do autor, onde se
apresentam temas difíceis, relacionados à justiça de Deus na história humana
(capítulos 9 a 11). Nesse parêntesis Paulo trata, com exemplos da história de
Israel, da questão da soberania Divina, em contraposição à liberdade e
responsabilidades humanas, colocando frente-à-frente, sem resolvê-los, temas
aparentemente contraditórios e inconciliáveis como um Deus soberano que,
todavia, responsabiliza o homem por seu mau caminho. Deixa, contudo, uma luz
final, dizendo que o propósito final do Altíssimo é o de “usar de misericórdia
para com todos” (11:32). Segue-se a parte prática da carta que, iniciando no
capítulo 12, segue até ao final, com recomendações à santidade e obediência na
vida diária coletiva e individual. Nesta parte, após uma introdução na qual
apela por consagração integral do cristão (12:1, 2), desenvolve recomendações
de que o cristão se faça servo, seja no uso adequado dos dons, seja no uso do
amor que vence o mal (12:3-21); de que o cristão se porte adequadamente como
cidadão (13:1-14); de que o cristão manifeste sua salvação junto à igreja, seja
no manejo da liberdade, seja no uso do amor altruísta (14:1-15:21).
3. Propósito. Uma leitura cuidadosa de Romanos nos
mostra que essa carta não possui apenas um único propósito, mas vários. O
principal, segundo a Bíblia de
Estudo de Aplicação Pessoal é
“apresentar Paulo aos romanos e sintetizar a mensagem do apóstolo, antes de sua
chegada a Roma”. Todavia, podemos também destacar os seguintes propósitos: o
apóstolo deseja fazer da igreja romana uma base missionária a fim de que ele
pudesse chegar até a Espanha (Rm 15.24,28); fica evidente também que o apóstolo
está imbuído da defesa do Evangelho que ele pregava. Assim, as acusações de que
Paulo promovia um anti-judaísmo não procedem, pois a carta também tem um
propósito apologético e pastoral, como podemos verificar nos capítulos 14 e 15.
Comentário
Paulo não conhecia a igreja em
Roma, entretanto, intentando ir à Espanha, evangelizar, (Rm 15.24) espera
visitá-la no caminho, assim como tê-la como um apoio em sua empreitada. É uma
carta para apresentar-se, isto é, discorrer sobre seu ministério e entendimento
do evangelho, que são suas credenciais, assim como solicitar apoio financeiro e
logístico para sua viagem missionária até a Espanha. Viagem esta que nunca
aconteceu, Paulo foi a Roma como prisioneiro e lá foi morto. Paulo agradece a
Deus pela fé dos romanos, que se tornou conhecida em todo o mundo. Paulo pedia
que Deus permitisse sua visita a Roma. Este exemplo nos ensina uma lição
importante sobre a oração. Paulo escreveu esta carta perto do final de sua
terceira viagem, pouco antes de levar ofertas dos gentios aos irmãos
necessitados em Jerusalém. Ele falou dos seus planos e da sua vontade de fazer
outra viagem depois, passando por Roma e continuando até a Espanha (15.25-28).
Naturalmente, ele orava a respeito desses planos. De fato, Paulo chegou a Roma
aproximadamente três anos depois de enviar esta carta, mas não da maneira que
ele imaginava. Ele foi preso em Jerusalém, ficou mais dois anos na prisão em
Cesaréia, e chegou a Roma depois de uma viagem cheia de calamidades e perigos.
Quando oramos, devemos lembrar que Deus sempre atende as orações dos fiéis, mas
nem sempre da maneira que imaginamos!
1.
Fundamentação doutrinária. A
Epístola aos Romanos é considerada a mais teológica dentre todas as outras
escritas por Paulo. O forte conteúdo doutrinário desta carta é sem dúvida o
mais completo do Novo Testamento. Romanos trata de alguns dos temas mais
profundos do Cristianismo - as doutrinas da chamada eleição, da predestinação,
da justificação, da glorificação e da herança eterna.
Paulo mostra à
igreja que o pecador pode encontrar a redenção na poderosa mensagem do
Evangelho que é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. A Carta
aos Romanos revela que é por intermédio da graça de Deus, manifestada na pessoa
bendita de Jesus Cristo, que o homem pode ver corrigido o seu relacionamento com
o Criador. A velha natureza é subjugada na cruz e o Espírito Santo faz com que
o poder da cruz agora emane na vida do crente.
Comentário
À medida que avançamos no estudo
da Epístola de Paulo aos Romanos, duas afirmações doutrinárias tornam-se
evidentes. Primeira, o
homem é salvo mediante a graça de Deus, sem as obras da lei (Rm 3.24; 4.16;
5.2, 15 e 18). Segunda, a
graça não autoriza o crente a pecar, para que seja manifestada com mais
profusão. Pelo contrário, libera o homem do poder do pecado (Rm 5.20). O termo
graça, é usado cerca de cem vezes nas epístolas paulinas. Destas, vinte e
quatro aparecem apenas em Romanos. Na Antiga Aliança, o termo hebraico hesed
corresponde ao sentido do Novo Testamento. Em diversas passagens é traduzido
por “favor”, “misericórdia”, “bondade amorosa”, ou “graça que procede de Deus”
(Êx 34.6; Ne 9.17; Sl 103.8; Jn 4.2).No contexto da doutrina da salvação,
charis é o dom ou favor imerecido de Deus, mediante o qual os homens são salvos
por meio de Cristo (Tt 2.14). Estudar a respeito da graça de Deus implica
descrever os principais ramos da doutrina da salvação; o perdão, a salvação, a
regeneração, o arrependimento e o amor divino. A graça de Deus é dinâmica. Não
somente salva, mas vivifica aqueles que estão destruídos pelo pecado,
capacitando-os a viver em santidade. O capítulo 6 de Romanos mostra que a vida
cristã requer santidade. Na igreja em Roma, muitos acreditavam que, se a
salvação é pela fé, então, cada um podia fazer o que bem desejasse. Se a lei
não salva, temos algum compromisso com ela? Paulo, portanto, escreve para
evitar o mal-entendido. Somos salvos pela graça, por meio da fé). No entanto, a
fé não anula a lei, mas a estabelece.
2. Renovação
espiritual. Não há dúvida de
que a igreja de Roma, a quem a Epístola aos Romanos foi endereçada,
experimentou uma tremenda renovação espiritual mediante a sua leitura. Todavia,
o renovo espiritual advindo da leitura desta carta pode ser visto na vida de
muitos crentes ao longo da história da Igreja. Tomemos como exemplo Agostinho,
bispo de Hipona, que teve sua vida mudada quando leu Romanos 13.13. Por outro
lado, Matinho Lutero, o grande reformador alemão, foi desafiado a romper com a
tradição católica quando também leu a Carta aos Romanos. John Wesley também
testemunhou forte renovação em sua vida através da leitura do comentário dessa
Carta, escrita pelo Reformador.
Comentário
Podemos dizer, sem exageros, que
Romanos foi responsável por levar Lutero à reforma. Lendo os versículos 16 e 17
do capítulo 1 desta carta, Lutero entendeu, pela iluminação do seu entendimento
através do Espírito de Deus, que os homens só podem ser justos diante de Deus
se Deus assim os declarar. O reformador alemão chamou esta epístola de ‘o
principal livro do Novo Testamento e o mais puro Evangelho’. O impacto que as
magistrais palavras desta carta causaram em Lutero fê-lo afixar na capela de
Wittemberg suas ‘noventa e cinco teses’. Outros estudiosos e fiéis têm
encontrado semelhante conforto e segurança salvífica ao perlustrar os temas
doutrinários contidos em Romanos: A justiça divina; a universalidade do pecado;
a fé; a salvação; a justificação; a santificação; Adão e Cristo; a salvação de
Israel; e o ministério cristão. Antes mesmo do reformador, Romanos teve um
papel primordial na conversão de Agostinho de Hipona. Não somente Lutero e
Agostinho, mas também João Calvino deve ser lembrado quando se trata da
importância histórica desta carta. Seu comentário de Romanos é ainda hoje
estudado e levado em conta por sua excelência exegética e clareza. De fato, o
próprio Calvino se vê em uma séria missão ao interpretar a escritura,
declarando que isso não é um mero jogo.
CONCLUSÃO
Uma visão panorâmica da
carta de Paulo aos Romanos permite-nos vislumbrar a terrível situação
espiritual na qual se encontra a humanidade depois da Queda. É algo
desesperador. Todavia, a Carta mostra, de forma clara, que Deus por intermédio
do seu amor gracioso, que ultrapassa todo o entendimento, veio ao encontro dos
pecadores para oferecer-lhes perdão e restauração através de Jesus Cristo, seu
bendito Filho. É Ele que, através de seu sacrifício vicário, tirou a raça
humana das trevas do pecado e deu a oportunidade ao pecador de viver uma nova
vida no poder do Espírito Santo.
Comentário
O evangelho é o poder de Deus
revelado no seu filho, Jesus Cristo; o Rev Hernandes Dias Lopes escreve sobre
qual é a natureza do evangelho: “O evangelho trata das boas novas de salvação
num mundo imerso na mais completa perdição. O homem morto em seus delitos e
pecados é escravo da carne, do mundo e do diabo. É filho da ira e caminha para
a perdição. Está no reino das trevas e sob a potestade de Satanás. Sem qualquer
mérito existente nesse homem, Deus o amou. Mesmo sendo inimigo de Deus, o
próprio Deus caminhou na sua direção para reconciliá-lo consigo mesmo por meio
de Cristo Jesus. O Evangelho, portanto, é Deus buscando o perdido. É Deus
abrindo para o pecador um novo e vivo caminho para o céu. O evangelho é a
expressão da graça de Deus, manifestada em Cristo, aos pecadores perdidos.”(http://hernandesdiaslopes.com.br/2012/09/as-boas-novas-do-evangelho-num-mundo-de-mas-noticias/#.VoHJek8afIV) Em Romanos temos a essência desse
evangelho, aqui Paulo afirma que o propósito da morte e ressurreição de Cristo
é trazer todos à obediência da fé (vs.5). O homem que realmente aceita Cristo
vai obedecer a Cristo e provar a sua fé. Assim expressou-se Lutero acerca desta
epístola: “Esta carta e verdadeiramente a mais importante peça do Novo
Testamento. É o evangelho mais puro.” Como escrevi no começo deste comentário,
foi através do estudo intenso e meditação nesta carta que Lutero iniciou a
reforma. Que, como Lutero e os outros reformadores, possamos ser grandemente
impactados pela mensagem de Romanos.] “NaquEle
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Missionário Vicente
Dudman
Natal/RN
Março de 2016
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