Estamos disponibilizando pra você todo início de semana, mais um comentário sobre cada lição da EBD. Assim fazemos, para que os irmãos possam melhor preparar sua aula. Cada item, tem um comentário, para que o amado leitor entenda melhor os tópicos da lição. Estudaremos esta semana a lição de nº 7 desse terceiro trimestre, que tem como título: Eu sei em quem tenho crido. Para cada tópico, deixamos o nosso comentário. Fizemos cuidadosa pesquisa a respeito dessa tão importante lição. Buscamos auxílio e Ainda recorremos a vários mestres no assunto, para que pudéssemos aplicá-lo para o seu melhor entendimento. Em caso de dúvidas com relação ao assunto, deixe seu comentário, a sua dúvida, no final desta postagem, que responderemos com todo prazer a sua pergunta. Espero que satisfaça.
Pregando o reino de Deus, e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum. Ele agora estava encarcerado em uma masmorra, não tinha visitas, como acontecera na prisão anterior, apenas aguardava tão somente o momento de sua morte. Mesmo assim, a sua segunda carta a Timóteo, foi recheada de fé, esperança, confiança em Deus e de incentivo ao jovem obreiro. Paulo sabia que não lhe restava mais tempo aqui, mesmo assim, foi na prisão que escreveu a carta mais incentivadora à Timóteo para que permanecesse na fé. Essa mesma esperança, essa mesma fé, deve permanecer hoje em cada cristão. Grande é a alegria, a felicidade, o gozo que nos espera. Mesmo em meio a tantas lutas, dificuldades, perseguições do dia-a-dia, lembremo-nos dos conselhos de Paulo, e que nos sirva de incentivos a sua fé e esperança em Cristo Jesus.
Introdução
Com a lição de hoje, estaremos dando início ao estudo da Segunda Epístola de Timóteo. Esta segunda carta foi escrita enquanto Paulo se encontrava preso. A prisão é lugar que destrói a fé e a esperança de muitos, levando-os ao desespero e à descrença. No entanto, Paulo comprova que podia estar preso fisicamente, confinado a uma cela romana, mas seu espírito e sua fé estavam perfeitamente livres para continuar servindo a Deus e que "a palavra de Deus não está presa" (2 Tm 2.9). Esta foi a última vez que ele esteve na prisão, pois veio a perder nela a sua vida. Nesta epístola, ele faz um balanço de sua trajetória. Também aproveita para se despedir de Timóteo e dar suas últimas exortações e advertências.
Comentário
A prisão física dilacera o corpo físico e tem grande poder para destruir a mente, a razão do encarcerado. Ela corrói lentamente as esperanças e destrói completamente os sonhos e objetivos de quem está preso. Mas, para o cristão é diferente, pois a sua esperança não é terrena, o seu alvo não é a terra. Por mais que o cristão seja encarcerado, acorrentado fisicamente, jamais será destruída a sua fé em Cristo. Assim foi com Paulo. Agora preso pela sua segunda, sendo que com uma diferença muito grande da primeira. Pois na sua primeira prisão, Paulo fora preso domiciliarmente (prisão domiciliar), onde recebia a visitas de vários irmãos (conforme consta em Atos 28:30,31 E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo).Pregando o reino de Deus, e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum. Ele agora estava encarcerado em uma masmorra, não tinha visitas, como acontecera na prisão anterior, apenas aguardava tão somente o momento de sua morte. Mesmo assim, a sua segunda carta a Timóteo, foi recheada de fé, esperança, confiança em Deus e de incentivo ao jovem obreiro. Paulo sabia que não lhe restava mais tempo aqui, mesmo assim, foi na prisão que escreveu a carta mais incentivadora à Timóteo para que permanecesse na fé. Essa mesma esperança, essa mesma fé, deve permanecer hoje em cada cristão. Grande é a alegria, a felicidade, o gozo que nos espera. Mesmo em meio a tantas lutas, dificuldades, perseguições do dia-a-dia, lembremo-nos dos conselhos de Paulo, e que nos sirva de incentivos a sua fé e esperança em Cristo Jesus.
I - ORAÇÕES E AÇÃO DE GRAÇAS (1.3-5)
1. "Ao amado filho" (v. 2). Paulo dá início a Segunda Carta a Timóteo chamando o jovem pastor de "amado filho". A palavra no original é agapatos e significa "muito amado". Paulo sabia que logo morreria, talvez por isso, tenha demonstrado, de uma forma tão intensa, sua afeição e amor por Timóteo. Isso nos mostra que o líder precisa ter afeição, amor e saber demonstrá-los por aqueles que estão ao seu lado, cooperando na obra do Senhor.
1. "Ao amado filho" (v. 2). Paulo dá início a Segunda Carta a Timóteo chamando o jovem pastor de "amado filho". A palavra no original é agapatos e significa "muito amado". Paulo sabia que logo morreria, talvez por isso, tenha demonstrado, de uma forma tão intensa, sua afeição e amor por Timóteo. Isso nos mostra que o líder precisa ter afeição, amor e saber demonstrá-los por aqueles que estão ao seu lado, cooperando na obra do Senhor.
Paulo sabia das necessidades e
lutas que Timóteo enfrentava como líder, por isso, orava constantemente em
favor de seu amigo (v.3). Será que atualmente oramos em favor daqueles que
fazem a obra de Deus? Precisamos orar sempre por todos os que estão empenhados
na obra do Senhor.
Comentário
É lamentável
ver alguns líderes se preocuparem mais com a obra do que com aqueles que a
fazem. É comum se ver alguns obreiros desesperadamente construindo templos,
catedrais, investindo fortunas em suntuosos templos (porque para alguns é
realmente um investimento para si mesmo) e esquecendo completamente de quem faz
a obra. Não foi assim com o apóstolo Paulo. Ele não recomendou à Timóteo a
construção de grandes catedrais. A preocupação de Paulo, era com o próprio
Timóteo, para que o mesmo permanecesse na fé. A preocupação de Paulo para com o
jovem pastor Timóteo, era o mesmo cuidado de um bom pai para com o seu filho
amado. E foi assim que que Paulo tratou a Timóteo chamando-o de “amado filho”.
A Obra precisa ser feita e é feita, mas, precisamos cuidar com mais carinho
aqueles que fazem a Obra de Deus. A responsabilidade de um líder é a mesma
responsabilidade da igreja, ambos trabalham com um só objetivo... ganhar almas
para Cristo. Quem cuida do líder é a igreja, e quem cuida da igreja é o líder.
Quando o pastor não demonstra amor pelas ovelhas e seu alvo torna-se apenas à
obra, a igreja sofre. Em consequência, a igreja também se afasta do seu líder e
um líder só, não é líder. Paulo se encontrava preso e logo seria morto. Era o
momento da igreja cuidar de Paulo, mas contudo, Paulo não esperou pela igreja,
por Timóteo. É o próprio Paulo que estava precisando de ajuda, do amor da
igreja, mas é ele quem escreve a Timóteo demonstrando um amor verdadeiro, puro,
incondicional. Paulo estava distante de Tomóteo, mas estava bem pertinho na
afetividade. Agora sozinho, preso, tinha tudo para se entristecer com Timóteo.
Fez tanto por ele, o ensinou, nomeou como pastor, mas agora estava só e
encarcerado e Timóteo bem distante dele. Uma carta de conforto sequer recebera
de Timóteo. Contudo, o amor de Paulo por Timóteo, permanece o mesmo. E é na
prisão que lhe escreve preocupado com ele, a ponto de chama-lo “amado filho”. O
obreiro que não se preocupa com os membros, não é digno de ser obreiro.
2.
A sensibilidade de Paulo. Paulo
diz para Timóteo, que estava cumprindo sua missão em Éfeso, que desejava muito
vê-lo de perto, pessoalmente (v. 4). A saudade era grande! Paulo se lembrava
das lágrimas de Timóteo quando da despedida deles. As lágrimas nos mostram quão
profundo era o relacionamento entre eles. Hoje em dia, infelizmente, os
relacionamentos parecem cada vez mais superficiais.
Comentário
A
sensibilidade dos homens de Deus, aos pouco vem desaparecendo. O que chamamos
de empatia, que é o sentimento de sentir o que os outros sentem, não mais se
ver no meio cristão, entre os irmãos. Mas Paulo tinha esse sentimento, sentiu o
desejo ardente de ver o seu amado irmão que ele o chama de filho. Filho porque
ele, Paulo, que lhe deu os primeiros alimentos, falando espiritualmente. Alguém
que ele carregou nos braços, no sentido figurado. Ele conduziu, discipulou. Por
isso a grande importância do discipulado na igreja. Era preocupação de Paulo
ensinar o que sabia da parte de Deus aos irmãos. Além do ensino, Paulo também
ajudava os irmãos em oração. Paulo era um dos expoentes
máximos dos apóstolos de Cristo. Suas qualificações ministeriais são
reconhecidas por todos os estudiosos e intérpretes do Novo Testamento. Mas não
se descurava do lado humano do ministério. Um exemplo para a liderança cristã.
Há casos em que o obreiro é (ou julga-se) tão importante, que se esquece dos
aspectos humanos e emocionais da igreja e dos seus liderados. E dirigem a
igreja local como se fosse uma organização técnica, racional e fria. Há casos
em que, se o obreiro “não atingir as metas”, geralmente financeiras, pode ser
“dispensado” sem a menor consideração. Isso não deve ser característica de um
ministério cristão.
Paulo diz a Timóteo, depois de algum tempo
cumprindo a missão em Éfeso (1 Tm 1.3; 2 Tm 1.18), que desejava vê-lo de perto,
e se lembrava de suas lágrimas, para ser confortado com sua presença. Lembremos
de que Paulo estava preso, em meio à perseguição de Nero aos cristãos (2 Tm
1.16,17); fora abandonado por muitos amigos (2 Tm 1.15); e sentia que seu
ministério aproximava-se do fim. Nessa seção da carta, podemos perceber, de um
lado, as necessidades emocionais de Paulo; e o cuidado e o afeto que o velho
pastor tinha por seu discípulo mais novo. De outro lado, percebemos que Timóteo
era um obreiro igualmente sensível e humano. Ele derramava lágrimas, em algumas
ocasiões, quando comungava com Paulo os seus sofrimentos ou decepções no
ministério. Chorar faz bem, quando as lágrimas são de alegria, ou de emoções
incontidas, diante das adversidades. Tranquiliza e equilibra a mente e o corpo.
O próprio Senhor Jesus chorou, ao ver a dureza dos seus concidadãos, em
Jerusalém (Jo 11.35).
3.
A fé de Timóteo (v. 5). Timóteo
era um jovem obreiro de caráter exemplar. Seu discipulado começou no lar, com o
exemplo de sua avó, Loide, e de sua mãe, Eunice, ambas judias, mas convertidas
ao evangelho. Seu pai era grego. Não se sabe se ele se converteu ao evangelho.
Mas sua formação foi motivo de referência para Paulo. Na Segunda Carta, o
apóstolo diz: "[...] trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a
qual habitou primeiro em tua avó Loide e em tua mãe Eunice, e estou certo de
que também habita em ti" (v. 5). A educação familiar de Timóteo serve de
exemplo para as famílias cristãs atuais.
Comentário
Timóteo era um jovem obreiro de caráter exemplar. Seu discipulado
começou no lar, com o exemplo de sua avó, Loide, e de sua mãe, Eunice, ambas
judias, mas convertidas ao evangelho. Seu pai era grego. Não há informação
quanto a ele ter ou não se convertido ao evangelho.
Não temos a menor dúvida de que a formação familiar
de Timóteo incluía o ensino da sã doutrina, do culto no lar e a valorização da
piedade cristã. Em seu crescimento espiritual, cumpriu-se o que a Bíblia diz:
“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não
se desviará dele” (Pv 22.6). Para isso, faz-se necessário que a adoração a
Deus, no lar, ou o culto doméstico, seja valorizada. Uma recomendação que fazia
parte da educação judaica, desde tempos antigos. “Ponde, pois, estas minhas
palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão,
para que estejam por testeiras entre os vossos olhos, e ensinai-as a vossos
filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e
deitando-te, e levantando-te; e escreve-as nos umbrais de tua casa e nas tuas
portas” (Dt 11.18-20). A educação familiar de Timóteo serve de exemplo para as
famílias cristãs atuais.
II
- A CONVICÇÃO EM DEUS (v.v. 6-14)
1. Dons espirituais (v. 6). Paulo lembra a Timóteo o momento em que ele foi ordenado ao santo ministério. Ele relata que nesta ocasião o jovem pastor recebeu dons espirituais que o capacitariam no serviço de Deus. O que Paulo desejava afirmar a Timóteo quando disse: "despertes o dom de Deus, que existe em ti"? Certamente Paulo estava encorajando Timóteo a perseverar em seu ministério. Este texto nos mostra também que a imposição de mãos sempre foi um gesto de grande valor na vida ministerial da igreja cristã. Jesus usou as mãos para efetuar várias curas (Lc 4.40). É uma prática solene que é seguida, e ainda hoje utilizada em todas as igrejas evangélicas.
Comentário
Deus
quando nos chama para o seu serviço, certamente nos capacita com dons
espirituais. E o
Dom, é atributo especial, dado pelo Espírito Santo, a cada crente de acordo com
a graça de Deus, para uso no contexto do corpo de Cristo. E para que nos é dado
o dom? Para servir uns aos outros, cada um conforme o
dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” (1Pe
4.10). Por isso, Quando um crente reconhece que Deus opera de uma maneira
toda especial através de cada membro do corpo, então ele terá mais consideração
e nutrirá um amor mais sincero para com os outros crentes. Isso o ajudará a
entender também o modo de pensar e agir das outras pessoas. O reconhecimento
mútuo dos dons espirituais (pessoais) promove coordenação e unidade entre os
membros do corpo de Cristo. Assim, Paulo faz questão de lembrar a Timóteo, que
ele foi chamado, escolhido e que recebeu dons espirituais, e que, esses dons o
capacitaria para uma vida cristã autêntica e saudável. É bom lembrar, que os
dons espirituais que nos é dado, é para edificação, exortação e consolação da
igreja. Alguns usa o dom para benefício próprio e assim sendo, não pudemos mais
chamar de dom e sim de habilidade. No
dom espiritual sentimos a ação do Espírito Santo. Sentimos, ao realizar aquilo
que é dom, que as forças não são nossas e por isso não nos enfadamos ou
desanimamos; percebemos que é Deus quem está agindo e que nada poderíamos fazer
sem Ele. Os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis (Rm 11:29). Porém, quando
o crente está em pecado ou em rebeldia, ele não conseguirá desenvolver o seu
dom. Ele pode continuar fazendo tudo na obra, menos usar com eficácia o poder
de Deus. O dom sem unção é apenas uma habilidade que não produz vida. Os dons
de Deus são reconhecidos em nós por nossos irmãos, que são edificados através
deles. Ninguém vai ser edificado apenas por habilidades.
2.
"Espírito de fortaleza, e de amor, e de moderação" (v. 7). Ao que parece Timóteo estava enfrentando uma grande
oposição a sua liderança. Paulo então exorta a Timóteo para que ele tenha
coragem. Um líder precisa ser corajoso. O medo paralisa e acaba por neutralizar
as nossas ações em favor da obra de Deus. O Espírito Santo nos ajuda a superar
o medo e nos encoraja a prosseguir. Por isso, o líder precisa ser alguém cheio
do Espírito Santo (Ef 5.18). Ele é o nosso ajudador. Sem sua presença é
impossível ser bem-sucedido na liderança. Conte com a ajuda do Espírito Santo e
tenha coragem para seguir em sua caminhada, realizando a obra para a qual você
foi vocacionado e chamado pelo Senhor.
Comentário
“Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de
amor, e de moderação” (2 Tm 1.7). Não obstante a tradução do termo “espírito”
estar em letra minúscula, refere-se à presença do Espírito Santo na vida do
jovem obreiro. Esse “espírito” ou essa presença, não é de “temor”. Mas é
espírito de “fortaleza, e de amor, e de moderação”. Aqui, vemos algo muito
sublime. O Espírito Santo é Espírito de fortaleza, mas suas ações e atividades
são feitas com equilíbrio. O poder do Espírito Santo atua com “fortaleza” e, ao
mesmo tempo, com “amor” e “moderação”. Há lugares, em que, em determinados
eventos ou reuniões, há um verdadeiro escândalo de falta de equilíbrio, no uso
dos dons espirituais.
A falta do discernimento espiritual tem levado igrejas inteiras ao
histerismo sensacionalista, que em nada glorifica ao Senhor. O Espírito Santo é Fortaleza para
a vida do cristão. Com Sua força infinita e inesgotável, Deus capacita o crente
para vencer.
Como Deus fez com Sansão, também nos dá forças físicas. Como com Elias,
o Senhor renova nossas forças emocionais. Como Neemias, também recebemos
capacidade intelectual para planejar. E quando precisamos de forças
espirituais, a exemplo de Daniel, devemos buscar em oração.
Jesus nos fortalece quando não conseguimos mais e nos ajuda a vencer
tudo. Com ajuda do Espírito Santo você pode declarar “tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4.13).
O Espírito de Fortaleza
te capacita para vencer!
3.
Apóstolo dos gentios (v. 11). Paulo
tinha consciência de que recebeu, da parte de Deus, a vocação e o chamado para
pregar aos gentios. Tem você também consciência da sua vocação e chamado? Paulo
exorta Timóteo a manter-se firme na fé, conservando "o modelo das sãs
palavras" que o jovem discípulo recebeu, da parte de Paulo, "na fé e
na caridade que há em Cristo Jesus" (2 Tm 1.13).
Comentário
Dando sequência às suas palavras de encorajamento, Paulo diz a Timóteo,
exaltando a Cristo: “(...j para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e
doutor dos gentios; por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho,
porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar
o meu depósito até àquele Dia” (2 Tm 1.11,12). Ele tinha consciência e
convicção de sua chamada tríplice, tendo sido constituído para ser “pregador,
apóstolo e doutor dos gentios”. Como pregador Paulo tinha o talento e o dom
natural da oratória. Exímio orador, poliglota, Deus usou-o com essas
qualidades, fazendo dele o maior dos intérpretes do evangelho de Cristo,
através de suas mensagens a muitos povos. Como apóstolo, ainda que sendo
“grande” em sua estatura espiritual e ministerial, considerava-se a si mesmo “o
menor dos apóstolos” (1 Co 15.9).
Como “doutor dos gentios”, reconheceu que, em si mesmo, recebeu, da
parte de Deus, conhecimentos e sabedoria que não foram dados a outros. Seu
“doutorado” foi realizado e concluído na “faculdade da tribulação” (Rm 5.3),
nos cursos de especialização em sofrimentos:
Até esta presente hora, sofremos fome e sede, e estamos nus, e recebemos
bofetadas, e não temos pousada certa, e nos afadigamos, trabalhando com nossas
próprias mãos; somos injuriados e bendizemos; somos perseguidos e sofremos;
somos blasfemados e rogamos; até ao presente, temos chegado a ser como o lixo
deste mundo e como a escória de todos. (1 Co 4.11-13)
Após sua auto apresentação, Paulo exorta Timóteo a
manter-se firme na fé, conservando “o modelo das sãs palavras”, que o jovem
discípulo recebeu, da parte de Paulo, “na fé e na caridade que há em Cristo
Jesus’ (2 Tm 1.13). E o incentiva, dizendo: “Guarda o bom depósito pelo
Espírito Santo que habita em nós” (2 Tm 1.14). O “bom depósito” era o acervo de
conhecimentos que Paulo e Timóteo receberam da parte de Deus. É o “tesouro”,
guardado em “vaso de barro” que deve glorificar a Deus: “Temos, porém, esse tesouro
em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2
Co 4.7).
III
- UM CONVITE AO SOFRIMENTO POR CRISTO (2.1-13)
1. O fortalecimento na Graça (v. 1). Todo cristão precisa ser forte, principalmente no aspecto espiritual. Timóteo certamente enfrentava desafios além de suas forças. Diante dessa realidade, estando tão distante, Paulo diz que ele devia fortificar-se "na graça que há em Cristo Jesus", ou seja, confiar inteiramente em Cristo e em seu poder. Diante das lutas, tribulações e tentações, o crente só vence se tiver a força que vem do alto. Escrevendo aos efésios, Paulo disse: "No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder" (Ef 6.10).
Comentário
“Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o
que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que
sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2 Tm 2.1,2). Todo cristão
precisa ser forte, principalmente no aspecto espiritual. O jovem discípulo de
Paulo certamente enfrentava desafios além de suas forças. Obreiro novo, deve
ter se defrontado com homens mais idosos e experientes, que não acreditavam no
seu potencial. Os falsos mestres que se encontravam em Éfeso devem ter se
oposto ao jovem obreiro. Diante dessa realidade, estando tão distante, Paulo
lhe diz que devia fortificar-se “na graça que há em Cristo Jesus”. Sem dúvida
essa fortaleza deve fazer parte da vida do obreiro em qualquer situação. Muitas
vezes, em situações de tranquilidade no ministério, o obreiro pode descuidar-se
de buscar o poder de Deus, e fracassar.
Diante das lutas, tribulações e tentações, o crente
só vence se tiver a força que vem do alto. Escrevendo aos efésios, Paulo disse:
“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder (Ef
6.10). Fortalecer-se na graça é fortalecer-se no Senhor e na força do seu
poder”. Paulo estava sofrendo. Preso e sentindo o abandono de seus amigos, na
hora mais triste de sua vida, se ele não tivesse a força do poder de Deus, não
teria resistido. Com esse sentimento, Paulo diz a Timóteo que confiasse o que
aprendeu com seu pai na fé a homens fiéis e idôneos com capacidade para
ensinarem a outros. Se Timóteo demonstrasse fraqueza, não teria credibilidade
para dar exemplo a outros.
2.
Soldado de Cristo (v. 3). A
vida cristã é um misto de alegrias e tristezas; de lutas e vitórias. Jesus
advertiu seus discípulos sobre as aflições da vida cristã (Jo 16.33). Para os
que aceitam tomar a cruz (Mt 16.24), renunciando a si mesmos, a vida cristã é
uma luta sem tréguas. Sua vida pode ser comparada a de um soldado que está na
frente da batalha. É na luta, nos combates espirituais, "pela fé que uma
vez foi dada aos santos" (Jd 3), que o servo de Deus se fortalece e
acumula experiências que lhe capacitam a ser mais que vencedor (Rm 8.37).
Comentário
“Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo (2
Tm 2.3). A vida cristã é um misto de alegrias e tristezas; de lutas e vitórias.
Jesus advertiu seus discípulos, dizendo: “Tenho-vos dito isso, para que em mim
tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”
(Jo 16.33). Há crentes que não experimentam aflições em sua vida porque não se
dispõem a viver de acordo com os padrões cristãos. Preferem uma vida de
prazeres e satisfações materiais, fogem da luta contra o pecado, o mundo e o
Diabo.
E buscam seus interesses pessoais. Para esses, que não se incomodam, mas
se acomodam ante os desafios, o desinteresse pelas coisas de Deus os fazem
sentir-se melhor. Porém, para os crentes que aceitam tomar a cruz (Mt 16.24),
renunciando a si mesmos, a vida cristã e uma luta constante, sem tréguas. Sua
vida pode ser comparada à de um soldado, que está na frente da batalha. Como
diz Paulo, sofre as aflições como bom soldado de Cristo . E é na luta, nos
combates espirituais, “pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3), que o
servo de Deus se fortalece e acumula experiências que o capacitam a ser mais
que vencedor (Rm 8.37).
Um bom soldado, nas forças armadas, engaja-se na
vida militar com amor, dedicação, esforço e disciplina rígida. O bom soldado de
Cristo também precisa demonstrar sua vocação para fazer parte do Exército de
Cristo. Não pode servir a Deus agradando ao mundo. “Ninguém que milita se
embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a
guerra. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente”
(2 Tm 2.4,5). Quantos, na vida cristã, ficaram para trás, caídos à beira do
caminho e do campo de batalha, porque não vigiaram nem oraram (Mt 26.41), e se
embaraçaram com coisas fúteis e passageiras desta vida.
3.
O lavrador (v. 6). O
agricultor precisa trabalhar com afinco a fim de preparar a terra para receber
as sementes. Depois, precisa regar, adubar a semente para que surjam os
frutos. Muitos querem colher sem esforço ou onde não plantaram. Esses não
merecem a recompensa do Dono da "lavoura" espiritual que é a Igreja
do Senhor Jesus. É preciso labutar na "lavoura de Deus" (1 Co 3.9)
até que os frutos apareçam. Há uma recompensa para aqueles que labutam com
afinco. Paulo diz para Timóteo que quem primeiro deve gozar dos frutos da
plantação é o "lavrador que trabalha" (2 Tm 2.6).
Comentário
“O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos” (2 Tm
2.6). A agricultura é um dos motivos de inspiração para o uso de figuras de
linguagem, em relação à pregação do evangelho. Jesus, o Mestre, usou várias
parábolas em seus sermões para mostrar o significado do Reino de Deus ou o
Reino dos céus. Na parábola do semeador, Ele demonstrou que o lavrador semeia
em todos os terrenos. Figura da pregação do evangelho aos diversos tipos de
pessoas, dentre as quais há as que são comparadas a terras que não produzem, e
apenas “outra caiu em boa terra e deu fruto: um, a cem, outro, a sessenta, e
outro, a trinta” (Mt 13.1-8; ver Jo 15.1; Mt 21.33). Paulo também usou essa
metáfora diversas vezes. EJe diz aos coríntios que somos “lavoura de Deus”;
“porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de
Deus” (1 Co 3.9). Diz a Timóteo que quem deve gozar dos frutos da plantação é o
“lavrador que trabalha”.
Depois de convidar Timóteo a sofrer com ele “as aflições de Cristo”,
Paulo ressalta que ele próprio muito sofrerá e sofria, na ocasião, por causa do
trabalho do Senhor. Estava preso, injustamente, por causa do evangelho. Mas
exortou o jovem obreiro, assegurando que o Senhor lhe daria “entendimento em
tudo” (2 Tm 2.7), visto que ressuscitou dos mortos, conforme ele pregava (2 Tm
2.8).
E conclui esta parte da missiva, de modo eloquente
e vibrante, dizendo a Timóteo: “Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos,
para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória
eterna. Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele
viveremos; se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele
nos negará; se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si
mesmo” (2 Tm 2.10-13). De um lado, essa conclusão nos mostra que Deus dá a
recompensa aos que o servem, em meio às tribulações e aflições da vida. Mas se
formos infiéis, ele não corresponde à infidelidade, pois “não pode negar-se a
si mesmo”.
CONCLUSÃO
Mesmo sabendo que em breve iria morrer, Paulo não perdeu sua esperança e fé. Até em seus últimos momentos procurou incentivar e orientar seu filho amado e companheiro de ministério, Timóteo. Seja você também um intercessor e incentivador daqueles que estão labutando na obra do Mestre.
Comentário
O apóstolo Paulo era homem de fé inabalável. Sofreu como nenhum outro apóstolo experiências dolorosas em seu ministério. Outros apóstolos também sofreram, e foram mortos por amor do evangelho. Mas Paulo, antes de sua morte, passou por momentos de grandes tribulações. Sofreu naufrágio, passou fome, foi espancado, preso em calabouço, foi abandonado por seus amigos e irmãos, além de outras agruras em sua missão. Mas demonstrou ter um caráter firme e decidido, jamais fraquejando ante as pressões e ameaças à sua fé. Demonstrou ter aquela firmeza de Daniel, de Sadraque, de Mesaque e de Abdênego, os quais também não se encurvaram ante as ameaças do Diabo. Por isso, teve autoridade para dizer a Timóteo, referindo-se a Jesus Cristo: “por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia” (2 Tm 1.12).
Missionário Vicente Dudman
Profº/Teologia
agosto de 2015
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