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Missionário Vicente Dudman
Formatura:
Teologia -
Assembleia de Deus no Brasil
Direito - Universidade Estácio de
Sá (Câmara Cascudo) no Rio
Grande do Norte.
Inglês - University of Texas
Estados Unidos. |
Estamos disponibilizando pra você todo início de semana, mais um comentário sobre cada lição da EBD. Assim fazemos, para que os irmãos possam melhor preparar sua aula. Cada item, contém um comentário, para que o amado leitor entenda melhor os tópicos da lição. Estudaremos esta semana a lição nº 09, desse 2º trimestre, que tem como título: A NOVA VIDA EM CRISTO. Para cada tópico, deixamos o nosso comentário. Fizemos cuidadosa pesquisa a respeito dessa tão importante lição. Buscamos auxílio e Ainda recorremos a vários mestres no assunto, para que pudéssemos aplicá-lo para o seu melhor entendimento. Em caso de dúvidas com relação ao assunto, deixe seu comentário, a sua dúvida, no final desta postagem, que responderemos com todo prazer a sua pergunta. Espero que satisfaça a todos, e tenha uma boa aula.
INTRODUÇÃO
A conexão entre tudo o que Paulo escreveu anteriormente
(capítulos 1 a 11) e o capítulo 12 de Romanos é feita por intermédio do uso da
partícula grega oun,
traduzida em português como portanto,
pois. Nesse contexto, o uso dessa partícula pode se referir a tudo aquilo que o
apóstolo havia escrito anteriormente ou pode também se referir àquilo que ele
escreveu na seção que compreende somente os capítulos 9 a 11. O fato é que esse
texto não está fora de lugar. Paulo havia tratado em detalhes sobre a
justificação pela fé e como Deus, em sua soberania, tratou com os gentios e
judeus nesse processo. Agora ele quer que os crentes tomem consciência de que
tudo isso tem implicações práticas na nova vida em Cristo.
Comentário
O capítulo 12 é iniciado com uma
exortação para que os crentes apresentem seus corpos a Deus como um “culto
racional” (v.1). Qual o significado desta expressão? Culto (grego latreia) é o serviço de
obediência a Deus em geral, ou atos específicos de louvor dirigidos a Deus; Racional (grego logikos) lógica, raciocínio; a
idéia principal tem a ver com discurso e raciocínio. Uma vez que entendemos o
que Deus tem feito por nós, faz sentido nos dedicar a ele em obediência e
serviço. O uso da palavra “oun” (pois) no v. 1 mostra que este
serviço razoável se baseia nas doutrinas estabelecidas anteriores. Paulo acabou
de falar sobre a profundidade da riqueza de Deus, que nos criou e nos deu a
salvação de graça (Rm 11.33-36). Por isso, devemos nos dedicar ao Senhor.
Romanos 12.1 frisa um fato importante no estudo da palavra de Deus: O
conhecimento da palavra de Deus exige uma aplicação prática! Aprendeu, tem que
viver! Depois de estabelecer a base doutrinária, o capítulo 12 contém uma série
de aplicações práticas. Na linguagem de Tiago: “Tornai-vos, pois, praticantes
da palavra, e não somente ouvintes” (Tg 1.22), este é o nosso culto racional! A
misericórdia de Deus em salvar pecadores exige uma resposta de gratidão. O
cristão deve se apresentar a Deus como sacrifício vivo. Não deve se conformar
com o mundo, pois se transforma pela vontade de Deus.
I. EM RELAÇÃO A MORDOMIA DA ADORAÇÃO CRISTÃ (Rm 12.1,2)
1. Uma exortação em forma de apelo. “Rogo-vos”, conforme aparece na versão Almeida
Revista e Corrigida, traduz o verbo grego parakaleo.
Essa palavra tem, no original, o sentido de admoestar, encorajar e exortar.
Os léxicos destacam que esse termo era usado no contexto militar quando um
oficial queria exortar as tropas. As palavras introdutórias de Paulo são,
portanto, um apelo exortativo. Os crentes deveriam levar em conta tudo o que
ele havia ensinado até então e procurarem se ajustar à nova vida em Cristo. As
doutrinas bíblicas, mesmo aquelas mais complexas, não devem promover apenas
especulações teológicas, mas fomentar no crente a piedade cristã.
Comentário
Rogar significa pedir com instância
alguma coisa a alguém, querendo encarecidamente recebê-la. Rogar é mais que
pedir. Rogar é uma súplica. Assim, Paulo está pedindo com fervor de sentimento
alguma coisa aos crentes de Roma. O que ele pede? E como pede? O crente deve
ter uma paixão sincera por agradar a Deus, no amor, na devoção, no louvor, na
santidade e no servir. Nosso maior desejo deve ser uma vida de santidade, uma
vida que glorifique a Deus. Para isso, precisamos separar-nos do mundo e
aproximar-nos cada vez mais de Deus (v. 2). Devemos viver para Deus, adorá-lo,
obedecer-lhe; opor-nos ao pecado e apegar-nos à justiça; resistir e repudiar o
mal, ser generosos com o próximo na prática de boas obras, imitar a Cristo,
segui-lo, servi-lo, andar na direção do Espírito Santo e ser cheio dEle.
2. Uma palavra concernente ao corpo. O apóstolo solicita aos crentes romanos [...] “que apresenteis os vossos
corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional” (Rm 12.1). Três coisas são ditas aqui sobre o corpo como instrumento
de adoração. Em primeiro lugar, o corpo deve ser oferecido em sacrifício. A palavra grega
usada aqui pelo apóstolo é thüsia,
que significa sacrifício ou oferta.
O paralelo é feito com o sistema de sacrifícios levítico do Antigo Testamento.
Em segundo lugar, esse sacrifício, ao contrário daquele da Antiga Aliança, deve
ser apresentado vivo e não morto. Em terceiro lugar, esse sacrifício deve ser santo. A ideia de algo que foi
separado exclusivamente para o serviço de Deus. Assim fazendo, o crente terá a
garantia que estará agradando a Deus na sua adoração.
Comentário
Sacrifício vivo - A nova ordem tem os seus
sacrifícios, que não consistem nas vidas de outrem, como os antigos sacrifícios
de animais (Hb 13.15; lPe2.5). Uma aparente contradição de termos; contraste com
sacrifício de animais mortos do Antigo Testamento; oferecer a própria vida em
adoração a Deus; Sacrifício
santo: o corpo oferecido em sacrifício santo é o templo do Espírito Santo
(1Co 6.19; Ef 2.21; 1Ts 4.4). O termo logikên
latreian - ocorre apenas em
Rm 12.1, mas era popular entre os filósofos gregos. Como um sacrifício vivo
pode ser percebido, no sentido prático? O versículo que se segue nos ajuda a
compreender: Somos um sacrifício a Deus ao não nos conformarmos com este mundo.
Como podem os crentes não se conformarem com o mundo? Por serem
"transformados pela renovação do vosso entendimento." (Rm 12.2). Veja
6.13,19; o verbo grego aqui é o mesmo que ali é traduzido por "oferecer".
Agora Paulo expõe com mais pormenores aquilo que está envolvido em apresentar-se
os cristãos a Deus para serem usados no Seu serviço.
3. Uma palavra concernente à mente. Assim como o nosso corpo deve ser ofertado em sacrifício vivo a Deus, da
mesma forma a nossa mente também precisa ser (Rm 12.2). Para que a adoração
seja verdadeira ela precisa ser realizada por pessoas com a mente transformada.
Essa transformação, como mostra o original metamorphousthe,
de onde vem o vocábulo metamorfose,
significa ser transformado em nossa mais profunda natureza interior.
Comentário
O vosso culto racional. - "O
vosso serviço racional" ou "razoável", isto é, o culto oferecido
pela mente e pelo coração, este é o culto que os crentes, como criaturas
racionais, devem oferecer. O serviço prestado por vidas obedientes é a única
resposta razoável ou lógica à graça de Deus. O não conformismo com o mundo só é
possível através da renovação da mente (v. 2). O verbo grego é metamorphoõ, traduzido
por "transfigurar-se" nas narrativas da transfiguração em Mateus
17.2; Marcos 9.2. O único outro lugar onde aparece no Novo Testamento é 2
Coríntios 3.18, referindo-se aos crentes "transformados" na imagem do
Filho "de glória em glória" (ou "de um grau de glória a
outro") pela operação do "Senhor, o Espírito". Paulo evoca a
figura do serviço religioso do templo e acrescenta uma qualificação - racional,
ou seja, espiritual, integral; o sacerdócio cristão não há a oferta de alguma
coisa, em certo tempo e espaço, mas a oferta de si mesmo à Deus o tempo todo e
em todo lugar (Ver Jo 4.21-24). Finalizando este tópico, é digno de nota que o
nosso sacrifício é vivo pela vida de Cristo, santo pela santidade de Cristo e
aceitável pela perfeição de Cristo.
II. EM RELAÇÃO À MORDOMIA DO EXERCÍCIO DOS DONS (Rm
12.3-8)
1. Exercitá-los com moderação e humildade. A palavra dons (gr. charismata)
que aparece no versículo 6, é a mesma palavra usada por Paulo em 1 Coríntios
12.4 em referência aos dons espirituais. O mesmo amor de 1 Coríntios 13, que
regulamentou o uso dos dons, deve ser aqui praticado. Paulo já havia falado
muito sobre a graça (gr. charis)
e é em nome dessa graça, que a ele foi dada, que pede moderação e humildade na
mordomia dos dons espirituais. Ninguém que exercitasse os dons espirituais
deveria achar que era alguma coisa independente da graça. É exatamente isso o
que significa o vocábulo grego yperphroneo,
traduzido aqui como “pensar de si mesmo além do que convém”.
Comentário
Os dons espirituais são uma dotação
sobrenatural concedida pelo Espírito Santo ao crente, para o serviço e execução
dos propósitos de Deus na igreja e através dela. Os dons espirituais, portanto,
não são qualidades humanas aprimoradas e abençoadas por Deus. São sete as
principais passagens que tratam sobre os dons espirituais: 1 Co 12.1-11,28-31;
13; 14; Rm 12.6-8; Ef 4.7-16; Hb 2.4; 1 Pe 4.10,11. Além destas, há muitos
outros textos da Bíblia sobre o assunto. A marca das obras das mãos de Deus é a
diversidade, não a uniformidade. Assim é com a natureza; é assim também com a
graça, e em nenhum lugar mais do que na comunidade cristã. Nesta há muitos
homens e mulheres das mais diversas espécies de origem, ambiente, temperamento
e capacidade. E não só isso, mas, desde que se tornaram cristãos, são também
dotados por Deus de uma grande variedade de dons espirituais. Entretanto,
graças a essa diversidade e por meio dela, todos podem cooperar para o bem do
todo. Seja qual for a espécie de serviço que se deva prestar na igreja, que
seja feito de coração e com fidelidade pelos que são qualificados por Deus,
quer seja a profecia, o ensino, a exortação, a administração, as contribuições
materiais, a visitação aos enfermos, quer a realização de qualquer outra classe
de ministério. Para ilustrar suas palavras, Paulo usa a figura do corpo humano,
como já fizera em 1 Coríntios 12.12-27. Cada parte do corpo tem sua função
característica a desempenhar e contudo, num corpo sadio, todas as partes
funcionam harmoniosa e Ínterdependentemente para o bem do corpo todo. Assim
deve ser na igreja, que é o corpo de Cristo.
2. Exercitá-los respeitando sua diversidade. Paulo lembra aos romanos que a moderação e a humildade são indispensáveis
no exercício dos dons. Ele também os faz recordar que Deus não quer
exclusivismo no exercício dos dons (Rm 12.4). A individualidade deve ser
respeitada, porque o Espírito usa pessoas, mas o individualismo deve ser
rejeitado. Os dons são diversos, assim como diversos são os membros do corpo
(Rm 12.5). Não existe um corpo formado somente por um membro, da mesma forma o
Senhor não quer que os dons operem através de uma única pessoa (Rm 12.6). Todos
têm seu lugar no corpo de Cristo.
Comentário
Pela graça que me foi dada - isto é, a "graça" ou o
dom do apostolado (ver 1.5, 15.15). Conforme o versículo 6, cada membro da
igreja recebeu uma "graça" especial neste sentido, a qual deve ser
exercida para o benefício de todos. Tal como 1Co 12, Paulo lança mão da
analogia do corpo, com suas várias partes, para ilustrar a natureza da igreja.
Ele salienta sua unidade (v. 5), sua diversidade (v.6) e a necessidade de
reconhecer os próprios dons e fazer apropriado dos mesmos (v. 6-8).
3. Exercitá-los com esmero e regularidade. Paulo escreve aqui no contexto de uma igreja local, e não tem a
preocupação de separar os dons espirituais dos dons ministeriais. Aqui, os
crentes, quer sejam leigos quer sejam clérigos, são convidados à prática dos
dons espirituais (Rm 12.6-8). Os dons, portanto, devem ser exercidos com
dedicação e regularidade. Eles são dádivas de Deus e precisam ser desempenhados
no contexto da igreja.
Comentário
Paulo reconhece a grande variedade
e a natureza prática desses dons, bem como, o entrelaçamento dos dotes naturais
com os dons espirituais (1 Co 14.26,32,33,40). Toda energia e poder sem
controle são desastrosos. Deus nos concede dons, mas não é responsável pelo mau
uso deles; por desobediência do portador à doutrina bíblica ou por ignorância
desta. Portanto, os que recebem os dons devem: a) procurar saber o que a
Palavra ensina sobre o exercício daquele dom em particular; b) exercer o dom
segundo a Escritura; c) evitar desordens e confusões no uso dos dons.
III. EM RELAÇÃO À MORDOMIA DA PRÁTICA DAS VIRTUDES
CRISTÃS (Rm 12.9-21)
1. Exercitar o amor. Socialmente a palavra amor está muito desgastada e quase sempre é
associada apenas a sentimentos. Todavia, não é esse o significado de ágape no Novo Testamento. O amor cristão é
algo que brota de dentro, do caráter de uma pessoa regenerada e passa a moldar
o seu comportamento (Rm 12.9,10). Dessa forma, o amor jamais pode ser algo
fingido, isto é, praticado com hipocrisia. Ele é algo autêntico. Vê o outro
antes de si mesmo.
Comentário
A palavra Agape é uma das palavras
traduzidas por “amor” da língua grega para o português. Na língua portuguesa,
usamos a palavra amor para descrever alguns sentimentos e atitudes distintas.
Por exemplo, usa-se “amor” tanto para o amor entre irmãos como para o amor
entre um casal, apesar de serem tipos de amor diferentes. Agape significa
aquele amor fraterno, tipo o amor de irmão, que cultiva afeição, boa vontade,
bondade. É o tipo de amor que mais exercitamos, ou que deveríamos exercitar no
dia-a-dia. Este é o amor mais sublime, mais alto, é a palavra usada para
expressar o amor de Deus (Jo 3.16). Este é o amor descrito em 1Co 13. Quando
fala sobre o amor de Cristo usa-se a palavra ágape, não fileo. Agape descreve
um amor desinteressado, de alguém que se dispõe a dar de si mesmo sem esperar
receber nada em troca. É o amor que leva alguém a oferecer a sua própria vida
para salvar a outros. Ágape é o amor afetivo isento de conotações sexuais,
isento de segundas intenções, isento de malícia e de interesses pessoais. Amor
ao próximo é o tipo de amor que Cristo nos ensinou.
2. Exercitar o serviço cristão. Paulo aconselha os crentes em Roma a viverem a vida cristã com
intensidade. Nada de apatia ou vagarosidade: “Não sejais vagarosos no cuidado;
sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11). A palavra vagarosos traduz o termo grego okneros, que possui também o
sentido de preguiçoso, descuidado eindolente. Ser fervoroso não
significa ser fanático, mas ser alcançado pela graça e andar segundo ela. A
expressão “no espírito” tanto pode estar no caso locativo grego,
significando nosso espírito humano, como no instrumental, se referindo ao
Espírito Santo. Independentemente do caso que Paulo tenha usado, o sentido é do
Espírito Santo incendiando a vida do cristão fervoroso.
Comentário
A vida cristã só faz sentido neste
mundo quando servimos a DEUS e ao próximo em perfeito amor. O amor deve ser o
princípio-guia dos relacionamentos cristãos, não somente com os companheiros crentes
(v. 9-13), mas também com os inimigos (v 14-21). Paulo menciona muitos deveres
cristãos específicos, mas o amor é a nota dominante em todas as exortações.
Serviço é a disposição, ou capacidade, concedida por Deus, para o crente servir
e prestar assistência prática aos membros e aos líderes da igreja. Este dom se
manifesta em toda forma de ajuda que os cristãos possam prestar uns aos outros,
em nome de Jesus. Os que possuem este dom têm prazer em ministrar aos santos as
coisas materiais que lhes são necessárias. O dom do serviço, como qualquer
outro, é essencial para o bom funcionamento do corpo de Cristo. Quem o tem deve
exercê-lo empregando toda a sua energia, no temor do Senhor.
3. Exercitar a resistência ao mal. Fechando essa seção, o apóstolo aconselha: “Não te deixes vencer do mal,
mas vence o mal com o bem” (Rm 12.21). Em Romanos, encontramos o apóstolo Paulo
se referindo ao mal (gr. kakos)
quatorze vezes. Em Romanos 7.19,21, ele apresentou esse mal como sendo sinônimo
da natureza adâmica pecaminosa e má, que quer conduzir o crente a fazer aquilo
que ele desaprova. Essa é a razão da guerra interior. Em Atos 16.28 Paulo fala
desse mal como um dano irreparável que uma pessoa pode causar a si mesma. Aqui
esse mal aparece como uma força oposta ao bem, que procura impedir o viver
cristão vitorioso. A recomendação bíblica é: “vença o mal com o bem”.
Comentário
Em um mundo de ódio, em que a lei é
a vingança pelo mal recebido, Paulo surpreende seus leitores de Roma,
recomendando: “Não te deixes vencer pelo mal, mas vença o mal com o bem.”
(v.21). No capítulo 12 de Romanos, Paulo está falando como devemos viver a
nossa nova vida como filhos de Deus. Essa inclinação para o mal vai morrer
junto com o nosso velho “eu” e seremos novas criaturas (2Co 5.17). Paulo fala
como deve ser as nossas atitudes a partir do nosso novo nascimento. Essas
atitudes serão o que farão a diferença. Atitudes que nos ajudarão a vencer o
mal. Ao invés de tomarmos nós mesmos a vingança, devemos deixá-la nas mãos de
Deus e, assim, dar lugar à ira. É Deus quem exigirá vingança no julgamento
final ou mesmo nesta vida. Agora é possível o crente libertar-se do sentimento
de vingança, de deixar-se vencer pelo mal porque ele sabe que Deus corrigirá
todos os erros em seu próprio julgamento perfeito (Dt 32.35). A Bíblia nos
ensina a demonstrarmos graça para com os outros, enquanto Deus permanece
paciente com o malfeitor (Pv 25.21-22).
CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos que o capítulo 12 de Romanos
forma um conjunto de exortações a respeito do viver a nova vida em Cristo. Como
observamos, essas exortações estão relacionadas a vários aspectos do viver
cristão e envolvem a mordomia da adoração cristã, onde é mostrado o valor do
corpo e da mente no serviço de Deus. Atenção é dada à mordomia dos dons
espirituais, onde Paulo combate a apatia e o individualismo. A Igreja é o corpo
de Cristo e como corpo ela deve viver. Por último o apóstolo exorta a respeito
do exercício das virtudes cristãs, destacando a prática do viver cristão
vitorioso.
Comentário
Os capítulos 12 a 15 são uma
característica do estilo paulino de dividir suas cartas mais teológicas em uma
parte dogmática e em outra prática, na qual faz as aplicações. Em Romanos, essa
divisão se dá no capítulo 12, onde, concluída a argumentação que expõe a
iniciativa redentiva de Deus, ele agora vai apresentar sua concepção de
resposta do homem à graça de Deus. Dentro da proposta inicial, extraída de
Habacuque “aquele que pela fé e justo, viverá”, o autor agora vai descrever a
segunda parte: “viverá”, ou seja, a vida daquele que foi justificado pela fé.
As orientações dadas aqui vêm como aplicação natural dos fatos doutrinários
apresentados nos primeiros onze capítulos. Todos os discípulos de Cristo,
judeus e gentios, devem as suas vidas à misericórdia de Deus. Devemos viver
como servos gratos, dedicando-nos ao serviço humilde. “NaquEle que me garante: "Pela
graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus"
(Ef 2.8)”,
Missionário Vicente
Dudman
Natal/RN
Maio de 2016